Gente... obrigado... acho que eu nunca agradeci tanto em minha vida... isso é para vocês!! Beijos!!
Paula estava preparada para fazer a mastectomia, mas os médicos ainda estavam analisando para saber quanto de tecido seria retirado. Dr. Robson tranquilizou a paciente e principalmente os familiares.
- E então? Está tudo pronto? – perguntou Mauricio para Paula.
- Em alguns momentos sim... outros não... e você...
- Estou bem...
- Mauricio, eu te conheço há 6 anos... não me engana.
- Você tem razão... eu não estou muito bem, mas precisamos focar em você. – falou o médico.
- Claro... eu sou a estrela desta família nos últimos dias... só não quero depois desta cirurgia ser tratada como uma deficiente. – ela pediu.
- Você é uma das mulheres mais fortes que eu conheço neste mundo... tenho certeza que nada vai mudar.
- E você é o melhor genro que eu poderia ter. – ela disse o abraçando.
- Olha que assim eu acredito. Boa sorte.
- Pode chamar o Pedro.
- Claro... te amo. – disse Mauricio beijando a sogra.
Na casa de Vinicius, os problemas continuavam. Jean saiu e não havia retornado ainda. Ele ligou para todos os conhecidos e nada. Viola aproveitou a oportunidade para envenenar o filho.
- Está vendo? Não é um homem... é moleque! A tomboy fíor.
- Mãe a senhora também não facilitou né?! – gritou Vinicius.
- É isso que você acha de mim?!! Sou uma cobra... uma qualquer?! – Viola falou gritando.
- Talvez... quando a senhora vai voltar para casa?!
- Você está me expulsando? Meu filho... eu só quero o melhor para você. Entenda!
- Como eu posso entender... se quem me faz feliz a senhora não ama?
- Estou cansada... de ter que me defender... ele não é homem para você... é do exercito... sabe o que esses homens fazem....
- Salvam vidas... o Jean ano passado salvou milhares de vidas aqui desta cidade... a minha foi uma delas... eu não quis lhe contar, mas essa é a verdade.
- Como salvou a sua vida?! Me explica!!!
- Tenho plantão agora! – gritou Vinicius saindo de casa.
- Mo mhac fanacht ....
(Meu filho espere)
Sim... Viola ficou pensando nas palavras de Vinicius... mas não deu o braço a torcer ainda estava convicta de sua “vitória” sobre Jean.
Fernanda e Alexis estavam se encontrando regularmente para conversar sobre os problemas de Osvaldo.
- A senhora falou que ia me contar algo importante... o que era? – perguntou a Jovem.
- Bem... o Osvaldo sempre foi um menino exemplar... tirava as melhores notas... e era querido por várias pessoas.
- Porque... “era querido”? – questionou a jovem.
- Tudo começou quando ele completou 18 anos... faculdade... novas amizades... ele se meteu com as pessoas erradas... e nós não percebemos isso. Acho que nesta época ele começou a usar drogas mais pesadas, pois, coisas comaçaram a sumir da casa do meu irmão. Ficaram um ano vivendo dessa forma. Tentamos clinicas, psicólogos e até mesmo chegaram a amarra-lo em casa, nada funcionava.
- Nossa... – falou Fernanda impressionada.
- Certa noite... ele fugiu de casa e levou várias joias de sua mãe... o equivalente a quase 500 mil reais... ele estava transtornado... comparando... até acho que ele melhorou... meu esposo e a minha irmã saíram no carro para ir procura-lo. Enquanto eu e o meu irmão fomos a policia, IMLs e hospitais da região. Mas, eles tiveram sorte e encontraram o Osvaldo. Achávamos que tudo ficaria bem... mero engano... no caminho ele teve uma crise... agrediu a mãe e o meu esposo e eles perderam o controle do carro e bateram... Osvaldo teve sorte e foi lançado para fora... enquanto a minha irmã e o meu marido morreram queimados. – ela disse chorando.
- Calma... é melhor pararmos por enquanto... vou pegar um copo de água. – ela falou se dirigindo a mesa de pedidos do restaurante.
Na casa abandonada, os jovens faziam uma reunião extraordinária.
- Gente... silêncio. – pediu Bernardo.
- Pessoal... atenção. – ordenou Judith.
- Então... estamos morando aqui há quatro meses... o Mauricio tem nos ajudado de uma forma impressionante... acho que deveríamos fazer algo para ele.
- Com que dinheiro?! – perguntou DJ.
- Verdade... pior que ele tem razão. – falou Judith.
- Podemos pegar no quintal dos vizinhos... como sempre fizemos. – sugeriu João.
- O que falamos sobre roubar?! – perguntou Judith com um cara nada amigável.
- Falei pegar emprestado. – disse.
- Hummmmm.
- Nós podemos falar que é para uma festa do aniversário de alguém. – disse Olivia.
- É... ai... faríamos uma surpresa e agradeceríamos ele... boa... – falou Bernardo animado.
- Vamos preparar tudo... Carlinha vai ser o teu aniversário. – falou Judith.
- Pode ser... quero muitos presentes.
- Dããããã! – gritaram todos juntos.
- É proibido sonhar?! – questionou a menina.
Pedro entrou sorrateiramente no quarto de sua mãe e levava um buque de flores.
- Oi mocinho... meu orgulho.
- Ai mãe... eu vou chorar...
- Porque?!
- Estou com medo...
- Eu tenho coragem por nós dois... lembra? – ela perguntou.
- Sei... mas eu vou ter que se forte a partir de agora.
- Credo... parece que eu vou morrer. – ela brincou.
- Não... Deus me Livre... mas é que... enquanto a senhora não estiver... eu vou ter que ser o ‘forte’. Esse sempre foi seu papel.
- Deita aqui... – ela falou afastando.
Pedro deitou e recebeu o afago de sua mãe. Ele sabia que aquilo não iria durar muito tempo, por isso aproveitava sem vergonha.
- Eu te amo... sabe... eu sinto muito se a fiz passar por algum constrangimento...
- Não... eu que tenho que te agradecer... sabe... as minhas amigas vivem falando dos problemas com os filhos... álcool... desrespeito... você nunca foi um problema... eu me orgulho de você... sabe... se eu pudesse voltar ao passado... não mudaria nada em você.
- Obrigado mãe...
- E outra... você nunca teve vergonha de mim... na verdade tinha prazer de me levar para festas... lembra quando você tinha 17 anos e foi para uma festa com o Paulo? E você queria que eu fosse... quantos filhos fariam isso? – ela disse rindo.
- Eu... porque eu amo a senhora... e tenho uma divida eterna com você.
- Não amor... eu tenho uma divida eterna com você. – ela disse beijando a testa do filho.
- Podemos ficar assim mais um pouquinho?
- Claro meu amor.... o tempo que você quiser.
No restaurante Fernanda e Alexis continuavam a conversa.
- Como te falei... depois desses problemas o meu irmão abriu mão de Osvaldo... eu que cuidei de tudo... internamos ele... foi quando apresentou uma melhora e eu fui chamada para trabalhar no hospital da cidade... um recomeço. Mas, este maldito vicio persegue o meu sobrinho.
- Eu entendo... nossa que história triste.
- Fernanda. Ele apresentou uma melhora a partir do momento em que te conheceu... ficou mais alegra, comunicativo, você o faz esquecer os problemas... por isso te peço... me ajude.
- Claro... farei o possível... e se a gente tentar falar com o pai dele?
- Impossível... este é outro problema na minha vida...
Priscila Soares era a copia de sua mãe. Idealista, sincera e linda. Até alguns familiares fazem comparações com a estética das duas.
- Eu vou ter sorte...
- De que? – perguntou Paula.
- De ser linda igual a senhora quando eu for mais velha... três filhos e continua inteira. – ela riu.
- Ai minha filha... dá trabalho....
- Mãe vai dar tudo certo... saiba que a senhora é linda de qualquer jeito... eu te amo...
- Eu sei filha... conversei com o psicólogo sobre isso... e tem cirurgia plástica... estou tranquila.
- Que bom... estaremos todos aqui com você. Eu te amo... amo... amo... amo... amo... amo.... – ela disse dando vários beijos na mãe.
- Obrigada...
Vinicius foi até o quartel saber noticias de Jean. O namorado do médico estava se exercitando.
- Você sempre faz isso quando está estressado! – comentou Vinicius.
- Ahhh... oi... tudo bem, amor? Desculpa não ligar... mas não queria falar com a sua mãe.
- Amor... ela está quase indo embora... aguenta mais um pouco.
- Sim... aguento, mas para casa não volto... durmo aqui no quartel.
- Entendo... vou trazer algumas roupas depois.
- Claro... traz sim.
- Ei... eu te amo... ok.
- Eu também te amo Vinny... juro que tentei... mas infelizmente...
- Tudo bem... deixa eu ir antes que eu pule em cima de você...
- Ei... tem um quarto vago... tem três minutos?! – perguntou Jean.
- Claro...
Jean praticamente arrastou Vinicius para dentro do quarto. Entre beijos e promessas, os dois começaram a se despir. Os dois tiveram a melhor relação amorosa da relação em um lugar apertado e quente.
- Nossa...
- Acho que não vou fazer mais exercícios por hoje. – Jean falou rindo.
- Até mais garanhão.
Phelip Soares tinha uma divida eterna com Paula. Ela desde o inicio o aceitou como membro de sua família e em nenhum momento o destratou.
- Oi mamãe.
- Oi meu filho... entra.
- Está nervosa?! – perguntou segurando a mão de Paula.
- Um pouco, mas isso vai ser para o meu bem.
- Claro... estão todos lá fora esperando...
- Que bom.
- Queria agradecer a senhora... por sempre ter gostado de mim.
- Você não teve culpa de nada... chegou em casa tão inocente.
- Sei que é até pecado falar, mas... não me imagino agora tendo outra mãe.
- Não meu filho... você teve uma mãe maravilhosa... ela fez todo o trabalho... ela fez você uma criança de bem que se tornou este homem maravilhosa que está em minha frente.
- Obrigado por tudo mãe... e não se preocupa... vamos estar esperando a senhora. Vou chamar o papai... ele está ansioso para falar com a senhora.
- Obrigada meu príncipe.
Sim... o memento estava chegando. Paula estava nervosa, mas realmente preparada. Foram meses de luta para chegar a este momento.
- Oi. – falou Rodolfo.
- Oi amor...
- Está tudo bem? – ele perguntou encabulado.
- Você nunca foi o mais emotivo dos homens.
- Tantos anos de casamento... eu lembro como se fosse hoje a gente chegando em São Paulo... dormindo na rua... quer dizer... você dormia... eu ficava a noite acordado imaginando quando te daria uma vida digna.
- Rodolfo... eu te amo tanto. – ela disse abraçando o marido.
- Vai dar tudo certo... você pertence a mim... e sempre vai pertencer... não importa o que aconteça... e quando tudo terminar... vamos fazer uma viagem... toda a família.
- Claro... todos juntos... como um só. – ela disse.
- Eu te amo... 34 anos... e ainda nos amamos... quem diria? – ele falou a beijando na boca.
- E eu sempre vou te amar.
Dr. Robson pediu licença e uma equipe se preparou para levar Paula para a Sala de Cirurgia. Um turbilhão de ideias passou pela cabeça dela naquele momento. Será que vou vê-los novamente? Eles ficarão bem sem mim? E quando saiu pode ver todas aquelas pessoas que ela mais amava.
Na sala de operação, o Dr. Robson deu um sedativo para ela e falou.
- Vamos agora... para a grande batalha.- falou o médico.
Entre as luzes brancas da sala, Paula ia se perdendo até chegar em um ponto... onde ela se lembrava muito bem... os sonhos perdidos de uma vida inteira.
Dúvidas... comentários? - contosaki@hotmail.com