Obrigado pelos comentários de vocês. Mais uma vez, fico muito feliz em receber todos os elogios que recebo e suprir as expectativas de vocês sempre. Boa leitura...
- Até agora você não me disse o que tem de bom pra fazer em Floripa.
- Ah, tem várias coisas. Praias, baladinhas, barzinhos. Tudo bacana. Quando quiser ir eu te levo. E tem coisas que não precisa sair de casa pra experimentar.
Eu entendi a deixa. Uma descarga de tesão passou por mim e não resisti. O beijei!
Na verdade, aquilo sequer poderia ser chamado de beijo. Foi um selinho com uma tentativa frustrada de algo mais, da minha parte. Em segundos ele me empurrou e pareceu indignado:
- O que tu tá fazendo cara?
Não sabia onde enfiar minha cabeça de vergonha. Eu tinha quase certeza do clima que estava rolando, mas depois percebi que era apenas da minha parte. Ele me olhava ainda esperando uma resposta e eu caía em mim. Bruno me veio na cabeça como um trovão.
Leandro ainda estava imóvel e eu o olhava sem palavras, até ele dizer:
- Tô caindo fora.
Sequer me levantei para levá-lo à porta, por pura covardia. Minha consciência pesava. Além de ter quebrado a primeira amizade que poderia ter, coloquei em risco um amor que eu custei tanto pra conseguir.
O jogo virou!
Se antes Bruno me fazia sofrer, agora era eu que fazia mal a ele. Seria melhor que tudo isso ficasse no anonimato, se eu conseguisse mentir. Arrumei tudo e esperei Bruno chegar. Ele entrou como se nada tivesse acontecido e eu nem lembrava da nossa briga pela manhã. Não sabia o que dizer a ele, me sentia mais deslocado do que nunca, evitando olhar nos seus olhos e assuntos longos. Até que ele percebeu:
- Carlos, eu sei porque você tá assim. Eu quero te pedir desculpas pela minha infantilidade hoje. Me perdoa amor?
Nem deu tempo de eu responder. Fui impedido pelos seus beijos e abraços que transmitiam grande carinho.
- Vamos sair hoje tá? Vou tomar um banho e a gente vai sair junto, como namorados, não como irmãos.
- Vamos aonde Bruno?
Perguntei sem entusiasmo.
- Numa baladinha. Pesquisei na net hoje. Vamos tomar banho... vem.
Ele me puxou e fomos para o chuveiro juntos. Trocamos algumas carícias, mas eu estava mal. Ele acreditava ser por sua culpa, mas eu sabia que tinha feito uma coisa muito errada.
Nos arrumamos e saímos. Rapidamente estávamos em uma baladinha bem elite de Floripa. Por ser cedo ainda, por volta das nove da noite, ainda estava vazio. Percebi se tratar de um local hétero, mas alguns gays se juntavam em uma área mais reservada.
- Quero te curtir muito hoje. Vamos ali no cantinho...
Bruno praticamente me arrastava até aquele espaço mais GLS e aquilo pra mim parecia uma tortura. Não que eu não quisesse estar ao seu lado, mas a culpa estava me corroendo.
Ficamos trocando mais uns beijos e logo vi que Bruno estava excitado. Fui deixando rolar, pois a culpa ia diminuindo a cada toque dele, a cada beijo mais forte, aquela pegada em meu corpo. Ele era o meu homem. Só aquele toque me deixava daquele jeito. Logo, fiquei excitado também e ele fazia questão de me olhar nos olhos, mostrando todo seu amor.
- Te amo demais cara. Nunca pensei que fosse amar um cara, muito menos meu irmão. Mas é só do seu lado que afim assim, cheio de tesão, porque eu te amo.
Ele estava me destruindo por dentro. Ao mesmo tempo que fazia muito bem sua presença, a dor era muito grande. Eu precisava contar, mas ele não deixava. Me beijava muito e realmente me curtia. Percebia que aquilo era um pedido de desculpas da parte dele e eu decidia não me impor.
A música começou a se animar mais e eu percebi que passamos bastante tempo naquele cantinho, inclusive sendo observados. Saímos um pouco de lá e fomos dançar. Claro que ficamos mais discretos, mas bem próximos um do outro.
Não demorou muito e algumas meninas ficaram bem próximas de Bruno, mas ele não tirava seus olhos de mim.
Dei alguns passos pra trás, observando sua movimentação. Estava me sentindo mal com aquelas mulheres dando em cima dele, mas estava me acostumando já com olhares e tentativas de envolvimento das garotas com ele.
Só não contava em esbarrar forte em alguém.
Era Leandro.
Nos olhamos e meu olhar fixou com o dele. Ele parecia querer dizer algo que não saia. Bruno se aproximou:
- Algum problema Carlos?
- Não Bruno. Esse é... o Leandro. Ele... é... estuda comigo.
- Prazer.
Bruno o cumprimentou e ele não conseguia dizer nada. Bruno estava tão próximo de mim que chegava a dor a pressão contra minhas costas.
- Ele é seu...?
A expressão de Leandro era indescritível. Ao mesmo tempo que transmitia uma imensa dúvida, poderia expressar... ciúmes?
- Meu irmão!
Respondi quase que instantaneamente, mesmo sem saber o porque disso. Bruno me fitou surpreso, mas eu já havia respondido. A presença de Leandro e Bruno juntos estava me incomodando.
- Vou ao banheiro rapidão.
Saí, sem dar tempo de Bruno perguntar mais alguma coisa.
Entrei no banheiro cheio e com bastante pegação e lavei meu rosto. Que situação! Fiquei alguns minutos por lá e percebi que não conseguiria fugir. Cheguei na porta e Leandro me esperava.
- Cara, queria me desculpar velho.
- Por quê?
- A atitude que eu tive no seu apê. Não sabia que tu ia me beijar e me assustei. Foi mal!
- Tudo bem. Era melhor nem ter...
Dessa vez ele que me surpreendeu. E dessa vez, foi um beijo de verdade. Não sei ao certo se correspondi, mas demorou mais que o primeiro e pode sentir o seu gosto. Por pouco tempo.
Bruno chegou e acabou com aquilo.
CONTINUA...