Eu Encontrei Você (Num Lugar Sem Esperança) Cap. 7

Um conto erótico de Th£o
Categoria: Homossexual
Contém 1108 palavras
Data: 21/11/2012 18:55:19

- Dez... Onze... Doze! Mais um só pra tirar onda Lippo... Treze... Aê cara, você tá mandando bem, daqui a uns três meses você já vai tá carregando uns vinte quilos - diz Vinícius, recolocando a barra de sete quilos em cada extremidade de volta no lugar.

- Espero que até lá os meus músculos ainda respondam aos meus comandos! – respondo ofegante, sentando na barra e fitando-o pelo reflexo do espelho.

- Ah cara, deixa de moleza, você só tá malhando há uma semana, tem que ter mais animação! – suas palavras soam como um despertador em meus ouvidos. Faz exatamente uma semana que eu tive aquele... Digamos... Problema de saúde oriundo daquela discussão com o “Rafael”. Desde lá, minha mãe, por ser muito ocupada, encarregou Vinícius como a minha “babá” dizendo o que eu devo comer, o que eu devo beber, que horário devo acordar, etc. Movi montanhas para que Vinícius não soubesse como fui parar naquele hospital e porquê, evitando que ele tivesse conversas muito longas com a minha mãe e quando estavam juntos, fazia o possível para estar perto para mudar de assunto. Segundo a minha versão dos fatos contada a ele, comecei a passar mal depois do encontro com o sujeito que “não apareceu”. Se ele souber que me encontrei com Rafael e não peguei o meu celular de volta, ia tirar mil conclusões até chegar à verdadeira. Vinícius consegue exercer o papel de “personal trainer” com muita competência e eu estou me sentindo cada vez mais bem disposto, apesar de continuar com aquela rotina escrava de todos os dias: acordar cedo, faculdade, trabalho e agora, academia.

- Você só fala isso porque trabalha nos fins de semana e ainda por cima se divertindo, palhaço! – digo, me enxugando com uma toalha de rosto natalina que ganhei há uns... Acho que desde quando eu nasci.

- Hahaha, ok Isaura, vamos embora!

A academia está vazia. São quase onze e meia da noite. Dirigimo-nos até o balcão de saída, onde um preguiçoso atendente aparenta estar quase dormindo ali mesmo. Despedimo-nos e saímos. Vinícius têm o hábito de malhar tarde, por isso seu pai acaba emprestando o carro, e o fato de eu ter sido “abordado gentilmente e ter o celular tomado” e ele morar próximo de mim justifica ele me dar uma carona até em casa todos os dias. Dentro do carro, esparramado no banco, o cansaço bate como um vento frio que arrepia. Meus braços parecem ter sido esmagados por dois caminhões e mal consigo falar.

- Pode ligar o ar-condicionado? – pergunto timidamente.

- Claro. – responde ele.

O vento gelado que sai parece afagar a minha alma. Posso sentir o suor do meu rosto sumindo, aos poucos, da região do pescoço pra cima. Sem perceber fecho os olhos, contemplando aquela sensação. Vinícius ainda não ligou o carro. De olhos fechados, sinto luzes se acendendo. Abro os olhos. Ele está mexendo no retrovisor central.

- O que está fazendo? – pergunto.

- Estou pendurando isso aqui no retrovisor. – diz ele. De repente, tira as mãos de cima do objeto, me permitindo ver. É uma espécie de penduricalho... Um colar em forma de diamantes. São três diamantes presos por uma corrente de prata.

- É bonito! Onde comprou? – questiono curioso pelo motivo que fez ele comprar aquilo.

- Numa loja de antiguidades.

- Não sabia que gostava dessas coisas! – digo rindo, tocando no diamante da direita. Ele possui uma textura de vidro, muito bem polido. Com a lâmpada do carro ligada ele tem cor de amarelo queimado. Obviamente não é um diamante de verdade, porém aparenta ser tão valioso quanto.

- Não curto muito, mas fiquei impressionado porque quando eu passava em frente à loja a mulher já estava fechando. Daí ela apagou as luzes de dentro e ele ficou dessa cor – sem finalizar a frase ele apaga a lâmpada. O amarelo-queimado dos diamantes se transforma num amarelo vivo, parecendo de neon. – Legal né? Fiquei impressionado porque não funciona com eletricidade é uma coisa tão simples, mas tão linda. – diz ele, admirando o objeto e tocando no diamante do meio. No escuro, posso ver apenas o contorno do meu dedo polegar e indicador com o diamante amarelo ao fundo. Fico hipnotizado com o objeto. Percebo que Vinícius está virado pra mim, fitando-me. Olho para ele.

- Eu comprei também pra ele ser o nosso amuleto Lippo! – diz ele, sorrindo. No meu campo de visão estão apenas ele e os diamantes, um pouco mais acima. Nesse momento, tenho um “dejavú”... Uma sensação boa toma conta de mim.

- Amuleto pra significar o quê? – pergunto, soltando o diamante.

- Hã... Significando a nossa amizade! – responde ele, ligando o carro em seguida.

- E os diamantes são porque ela é muito valiosa pra você? – pergunto e em seguida solto uma risada debochada.

- Sim. – diz ele, fazendo o sorriso do seu rosto desaparecer, sinalizando que eu devo parar de rir. Por um momento penso em discutir, ou até mesmo fazer uma piada sem graça pra mudar o clima da conversa como sempre faço, porém, a expressão de Vinícius é algo nublado, sombrio. O caminho todo é marcado pelo silêncio. Ao chegarmos na minha casa, a formalidade interrompe o sossego.

- Boa noite! Até amanhã! – diz ele friamente, sem tirar os olhos do volante.

- Boa noite! – digo, abrindo a porta. Num impulso mental, pergunto – Você tá bem?!

- Estou... Por que não estaria? – responde ele, continuando a fitar o volante.

- Não sei. Você ficou... Estranho de repente.

Três segundos se passam.

- Fiquei pensando no que você disse. – responde ele, trocando o volante pelo retrovisor da esquerda.

- No que exatamente? – pergunto. Um frio na barriga inesperado brinca na minha barriga. Estou roendo unhas

internamente.

- Sobre a nossa amizade ser valiosa. – responde. Seu rosto está posicionado do outro lado, inalcançável a uma análise.

- Olha Vinícius, eu falei daquele jeito de brincadeira. Não quis diminuir a nossa amiza...

E antes que eu pudesse terminar o que eu tinha pra dizer, sinto um braço puxando bruscamente o meu pescoço e dois lábios desconhecidos tocam os meus. Na rádio, a música que toca é “Diamonds” e um pouco mais acima três diamantes amarelos observam a cena. De repente me sinto dentro de um carrinho passeando por uma mina cheia de pedras preciosasEu sei, eu sei... Eu fiquei dias sem postar. Hoje quis dar uma engrenada na história pra tentar me redimir com vocês. Agradeço a todos os leitores que continuam aguentando o meu suspense não-proposital. Stahn, obrigado por você ler meu conto até pelo celular hahahaha. Eu juro que tento postar pelo meu, mas não é a mesma coisa e não quero que vocês leiam qualquer porcaria, e Alanis, espero que eu tenha respondido a sua pergunta nesse capítulo. Falem mal, falem bem, me humilhem, mas comentem. Beijos!)))))

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Th£o a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

ENFIM vc deu sinal de vida !!! apesar de ter te criticado um pouco no primeiro conto, nesse agora vc realmente se redimio e mostrou a que veio. Apesar de um pouco pequeno dessa vez, esse capitulo nos deixou com mais fome pra saber o que vai acontecer depois... Isso só um escritor de qualidade consegue fazer :D não atrase muito dessa vez pfvr, a gente fica ansioso com isso. Abraço

0 0
Foto de perfil genérica

Não falarei mal mais muito bem (KKKKK) eu adoro seu conto demais pelo celular ou pelo not estou aqui na cdc sempre esperando pela sua historia (rsrsrsrsrr) continua logo por favor não aguento mais suspense vc ta me matando de curiosidade malvado(brincadeirinha) e origado por fazer dedicatoria pra min.grande abraço.

0 0
Foto de perfil genérica

Adortando o seu conto, vê se não nos deixe mais esperando tanto e por favor poste logo.

0 0
Foto de perfil genérica

Hahaha sem humilhações... mas espero que continue logo. Sua história é muito boa. 10

0 0