Pessoal, gostaria de avisar que essa segunda temporada será bem pequena... Acho que vou fazer uma trilogia... Não sei... espero que vcs não queiram me enforcar... ^^
Amo vcs...
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Depois da minha conversa com Marcela, a vida parece ter me dado uma trégua. Não que tudo estivesse um mar de rosas, mas os espinhos haviam diminuído. A minha relação com Marcelo estava confusa e fria. Passamos por oscilações emocionais durante dois anos.
Um belo dia, chegando do trabalho, encontro Andressa, Nanda e minha mãe consolando Paula, que chorava abundantemente. Todos me encararam.
(Dominicky) – Que clima é esse?!
(Marina) – Nanda e Andressa, por favor, levem a Paula para o quarto. Filho, venha comigo até o escritório!
“Deu zebra! O que aquele filho da puta do Marcelo aprontou agora?” pensei. Não me recriminem por xingar em pensamento. Não sou de ferro.
(Dominicky) – O que aquele estrupício fez?!
(Marina) – Ele foi embora! Ele chegou, arrumou as malas e saiu. A Paula tentou conversar com ele e ele sequer deu atenção!
Ouvir aquilo foi um tremendo choque. Eu queria morrer. Ou melhor. Queria mata-lo. Isso não se faz nem com um cachorro. Ele abandonou a menina. Ela já havia sido abandonada no orfanato e ele teve coragem de fazer isso outra vez.
Saí do escritório e fui ficar com a Paula. Ela precisava muito de mim. Dormimos juntos aquela noite. Eu tinha pena dela. Eu já estava acostumado e vacinado contra a maldade do mundo, mas ela ainda não. Era uma criança e precisava de cuidados.
Os dias que se seguiram foram frios e cinzas. O advogado do Marcelo me procurou para acertar alguns detalhes sobre a guarda da menina. Ele não a queria. Que canalha!
Eu entrei em depressão mais uma vez. Isso já estava me cansando. Comia como se o mundo fosse acabar. Minha mãe me dispensou da empresa, pois eu não conseguia executar minhas tarefas. Eu chorava compulsivamente. Engordei 40kg nesse período.
Como uma medida desesperada, minha mãe enviou-me de volta à Londres. Minha amada Londres, meu porto seguro. Continuei deprimido por muito tempo. Quase não saía de casa. Mas parecia que alguém estava comigo. “Você precisa reagir, minha criança. Levante-se! A vida lhe deu uma nova oportunidade!” foi o que ouvi ao acordar. A luz do sol atravessava as cortinas brancas do meu quartos, enquanto uma suave brisa soprava balançando-as. Não havia ninguém no meu quarto. “Obrigado papai!” balbuciei antes de me levantar.
Eu me sentia péssimo, gordo e não conseguia andar direito. Eu estava envelhecendo. Eu estava com 33 anos, mas parecia ter uns 45 ou mais. Eu estava acabado. Aquele cretino havia acabado comigo. Eu sentia ódio, muito ódio. Ódio de acreditar nele. Ódio de ter me deixado envolver. Ódio de tê-lo amado como o fiz. Mas não poderia me deixar destruir daquela maneira. Levantei-me e fui caminhar. Parei em um banco de uma praça e comecei a chorar.
Um homem aproximou-se de mim e começou a conversar.
(Ricardo) – Perdoe minha intromissão, mas aconteceu algo?
(Dominicky) – Se eu te contasse tudo o que aconteceu, você entraria em depressão junto comigo.
(Ricardo) – Problemas amorosos?!
(Dominicky) – Inúmeros!
(Ricardo) – Também estou na mesma situação. Acabei de terminar um relacionamento de três anos. Ela era fantástica, mas faltava algo. Acho que ela nunca me amou de verdade!
(Dominicky) – Sinto muito! Eu também terminei um relacionamento. Um casamento de sete anos. Ele foi e me deixou em pedaços!
(Ricardo) – Ele?! Então você é homossexual, certo?
(Dominicky) – Sim! Você não vai querer me agredir ou algo do gênero, vai?
(Ricardo) – Lógico que não! Só me surpreendi. Digamos que eu não estou acostumado a desabafar com estranhos!
(Dominicky) – Nem eu!
Ficamos conversando por um longo tempo. Ele era uma ótima pessoa. Ricardo, um loiro de 1,90, olhos castanhos claros. Um amor de pessoa. Hétero, mas meu possível melhor amigo.
Eu continuava naquela vida vazia e cinza até que ele decide que vai me ajudar a me recuperar. Ele começou a me levar para uma academia. Eu precisava emagrecer, reconquistar meu belo corpo apesar da minha idade. Eu estava me sentindo idoso.
Eu amava a sua companhia. Ele era formidável. Inteligente, educado, culto e muito bonito. Pena que ele é hétero. Eu tentaria algo com ele. Me apaixonando?! Com certeza. Ele me tratava como um ser humano. Como o Marcelo me tratou no início do nosso relacionamento. Mas aquele cretino me destruiu e, por isso, decidi bani-lo da minha memória.
Eu comunicava-me direto com minha família. A Andressa continuou morando conosco. Ela e o irmão pararam de se falar. Ele a detestava. Minha mãe não teve coragem de coloca-la na rua, principalmente porque ela era uma pessoa extraordinária. Ajudava a cuidar da Paula e da empresa. Em uma de nossas conversas descobri o motivo de eu ser abandonado: André, um ruivo de 18 anos. Aquilo foi um choque pra mim. “Como um quarentão vai correr atrás de um pivete de 18 anos?! Que sem vergonha! Que arda no fogo do inferno!” pensei.
Eu nem me importava mais com isso. Eu precisava dar a volta por cima. Disse a Andressa que em breve voltaria ao Brasil, mas eu voltaria diferente. Como uma fênix. Era isso que eu era. Uma fênix.
O treinamento que Ricardo me ajudou a desenvolver me fez emagrecer rapidamente. Em poucos meses eu já estava com a minha forma que tinha aos meus 26 anos. Eu me olhava no espelho e me sentia jovem e vivo.
(Ricardo) – Eu sempre soube que você era bonito, mas não imaginava que fosse tanto!
(Dominicky) – Deixe de gracinhas! E pare de alimentar minha imaginação! Acho que estou pronto para retornar ao Brasil!
(Ricardo) – Ainda não! Você tem a mesma aparência de quando tinha 26 anos não é?!
(Dominicky) – Bem parecido! Por quê?!
(Ricardo) – Hora de você mudar a sua aparência. Voltar com a mesma aparência seria dizer que você continua o mesmo. É hora de uma era pós-Marcelo, o que acha?
(Dominicky) – Excelente ideia!
Deixei Ricardo na loja de roupas e fui a um salão de beleza. O cabeleireiro deu uma clareada em algumas mechas do meu cabelo. Eu estava meio loiro. Quando me olhei no espelho, fiquei assustado com o resultado. “Eu estou pronto!” pensei.
Saí do salão e fui para minha casa. Ricardo havia combinado de me levar a um bar para comemorar o meu retorno. Ele disse que tinha uma surpresa para mim.
(Ricardo) – Nossa! Você está fantástico!
(Dominicky) – Obrigado! Nada disso seria possível sem o seu apoio! Você é um grande amigo!
(Ricardo) – Não me dê créditos. Você fez tudo isso sozinho! Eu te acompanhei também para poder distrair minha mente. Você é uma excelente companhia!
Dei um abraço nele e partimos para o bar. Eu e meu amigo hétero. Bem que ele podia ser gay!