Bom, mais uma parte aqui... Quero agradecer os comentários e todos os papos que tenho tido no msn, são vocês que estão me curando da preguiça de férias... Valeu e boa leitura...Ah, FELIZ NATAL!
Percebi que cheguei cedo e me sentei no lugar de costume. Os alunos que chegavam me cumprimentavam com um olhar estranho. Uns maliciosos, outros com olhar de nojo, alguns nem me cumprimentavam mais.
Aquilo estava muito estranho.
Até que Leandro chegou. Ele estava intertido e não me viu, mas pude escutar um de seus amigos gritar:
- Olha quem veio hoje... O nojentinho que fode com o irmão.
Olhei para Leandro e me apavorei. Nada era mais segredo!
Minha expressão era indecifrável e Leandro se aproximava, ainda falando alto:
- Eu falei que você e o nojento do seu irmão iam me pagar por aquela surra né? Chegou a hora de todo mundo saber da putaria nojenta que vocês dois fazem.
- Eu acho que o que nós dois fazemos não é da sua conta. Nem da de todos vocês.
Eu poderia ter negado, mentido, dizer que era uma invenção do Leandro, e provavelmente ele não conseguiria provar o que dizia, mas ao mesmo tempo eu decidi enfrentar. Essa era uma atitude de homem, atitude que eu esperava de Bruno quanto ao seu filho, por exemplo.
Mas os alunos, meus colegas de classe, não viam esse meu ato de assumir as coisas como uma atitude de homem. Muito pelo contrário, eu percebia os olhares das pessoas me crucificando. Isso doía demais.
Apesar de saber que isso poderia acontecer, na prática era pior do que eu imaginava.
E Leandro parecia insaciável com sua vingança:
- Todo mundo da turma já sabe e se eu fosse você teria vergonha até de sair na rua.
- Mas você não é. Você não tem metade do meu caráter, nem da minha coragem. Ou você contou pra todo mundo que só tá contando isso porque tomou uma surra do meu irmão?
Tentava desmoraliza-lo. Essa seria minha estratégia. Não iria negar minha relação com o Bruno, então a ordem era atacar. Os alunos começaram a percebia que essa história iria render demais e Leandro me olhou com certo receio de que eu contasse a história toda.
Aproveitei seu pequeno desespero para dizer bem próximo a ele:
- Agora quem tem que tomar cuidado é você, porque eu não tenho mais nada a perder.
Saí da sala. Eu não tinha mais como ficar ali naquele dia e jamais conseguiria me concentrar nas aulas.
Voltei pra casa andando e agora tinha mais coisas para pensar, mais problemas para tratar.
Apesar de tudo eu cheguei a uma conclusão: minha relação com Bruno era algo extraordinário, com muito amor de ambas as partes, mas será que seriamos capazes de superar todos os problemas?
Antes eram nossos pais, os ciúmes, a minha dependência financeira, agora um filho dele com uma ex e a repressão dos meus colegas de sala.
O que mais doía era que talvez nós dois não estivéssemos prontos para aquilo tudo. Se na teoria parecia difícil, na prática era 300 vezes pior.
Cheguei em casa e me surpreendi ao ouvir a voz do Bruno ao telefone:
- Mas ele está bem? Sim, sim. Eu acho que vou visitá-lo em breve. Tudo bem. Amanhã eu resolvo. Tchau Amanda.
Ao se virar ele se assustou:
- Você não devia estar na faculdade?
- E você não devia estar trabalhando?
Rimos juntos de leve pelo encontro nada planejado.
- Você tava falando sobre seu filho né?
- Estava sim. Eu percebi o quanto eu estava errado com as minhas atitudes. Eu estava ignorando esse menino, sem pensar no quanto ele vai sentir depois que crescer.
- Bruno, eu fico tão feliz que você tenha percebido isso.
- Eu só percebi com a sua ajuda. Eu te amo, lembra?
- Eu nunca esqueci.
- E eu devo ir pro Rio de Janeiro visitá-lo, ao menos pra conhecer.
- Claro Bruno, é sua obrigação.
Segui pro quarto pra trocar de roupa e senti seus braços me envolvendo com certa força, pressionando seu corpo contra o meu:
- E eu quero que você vá comigo.
- E a faculdade?
Depois que eu disse, eu mesmo percebi que eu estava fugindo da situação. Tinha medo da reação da tal Amanda e medo da atenção que Bruno daria a ela. Mas ele meio que solucionou o problema:
- A gente dá um jeito... Vamos no final de semana, ou no próximo feriado.
- Bruno, eu te amo tanto. Tenho medo da gente não estar indo no caminho certo.
- Como assim?
Ele se afastou, já esperando mais uma bomba.
- O pessoal da faculdade descobriu sobre nós dois.
- Como descobriu Carlos?
- O Leandro, ele decidiu contar o que sabe. E depois da surra que ele levou, era de se esperar. Você falou demais.
Ele correu até a sala, pegou a chave do carro e na porta me disse, sem chance de Pará-lo:
- Eu vou matar esse cara.
CONTINUA...