BEM TURMA... MAIS UM NATAL CHEGANDO... O MEU PRIMEIRO AQUI NA CASA DOS CONTOS... QUERO DESEJAR UM FELIZ NATAL PARA TODAS AS PESSOAS QUE ME ACOMPANHAM... E QUERO AGRADECER... POR SEMPRE ESTAREM COMIGO... HOJE DECIDI SER BONZINHO E COLOCAR DOIS CONTOS EMSUPER BEIJO... E FELIZ NATAL... HO HO HO!!!! HIHIHI!!!
No orfanato Novo Horizonte tudo estava pronto. As crianças vestiram suas fantasias e máscaras, se preparando para o melhor evento de todos. Larissa finalizou a organização do Salão de Festas junto com Martin, funcionário do orfanato. Ela quase caiu da cadeira, mas foi segurada por ele.
- Cuidado... é perigoso... – disse Martin com o rosto próximo ao de Larissa.
- Obrigada... salvou a minha coluna. – ela disse sorrindo.
- Então... a senhora já decidiu qual será a sua fantasia? – ele perguntou disfarçando.
- Sim... Adele... a cantora britânica... – ela falou. – E você?
- Mendigo ou zumbi... são as mais fáceis... agora deixe eu terminar a arrumação.... até mais.
- Ok... obrigada mais uma vez.
- Não esquenta com isso... sempre é um prazer ajudar damas tão lindas. – ele disse arrancando um sorriso de Larissa.
Ela subiu para o seu quarto e começou a se maquiar, antes de eu ir para Bahia fomos ao shopping e fizemos algumas compras. Ela colocou a peruca e ficou belíssima, nem a própria Larissa acreditava em como estava bonita.
- Jesus... sou eu... – ela disse impressionada.
-Larissa? – disse Olivia entrando gentilmente no quarto.
- Oi, amor?
- A minha fantasia está bonita? – ela perguntou.
- Nossa que linda... uma verdadeira princesa. – disse Larissa sorrindo.
- Você também está linda. – disse a menina.
- Estamos lindas! – disse Larissa abrançado Olivia.
Na Bahia, a turma aproveitava os últimos badalos. Mauricio precisou urinar e foi até o banheiro da boate onde estávamos. Ele entrou e se concentrou para fazer o serviço. De repente ele sente uma mão em suas costas. Ao virar percebeu que era Geovandro com um largo sorriso no rosto.
- Olha... garoto... eu preciso ser sincero... eu não curto você... tenho o homem mais lindo de todos me esperando lá fora... não vamos complicar...
- Socorro!!! – gritou o menino se batendo e se arranhando. Até conseguir rasgar a própria roupa.
- Você está louco?! – gritou Mauricio.
- Me ajudem!!! Socorro!!!! – disse ele pulando em cima de Mauricio.
Alguns seguranças foram para o banheiro e encontram Geovandro todo machucado no chão do banheiro e Mauricio praticamente em estado de choque.
- O que está acontecendo? – perguntou o segurança.
- Esse homem tentou me violentar... ele me bateu... me ajudem! – gritou Geovandro.
- Calma... eu nem encostei nele... eu estava aqui urinando... até esse louco chegar e começar a se bater... – disse o meu esposo.
Estranhei a demora dele e fui até o banheiro masculino. Fiquei confuso até entender a história. Eu queria matar aquele guri... os seguranças me seguravam com força. Depois chegaram os meus amigos e a Priscila teve a mesma reação que a minha. Queria matar o menino.
- Levem todos para a delegacia. – disse a gerente da boate.
Vinicius e Fábio estavam se preparando para a festa a fantasia. Eles até ajudaram dois jovens a escolherem fantasias. Depois foram para a casa do médico e começaram a se arrumar.
- Quem é o seu personagem mesmo? – perguntou Vinicius.
- Um panda... e sério que você vai de seringa? – ele perguntou rindo.
- Pelo menos a dica que eu dei para aquela casal foram boas. – ele disse rindo.
- É a primeira vez que eu vou a um evento fantasiado. – disse Fábio.
- Sério? – perguntou Vinicius.
- Seriíssimo.
Em casa, as crianças se divertiram muito experimentando as fantasias. Dora estava sendo uma verdadeira mãe para os meus filhos.
- E com vocês... – disse Isabel. – A princesa Judith.
A minha filha estava linda. Um vestido rosa, maquiagem perfeita completada por uma linda máscara cor de pele, nem eu faria melhor.
- Vamos... Temos que nos apressar.... – disse Dora.
Os outros também estavam lindos. DJ usava uma fantasia de jogador de futebol americano, Paulinho era o Batman e os gêmeos estavam de Pateta e pato Donald. Chorei quando vi as fotos do Carnaval do orfanato.
BAHIA
Os seguranças da boate nos levaram para a delegacia e ficamos lá por várias horas... esperando... até que o delegado chegou e nos levou a sala de interrogatório.
- Esse louco está perseguindo a gente policial e....
- Relaxa.... já vimos a fita de segurança do banheiro... – ele disse me cortando.
- E o que estamos fazendo aqui? – perguntou Priscila.
- Vocês devem prestar queixa contra o menino... ele agiu de má fé... e quase colocou vocês em maus lençóis. – disse o delegado.
- Claro... vamos sim... – falei.
- Amor? – disse Mauricio. – Gente... sem querer parecer grosso, mas eu poderia falar a sós com meu marido... – ele disse sem se tocar e olhou para o policial com um sorriso falso.
- 6 minutos... vamos... – disse ele.
- Qual é o problema? – perguntei.
- Não quero denunciar o menino. – disse ele me deixando sem expressão.
- Como assim? Ele quase te fez ser preso... quero processar o desgraçado. – falei.
- Amor... é um moleque... precisamos ter paciência...
- Aiiiii.... ok... ele tentou te prender e não a mim... quer saber... faça o que você quiser. – falei saindo da sala, bati a porta com força total.
- Mano... onde você vai? – perguntou Priscila.
- Dar um tempo!! – falei saindo da delegacia.
Estava realmente chateado com o Mauricio, não sabia dizer se ele era bom demais ou bobo demais. Eu nem sabia para onde ia... apenas andei... ao atravessar uma rua e virar a esquerda esbarrei em uma mulher. Levantei meio sem jeito e pedi desculpas um milhão de vezes. Quando eu percebi de quem se tratava quase tive um enfarte.
- I.I...IIII....
- Ivete. – disse ela.
- Meu Deus... me desculpa.... eu.... Jesus... que vergonha... eu... eu... eu atropelei a Ivete Sangalo. – falei perdendo a voz.
- Oxe... eu também estava aluada, mas não se preocupe... estamos bem... quer dizer... seu braço está sangrando. – ela disse apontando para o meu braço esquerdo.
- Venha... estou na loja de uma amiga... vamos... antes que as pessoas me vejam. – ela disse me mostrando o local.
Eu tive os primeiros socorros feito pela Ivete... foi... sensacional... estava honrado e ao mesmo tempo preocupado... atropelei a Ivete... pensava comigo mesmo.
- Nossa me desculpe... – falei.
- Olha... se pedir desculpa mais uma vez... lhe processo. – ela disse fazendo uma cara séria, mas que em pouco segundos transformou-se em um belo sorriso.
- Ok... desculpa...
- O que conversamos?- ela perguntou colocando case em cima da ferida.
- Nossa... eu não estou acreditando....
- E qual o seu nome? – ela perguntou.
- Pedro...Soares... sou de São Paulo e acabei de sair da delegacia...
- Vixi... porque? – ela perguntou asssutada.
Aluguei a cantora com a minha história e ela deu razão ao Geovandro... afff.... conversamos mais um pouco e depois ela seguiu o caminho. Fiquei maravilhado. Cheguei no hotel e os meus amigos me deram a maior bronca. Percebi que havia sumido por 4 horas.
- E que curativo é esse? – perguntou o Mauricio.
- Esbarrei em uma amiga e me machuquei. – falei ostentando o meu prêmio maior... um autografo de Ivete.
- Que amiga? – perguntou Mauricio tentando ler o papel.
- Ivete Sangalo... – falei com um sorriso enorme.
- Mentira. – disse Priscila puxando o papel da minha mão.
- Juro... olhem... e ela foi super gentil comigo... mesmo depois de quase eu ter passado por cima dela.
- Caramba... você atropelou a Ivete? – perguntou Carlos.
- Sim... – falei sorrindo.
- Mas, isso não é uma coisa boa Pedro. – disse Caleb.
- Verdade... não é bom Caleb... foi maravilhoso... – falei indo em direção ao meu quarto.
- Tchau gente... até depois. – disse Mauricio se despedindo e me seguindo.
- E ai... não vai perguntar? – questionou Mauricio.
- O que? – perguntei.
- Sobre o Geovandro....
- Por favor... né? Atropelei a Ivete Sangalo.
- Que bom... que bom... – disse Mauricio deitando na cama.
- Atropelei a Ivete Sangalo. – falei para mim mesmo com um sorriso no rosto.
No orfanato, a folia era a ordem. Todos dançavam e confraternizavam. As crianças então... nem se fala. De repente uma figura vestida com capuz e máscara apareceu no salão, acompanhado de uma linda colombina. Eles dançaram algumas músicas juntos e se separaram.
- Ei... você refrigerante? – perguntou Bernardo para Judith.
- Sim... eu quero... um diet por favor... – ela disse.
Phelip não estava muito com o espírito carnavalesco. Ele estava sentado no pátio do orfanato. Quando alguém pegou em seu ombro. De repente uma música romântica tocou no salão de festas. Todos formaram um par... a Larissa até dançou com o Martins (verificar nome).
- Oi? Quem é você? – perguntou Phelip, sem obter qualquer tipo de resposta.
O encapuzado mascarado... pediu a mão do Phelip e o levou para uma parte mais discreta.
- Quer dançar? – perguntou meu irmão.
O mascarado apenas consentiu com a cabeça. E os dois começaram a dançar e o meu irmão ganhou um belo beijo na boca. Eles ficaram ali... por alguns instantes... apenas curtindo o momento.
- Você... beija... muito bem... – disse Phelip nas nuvens. – Você poderia dizer o seu nome? – ele perguntou, mas recebeu um sinal de negativo. – Ok. – disse o meu irmão beijando o tal mascarado.
Em outra parte da festa, Bernardo pegava dois refrigerantes. De repente ele é abordado por uma odalisca misteriosa. A moça dançou sensualmente para o jovem que ficou sem reação. Era uma mulher com corpo escultural e olhos penetrantes. “Uma beleza rara”, ele pensou.
- Oi? – ele disse. – Eu te conheço?
A mulher fez sinal negativo com a cabeça e o puxou para a pista de dança. Depois de algum tempo Judith foi procura-lo e o que viu não lhe agradou. Bernardo estava dançando e a Odalisca misteriosa estava praticamente se esfregando nele.
- O que significa isso? – perguntou a jovem o puxando para longe.
- Calma... estávamos apenas dançando! – protestou Bernardo.
- Isso... não é dança... é... é... perversão!!! – ela gritou saindo de perto do namorado.
- Amor... espera... – disse o jovem atrás de Judith.
A Odalisca suspirou fundo e continuou a curtir a festa. Phelip e o Mascarado continuavam a pegação. Até que o celular do homem tocou e ele teve que ir embora... deixando o meu irmão no maior tesão. Phelip tentou procurar pela festa, mas foi impossível. Ele apenas ficou com o toque do celular na cabeça.
- Quem... será? – ele pensou consigo mesmo.
Osvaldo e Fernanda chegaram atrasados no evento. Eles foram de gatos siameses. Ao ver aquela cena Phelip esqueceu até do Mascarado e começou a rir.
- Ri... pode ri.... – falou Osvaldo visivelmente chateado.
- Perdemos muita coisa? – perguntou Fernanda.
- Não muito... não muito... agora me diz... onde encontraram essa fantasia? – perguntou Phelip.
- Pode falar, mas eu estou recebendo uma massagem super relaxante agora. – disse Osvaldo.
- Osvaldo!!! – gritou Fernanda visivelmente envergonhada.
- Cada tarado em seu quadrado. – disse meu irmão rindo.
Fábio participou da festa fazendo alguns truques de mágica. Ele realmente sabia cativar a atenção das pessoas. Vinicius ficou rindo do amigo e agradeceu a Deus por ter pessoas maravilhosas ao seu lado.
- Quer dizer que além de tudo ainda é mágico? – perguntou ele.
- Vida de ator não é fácil meu filho... graças a Deus consegui este emprego na faculdade... – ele disse.
- Imagino o que você já deve ter passado nas festas... – disse Vinicius sorrindo.
- E o Jean? Quando ele volta? – perguntou Fábio.
- Essa semana... o avião dele chega no Brasil. – disse Vinicius.
- Podemos fazer uma recepção para receber o nosso herói! – disse Fábio.
- Sim... vamos pensar nisso... agora vem comigo... vamos rebolar esses nossos esqueletos idosos!! – falou Vinicius.
Sim... dentro de pouco tempo muitas coisas mudariam para muitas pessoas... algumas coisas seriam boas... outras nem tanto... mas, a pergunta era.... será que conseguiríamos superar?
Estávamos de malas prontos para voltar para a nossa terra. Viajaríamos cedo... então cada um aproveito a noite que lhe restará naquela cidade maravilhosa. Eu e Mauricio sentamos em uma parte deserta da praia e observamos o por do sol. Segurei na mão dele e trouxe perto da minha. Sem nenhuma palavra, pois, só os gestos e olhares já eram suficientes. Ele apoiou a cabeça na minha e ficamos ali grudados observando o presente de Deus para nós. Os raios do sol batendo na água e cintilando aquela cor dourada em nossa direção. Aproximei o rosto do meu marido de mim e o beijei por 5 minutos.
- Te amo. – falei olhando para ele.
- Eu também te amo... obrigado por fazer parte da minha vida... – ele disse me beijando novamente.
Desta vez apoiei a minha cabeça no ombro dele e fiquei curtindo aquele maravilhoso por do sol.
- Sabe... a gente poderia fazer um tour pela Europa... – ele disse.
- Verdade... você precisa carimbar mais seu passaporte. – falei rindo.
- Agora que eu posso viajar... eu tenho que aproveitar... – ele disse.
- Sim... tenho lugares incríveis para te mostrar... quero te mostrar o mundo amor... – falei dando um beijo nele.
- Eu acho que vou levar os meus pais também... eles única vez que eles saíram do país foi para a Argentina. – disse Mauricio.
- Você é um filho... esposo... pai... maravilhoso... – falei com um sorriso bobo no rosto.
- Eu adoro isso....
- O que? – perguntei.
- Seu sorriso... ele me acalma... é o sorriso mais lindo do mundo. – ele disse me beijando novamente.
- Olha que eu acredito. – falei retribuindo o beijo.
- Temos que ir... voltaremos para a realidade cedo... – ele disse me deitando na areia e me dando um beijo que durou 8 minutos.
Sim... infelizmente voltaríamos para a realidade. Mas, o meu irmão estava tentando entender a realidade dele. Ele reuniu os amigos e tentou decifrar quem era o tal mascarado misterioso.
- Olhei o facebook do Duarte ontem e ele ainda está em Nova York. – disse Fernanda.
- E se foi uma mulher? – perguntou Osvaldo.
- Não... o mascarado era... musculoso... curto mulheres magras... – falou Phelip.
- O Bernardo também falou sobre uma Odalisca misteriosa... hummm... foram dois penetras... – disse Fernanda.
- Ou conhecidos... – disparou Phelip.
- Você tem ideia de quem seja? – perguntou Osvaldo.
- Não faço a mínima ideia brother... não faço a mínima ideia. Agora vamos dormir que o campeonato vai ser foda. – disse Phelip.
- Boa noite amor... – disse Fernanda beijando Osvaldo, eles estavam dormindo em um colchão inflável no chão.
- Vão para um motel!! – falou Phelip jogando um travesseiro neles.
Depois de 3 horas de voo e 5 de carro chegamos em casa. Já estava anoitecendo e fomos pego de surpresa. Meus filhos com chapéu de aniversário comemorando a nossa chegada. Abraçamos todos e contamos como foi a viagem.
- Nos divertimos bastante, mas sempre pensando em vocês. – disse Mauricio com os gêmeos em seu colo.
- E como foi lá seu Pedro? – perguntou Isabel.
- Bem... eu... Pedro Soares... atropelei a Ivete Sangalo.
- Atropelou? – perguntaram todos juntos.
- Sim... eu não estava olhando para frente e esbarrei com ela... ela é super simpática... fez até curativo em mim. – falei feliz da vida mostrando o meu ferimento de guerra.
- Que legal. – disse Dora.
- E vocês... muito trabalho com os anjinhos? – falei olhando para Dora e Isabel.
- Não muita. – disse Isabel rindo.
- Pai... pai... ontem fomos para festa. – disse Pablo todo feliz.
- Mesmo? E vocês foram vestidos do que? Quero ver as fotos... – disse Mauricio.
- Estão aqui. – disse Judith sentando entre nós dois com a máquina.
- Nossa filha... que gata hein?! – falei olhando para a máquina.
- Para pai... assim eu fico sem graça. – disse ela ficando visivelmente vermelha.
- Eu fui de Batman. – disse Paulinho.
- Estava um gato também... temos os filhos mais lindos do planeta. – falei os beijando.
Depois da janta, Mauricio levou todos para dormir. Fiquei na cozinha lavando uns pratos e a Judith chegou me abraçando por trás.
- Hummm... porque tanto carinho... hein mocinha? – perguntei rindo.
- Pai... não é isso. – ela disse.
- Pode falar amor... qual é o problema? – perguntei enxugando minhas mãos e prestando atenção nela.
- Bem... ontem eu vi o Bernardo com gracinhas com uma menina que eu nunca vi antes... eu fiquei com ciúmes e brigamos feio... – ela disse se emocionando.
- Ei... para com isso... – falei a abraçando. – Não pode fazer as coisas assim filha... eu sei que você é geniosa, mas precisa também ouvir o outro lado da história...
- Pai... eu amo o Bernardo... sempre gostei dele...
- Eu sei que sim... e por isso deve ser cuidadosa... e pelo amor de Deus... se for transar... usa camisinha... não quero ser avô agora... – falei rindo e a abraçando.
- PaiiiiiiDesculpa... aula de sexologia é com o seu pai Mauricio. – falei rindo.
- Eu te amo sabia? – ela perguntou me dando um beijo no rosto e subindo correndo para o quarto.
Sim... eu ganhei o meu dia... subi para o quarto cansado... tomei um banho e deitei ao lado do meu amor.
- Sabe... eu to feliz por ter adotado o DJ e a Judith... eles merecem amor... e isso podemos dar... – falei olhando para o lado e vendo que o Mauricio estava dormindo.
Ri da situação e o beijei no rosto. Lhe desejando boa noite. A nossa rotina maluca retornou, ter cinco filhos não é uma tarefa fácil. Até matriculamos a Isabel na aula de direção para ela tirar a carteira de motorista. O Mauricio estava tão preocupado em ganhar a promoção que eu acabei sobrecarregado. Toda a calma que consegui na Bahia perdi em três dias.
Naquela manhã de quinta-feira... ahhh... se eu soubesse... acordei cedo e desci para preparar o café. Mauricio também acordou atarefado e correu para o hospital. Deixei as crianças na escola e creche, me dirigi ao trabalho e descobri que precisava ir pegar meu certificado de formatura, pois, o antigo molhou na enchente. Demorou quase dois anos para sair. Nesse meio tempo precisei pegar Pablo, Patrick, Paulinho e DJ na escola. Fui até a sala do Mauricio.
- Amor... preciso que pegue os meninos da escola e....
- Não dá... tenho uma cirurgia importantíssima para fazer e...
- Por favor... os filhos também são seus... você não pode pega eles? – falei aumentando o tom. – Eu também trabalho... e...
- Amor... essa é uma oportunidade de mudar a nossa vida... por favor...
- Quer saber... quer mesmo saber?! Deixa eu ir... parei contigo!!! – falei batendo a porta.
- Ai... droga... – disse ele.
No refeitório do hospital, Priscila contava para Vinicius mais detalhes da nossa viagem.
- Vixi... fomos para a delegacia...
- Como assim? – ele perguntou rindo.
- O Mauricio foi acusado de bater um jovem... e teve maior confusão no banheiro de uma boate... depois quando passamos um bom tempo no xilindró, o delegado viu as gravações do banheiro da boate e viu que o rapaz havia se batido para o Mauricio se preso...
- Deus!!! Que horror... coitado do Mauricio... e o que aconteceu? – ele perguntou o jovem curioso.
- O Mauricio pediu ao delegado para o rapaz fazer serviço comunitário e fomos liberados... – ela disse rindo.
- Falando no Pedro. – disse Vinicius apontando em minha direção.
- Pri... preciso de um favor... será que podes pegar os meninos na escola? – perguntei com um olhar de desespero.
- Eu até gostaria, mas o Mauricio vai fazer aquela cirurgia e eu estava esperando esta oportunidade. Já falou com a mamãe?
- Ela foi ao município vizinho... hoje é aquele evento do papai... esqueceu? – perguntei.
- E o mano? – ela perguntou.
- Ele está na faculdade... é a semana do futebol lá... ele teve campeonato durante toda a semana... deixa que eu vou... falei... me despedindo.
Faltava menos de uma hora... para a minha vida mudar drasticamente. E todos se arrependeriam muito... na verdade... todos seriam culpados ou se sentiriam culpados...
30 MINUTOS - depois da minha saída -
Na faculdade, Phelip arrasava completamente. Ele era um super jogador de futebol e já havia ganhado três jogos... faltavam apenas dois para terminar o campeonato. De longe, no público... Ezequias assistia aos jogos... ele estava acompanhado por alguns amigos do curso de Teologia.
- Olha quem está ali em cima? – disse Osvaldo cansado. – O teu pseudo mascarado.
- Para de graça... não disse que era ele... disse que o sabor do beijo era parecido. – ele disse recuperando o fôlego.
No vestiário, o meu irmão se vangloriava com os amigos por mais uma vitória. Alguns sabiam da orientação sexual dele, mas não falavam nada. Afinal em time que está ganhando ninguém se mexe.
Ele se despediu de todos e seguiu para sua aula. Ao passar pela sala de música da faculdade, ele ouviu um toque de telefone familiar... era o mesmo do Mascarado misterioso... ele pegou na maçaneta da porta e tomou coragem para abrir.
- Você?!! Você é o mascarado misterioso... mas, como?!! Eu... eu... não pode ser... – disse ele surpreso.
Neste momento o celular do meu irmão começou a tocar. Ele desligou na mesma hora e se aproximou da mesa onde estava sentado o mascarado.
- Me diz... porque? Porque brincar com o meu sentimento deste jeito? – ele perguntou.
20 MINUTOS DEPOIS DA MINHA SAÍDA -
- E com vocês... Rodolfo Soares... ele é uma lenda no ramo empresarial de São Paulo e até mesmo do Brasil. – disse o mestre de cerimônias.
- Obrigado... obrigado pelos aplauso... –
O celular do meu pai começou a tocar no meio do evento. Sem graça ele desligou o telefone e todos fizeram a mesma coisa... incluindo a minha mãe.
15 MINUTOS DEPOIS DA MINHA SAÍDA
- Doutor Mauricio acho que o seu celular está tocando. – disse Priscila.
- Enfermeira... poderia fazer a gentileza de desligar o meu telefone. – ele disse sem tirar o olho da paciente.
13 MINUTOS DEPOIS DA MINHA SAÍDA
- Força... você consegue. – disse a minha irmã em frente ao espelho. – Bem preciso ir..
Quando a minha irmã saiu, o celular dela começou a tocar... e ficou tocando por um bom tempo.
10 MINUTOS DEPOIS DA MINHA SAÍDA
Nunca corri tão rápido no trânsito... graças a Deus tudo fica perto. Peguei todos na escola e os deixei brincando no pátio da faculdade. Corri até a recepção e peguei todos os meus documentos da faculdade.
- Obrigado. – falei para a secretaria da universidade ao pegar o meu diplama.
As crianças estavam fazendo a maior guerra do mundo. DJ não estava conseguindo segurar os irmãos. Eu caminhava calmamente pelos corredores da faculdade. Quando eu vi... o meu filho Pablo estava correndo, meu coração parou... ele já estava na rua e um carro vinha na direção dele, a motorista não o enxergava. Eu não tive outro reflexo, a não ser correr... corri como o meu mundo fosse acabar.
No meio do caminho, deixei todas as minhas documentações caírem no chão... cheguei a tempo de tirar o meu filho da rua e o joguei para os braços de DJ que conseguiu pegar o irmãozinho... quanto a mim... só senti um forte impacto... fui arremessado há 6 metros... e cai em cima de outro carro... meus olhos começaram a arder e eu não conseguia me mexer... era o sangue que jorrava de toda parte de mim.
Tentei me mover novamente, mas percebi que estava preso, o ferro do carro atravessava o meu ombro e havia estilhaços de vidro na minha costa. Fiquei mais preocupado com as crianças me vendo naquela situação... do que comigo mesmo... não conseguia falar... eu apenas grunia...
DJ ficou desesperado e correu para perto de mim... ele tentava se manter calma, mas não conseguia... pegou o celular e começou a fazer várias ligações... tentava dizer para ele ficar calma, mas não saia... não conseguia... eu lembro de tentar respirar também, mas era praticamente impossível... desmaiei...
O choro dos meus filhos comoveram algumas pessoas... a mulher que me atropelou em vez de nos ajudar... desmaiou também.
- Quem é esse homem? – perguntou o guarda da faculdade para DJ.
- É o meu pai... – ele disse chorando.
- O que você está fazendo? Tem o contato de alguém?– ele perguntou novamente.
- Alguém liga para a ambulância. – disse uma mulher.
- Eu to tentando falar com o meu outro pai. – disse DJ.
Pabro, Patrick e Paulinho estavam chorando próximo ao irmão mais velho.
- Gente... chamaram a ambulância? – perguntou uma mulher.
- Eu chamei... precisamos avisar aos familiares deste homem... acho que ele está morto. – disse outro homem se aproximando de mim.
- Fiquem aqui crianças. – pediu o segurança para uma jovem.
Sim... a minha situação não estava nada favorável. E muitas coisas ainda iriam acontecer... a vida não é fácil... muitas coisas acontecem... algumas boas e outros ruins... acordei novamente e vi meu irmão Paulo próximo a mim... eu já não sabia o que era realidade ou ilusão... desmaei novamente...
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