Breno passou a mão em seus cachinhos e sorriu.Me abraçou e deitou sobre mim.Fiquei acariciando seu cabelo,sentido sua respiração.Ele parecia relaxado,ficou tão quieto que achei que tinha dormido até ele começar a falar.
-Ela não é minha mãe.Eu sou adotado.
Breno levantou a cabeça e me olhou com um sorriso desanimado.Brinquei com um de seus cachinhos e sussurrei.
-O que tem demais?Ela adotou você e te ama do mesmo modo que as outras mães amam seus fihos biologicos.
-Mas no meu caso é um pouco mais complicado.Ela não me escolheu em meio de outras crianças,ela me "ganhou".
Fiquei olhando confuso para Breno.Ele parecia se divertir com minha confusão e me deu um celinho.Deitou-se do meu lado e continuou.
-Eu sou filho da irmã dela.Minha mãe biologica era uma drogada inutil.Não sei quem é meu pai e possivelmente nem ela.Mamãe disse que ela me deixava em casa sozinho e ia pra balada.Vendo aquilo,ela pegou minha guarda.Então minha mãe biologica sumiu sem dar mais noticia.
Breno ficou pensativo e distante.Coloquei o braço em sua cintura,puxando-o para mim e dando-lhe um beijo em seu rosto.Breno sorriu e recomeçou.
-Eu ainda era um bebê.Quando eu fiz 5 anos,ela voltou pedindo dinheiro pra minha mãe.Eu nunca tinha visto ela,mas me lembro que na epoca,a achei parecida com um anjo.Alta,cabelo longo,preto e cachedo nas pontas.As duas gritaram por um tempo e quando estava indo embora,ela me viu sentado na escada,sorriu e disse "Você é a cara do seu pai.Deve ser por isso que eu não quero você por perto.Sinto muito."Depois ela desapareceu no mundo.
Abracei Breno e o beijei.Seu beijo tinha o gosto de suas lagrimas...
Acordei e não encontrei Breno.Senti um cheiro bom vindo da cozinha e fui dar uma olhada.Encontrei Breno com pigos de chocolate e varias vasilhas sujas espalhadas na pia.
-O que você tá fazendo?
-Fiquei com vontade de comer brigadeiro.
Mergulhei o dedo no chocolate e coloquei o dedo na boca de Breno.Ele empurrou minha mão e me olhou de cara feia.Sorri e o abracei por trás mordendo-lhe o pescoço.
-Tem uma panela quente no fogo...
Continuei beijando Breno,até ele se esticar e desligar o fogão.O puxei pra mim e o beijei o mais forte que pude,desci até seu pescoço e dei um enorme chupão.
Sentei Breno na pia e ficamos namorando um pouco.Com suas pernas presas em minha volta,carreguei Breno até a cama do quarto dele e o deitei sem parar de beija-lo.
-Breno...eu te amo...
-Eu...eu...te amo.
Tirei minha camisa e voltei beijar Breno tirando-lhe a camisa e dasabotoando-lhe a calça.Quando coloquei a mão sobre a cueca de Breno que já estava muito estufada,fiquei apertando de leve e ganhando adoraveis suspiros do meu namorado.
O celular de Breno começou a tocar no bolso da calça que já estava no calcanhar.Breno se esticou pegando o celular,apertei mais sua cueca em protesto.
-Não atende.
-É do doutor Sandro.
Olhei de cara feia e parei minhas caricias.Breno se sentou para atender,me deixando deitado e meio desanimado ao seu lado.
-Alô?Boa noite doutor!Não que isso,eu tava acordado!Algum problema?
Breno ficou quieto ouvindo doutor Sandro.Ele sorriu e começou a se vestir,mostrando que eu não teria nada essa noite.
-Obrigado doutor!Muito obrigado!Já estou indo!
Breno sorriu e pulou em mim me beijando,mas voltando a se vestir.
-O que o doutor disse?
-Minha mãe acordou e ta me chamando!O doutor disse que se eu quiser posso dormir lá!
-Que bom...
Breno se aproximou e me deu um celinho.
-Desculpa...eu sei o que você estava querendo mas...eu tenho que ir...
-Eu sei.Tudo bem.
Nos arrumamos e fomos até o hospital de táxi.Chegamos lá dez horas da noite e encontramos Sandro em sua sala.Breno estava animado como um garotinho.
-Boa noite doutor,obrigado por ligar!
-Esse é meu trabalho!Desculpe pela hora.
-Ela está bem?
-Está melhor.Já está acordada e querendo.Como ela está insistindo muito,achei melhor dar uma colher de chá e deixar você vê-la.
-Eu posso dormir perto dela?
-Talvez.Vamos lá vê-la.
Doutor Sandro andava na frente,Breno e eu logo atrás.Breno tremia e senti uma enorme vontade de abraça-lo.Quando tentei segurar sua mão,ele a tirou de perto da minha.
Fiquei surpreso,mas não tive tempo de falar algo já que tinhamos chegado no quarto.A mãe de Sandro parecia muito bem para quem tinha feito uma cirurgia algumas horas atrás.Sua voz estava fraca,mas seus olhos vivos.
-Oi meu bem...desculpa te chamar tão tarde.
-Tudo bem mãe.Eu fiquei preocupado.Como você tá se sentindo?
-Melhor...e você?Ta comendo direitinho?Ta fazendo toda a lição?Você tá dormindo sozinho em casa?
-Eu to legal mãe.To dormindo na casa do meu...amigo.
A ultima palavra foi como uma paulada.
-Que bom.Se comporte,ok?O que é isso no seu pescoço?
A mãe de de Breno passou a mão no chupão que eu havia feito.
-Parece que você se divertiu com uma menina sortuda!
-Mãe!
Ela deu um sorriso fraco e dormiu.Doutor Sandro tirou a temperatura e sorriu.
-Está tudo bem com ela.
-Eu posso dormi aqui?
-Se não fizer barulho...
-Eu fico quietinho!
Doutor Sandro concordou e Breno segurou a mão da mãe e sentou-se em uma cadeira.Nem tive tive chance de perguntar se ele queria compania,já que se despediu de imediato.Sai da sala e andei desnorteado até a lanchonete.O mundo parecia extremamente pequeno e sufocante.
Sentei e respirei fundo,doutor Sandro sentou-se do meu lado.
-Você e o Breno estão tendo alguma coisa?
-Não sei.Eu aparentemente só sou um "amigo"!
-Olha,eu já tive sua idade e tudo é tão complicado.Pricncipalmente relacionamentos.
-Você fala isso mas sua vida é perfeita!
-Perfeita?!Eu tive que correr muito para consegui tudo o que eu tenho.Se você soubesse o que eu tive que passar...de um tempo,ok?
-E o que eu faço até lá?
-Quando eles fazem besteira e quando devemos ama-los mais...
-Por que?
-Boa pergunta...se descobri a resposta me fala.Talvez eu descubra a minha motivação de está casado com um cara que queria colar adesivos com o nome dos nossos filhos gêmeos para diferencia-los.
Nós dois rimos.Sandro e o marido foi o mais proximo que tive de um pai.Fiquei muito feliz quando eles resolveram me colocar como padrinho de seus filhos adotivos.
-Tenha paciencia,ok?Tudo vai dar certo.Agora eu tenho que ir,meu plantão acabou.Qualquer coisa me liga.
Sandro saiu e eu fiquei.Quando voltei para o quarto,Sandro dormia sentado na cadeira apoiando a cabeça na cama.
Me senti deslocado.
Muito deslocado...
Voltei pra casa e dormi sozinho na minha cama.Os dias foram passando e Breno praticamente morava no hospital.Não trocavamos muitas palavras,mas o clima estava pesado.A mãe de Breno melhorava periodicamente e assim,continuamos nos afastado.
Voltava do meu curso e encontrei algumas malas na porta.Breno descia as escadas com uma mochila.
-Oi Mauricio.Eu...eu iria te avisar.
-Sei...sua mãe ta melhor?
-Sim.Ela...deve ser liberada daqui alguns dias,então eu to pegando algumas das minhas coisas...
-Ok.
Fui até o sofá e me sentei.Breno saiu e bateu a porta.Meia hora depois,meu celular começa a tocar.
-Alô?Oi doutor Sandro.
-Mauricio,você pode vir aqui?Eu to atolado aqui.
-Claro.
Me vesti e fui correndo para a clinica.Chegando lá,vi Breno parado na entrada.Sem falar nada,ele me puxou para o estacionamento.
-O doutor Sandro está me chamando.
-Ele nem está aqui.Pedi pra ele te ligar.
-Pra que?
-Pra gente conversar!
-Conversar o quê?
-Eu sei que você ficou chateado com o que eu disse pra minha mãe.Por favor me perdoa.
-Eu não to chateado.
-Sério?!Pois eu tenho achado que a qualquer momento você vai enfiar uma faca em mim.
Breno me abraçou forte.Puxou meu rosto e consegui me beijar...simplesmente deixei.
-Desculpa...eu sei que errei não ter contado mas...é tão dificil.
Apertei Breno e beijei sua cabeça.Ele estava aprendedo com os erros,não lhe viraria as costas agora.
-Breno,eu te amo muito...eu sei que é brega mas você é meu primeiro amor.Eu vou esperar o tempo que for.
Ficamos abraçado alguns segundos.Breno levanto u o rost e sorriu.
-Não vai esperar tanto assim...
Breno saiu correndo e parou na frente do corredor do quarto de sua mãe.Fiquei ao seu lado arfando confuso.
-Não precisa fazer isso.
-Preciso sim.
Começamos a caminhar devagar.Breno puxou minha mão e apertou sorrindo para mim.Entramos no quarto,a mãe de Breno estava sentada tomando o café da tarde.
-Oi filho!Trouxe seu amigo!
Breno a comprimentou sem-graça e sentou-se apertando-lhe a mão.
-Mãe,eu quero falar com vocêFELIZ NATAL!
Olá pessoal!
Desculpe a demora!
Final de ano sempre é um saco.Estive bem atarefado e ñ consegui escrever...
Como estou de férias,os contos devem ficar mais regulares...
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