Cheguei em casa e fui correndo pro banheiro e liguei o chuveiro com roupa e tudo. Esfregue a boca umas 100 vezes. E quase pirei.
Uma dor de cabeça orrivel. Eu comi o almoço e dormi a tarde toda.
Acordei já eram 18:00. Fiquei a noite toda pensando no que tinha acontecido. Eu sou um cara hetero! Nunca me envolvi com outro homem. Mas cada vez que eu lembrava do beijo..
Sua barba loira encostando na minha buchecha. O calor dos seus lábios e a minha perna tremendo. Tudo que eu lembrava alimentava um sentimento desconhecido dentro de mim.
Na manhã seguinte fui ao clube esclarecer melhor o acidente, como o Senhor Eleno pediu!
Ele sabia que eu voltaria lá. E com certeza também estava lá de propósito.
Era sábado e eu não iria trabalhar, só explicar tudo e voltar pra viajar para a casa dos meus pais no interior.
Senhor Eleno já estava sabendo de tudo, ele já tinha contado. Menos do beijo... E nos deichou à vontade, pra meu desespero.
- Como é que você está?
- Olha, vamos esquecer o que aconteceu na sua casa. (RESPONDI)
- Não podemos. Foi muito intenso.
- Como está essa perna?
- Vou ficar bem, amanhã eu tiro o gesso.
(CILÊCIO TOTAL)
- Eu preciso ir.
- Está fugindo? Pelo menos vamos conversar. Sei lá!
- Ok! Como você surgiu na frente do meu carro? Do nada?
- Eu estava mexendo no celular! Ouvido uma música perfeita. Da Claudia Leitte. Só não sei o nome!
- Dois caminhos! (RESPONDI) não parei o carro porque fui aumentar o volume dessa mesma música.
- Viu? Rsrsrs
(NÃO FALOU MAIS NADA, MAS SEU SORRISO MAFIOSO QUIZ DIZER: É O DESTINO)...
- Onde você mora?
- Na mesma rua que o meu pai mora.
- hum. Porque você me beijou? (NÃO PUDE EVITAR) porque fez aquilo? Mal me conhece.
Ele respondeu:
- Olha, nunca me envolvi com homem nenhum. Mas no dia do acidente eu senti seus braços tão fortes. Seu cheiro. E, no hospital, eu vi você, desesperado, tentado salvar a minha vida.
( ELE FICOU MAIS SÉRIO AINDA)
Não dormi aquele dia. Achei que nunca mais pudesse te ver novamente. E aquela música ficou em minha mente. Eu sonhei contigo. Mas não lembro direito.
- Isso não explica nada! (RESISTI)
preciso viajar agora. E, quando eu voltar, não me procure. Por favor. Não teremos nenhum envolvimento.
Quando eu ia me afastando pra ir pro banheiro ele falou baixinho:
- Nem Amigos?
Eu pensei em responder, mais continuei andando.
Fui no banheiro do clube e na saída ele me abordou. Me empurrando pra dentro de novo.
Ele tentou me beijar novamente, mas eu não deixei. Até que ele colocou meus braços em volta de sua cintura. E olhou nos meus olhos
- Viu como você fica quente quando a gente se toca? Isso não pode ser deixado pra lá como algo fútil.
- Eu não gosto de homem!!!!
- Mas de mim você gosta.
E me beijou, do nada.
O que foi aquilo? Minha perna treme, ele mordendo meu pescoço, eu passando a mão nas costas dele, e os pelos dele arrepiando. Ele levantou minha camisa e eu o beijando. E ele beijou meu peito e desceu pro umbigo e apertou forte com a mão o meu pau.
E algo em mim acordou novamente e o empurrei pra longe de mim.
- Você é tarado.
Saí maluco do banheiro vestindo a camisa. E corri pro carro e iniciei minha viagem para o interior.
Dirigi em uma velocidade baixa, estava atorduado e temia outro acidente.
Cheguei tremendo na casa dos meus pais. Uma hora depois. E eu disse que era só uma susto que tomei na estrada e que iria passar.
Estavam meu pai, minha mãe, minha irmã, dois tios e seus filhos. Era costume reunir a família no fim de semana.
Passei o Sábado, o Domingo. Sem reparar em nada. Tudo vivia na minha mente. O acidente, eu na casa dele, no clube, no Banheiro...
Iria enloquecer se não fosse Patrícia, uma antiga paquera, que chegou na casa. E sempre foi afim de mim e eu dela. Mais a distância separou nossa amizade, amor, tudo.
- Oi Marcelo. Você não imagina a saudade.
- Imagino sim...
Ela sorriu e eu me aproximei mais.
Coloquei a mão no quadril dela e logo estávamos aos beijos.
Sabíamos que era só uma diversão de fim de semana e não se separamos o domingo todo.
Na tarde fomos para o meu quarto e rolou um pouco de tudo. E, pela primeira vez, fizemos sexo anal. Wal.... Que delicia. Que tudo!
Foi uma tarde cheia de prazer e esqueci tudo o que tinha acontecido antes, com o Diego!
Mas, ela tinha que ir no comecinho da noite. E nos despedimos rapidinho.
Jantei com a família e fui pro quarto e, juro, não lembrava de nada! Clube, Diego, Acidente, nadinha.
E fui dormir. Acordei no meio da noite com sede e lembrei que não tinha escovado os dentes. Fui até a minha mochila retirando tudo, procurando a escova de destes, alguma coisa caiu embaixo da cama e caiu da minha mochila.
Acendi a luz e passei a mão embaixo da cama. E toquei em algo fino o quadrado. Puxei rapidamente e nem olhei. Estava tonto de sono. E levantando, caiu sobre os meus pés, dinheiro, documentos e olhei pra minha mão.
Caí de joelhos no chão.
Era a carteira do Diego que eu não devolvi! Tudo em mim tremeu.
Falei só:
- Uma desculpa pra encontra-lo novamente.
