O garoto da cafeteria XI

Um conto erótico de Renan
Categoria: Homossexual
Contém 2301 palavras
Data: 27/12/2012 01:06:43

Bom galera, como prometido aqui esta o conto. A Parte XI é uma especie de Resumão sobre tudo o que aconteceu, assim vocês terão apenas um mês (ou menos) de distancia entre os fatos ocorridos e a publicação, e não 4/5 meses, como eu estava fazendo. Espero que gostem e um Feliz Ano Novo a todos!

***

Depois de sair do apartamento do Nicholas aquele dia, voltei pra casa. Minha mãe estava surtando de preocupação, mas assim que disse que estava com ele, ela se acalmou. Eu estava feliz com meu namoro com ele, até que quatro dias depois o inevitável aconteceu:

-ELA NASCEU! - Ele gritava do outro lado da linha depois que eu atendi o celular. - Corre pra cá, eu quero que você seja o primeiro a conhecer ela!

Ele estava realmente feliz. Corri para o hospital, e assim que cheguei lá, o encontrei na recepção, com os olhos vermelhos de choro e sorrindo feito um bobo. Assim que me viu ele correu e me beijou, sem se importar com quem estava em volta.

-E ai? - Perguntei.

-Temos que esperar um pouco até a Amanda se recuperar e eles cuidarem dela. Daqui uns 20 minutos nós poderemos vê-la.

Esperamos pouco mais de meia-hora, mas assim que a enfermeira o chamou, ele sorriu mais do que nunca. Eu estava feliz por ele. Chegamos no quarto e lá estavam elas. Amanda com a garota no colo. Senti um arrepio na espinha enquanto entrava no quarto. Nicholas correu, deu um beijo na testa da Amanda e logo depois moveu toda sua atenção para mim. Ele a acariciava e sorria feito uma criança. Depois de um tempo ele a pegou no colo e veio para perto de mim.

-Ela não é linda? - Perguntou.

Ela realmente era. Tinha os olhos e a boca de Nicholas, mas o pouco cabelo era o mesmo da Amanda. Assim que me viu a criança sorriu. Sem motivo algum, ela esboçou o mesmo sorriso do pai. Não pude evitar sorrir de volta. Nicholas a ofereceu para eu segurar, mas não tive coragem. Alguns minutos depois uma enfermeira veio dizendo que precisava leva-la. Nicholas ficou visivelmente triste, mas aceitou. Beijou sua filha mais uma vez e a entregou para a mãe, que depois de chorar e beijar a garota, a entregou para a enfermeira. Nicholas puxou uma cadeira para perto de Amanda e começou a conversar com ela. A cena me machucou um pouco, mas sabia que era coisa da minha cabeça. Sai do quarto em silencio e fui para a cantina do hospital. Pedi um café e me sentei em uma das mesas. Fiquei ali por um longo tempo, olhando as pessoas, os médicos, os pacientes. Depois de quase uma hora Nicholas sentou ao meu lado.

-Esta tudo bem? - Ele perguntou segurando minha mão.

Fingi meu melhor sorriso e fiz que sim com a cabeça. Eu tinha medo de como seriam nossas vidas daqui pra frente. Eu não era mais o único que ele amaria, eu era o seu segundo plano. Assim que ele se sentou, começou a falar da menina. Eu prestava atenção em tudo o que ele dizia. Ele estava realmente feliz. E uma semana depois, veio nossa primeira e verdadeira briga.

-Então você não vai porque a Amanda vai estar lá? - Ele estava quase gritando.

-Não, não é só por isso. Eu só to cheio de Amanda e Alice o tempo todo!

-Ela é mãe minha filha!

-Mas não sua namorada! Eu to a mais de dois dias tentando conversar com você e você só sabe falar delas.

-Falar sobre o que? O Rolex novo que ganhou do papai?

-Não, sobre a porcaria da ideia de morar junto com você! - Gritei.

Ele parou por um momento, mas logo depois começou a rir.

-E quais são suas exigências? Quantos milhões deve valer o apartamento pra você se sentir em casa?

-Foda-se o preço! Ta vendo, pra você tudo se resume a nossas classes sociais! Que saco! Eu queria falar sobre ter a merda de um quarto pra sua filha.

-Não, você não queria. Você acabou de dizer que não aguenta mais saber dela! Quer saber, isso não vai dar certo! Fica ai com seu mundinho de filhinho de papai que eu volto pro meu mundo real.

-Você sabe que eu não gosto quando você me chama assim. - Tentei manter a calma.

-Não gosta porque sabe que é verdade. Você só pensa em você mesmo. É um mimadinho que não sabe ver os outros feliz.

Quase que instantaneamente senti um impulso mais forte do que eu, e quando percebi já tinha dando um tapa na cara dele. O barulho do tapa ficou no quarto, quebrando nosso silencio. Assim que o fiz, me arrependi. Eu queria pedir desculpas, mas não conseguia falar. A unica coisa que consegui fazer foi chorar. Quando olhei novamente para seu rosto ele estava me encarando, com os olhos cheios de lágrimas e um lado do rosto vermelho. Ele respirou fundo, olhou pra baixo e falou tão baixo que eu quase não ouvi.

-Acabou.

Eu o vi saindo pela porta do quarto sem poder fazer nada. Talvez no fundo eu não quisesse, mas as lagrimas corriam pelo meu rosto enquanto a pior dor do mundo tomava meu peito. Me encolhi na cama i fiquei ali por horas, chorando.

Mais ou menos duas semanas depois minha mãe entrou no meu quarto com uma bandeja, pela quinta vez no dia.

-Filho, tenta comer. Pelo menos um pouco. - Ela disse se sentando na cama.

-Não to com fome. - Falei tirando os fones de ouvido.

-Ele ligou de novo. Disse que precisa falar com você. - Ela disse acariciando minha cabeça.

-Não importa. - Falei seco ao me lembrar dele.

-Renan, eu estou preocupada. Desde que vocês terminaram você quase não come. E quando come, é pouco. Você esta ficando anêmico, e eu não vou deixar isso acontecer.

Apenas respirei fundo.

-O que aconteceu de tão grave pra vocês brigarem assim? - Ela perguntou, mas a ultima coisa que eu queria era reviver aquela briga. Eu já fazia isso de mais sozinho, não precisava compartilhar com ninguém. - Tudo bem. Você não quer falar. Mas ao menos coma. Olha que delicia essa sopa. - Ela assoprou a fumaça em minha direção.

Assim que inalei o delicioso cheiro senti minha barriga roncar e minha boca salivar. Eu não comia a um ou dois dias, e aquela sopa parecia realmente deliciosa. Mais que depressa me sentei e comecei a tomar a sopa que minha mãe me dava. De repente lembrei do Nicholas sentado na mesa da cozinha enquanto eu dava a sopa na boca dele, assim como minha mãe fazia comigo. Inevitavelmente as lagrimas correram pelo meu rosto, e eu voltei a chorar.

-Hey, o que foi? - Minha mãe perguntou.

Respirei fundo e contei a ela o motivo da nossa briga e do termino. Ela pareceu chocada, e não dizia muitas coisas.

Alguns dias depois, ele apareceu no meu quarto.

-Reh? - Ele me acordou.

Respirei fundo e senti seu perfume. No começo pensei que fosse um sonho, e instintivamente sorri, mas ele me chamou de novo e, assim que o vi, fiquei sério.

-O que você esta fazendo aqui? - Perguntei bravo.

-A gente precisa conversar. - Ele disse calmo.

-Não, não precisamos. Você deixou tudo bem claro. Acabou. Pode sair agora.

-Tudo bem, você não quer me ver, mas pode pelo menos parar de agir como uma criança mima... - Ele parou e respirou fundo. - Sua mãe me disse que você não tem comido direito. Apesar de tudo, eu não quero que você fique internado ou morra. Você pode, por favor, ir comer alguma coisa?

-Não estou com fome. - Falei seco.

-Não importa, você tem que comer. - Não respondi. - Posso pelo menos acender a luz e te ver? - Ele perguntou. A unica luz que vinha era a do corredor, que entrava pela porta, mas ainda assim o quarto estava bem escuro. Não respondi, mas ele se levantou e acendeu a luz. A claridade fez minha visão embaçar, mas depois de piscar algumas vezes, consegui enxergar melhor. - Mas que merda, Renan! Você esta pálido feito um fantasma! - Ele quase gritou.

Olhei do espelho do quarto para o meu reflexo. Eu realmente estava mais branco do que o normal e, de uma formar não muito bonita, mais magro.

-Que saco, levanta dessa cama, agora!

-Não quero levantar.

-Você vai levantar. Se for por bem a gente vai comer alguma coisa, se for por mal eu te levo daqui direto pro hospital!

Respirei fundo pois sabia que ele estava falando sério. Tirei as cobertas de cima de mim, relevando meu corpo quase nu, se não fosse pela cueca. Eu realmente estava magro de mais.

-Olha isso! Você precisa comer!! Que saco, eu não faço a minima ideia do que te dar. - Ele parecia desesperado.

De repente a imagem de uma pizza cheia de queijo apareceu na minha cabeça, que me fez salivar.

-Pizza. - Falei meio sem jeito.

Ele olhou pra mim desconfiado, mas percebi um leve sorriso atras de toda sua seriedade.

-Tudo bem, - Ele disse abrindo meu guarda roupas. - Coloque essas roupas e vamos pra alguma pizzaria.

Ele pegou uma calça, camiseta e chinelos e jogou tudo em cima da cama. Me ajudou a me vestir e saiu comigo quase correndo pra sair de casa. Assim que chegamos no portão ele tirou uma chave do bolso e logo depois o alarme de um C4 piscou.

-Eu não sabia que você tinha carro. - Tentei fazer uma piada, mas ele não riu.

-Não é meu, é do meu tio. Agora entra.

~~

Depois de comer 5 pedaços de pizza e quase 2 litros de refrigerante, até respirar fazia minha barriga doer.

-Que bom que você comeu. - Ele falou aliviado.

-Sim, obrigado.

-Reh, a gente pode conversar? - Olhei para mesa e fiquei em silencio. Ele entendeu como um sim. - Me desculpe. Na verdade eu te devo mais que desculpas. Eu estava de cabeça quente e falei mais do que deveria. Logo que eu sai de lá eu percebi que o único egoísta nessa historia toda fui eu. Eu queria algo de você que você não poderia suportar, e assim que você disse "não" eu não quis aceitar. Existe alguma chance de você me perdoar?

Assim que ele terminou de falar, levantei a cabeça e olhei pra ele. Aqueles olhos, aquela pele, aquela boca... Como não perdoar um Deus Grego?

-Eu é que te devo desculpas. Eu deveria entender que ela é a mãe da sua filha. Foi um ataque de ciume besta. E me desculpe pelo tapa. - Não pude evitar rir.

-Tudo bem, pelo menos tinha sua mão no meu rosto por um tempo. - Nós dois rimos.

Depois daquele dia tudo estava bem. Por insistência fui ao médico, mas ele disse que por pouco eu não entraria em um caso de anemia. Tive de tomar algumas pilulas por um tempo, mas nada de mais.

Agora, a vida do Nicholas se divida entre 3 coisas: Eu, sua filha e sua família. Os dias de semana eram da sua família, e os fins de semana eram meus e da Alice. Ela crescia rápido, e eu a tratava como uma filha também. Na verdade, Nicholas e eu a víamos como uma prévia do nosso futuro. No dia das crianças nós enchemos ela de presentes, alguns ela nem saberia o que era, mas ria feito uma princesa. Depois de um ou dois meses ela já não consegui mais ficar muito tempo longe de mim, e eu dela. No começo de dezembro ela já era e criança mais arteira do mundo, mesmo só tendo 4 meses. Sempre que podia pegava alguma coisa e jogava longe. Mordia tudo o que via pela frente e só ficava parada quando dormia.

Nicholas e eu quase não falávamos mais sobre a ideia de morar juntos, talvez por medo. Sempre que o assunto surgia seus olhos brilhavam, mas nós nunca passamos da imaginação. No dia 5 minha família decidiu passar o Reveillon na praia, e assim que eu soube, o convidei.

-Não sei. Não quero ficar longe da Alice. É o primeiro Reveillon dela. - Ele disse.

-Bom, como você e a Amanda não estão juntos, cada um tem direito a um feriado. Ela fica com o Natal, e você com o Reveillon.

-Eu não quero atrapalhar.

-Você não vai. Na verdade você vai ser minha salvação e a da minha mãe.

-Por que?

-Bom, meu irmão e a namorada dele também vão, e quando ele e o meu pai ficam juntos... Melhor sair de perto. Eu sempre passo mais tempo com minha mãe e a minha cunhada, mas ela sempre querem fazer compras, ou ir no salão de beleza. Com você e a Alice lá, vai ser perfeito.

-Tudo bem, vou falar com a Amanda e depois de ligo.

-Ok, beijos.

-Beijos.

Quase uma hora depois ele me ligou. Amanda tinha adorado a ideia, já que passaria a virada do ano com os amigos.

-A gente vai descer dia 27. - Expliquei.

-Tudo bem, falo pra Amanda deixar a Alice pronta.

-Ah, minha mãe te convidou pra passar o Natal conosco.

-Reh, não posso deixar minha família no Natal e no Ano Novo.

-Bom, ela disse que faz questão que sua família venha também. E você conhece minha mãe, quando ela coloca algo na cabeça, nada tira.

-Vou falar com minha mãe.

-Ok, assim eu aproveito e te entrego o seu presente de Natal. - Falei com uma voz sedutora.

-E o que seria? - A voz dele foi mais sexy que a minha.

-Não posso dizer. Mas tenho certeza que você vai agradecer o Papai Noel quando ver.

-Nem uma dica?

-Ah, pode-se dizer que vai ser o Natal mais sexy que você já teve.

-Mal posso esperar!

-Bom, tenho que ir. Até mais, Papai Noel.

Ele riu.

-Até mais, Mamãe Noel. Te amo.

-Também te amo.

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Comentários

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acabei de ler toda a série "o garoto da cafeteria" achei o máximo a história, os personagens são cativantes e o texto prende bastante o leitor, estou curioso pela continuação... (esta série sera feita em quantos capítulos?)

PS: obrigado por ler meu conto e também pela nota e o comentário.

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Pra mim essa história ainda está muito mal resolvida entre o Nicholas e o Rennan. Gostaria que esse relacionamento fosse um pouco mais maduro, que houvesse mais diálogo. Gostaria que tanto Rennan quanto Nicholas amadurecessem seus sentimentos, seu relacionamento e se reconquistassem. Eu no lugar de Rennan não perdoaria um briga, mesmo boba, tão fácil! Mas o conto é ótimo!

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Nuss, pensava que iria perder muitos capitulos depois do anterior, ainda bem que não aconteceu. Mas está maravilhosa a sua história, bjus.

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Nossa vai ser chato na questão dinheiro, acho que ele jamais deixaria você pagar ou comparar algo para ele U_U, isso sim é um problema. Seu caso se parece com o do Márcia do conto Recomeçar, atuar a Ex no mesmo espaço, pelo menos a Ex do Nicolas gosta de você e não que nada com ele. O bebê é o menor dos problemas, agora Nicolas ficar divido entre você e a Ex com filha, vai haver conflitos. Muito bom

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Ai muito fofo esses dois e essa bebezinha foda chegou na hora certa kkkkk

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Concordo com quem diz que o bebê não é um problema, a atenção dada a ele é que é difícil, mas é algo a se aceitar. Muito bom, 10.

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E bem complicado essas situaçoes que envolve a familia, e tipo ainda mais quando envolve dinheiro complica ainda mais.

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Awn q fofo, ainda bem q vcs se acertaram!

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nossa reh e muito forte ... sinceramente acho que eu nbao aguentaria nem a pal essa situação ... nota 10

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Se Renan continuar achando que você acha mais importante o dinheiro do que ele, isso sim pode ser o problema. A criança não atrapalha não, acredito que você já superou isso, está conseguindo viver harmoniosamente com Alice e Amanda e a família do Renan. Só quero saber o que vai acontecer quando seu pai descobrir sobre vocês e sobre esse misterioso presente sexy de natal... Hum.... Rsrs Posta já!

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a bebe nao é um problema só basta voce confiar em si mesmo ele, linda história voce formam um casal muito lindo e com essa doçura de criança com voces sera uma familia perfeita

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