Bem, como eu disse no último conto, o Léo viajou por alguns dias e eu fiquei sozinho em casa. Também disse que esses sete dias foram um tédio tremendo. Mas acho que vou contar uma coisa que aconteceu comigo entre esses sete dias.
No sábado de tarde, eu estava na internet e aquele Lucas me chamou de novo! Nem respondi, apenas bloqueei ele de uma vez. Eu não queria conversa com aquele mala.
Alguns minutos depois, uma amiga minha me chamou, ela era uma das meninas que tinha ido comigo na pizzaria no dia em que eu conheci o Léo. E pra minha surpresa, ela me convidou de novo pra ir na mesma pizzaria. Naquele dia de noite. Falei que ia pensar, e puxei outro assunto com ela. Ela se chamava Lana.
Felipe: Lana, você é melhor amiga do Lucas, né?
Lana: Sim, pq?
Felipe: Você pode falar pra ele parar de dar em cima de mim?
Lana: Ah... Fe, posso te contar uma coisa?
Felipe: O que?
Lana: Ele te procurou porque tá com esperanças. Ele disse que ouviu boatos de que você é gay.
Fiquei meio surpreso! Quem poderia sair falando que eu sou gay? Ninguém sabia, a não ser que alguém descobriu e estava espelhando por ai. Ou, talvez, nem mesmo a pessoa soubesse, e começou a falar sem motivo ou prova alguma.
Fiquei tanto tempo sem responder, que ela mandou de novo:
Lana: Isso é verdade?
Pensei bem antes de responder. Ela era uma das minhas melhores amigas, e talvez fosse uma boa ideia compartilhar isso com alguém.
Felipe: É, é verdade.
Lana: Eu imaginei. Mas, pode deixar, eu dou um jeito no Lucas. Mas eu chamei ele pra ir na pizzaria hoje.
Instintivamente esfreguei os olhos, eu fazia isso quando me deparava com uma situação indesejada.
Felipe: Tudo bem. Eu vou mesmo assim.
Lana: Ok, eu passo dai! Pode ser?
Felipe: Pode!
Bem, na verdade, eu não tinha ideia de que não seria uma boa ideia ir até a pizzaria naquela noite.
Quando chegou a hora, eu tomei banho, vesti uma roupa bem bonita, passei perfume, espetei o cabelo (que até que ficou da hora)... Enfim, caprichei, pra ficar bonito mesmo. Eu só não tinha nenhuma intenção por trás disso.
Mais tarde, a campainha tocou, eu estava no meu quarto, então deixei minha mãe ir atender. Em alguns segundos, a Lana estava entrando no meu quarto. Quando ela me viu, disse:
Lana: Nossa. Que gatão...
Dei uma risadinha e beijei-a no rosto. Já era um costume nosso, era algo de amigos.
Nem ficamos muito tempo no meu quarto, eu peguei meu celular e nós fomos. Nos despedimos da minha mãe, saímos na calçada e fomos andando devagar.
Felipe: E os outros? Vão direto pra lá?
Lana: Vão.
Felipe: Entendi.
Ela ficou o tempo todo sorrindo. Me olhando. Eu não disse nada.
Quando chegamos na pizzaria, que era perto de casa. Alguns amigos nossos já estavam lá, ocupando uma mesa. Nós nos sentamos junto, a Lana sentou bem ao meu lado, mas não pude evitar e fiquei sentado bem de frente com o Lucas. Às vezes ele ficava me olhando tão fixamente, que parecia que estava fazendo um jogo de sete erros.
Enfim, aos poucos, o resto dos amigos chegaram, e enfim nós pedimos as primeiras pizzas.
Com o tempo, o Lucas começou a abusar, esfregava o pé na minha perna embaixo da mesa, piscava quando eu olhava sério pra ele. E eu comecei a me irritar.
Até que a Lana começou a perceber, ela pegou o próprio celular, escreveu uma mensagem e em seguida meu celular vibrou. Eu olhei, era mensagem dela, que dizia: “Fe, eu pensei num jeito de fazer o Lucas te deixar em paz... mas não sei se você vai gostar da ideia”.
Eu imaginei o que vinha por ai. Eu nem imaginava que aquela mensagem ia me levar a algo pior depois mais tarde.
Respondi: O que?
Ela demorou um tempo, mas respondeu: Beija alguma menina na boca, na frente dele! Ele vai deixar de acreditar que você é gay.
Era algo assim que eu estava esperando. Respondi: Que menina? Eu não levo jeito com garotas, e não sei se to a fim disso...
Bom, nesse momento ela mandou a mensagem final, que ia desencadear os problemas.
Lana: “eu faço, se você quiser. Como amiga, é claro. Se aceitar, começa a puxar papo comigo, sussurrar perto de mim, só pra disfarçar, e beija quando quiser. Pode ser só um selinho”.
Eu não sabia se eu queria ou não. Eu queria dar um fim no Lucas, mas não queria beijar a Lana na boca. Eu tinha me esforçado tanto pra fazer o Matheus desistir de mim, justamente pra não trair o Léo, e agora eu teria que beijar uma menina pra fazer um menino desistir de mim? Que confuso.
Não respondi mais. Fiquei pensando por alguns minutos que pareceram muito tempo. Se eu beijasse, seria uma única vez, e afastaria o Lucas de uma vez por todas. Por outro lado, a história do meu beijo ia se espelhar muito rápido, e provavelmente o Léo ficaria sabendo também. Mas, talvez ele entendesse, se eu explicasse direito sobre o Lucas, e o motivo por trás do beijo. E eu deveria contar pra ele antes que ele soubesse pela boca de outros.
Comecei a ficar nervoso, eu pensava demais no Léo. E não queria que ele ficasse chateado comigo ou magoado. Muito menos se sentisse traído.
Pensei tanto, que tomei uma decisão. Eu daria um selinho apenas, e me explicaria pro Léo o quanto antes.
Só então eu me inclinei pro lado e comecei a conversar qualquer coisa com a Lana. Muitos na mesa já nos olharam. Um calafrio percorreu meu corpo.
Fiquei nervoso na hora, e nem lembro o que conversamos. Mas eu voltei a posição normal. Alguns segundos depois, ela se inclinou e falou comigo. Eu dei uma risadinha, e nossos rostos ficaram bem próximos, quase nos beijamos.
A atenção de muitos já estava presa em nós dois. Eu tinha certeza de que ia me arrepender daquilo. Mas fiz! Me inclinei, falei mais alguma coisa pra ela e dei um beijo, não um selinho, mas um belo beijo. Não sei explicar o que aconteceu comigo. Foi involuntário.
Quando nos afastamos, ainda fizemos um charminho do tipo: “Não quero parar”, e nos afastamos. Todos estavam nos olhando, e rapidamente disfarçaram e começaram a conversar. A expressão do Lucas era inexplicável.
Por outro lado, a culpa pesou no meu peito. E eu jurei que nunca mais faria algo do tipo.
Infelizmente, tinha um moleque junto com a gente que era desses sem noção, que brinca com tudo, e ele falou depois: “como é? Não tem outro beijaço daquele?”.
Minha vontade foi quebrar o prato na cabeça dele. Só que a Lana se inclinou sem me consultar, e me beijou. Não pude recusar, isso ia ficar estranho. Mas não dei um beijo tão demais igual o primeiro.
Aquele foi o último beijo que eu me lembro.
Me lembro que depois disso, alguns amigos começaram a pedir bebida alcóolica. Normalmente eu não bebo, mas sabem como é, né? Esses amigos insistem até que você comece a beber.
Comecei bebendo pouco, muito pouco, mas admito que fiquei com vergonha dos meus amigos e comecei a beber mais. Admito também que fui um completo idiota naquela noite. Nunca me arrependo tanto de ter saído de casa.
Comecei a beber e comer com eles. Perdi a noção da quantidade, perdi a noção de tudo.
Mal sabia que eu ia querer me matar quando voltasse à razão. Teria feito uma burrice tão grande, que eu ia querer fugir por aí, rs.
Pois é, pessoal. Podem me xingar nos comentários, eu sei que mereço, pois fui burro demais naquela noite.
Na manhã seguinte, eu acordei sem me tocar de que eu tinha bebido tanto a ponto de perder a razão no dia anterior.
Eu estava com sono, minha cabeça parecia que ia estourar.
De repente: pânico. Eu comecei a tremer e minha mente ficou em branco quando percebi o que eu tinha feito.
Eu estava abraçado com alguém, deitado de conchinha, totalmente pelado. Ok, eu não tinha matado uma pessoa, mas eu fiquei muito nervoso. Eu não sabia onde eu estava, e nem quem era a pessoa com quem eu estava abraçado.
Minha mente chegou a um ponto que eu saltei da cama. Fiquei em pé. Minhas mãos tremiam e minha cabeça latejou quando eu levantei de cama de uma vez.
De repente, uma voz sonolenta disse: O que aconteceu, Fe?
Era uma voz de menina, eu só vi um vulto de levantando da cama e acendeu a luz do nada.
Não era minha cama, e muito menos meu quarto. E a menina, era a Lana.
Eu já não controlava minhas mãos. Elas tremiam sem parar.
Felipe: Que horas são?
Lana: Fe, calma. Senta, você tá muito nervoso.
Ela estava só de calcinha e sutiã. Onde quer que estivéssemos, estávamos sozinhos, pois a porta estava aberta e a Lana saiu do quarto falando: Vou pegar um copo d’água.
Hoje eu me sinto um palhaço por ter entrado em pânico daquele jeito. Mas foi incontrolável na hora. Eu fiquei nervoso, não soube o que fazer.
Respirei fundo e olhei em volta. Minha roupa estava jogada no chão, minha cueca estava no braço da cadeira que estava virada pra cama. Provavelmente eu tinha sentado na cadeira pra Lana me chupar ou pra ver ela fazer um strip, kkkk.
Também tinha roupa dela pelo chão. A cama estava revirada, muito bagunçada. O quarto era grande, tinha uma cortina na janela, um guarda-roupas grande, parecia de casal, e até a cama era de casal.
Tinha uma mesa com um computador, de onde, provavelmente, eu tinha puxado a cadeira.
Tinha duas cômodas, uma de cada lado da cama, tinha um abajur em cada uma. Era a primeira vez que eu ia até aquele lugar, disso eu tinha certeza.
Vi meu celular perto do computador, peguei, haviam mais de 30 ligações perdidas, todas da minha mãe. Pensei: “Fudeu”.
A Lana entrou no quarto, me olhou dos pés à cabeça. E quando digo cabeça, é a cabeça de cima, kkkk. Eu ainda estava pelado, mas, considerando o que eu achava que tinha acontecido, aquilo era de mínima importância.
Lana: Acalmou? O que aconteceu?
Ela me entregou o copo com água e eu bebi antes de responder.
Felipe: A gente transou?
Lana: Sim, você não lembra?
Nessa hora eu levantei um pouco a voz, eu estava nervoso:
Felipe: Nãão, eu bebi muito, estava completamente bêbado, nunca tinha ficado bêbado na vida! Não lembro do que eu fiz!
Ela encolheu um pouco, parecia estar com medo de mim. Alguma coisa tocou meu coração, eu estava sendo agressivo com ela sem nem mesmo saber o que tinha acontecido exatamente.
Felipe: Desculpa, Lana. Eu fiquei nervoso...
Estendi os braços e abracei-a. Mas, nos separamos logo e eu continuei falando:
Felipe: Onde nós estamos?
Lana: Na minha casa.
Isso me aliviou, a casa dela era perto da minha. Olhei a hora, cinco e quinze da manhã.
Felipe: Cadê seus pais?
Lana: Não estão. Eles foram viajar, foi uma viagem romântica de reconciliação, me pediram pra ficar em casa. Eu só durmo aqui, mas passo o dia todo na casa da minha tia.
Fiquei um pouco em silêncio. E ela falou mais:
Lana: Fe, eu não te forcei. Foi iniciativa sua! Você não parecia bêbado! Parecia saber exatamente o que fazia. Eu te dei atenção e viemos parar aqui.
Felipe: Me conta o que aconteceu depois que eu comecei a beber na pizzaria.
Lana: Bom, depois do nosso segundo beijo você começou a beber com os moleques. Eu percebi que você bebeu muito, mas você não demonstrou ficar bêbado. No final pouco antes de irmos embora, você ainda me beijou de novo, sussurrou algumas coisas no meu ouvido, e eu respondia no seu. Você me induziu a uma conversa mais quente, passou a mão nas minhas pernas discretamente. Eu levei a sério, e como sempre achei você um gato, e cheguei até a te amar em segredo, eu topei.
Sim, era um problema, a garota aparentemente gostava de mim e eu tinha reagido daquela forma ao perceber que tinha transado com ela. Ela devia estar pensando que ela era o problema.
Puxei ela pra cama e sentamos um ao lado do outro.
Felipe: Eu reagi daquela forma, não por causa de você. Mas por causa do que eu fiz. Eu tenho compromisso com outra pessoa, e eu me preocupo demais com ela. O que me deixou em pânico, foi o fato de eu acordar em um lugar que eu não conheço, deitado numa cama, pelado, com uma pessoa que no início eu não sabia quem era. E além de tudo isso, escarar o fato de que eu trai essa pessoa que eu tenho compromisso.
Ela deu um sorrisinho e perguntou: Então, o problema não sou eu?
Felipe: Claro que não. Você é linda! E não teria problema nenhum eu transar com você se eu estivesse solteiro.
Ela ficou em silêncio, e eu achei melhor encarar um dos grandes problemas: minha mãe.
Peguei o celular e liguei pra ela. Ela atendeu desesperada: Filho, pelo amor de Deus, o que aconteceu? Onde você tá? Eu não dormi a noite inteira preocupada com você. Quase chamei a polícia...”
Só então eu tive chance de falar:
Felipe: Mãe, tá tudo bem. Eu bebi um pouco ontem, por influencia dos amigos e perdi a noção.
Valéria: E onde você tá agora?
Se eu falasse que estava na casa da Lana, provavelmente ia ter que explicar tudo, mas se eu dissesse na casa de um amigo, ela ia querer saber qual amigo, e talvez até querer falar com ele.
Felipe: Mãe, não se preocupe. Eu to na casa da Lana, os pais dela estão viajando. E eu vou pra casa quando amanhecer, e só então a gente conversa.
Valéria: Aconteceu alguma coisa grave?
Felipe: Nada grave. Mas tá tudo bem, a gente conversa depois, tá?
Valéria: Ok, filho. Graças a Deus tá tudo bem...
Felipe: Tá, mãe... Tchau.
Valéria: Tchau.
Lana: Ela se preocupou?
Felipe: Muito... Sabe como são as mães.
Lana: Sei.
Levantei da cama. Vesti apenas a cueca. Ela ficou me olhando o tempo todo. Quando sentei na cama de novo, eu falei:
Felipe: Que hora nós saímos da pizzaria?
Lana: Era mais de meia noite, não sei a hora exata. Sei tão entretida com você.
Felipe: Mas e aí? Nós viemos direto pra cá? Como decidimos onde ia ser?
Lana: Desde o começo você disse que não podia ser na sua casa. Você até que tinha um pouco de consciência. E como meus pais não estão em casa, na hora eu decidi te trazer pra cá.
Felipe: Eu fui grosso ou violento com você? Você pareceu ficar com muito medo quando eu falei mais alto.
Lana: Não. Você foi um perfeito cavalheiro. É que meus pais vivem brigando, meu pai sempre grita com minha mãe e muitas vezes eu vi ele batendo nela. Por isso eu fiquei com medo.
Felipe: Entendi. Por isso seus pais estão em uma viagem de reconciliação?
Lana: É! Eles brigaram feio recentemente. E quando minha mãe finalmente cria coragem pra enfrenta-lo, ele contorna a situação. Promete que vai mudar, fica todo carinhoso. E ela cai na conversa dele. Tão fazendo algum tipo de “Lua de mel”.
Por um momento eu fiquei com dó dela. Eu sabia exatamente como era aquilo. Meu pai era igual com minha mãe. Quando ficava nervoso, se tornava agressivo, estúpido. Minha mãe nunca procurou uma delegacia, mas quis separação!
Felipe: Eu entendo. Meu pai era igualzinho.
Lana: Por isso você foi tão carinhoso. Acho que tem tantos ressentimentos dele, que até bêbado quis ser diferente.
E deu uma risadinha. Eu não vi graça, mas também ri.
Lana: Eu pinguei remédio pra dor de cabeça na sua água. Desculpa não ter te consultado.
Felipe: Tudo bem! Obrigado por isso.
Ela segurou minha mão, eu achei melhor não evita-la por enquanto e segurei a mão dela. Nos entreolhamos e eu vi um sorriso carinhoso no rosto dela.
Dei risada e falei: Já sei que fui carinhoso, mas como eu fui na cama?
Ela ficou vermelha ao extremo.
Felipe: Então, fui mal?
Ela fez que não com a cabeça.
Felipe: Fui bem?
Ela fez que sim e falou: muito bem. Você sabe me satisfazer. Fez isso nas duas vezes?
Felipe: Transamos duas vezes?
Lana: Acho que pode-se dizer que sim.
Felipe: Você acha?
Lana: Acho. É que você gozou uma vez, mas quase no mesmo instante, como vou dizer, continuou a fazer a que estava fazendo antes.
Ela não parecia ser muito experiente.
Felipe: Foi sua primeira vez?
Lana: Não. Eu já tinha feito algumas vezes antes. Mas você foi o melhor, tive garotos que gozaram tão rápido que eu me pergunto se foi sexo mesmo. Pena que você é gay. Digo, nada contra os gays.
Felipe: Eu entendi o que quis dizer, e eu sou bi.
Lana: Então, eu consigo mais uma vez com você?
Felipe: Só se meu namorado terminar comigo.
Lana: Ah, certo.
Felipe: Não gozei rápido?
Lana: Não.
Esfreguei os olhos. Eu já tinha me acalmado. Eu teria problemas com o Léo, é verdade, mas nada do que eu fizesse ia apagar o que eu fiz com a Lana. Por isso mantive a calma.
Felipe: Melhor dormirmos de novo. Mesmo que por pouco tempo.
Lana: Certo.
Ela levantou da cama, acendeu um abajur e apagou a luz de cima. Eu me deitei de novo na cama, estava só de cueca, mas nem liguei.
Ela se deitou em seguida, e veio direto, apoiou a cabeça no meu peito. Eu não tive coragem de pedir pra ela sair. Por isso acabei deixando, e dormi de novo.
Acordei com a Lana se levantando da cama. Dava pra ver a claridade do sol na janela.
Lana: Bom dia, Fe.
Felipe: Bom dia, Lana.
Me levantei, deu um beijo no rosto dela.
Felipe: Eu te ajudo a arrumar seu quarto antes de ir embora.
Lana: Esse não é meu quarto. É o quarto dos meus pais.
Fiquei de boca aberta.
Felipe: Transamos na cama dos seus pais?
Lana: Sim. Desculpa, eu não te contei isso antes. Mas pode deixar que eu arrumo. Mas vem tomar café, pelo menos isso, por favor!
Felipe: Ok.
Ela sorriu, segurou minha mão e me puxou pra cozinha, eu nem tive tempo de vestir a bermuda.
Ela ainda estava de sutiã e calcinha e eu de cueca, parecíamos realmente um casal.
Ela foi pegando várias coisas da prateleira e colocando sobre a mesa, tanta coisa que eu tive que segura-la pelos braços e dizer: “Já está ótimo, Lana, obrigado”. Me afastei quando percebi nossa posição. Eu estava bem atrás dela, quase colado, meu pau estava a poucos centímetros de encostar nela. Me afastei e nós dois sentamos juntos na mesa. Tomamos café juntos, conversamos mais. Eu queria saber detalhes, de como foi, oque fizemos, como fizemos. Mas achei que aquelas não eram boas perguntas pra fazer. Eu já não sabia o que dizer pra ela.
Ela ficou o tempo todo me olhando, sorrindo, conversando e falando várias coisas.
Ela era linda e atraente, mas, eu não trocaria pelo Léo. A não ser que eu estivesse bêbado, kkkkk.
Depois de tomarmos café, eu quis ajudar a lavar a louça, mas ela não deixou. Ela me levou de volta ao quarto.
Só depois que ela abriu a janela eu vi as “marcas”, rs. Dava pra ver manchas de esperma no lençol da cama, e tinha uma calcinha no chão que eu não tenho certeza, mas parecia estar meio molhada. Eu já me lembrava de certas coisas como nós chegando na casa dela, lembro que o clima estava bem quente mesmo. E um ou outro detalhe do sexo.
Felipe: Tem certeza que você não quer que eu fique pra te ajudar a organizar tudo?
A Lana chegou bem perto, pois as mãos nos meus braços e me olhou nos olhos.
Lana: Você é gentil. Eu daria tudo pra ter um homem como você na minha vida. Se um dia ficar solteiro, promete que me procura?
Felipe: Prometo.
Lana: Que bom... Eu não preciso, pode ir pra casa se quiser. Você disse pra sua mãe que estaria lá de manhã. E pelo jeito você ainda tem coisas a resolver.
Felipe: É, algumas coisas.
Lana: Se veste e vai. A gente conversa depois.
Felipe: Tá.
Cacei toda minha roupa pelo quarto e vesti tudo. Tentei arrumar o cabelo que estava todo bagunçado, ficou mais ou menos.
Dei um beijo de despedida na Lana e fui pra casa.
Em casa, não teve jeito, contei toda a verdade pra minha mãe. Que me repreendeu com toda aquela conversa de responsabilidade e blá blá blá.
Mas, no final, ela disse algo que me deixou preocupado.
Valéria: Eu fico contente por você ter feito com uma menina, filho, mas tem todos os problemas que eu acabei de dizer. E eu também te disse pra não magoar o Léo! Já imaginou como ele vai se sentir quando souber que você aprontou isso enquanto ele viajava?
Felipe: Nada bem, eu sei.
E não se sentiu mesmo. Fiquei muito nervoso no dia que o Léo prometeu ir em casa. Ele sabia que eu tinha algo pra contar, mas ele não sabia o que era.
Quando ele chegou, foi muita felicidade. Ele me beijou, eu abracei-o pela cintura e ergui ele do chão. Mas, a casa beijo que eu dava nele, o peso da culpa aumentava.
Ele disse que ficou com saudades e tivemos uma boa conversa sobre a viagem dele. Eu perguntei várias coisas, quis saber dos detalhes e tudo mais. Parecíamos incapazes de nos separar. O tempo todo de mão dada ou abraçados.
Mas, quando ele terminou de contar tudo da viagem, e depois de alguns segundos de silêncio. Ele perguntou:
Léo: Mas, o que você queria me contar?
Nessa hora o peso aumentou dez vezes.
Estávamos em pé, abraçados. Eu sentei ele em um sofá, e me sentei no outro.
Felipe: Léo, tenho muita coisa pra te contar.
Fim dessa parte. Já ficou grande demais. Eu publico minha conversa com o Léo amanhã ou sábado, se eu tiver tempo pra escrever amanhã durante o dia, eu publico de noite.
Eu sei, eu sei, foi uma irresponsabilidade da minha parte. To pronto pra ouvir qualquer coisa de vocês. Mas peço desculpas a todos por essas atitudes. E tudo o que tenho a dizer é, esperem os próximos contos.
Até mais!