A aula continuou normalmente, era impossível trocar sequer uma palavra com Felipe já que o professor não tirava os olhos de mim, sinceramente eu tinha a impressão de que a qualquer momento ele iria me dar um tiro, ele me fuzilava com o olhar, nunca vi um professor ter tanto ódio de mim como ele tinha, e para a minha infelicidade iriam ser duas aulas seguidas dele ¬¬ haja paciência pra suportar ele falando 2 horas seguidas, resumindo, acabei dormindo e ouvindo outros gritos dele
Prof. Edson: ohh garoto? Você possui uma cama em sua casa?
Danilo: sim senhor! Tenho noites maravilhosas de sono! Já não sei se o senhor pode dizer o mesmo, pois parece que o senhor não dorme há dias e essa deve ser a razão pra esse seu mau humor e essa sua cara fechada, tratando todos de forma rude e ignorante por simplesmente ser o professor substituto e não ter o prestigio que os outros professores conseguem! Um fracasso como professor, uma merda de ser humano, sempre se achou melhor que os outros dentro dessa escola sendo que começou a trabalhar aqui como faxineiro do banheiro masculino, ou o senhor acha que eu não sei da sua evolução dentro desse inferno que todos acham que é um lugar educativo, olha só, todos morrendo de tédio, tem gente até babando, o Flavio mesmo coitado, todos os dias ele baba litros dormindo sobre a cadeira, e o engraçado é que o senhor só sabe ver a mim, a mariana cospe na água do filtro onde o senhor enche a sua garrafa todos os dias, e se não fosse o Guilherme já teriam te envenenado há muito tempo! Você acha que o mundo gira ao seu redor! Pronto falei tudo o que estava engasgado na minha garganta e se o senhor não gostou do o que eu falei nem queira saber o que eu pensei e o que estou planejando fazer se eu tiver uma oportunidade!
Prof. Edson: trate de... Ele iria continuar o seu discurso irritante quando o sinal do intervalo tocou
Prof. Edson: quero as maquetes prontas para a semana que vem! A e Sr. Danilo me acompanhe! Vamos resolver seu problema de uma só vez!
Levantei relutante com uma cara de morto e o acompanhei pelos corredores da escola enquanto ele fazia questão de me dar lições de moral em meio a multidão de alunos que saiam das salas, até que chegamos a sala da diretora
Prof. Edson: fique aqui! Ele ordenou entrando na sala
Fiquei esperando sentado em um banco ao lado da porta, quando sinto uma mão tocar no meu ombro
Felipe: nossa esse professor te odeia!
Danilo: jura? Não me diga ¬¬ daqui a pouco eu vou ter que enfrentar ele e a bendita da diretora juntos!
Felipe: é meu primeiro dia, mais já vi o bastante pra perceber que você vai precisar de sorte com esses dois!
Danilo: já estou acostumado! Ainda mais com o Edson... Fui interrompido pelo professor abrindo a porta e me mandando entrar
Nunca vi um ambiente tão ruim quanto aquele, uma sala praticamente escura, muito fria por conta do ar condicionado e uma mesa grande onde a estranha da diretora estava inclinada com os seus óculos lendo alguns papéis, até que ela levantou o olhar
Diretora: não tenho muito a dizer, estou cansada de ouvir reclamações de atrasos, conversas fora de hora, desculpinhas esfarrapadas das quais tenho que assinar me responsabilizando, assim como todos nessa escola, você sabe que nós seguimos uma regra rígida para estarmos entre as melhores escolas do estado, e não iremos nos atrasar por conta de um verme de sua espécie, já comuniquei a sua mãe e a sua transferência esta sendo feita para uma escola estadual em um bairro próximo! Vou cuidar para que os seus novos instrutores saibam com o que estão lidando! Se prepare vá arrumar o seu material, esvazie o seu armário e desfaça as matriculas de extra aprendizado você começa a partir de amanhã na sua nova escola
Danilo: mas diret...
Diretora: sem argumentos, suportei a sua pedra por muito tempo! Nunca conseguiu se igualar ao nível da escola e por isso estará fazendo esse vinculo com o governo do estado!
Eu estava revoltado com tudo aquilo, como ela podia simplesmente me transferir? Sei que razões eram o que não faltava, aquela escola fazia parte de uma linha de escolas particulares das quais eu já fui transferido de todas por “não me adequar ao nível do aprendizado dos demais alunos”, mais mesmo assim isso era uma injustiça como ela podia fazer tal coisa? E minha mãe? Com certeza ela deve ter apoiado a diretora como sempre, o professor me olhava do canto da sala com um sorriso estampado no rosto como se finalmente tivesse conseguido se livrar de mim.
Sai da sala me corroendo de raiva e ameaçava escorrer algumas lagrimas dos olhos, e la estava Felipe que levantou do banco e veio em minha direção
Felipe: esta tudo bem? O que aconteceu la dentro?
Danilo: nada, ah e boa sorte! Não caia da burrada de dizer o que pensa nessa merda de escola! Falei em um tom alto para que a diretora que olhava de dentro de sua sala com uma olhar demoníaco ouvisse
Felipe: espera Danilo! Me explica o que aconteceu!
Danilo: não tem muito que explicar, eu fui transferido!
Felipe: por causa daquela besteira na sala com o professor?
Danilo: aqui dentro dessa escola isso não é besteira, e isso ta acontecendo porque eles passaram um bom tempo acumulando razões pra se livrar de uma vez só de mim!
Felipe: você foi transferido pra onde?
Entreguei um papel que a diretora havia me entregado e que eu não fiz questão de ler, mais já sabia bem o que havia escrito, pois já tinha recebido vários daqueles nas outras escolas, eles possuíam as informações como o nome da escola pra qual eu fui transferido, o meu nome, meu RA e etc.
Felipe: você vai pra minha antiga escola!
Danilo: estou pouco preocupado de pra onde eu vou, desde que eu saia de perto dessa lombriga que se acha a presidente da republica!
Felipe: não se preocupe! Você vai gostar de la! É um lugar que se pode chamar de “animado” ele falou fazendo aspas com os dedos
Danilo: como assim?
Felipe: você já esteve em uma escola publica?
Danilo: não...
Felipe: é totalmente diferente desse Carandiru aqui! É muito mais animado, alem de acontecer coisas que até Deus duvida!
Danilo: então porque saiu de la?
Felipe: meu pai que quis, não foi uma escolha minha...
Danilo: hum... pois é foi um prazer te conhecer Felipe! E boa sorte nesse inferno! Me passa o seu numero, vai ser a única forma de mantermos contanto!
Trocamos os nossos números e eu fui a sala pra me despedir das poucas pessoas que eu conseguia conversar, e depois fui pra casa me preparando pra ouvir o sermão da minha mãe, mais por parte por mais que tenha acontecido tudo muito rápido estava tudo indo muito bem finalmente eu me livrei daquele buraco de escola!
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Bom ainda tem muita coisa pra acontecer nesse conto... mais peço a paciência de vocês pois estou trabalhando e sobra pouco tempo pra escrever...
Enquanto ao conto (a minha vida ao lado de Pedro) eu resolvi cancelar, meu namoro com o Pedro acabou, eu morava com um primo meu e ele acabou descobrindo que eu era gay e que namorava outro cara, e contou para os meus pais, meu pai me colocou pra fora e eu tive que ir passar um tempo em Brasília, pois estava sem ter pra onde ir, eu e o Pedro resolvemos continuar namorando a distancia, mais eu ainda o amava e achava uma injustiça prender um cara como ele lindo e que tem de tudo pra aproveitar a vida preso à um amor a distância, então resolvi terminar, depois de alguns dias por conta de algumas razões acabei percebendo que eu ainda amava o Pedro e ele deixou claro que iria me esperar, e acabei conseguindo a casa de uma amiga aqui no Guarujá como “lar temporário” e voltei com o Pedro, mais percebi que ele estava diferente rude, frio e me tratava secamente, eu me culpava por achar que tinha sido por minha parte o erro, até saber que ele estava me traindo com uma vadiasinha de quinta, o que eu considerava amor virou ódio e eu tomei a decisão de cancelar o conto porque pra mim dói descrever um amor que não existe mais, peço a compreensão de todos e também peço desculpas!