Boa noite pessoal, esta super corrido pra postar aqui, mas como prometi e me compremeti, vou postar com frequência.
Geo, por enquanto a história esta mais focada no amor, sexo e conflitos dos dois, mas logo vira armações, intrigas, aquelas coisas de novela, hehe. Mo, muito interessante sua história, acho que com 1 hora de papo com você, da pra escrever muitas histórias, seus comentários são sempre ricos. Foguinho, você tem toda razão, o pai de Fernando apenas teme o desconhecido. Bom espero que curtam mais esse capítulo.
=======
João – Por favor seu Jair, não faça isso.
Jair levantou a mão com a cinta disposto a acertar João mas foi impedido por Fernando, que segurou seus braços no alto, olhando no olho do seu pai, que transmitia uma raiva assustadora.
Fernando – Não ouse tocar num fio de cabelo dele.
====
Capítulo 23
Fernando e Jair olhavam fundo, um no olho do outro. Fernando ainda segurava os braços do pai no alto, junto aquela cinta.
Jair – Você vai desafiar seu próprio pai? Vai usa r a força contra seu próprio pai, por causa desse daí?
Fernando estava sem camisa, já começa a suar, e com a voz embargada pelo choro que queria sair, tentava falar, engolindo o choro com muito esforço, derrubando algumas lágrimas.
Fernando – Pai, por favor, largue essa cinta.
Jair – Responda, é isso mesmo, você esta indo contra sua família?
Fernando – Pai eu amo ele. Não conseguiu mais segurar o choro e caiu em lágrimas, junto com os braços de seu pai, que cedeu a força do filho e abaixou as mãos com aquela cinta que tinha marcado as costas do filho.
João sentia seu coração partir em ver seu amor naquele estado, tão forte fisicamente, mas frágil diante do seu pai. Pensou fazer algo, mas qualquer gesto de carinho e afeto que demonstrasse para com seu amor, só seria entendido por Jair como motivo para aumentar aquela briga.
Jair apenas abaixou a cabeça com um ar de profundo desgosto e decepção, como se algo muito grave tivesse acontecido com seu filho.
Nesse momento chega Bete e Felipe.
Bete – O que esta acontecendo aqui? La debaixo da pra escutar essa gritaria.
Felipe olhava João acuado no canto e seu irmão sem camisa, com uma marca vermelha nas costas, derrubando algumas lágrimas. Nas mãos de seu pai ainda estava a cinta.
Jair – Pergunte ao seu filho o que aconteceu, alias, aos seus filhos.
Bete – Fernando, o que esta acontecendo? Perguntava olhando ao mesmo tempo para Felipe.
Jair – Eu peguei esses dois se agarrando, aqui em cima dessa cama, dentro da nossa casa. O bairro inteiro já fala dos dois, alias todo mundo já fala dos dois, até fotos andaram tirando.
Bete – Não, isso não é verdade, não..
Jair – Eu vi, ninguém me contou não, o nosso filho.
Bete – Olhou para Fernando que até então estava encolhido de cabeça baixa.
Fernando sempre foi um cara sério, seguro, mas nunca tinha pensando que passaria por uma situação como aquela, nunca se preparou para algo assim. Naquele momento o olhar de sua mãe era repreensão, exigindo uma explicação.
Fernando, apesar da situação complicada que estava, não fugiu a sua personalidade, já era hora de colocar tudo a pratos limpos. Pegou a mão esquerda de João e olhou nos olhos de seus pais.
Fernando – Eu e o João estamos juntos sim, eu o amo e ele me ama. Eu sinto decepcionar vocês mas não há nada que ninguém possa fazer para mudar isso, estamos juntos e iremos continuar juntos, seja qual for a opinião de vocês ou qualquer outra pessoa.
Bete – Não meu filho, não diga isso, você só esta confuso, é uma fase.
Fernando – Não mãe, nunca estive tão certo na minha vida como estou agora, já sou um homem, adulto, sei o que quero pra mim.
Jair - Homem? Soltou um riso irônico.
Fernando – Sim, meu pai, sou um homem e amo outro homem, não entendo o porquê isso pode tanto ferir alguém, ainda mais meus próprios pais, que deveriam estar felizes por saberem que seu filho esta feliz.
Jair – Pra mim já deu. Disse saindo do quarto.
João – Fernando eu vou embora.
Fernando – Eu vou te levar.
Bete – Não, você não vai sair dessa casa com esse rapaz meu filho. O que Você fez com meu filho seu.. seu..
Fernando – Mãe, por favor, depois que tudo que falei, a Srª acha que tem mais alguma coisa pra discutir? Eu amo o João.
Bete já estava sentada chorando, não aceitando os argumentos do filho. Fernando tentou toca-la mas ela recusou seu toque.
Fernando vestiu uma camisa e saiu de casa com João.
João preparava o jantar dos dois enquanto Fernando estava deitado na cama, assistindo TV, mas com o olhar triste e distante.
Embora não fosse sua família, João conseguia sentir exatamente seu namorado sentia, pois a reação de sua família seria 10 vezes pior, caso fosse com você.
João – Já tomou banho meu amor? Estou terminando e já te chamo pra comer, ta bem?
Fernando – Já tomei, mas to sem fome, não se preocupe.
João foi até Fernando, o abraçou, fazendo carinho em sua cabeça, e deitando seu corpo parcialmente em seu colo.
João – Eu sei que você esta triste, mas agora é minha vez de cuidar de você, esta bem? Fernando apenas deu um sorriso tímido, ele queria chorar, mas não gostava de demonstrar fraqueza diante de João.
Enquanto isso na sua casa, ninguém falava nada, o silencio imperava naquela noite. Jair depois que saiu da discussão foi para seu quarto, não queria que ninguém o visse, mas desabou num choro silencioso, amava demais seu filho e saber daquela verdade era como se tivesse perdido seu filho em vida.
Felipe ainda tentou conversar com sua mãe, mas foi repreendido por ela, por ter acobertado toda essa história. Tanto Bete como Jair, sempre foram pessoas abertas e tinham um dialogo franco com os filhos desde a infância e como Fernando sempre teve uma postura de heterossexual, aceitar essa mudança era mais complicado do que eles imaginavam.
Jair – Cadê seu filho?
Bete – Ele foi levar aquele rapaz embora.
Jair – Todos os vizinhos já devem saber de tudo isso, que vergonha meu Deus. Eu ainda vou conversar com ele e..
Bete – Chega homem, você não vai fazer mais nada.
Jair – Você vai aceitar isso de braços cruzados?
Bete – Meu bem, aceite a realidade, não a o que fazer.
Jair – Você fala como se já tivesse conformada, só falta agora você fazer um jantar e oficializar o namoro desses dois, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Bete – Também não aceito isso, mas é meu filho, eu o amo, eu não sei o que vou fazer, mas uma coisa é fato, o Fernando e meu filho querido e eu o amo muito.
Bete – Lembro como se fosse hoje, quando a enfermeira o trouxe do berçário e o colocou em seus braços, você disse que era o homem mais feliz do mundo e ficou conversando com ele como se também fosse uma criança. Não sei até que ponto aquele amor que você tinha por ele, ainda existe, mas é meu filho Jair e nele você nunca mais vai encostar um dedo.
Jair apenas ouvia em silencio, foi até o banheiro e voltou a chorar.
Jair – Meu menino, espero que um dia me desculpe. Apesar de estar arrependido, quando lembrava da figura de João, voltava a sentir raiva, era difícil admitir ter um filho homossexual.
João e Fernando já tinham se alimentado, Fernando apenas tocou na comida de leve, mais mesmo para não chatear João, pois não sentia a menor fome.
João estava sentando na cama, apoiado por alguns travesseiros e Fernando estava deitado com a cabeça em sua barriga, apenas de cueca e regata. João fazia carinho em seu namorado, até que passou a mão pelas costa dele, levantou um pouco a camisa e viu a marca vermelha em suas costas. A marca da agressão de Jair, tocando de leve.
João – Esta doendo muito?
Fernando – Sim, mas aqui dentro. Disse levando a mão até o peito.
João – Meu amor, nós sabíamos que isso iria acontecer uma hora, não esperávamos que seria nessa intensidade, mas sabíamos que não seria fácil.
João – Você não tem idéia de como queria estar no seu lugar, tirar esse sofrimento do seu peito e pegar tudo pra mim. Me parte o coração te ver assim.
Fernando já chorava, soluçando, molhando toda barriga de João.
João puxou o corpo do namorado, encostando a cabeça em seu peito, alisando o cabale de Fernando, enquanto esse começava a se acalmar.
Fernando – João, apesar de tudo, amo minha família, não quero perdê-los.
João – Não pense nisso agora meu amor.
Ficaram assim, deitados, até que finalmente Fernando adormeceu, nos braços de João.
Acordarem cedo, cada um foi para seu trabalho. João ficou feliz ao ver que seu amor estava já melhor, mas durante a noite ficou enchendo sua cabeça com bobagens, que só foram aumentando, precisava tomar uma decisão.
Jair – Seu filho dormiu fora?
Bete – Sim.
Jair – Acho bom ele tomar jeito, porque essa casa não é hotel, que entra e sai na hora que bem entender.
Felipe – Po, pega leve né pai.
Jair – Pegar leve? Sempre fui um pai liberal, que deixou vocês fazer o que queriam, mas essa é a paga que eu to recebendo. Agora as cosias irão mudar nessa casa.
Fernando almoçava com Mauricio, contou tudo o que tinha ocorrido e falou sobre o temor de encarar sua família novamente na volta pra casa.
Maurício – Fernando, responda com sinceridade, você acredito mesmo que esse lance com o João é sério?
Maurício – Cara, pensa bem, você vai enfrentar sua família e o mundo, por causa desse “amor”? E se tudo for só algo de momento, algo passageiro, só uma curtição?
João – Maurício, eu não tenho duvidas quanto ao sentimento que sinto por João, chega até doer, em pensar que um dia eu não estarei ao lado dele.
Mauricio – Mas se por uma besteira de uma foto, deu todo esse rolo, imagina quando vocês dois resolverem assumir de vez?
Fernando – Como você sabe que foi por causa da foto?
Maurício – Acho que você me disse sobre essa foto, apenas deduzi que foi por causa disso. Explicou-se.
Maurício - Fernando, mas uma hora alguém colocara uma condição pra você. Você terá que escolher entre sua família e esse amor. E ai, o que você fará?
Fernando ficou quieto, apenas analisava as palavras de Maurício.
Fernando foi para casa, pensou em dormir mais uma vez na casa de João ou até mesmo na casa de Maurício, mas tinha que enfrentar sua família.
Chegou em casa, entrou sem ser visto, foi até seu quarto, tomou um banho e ao descer para a sala, seu pai o esperava.
Jair – Precisamos ter uma conversa.
No mesmo instante João conversava com Cíntia sobre o ocorrido.
Cíntia – Agora é hora de vocês dois ficarem mais unidos do que nunca.
João – Eu sei Cíntia, não pense que estou me acovardando, mas conheço muito bem o Fernando, essa noite vi como ele sofreu, ele não me contou mas eu via nos olhos dele. Aquela família é o amor da vida dele, ele ama sua mãe, seu pai, morre de paixão por aquele irmão. Não justo com ele eu me colocar no meio de tudo isso.
Cíntia – João, do que você esta falando. Olhou preocupada para João.
João – Pensei muito, não posso ser egoísta pensar só em mim, amo ele demais pra vê-lo sofrer.
João – Pensei muito mesmo e tomei uma decisão. Vou me afastar do Fernando.
Continua
