Eu Encontrei Você (Num Lugar Sem Esperança) - Cap. 13

Um conto erótico de Th£o
Categoria: Homossexual
Contém 1452 palavras
Data: 05/12/2012 18:57:23

- Você falou com aquele ladrão Lippo?! Falou?! – pergunta ela, jogando brutamente a bolsa na cadeira.

Minha mãe está berrando assustadoramente. Nunca a vi daquele jeito, num grau acima da fúria.

- Responde menino! Responde! – diz, partindo como uma tigresa pra cima de mim. Sua mão se levanta e bate em mim rapidamente, quase no ombro. Um estalo gigante. Vinícius se levanta e tenta contê-la. Lágrimas se formam em meus olhos.

- Calma mãe... calma! Eu falei com ele... ele só me pediu desculpas... só isso! – digo, gaguejando de medo. Sua expressão é uma mistura de horror e decepção.

- Desculpas?! Pff... o que mais?! Vocês viraram amigos?! Ele vem almoçar aqui em casa amanhã?! Me poupe Lippo... às vezes você é idiota que nem o seu pai! Me larga Vinícius... você também mentiu pra mim! – diz ela, empurrando Vinícius contra o sofá. A raiva no seu rosto está sumindo aos poucos, o que não faz a tensão entre mim e ela diminuir. Suas palavras socam meus ouvidos e quando percebo, as lágrimas caem, sem eu sentir. – você me decepcionou Lippo... mais uma vez! – diz ela, indo em direção ao seu quarto, voltando segundos depois com algum tipo de pacote e saindo em seguida.

“Saio de um problema e entro em outro com a dificuldade sendo multiplicada por 100.” Sem falar nada, vou para o meu quarto. Meu ombro está em chamas. Ouço Vinícius me escoltando, em silêncio. Não há nada para ser dito. Meu coração volta ao seu ritmo normal a cada momento... respiro fundo. Deito na cama. As lágrimas caem ferozmente. Não estou soluçando, nem fazendo qualquer tipo de lamentação, simplesmente elas caem, eu deixo. É natural, não é?! Vinícius está parado à minha frente sem saber o que fazer. Está me fitando, procurando alguma palavra de consolo. Nós nunca nos vimos chorar. Curioso. Inteligentemente, ele deita no canto da cama e começa a acariciar as minhas pernas. “Ele me entende e eu nunca percebi”. Em seguida, ele desliza pro outro lado da cama, deitando ao meu lado. Estamos calados e assim ficamos por um tempo. Ele está muito próximo e isso faz com que eu me acalme. De repente, ele passa o braço por cima de mim, abraçando-me. Paro de chorar instantaneamente. O calor de seu corpo afaga... acalenta... traz paz. Ele roça o nariz na minha nuca, fazendo com que eu sinta a sua respiração quente. Suas pernas se entrelaçam nas minhas e quando vejo estamos assim... unidos.

- Fica calmo... vai ficar tudo bem! – diz ele, sussurrando em meus ouvidos. Não posso deixar de notar que sua voz no meu ouvido me causa arrepios. “Ele teve que ficar calmo e seguro para me passar tranquilidade”, penso. Assinto balançando a cabeça. – você precisa comer alguma coisa Lippo, ainda não almoçou... – diz ele, acariciando meu cabelo. Esforço-me para responder.

- Depois a gente come, vamos ficar aqui! – respondo, repreendendo-me por estar agindo como uma criança manhosa.

- Tudo bem.

Ficamos assim por um tempo... um abraçando o outro... trocando energias... compartilhando paz. Adormecemos.

***

- Lippo! Lippo! Acorda! Você tem que ir trabalhar!

Vinícius está me chacoalhando como um brinquedo inflável.

- Hã... que horas são?! – pergunto, sem saber se consegui pronunciar alguma palavra ou não.

- 13:30 – responde ele, olhando no relógio.

- Merda! Tô atrasado! – digo, levantando da cama e flutuando para o banheiro.

- Eu te deixo lá! Come alguma coisa antes, você não comeu nada!

- Tá...você viu meu celular?

- Tá ali. – apontando para a escrivaninha. – Esquece esse celular e vai tomar banho!

Às 13:45 ouço Vinícius buzinando musicalmente na frente de casa. Saímos.

Durante a carona nos limitamos apenas a contemplar a melodia calma de “Lights” da Ellie Goulding. A tarde está linda! Um sol não muito forte paira no horizonte, indeciso entre “faço ou não faço calor”. Penso alto.

- Que desperdício eu ir trabalhar hoje!

- Hã...?

- O dia tá lindo... olha! Dá vontade de ficar e algum lugar alto e sem pessoas, só admirando isso cara!

- Hum... que bom que você tá melhor! Depois dessa tarde eu pensei que você fosse ficar mal por um bom tempo... mas sim... essa tarde tá linda mesmo!

Olho para ele. Está de óculos escuros. “Um verdadeiro príncipe do século 21”. Seus cabelos atarracados pelo vento dão um ar extremamente descolado e exótico para o seu rosto. Está com um braço apoiado na porta, dirigindo apenas com uma mão. “Ele poderia ser só meu...”, penso.

Dez minutos depois estamos em frente à livraria onde gastarei o resto do meu conturbado domingo. Pelo estacionamento vazio e uma colega vendedora limpando a entrada, o movimento não deve estar sendo muito grande. Vinícius desliga o carro.

- Bom trabalho! Vai ficar bem? – pergunta ele, tirando os óculos e se virando pra mim.

- Sim... hoje o dia vai passar bem rápido.

- Por quê? – indaga.

- Porque hoje tá tranquilo... e quando tá tranquilo as horas passam mais rápido, por incrível que pareça.

- Hum... então tá! Tchau.

- Tchau.

Nos olhamos por alguns segundos. De repente, ele me rouba um selinho e ri, como uma criança. Fico assustado com tamanha audácia e finjo estar sentindo raiva.

- Vinícius! Tá louco?! Na frente da loja não! – digo, batendo suavemente na sua cabeça.

- Ah... o que que tem? Ninguém viu! – diz ele, rindo.

- Minha mãe confia em você, cara! – digo, ironicamente. Ele solta uma gargalhada estridente e eu o acompanho.

- Eu sei... acho que a minha relação com a minha sogra ficou abalada por causa do seu “amigo”, mas vou fazer o possível pra recuperar a confiança dela. – diz ele, enfatizando a palavra “amigo”. Não gosto do comentário.

- Não brinca com isso! Ela ficou “puta” da vida! Quando chegar em casa vou tentar falar com ela.

- Vai ficar tudo bem... sua mãe ama você e você não vai mais ver aquele cara... relaxa! – suas mãos afagam minha coxa. Estou excitado.

- É... não... bom, vou indo! Até amanhã! – digo, saindo do carro. Tento a todo custo disfarçar minha excitação.

- Te ligo mais tarde. Cuidado e boa sorte com a sua mãe... Aaaah... amanhã tem academia, não esquece! – diz ele, gritando do carro. Estou envergonhado, pois agora há duas atendentes na porta da loja observando toda a cena... olhando pra ele.

- Ok, não vou esquecer! – assinto da maneira mais máscula que posso.

Entro e todas vêm me perguntar desde o nome dele até a etnia. As horas passam devagar.

Permito-me chegar em casa mais cedo. Quando o movimento não é lá essas coisas, os supervisores são compreensíveis e costumam fechar a loja antes do horário. “Dormirei 8 horas hoje”, penso. Estou com fome, comi pouco e rápido quando saí de casa. Abro a geladeira. Nada. Uma voz surge e vem em minha direção.

- Não fiz jantar!

Tomo um susto. A voz ecoa sombria, grave. Procuro-a. Minha mãe surge da escuridão do corredor com uma garrafa de bebida na mão. “Merda, o que eu fiz?”, penso. Está com os cabelos quase desgrenhados e usa sutiã e calça jeans. Nunca a vi desse jeito. Seu rosto está pálido e quanto mais se aproxima, mais o odor de álcool aumenta. Ela rompe o silêncio.

- O que foi? Viu um fantasma? – pergunta ela, balançando os braços e deixando um pouco do líquido cair no chão.

- Mãe... vai dormir! Você tem que traba...

- Cala a boca e não me diz o que fazer! – grita ela, pegando uma pequena estátua religiosa na estante e jogando na parede.

- Mãe... por favor... – tento articular alguma frase. Ela está possessa.

- Pxiii... você me traiu...mentiu pra mim... você foi igual... igualzinho ao seu pai! – seu tom me assusta. Chega a ser quase assustador.

- O quê? Como assim? – pergunto, tremendo de medo.

Seus olhos estão fora de si, fora de foco, nervosos. Minhas pernas estão bambas e eu não vejo saída daquela situação.

- Eu já sei de tudo! – diz ela, se aproximando.

- Do quê... sabe do quê? – pergunto, a ponto de ter outra queda de pressão. Ela já sabe.

E antes que eu possa tentar raciocinar sobre “como” ela descobriu, a palma de sua mãe estala no meu rosto bruscamente, fazendo-me bater de costas na geladeira e deixar cair algumas coisas que lá estavam.

- Cínico! Eu achei uma camisinha usada no seu quarto! Mentiroso! Filho da puta! Eu vou acabar com isso agora! Levanta, anda! – ela berra, me levantando pelo braço.

Estou em pânico! Ela está sem controle, porém, em nenhum momento tento enfrentá-la. Acho que seria pior. Não sei do que ela é capaz de fazer. Arrasta-me para dentro do carro através de várias pancadas, como se eu fosse algum cafajeste sem escrúpulos. Ela liga o carro e pisa fundo no acelerador. Respiro fundoOi? Tudo bem? Gente, boas notícias: consegui um computador, aêee. Agora conseguirei postar com mais frequência. Não me abandonem e desculpem pelo atraso nas postagens. Beijos! )))))

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Comentários

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My good a mãe do lippo surtou de vez sera oque ela vai fazer com ele em ai espero que ela não fases nenhuma besteira

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eh chocante qnd um ente proximo age d forma insana, isso me lembra uma história. ansioso pelo proximo, grato pela leitura.

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Que mãe é essa? Fiquei com medo... Continua logo, 10

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WOW!!! Cara que louco. A mãe dele pirou legal!

P.S.: UEBA! Agora vamos ter mais publicações mais frequentes do conto que virou a minha nova mania.

#TimeRafael

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cara que mae louca sinceramente se fosse a minha eu sairia de casa e deixaria ela falando só bom espero a continuação

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Meu deus o que a mãe do Lippo vai fazer???? Fiquei com medo da ração dela agora. Mas ainda assim continua maravilhoso o seu conto.

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