Série ACD - 16
Amar contra o destino – Capítulo XVI
Augusto estava parado na porta, parecia não acreditar no que via, eu estava sem jeito, mal conseguia olhar para ele, Ricardo parecia incomodado com a situação. Augusto olhou bem em meus olhos, parecia querer dizer algo, mas permanecia em silêncio, foi impossível de não se notar seus olhos marejados. Ele saiu do quarto aos prantos, não queria que isso tive-se acontecido, Rick ao perceber me abraçou e disse:
- Calma meu amor, mas por que seu irmão agiu assim? Ele sabe que estamos namorando.
- Talvez tenha sido demais pra ele.
Ricardo apenas me olhou, sem clima, nos levantamos e colocamos nossas roupas, Ricardo resolveu ir embora e fui ate o quarto do Augusto, mas ele não estava lá. Fui até a sala e perguntei ao vovô se ele tinha o visto. Sentado no sofá vendo os programas mais sem graças que existem na televisão, sem ao menos olhar para mim disse de forma seca:
- Seu irmão saiu correndo feito um doido pela porta.
Eu precisava ir atrás dele, mas aonde? Liguei em seu celular, mas não me atendia, resolvi sair procurá-lo. Procurei nas ruas, na praça, numa loja de games que ele gostava de freqüentar e nada do Augusto, passando pelas ruas na esperança de encontrá-lo e nada, senti uma mão puxando meu braço quando me virei era ele, o mesmo cara que havia me roubado o celular, usando aquela mesma roupa suja e rasgada, fedendo horrores. Ele olhou pra mim, eu fiquei assustado, completamente apavorado, eu tremia, não conseguia reagir, ele segurava forte meu braço. Estava com medo.
- O que você quer de mim?
Ele ficou quieto e não me soltava o braço. Seu olhar era profundo, na medida em que me passava medo, seus olhos azuis me intimidavam. Voltei a perguntar.
- Cara o que você quer de mim? Quer meu outro celular? Meu tênis? Meu relógio? O quê? Só me deixe em paz, por favor. – Disse já chorando.
- Eu não quero te roubar nada não mano. – Disse ele. – Quero te devolver isso. – Completou entregando em minhas mãos meu celular que havia roubado.
- Você ta de brincadeira né? Por que esta me devolvendo?
- Mano, só pega isso e cala boca, não faz mais pergunta. – Disse isso soltando meu braço.
Ele voltou a me olhar com aqueles olhos azuis claros, abaixou a cabeça e saiu. Eu não entendi nada dessa situação, por que ele havia feito isso. Arrependimento? Não sei. E não estava a fim de saber, enquanto andava voltava a se virar para trás e me olhar, até virar a esquina e sumir do meu alcance. Fiquei aliviado por um lado, não por ter meu celular de volta, pois havia comprado um novo, mas sim pelo fato desse marginal não ter me feito nada. Mas minha preocupação ainda era com o Augusto, tentei procurá-lo novamente, e novamente sem sucesso. Já estava ficando tarde, o sol já estava se pondo e eu a procura do Augusto, tentei por mil vezes ligar em seu celular, mas sem sucesso. Resolvi voltar para casa, quem sabe ele já não estava por lá. Chegando fui logo procurar e ele havia chego e estava em seu quarto, percebi por que sua porta estava trancada.
- Augusto você está ai?
- Estou, me deixa.
- Abre aqui vai, precisamos conversar.
- Eu estou ocupado agora Bernardo, sai daqui.
- Ocupado com o quê?
- Não é da sua conta, sai.
Decidi não insistir e saí, por um lado fiquei aliviado por ele estar em casa, mas com pé atrás, por que estava ocupado? Por que não quis abrir a porta? Fiquei no meu quarto um tempo, até cochilei um pouco, acordei já era quase 9 da noite. Saí do quarto e ao passar pelo quarto do Augusto sua porta estava entre aberta, resolvi entrar. Ele estava jogando vídeo game com outro garoto. Ele me olhou com uma cara e disse:
- Bater na porta é luxo agora.
- Tava aberta, desculpa.
- Tá.
- Quem é seu amigo? – Perguntei olhando para o garoto que estava seu lado.
- Amigo? HAHAHA – Riu ele de maneira sínica. – Ele não é meu amigo, é Ygor meu namorado.
Ygor, seu namorado? Como assim? Essa informação parecia não entrar na minha cabeça, até rejeitei o cumprimento de prazer que o tal de Ygor me deu. Fiquei com raiva dessa situação. Olhei bem para os dois, parecia não acreditar. O Augusto passou sua mão na perna do Ygor e me disse:
- Vai ser mal educado agora maninho, não vai cumprimentar o seu cunhadinho?
Fiquei quieto, minha vontade era voar nos dois, me bateu além de uma raiva, um ciúmes, uma coisa que nem sabia que existia dentro de mim. Mas fui educado e cumprimentei.
- Prazer Ygor. – Disse isso saindo, batendo a porta do quarto.
Não podia cair nisso, somos irmãos, único sentimento que tenho que ter pelo Augusto é de irmão, que merda de sentimento esse que me domina? Por que o ataque de ciúmes que senti? Isso não é certo, tenho que esquecer isso. Fui para cozinha preparar alguma coisa para comer, fiz uma macarronada e os dois vieram pra cozinha, meu avô como sempre faz seu prato e come na sala em frente à televisão, ele não desgruda por um minuto, depois que a vovó morreu assistir TV é a única coisa que ele faz. Os dois sentaram um do lado do outro e eu na ponta. Augusto ficava dando macarrão não boca do tal Ygor, ficavam de graça eu não estava agüentando mais, evitava olhar. A gota d’água foi eles fazerem aquela cena clichê de comer o mesmo espaguete até se beijar, joguei meus talheres no chão e disse gritando:
- PRA MIM CHEGA.
Saí da cozinha, deixei os dois lá e fui para meu quarto, me tranquei, coloquei meu fone de ouvido e comecei escutar qualquer musica que viesse, não tinha preferência. Eu já chorava, eu sei que sentia algo mais pelo Augusto, mas tinha que esquecer isso, e estava pronto a fazer isso. Acabei pegando no sono ouvindo música. De repente tudo começou a ficar escuro, só consegui ouvir alguns barulhos, parecia gritos, não sei de quem , parecia distante, parecia um grito de desespero, um grito de dor. Eu não enxergava um palmo em minha frente, avistei uma fresta de luz, parecia-me uma porta, andei em direção, era mesmo uma porta, mas não havia fechadura, tentei empurrar, puxar, arrombar e nada. Senti uma mão pesada em meu ombro, olhei pra trás, senti o perfume, eu conhecia esse perfume, o hálito da respiração, o seu toque, era o Ricardo, só podia ser. Ele abraçou-me pela cintura, senti algo molhado em seu corpo, uma coisa estranha, ele me abraçou mais forte e disse:
- TE AMO E SEMPRE TE AMAREI... SEMPRE.
Até que as luzes daquele ambiente escuro se acendem, e vejo Ricardo com rosto desfigurado, sangrando muito, o chão formou uma poça de sangue em sua volta. Ele estava irreconhecível, pedaços do osso da mandíbula a mostra, simplesmente horrível. Só consegui dar um grito de susto.
- AHHHHHHHHHHHHHHHH
Me acordei com meu próprio grito, era um pesadelo. Mas que pesadelo ruim, tive tantos pesadelos em minha vida, mas esse foi horrível, como isso com meu Rick. Fiquei desesperado, meu coração parecia querer pular para fora de mim. Quando tinha pesadelos e gritava assim de madrugada, me lembro de todas as vezes em que Augusto vinha me acalmar, e dessa vez ele não veio. Era por volta das 4 horas da manhã. Meu desespero era tanto que peguei o celular e liguei para o Rick, chamava... chamava... demorou um pouco mas ele atendeu.
- Oi mor por que ta me ligando essas horas? – Disse ele com aquela voz roca que ele tem quando esta com sono.
- Amor, tive um pesadelo horrível.
- Pesadelo? Que aconteceu?
- Não quero falar sobre. Queria apenas falar com você, ouvir sua voz pra me acalmar.
- Calma meu amor, quer que eu vá ai?
- Não Rick, ta muito tarde, é perigoso, só queria ouvir sua voz mesmo meu amor.
- Tudo bem então, fica calmo, foi só um pesadelo tá?
- Tá
- Ta mais calmo?
- Sim, bem mais calmo depois de ouvir sua voz.
- Que bom meu anjo, agora tenta esquecer isso e dorme, tem que levantar cedo.
- Tudo bem, desculpa ter acordar, mas não ia conseguir dormir de novo sem antes ouvir sua voz pelo menos.
- Não tem que se desculpar, agora dorme aí. Beijos meu amor.
- Beijos, te amo.
- Também te amo. – Disse Rick desligando o telefone.
Fiquei mais tranqüilo, mas não conseguia tirar da minha cabeça esse pesadelo, decidi ir no banheiro lavar o rosto, acordei suando do pesadelo. No corredor passei pela porta do quarto do Augusto que novamente estava entreaberta. Olhei e vi os dois dormindo abraçados. Aquela cena fez meu coração ficar apertado. Fechei a porta e fui ao banheiro, entre lágrimas lavei meu rosto e voltei para meu quarto. Deitei em minha cama, e depois de alguns minutos consegui voltar a dormir, dessa vez sem pesadelos. Acordei com meu celular despertado, hora de iniciar o dia, fazer café, ser o chefe da casa, já que meu avô conseguia ser mais preguiçoso que o Augusto, tudo nessa casa sobrava pra mim, comida, louça, roupa, limpar, tudo, eu estava ficando exausto disso tudo. Não tinha ânimo mais, levantei e fui ao banheiro escovar os dentes, ao sair abri a porta do banheiro dei de cara com o tal do Ygor na porta. Ele me olhou espantado e disse:
- Bom dia.
Não respondi, apenas assenti com a cabeça. Ele percebeu e com uma força me empurrou de novo para o banheiro e disse:
- Vejo que você não foi muito com a minha cara, pra você não ficar triste, eu também não fui com a sua mané, agora você que experimente atrapalhar meu namoro com o Augusto pra ver o que te acontece. Fica esperto. – Disse ele me empurrando pra fora do banheiro e fechando a porta.
Que foi isso? Quer dizer que no primeiro dia as máscaras do amorzinho do Augusto já caíram. Confesso que fiquei assustado com a ameaça do idiota, mas Augusto terá de saber com quem está namorandoTO BE CONTINUED
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Mais um capitulo ai minha gente. Espero que gostem. Quero agradecer a todos os comentários de vocês em especial a: frannnh, Olavo A., brunnorafa, Nequinho, FabioStatz, Alanis, Realginário, xXpedro95Xx, Garoto96, caamilaa, Geo Mateus, grimm, Luuis Fillipe, Alex20 e tambem não tão menos importante rsrs meu amor, minha vida, minha paixão Alexandre!!!.
> Quero agradecer a todos que me ajudaram a trazer meu amor a criar uma conta e comenta meu conto, em especial a grimm minha querida que me ajudou na idéia haha. Muito obrigado mesmo de coração.
> Quero antes só citar uma frase que o Ale me disse: “Agora vou controlar, quero só ver tarado de gracinha pro seu lado”. Hahahaha É bobo esse meu noivo :P s2
> Quero também falar sobre uma pessoa que tive oportunidade de conhecer a poucos dias, mas que já sou fã aqui na casa a algum tempo. Realginário. Como sempre digo, é um prazer mais do que enorme de tê-lo aqui no meu conto, por comentar, por me dar dicas, por dar seu apoio, isso é muito importante, como sabe sou se fã, e gostei muito de te conhecer e conversar com você. Abraços cara!!!
Beijos e abraços a todos vocês ate o próximo capitulo.