Estou adorando todos os comentários. Palpitem mais e mais. Espero que esteja agradando vocês. Um beijão e Boa leitura...
Me despedi e entrei em casa. De repente me dou conta da burrice que fiz.
- Meu Deus! Eu esqueci o Hugo na festa, e o pior é que ele não conhecia ninguém direito. E agora? Ele não vai me perdoar.
Peguei o telefone e liguei pro Leo, estava preocupado com o Hugo; vai que ele bebeu demais? Que não acertou o caminho de casa?
- Oi Leo, desculpa te ligar tão cedo assim amigo, é que... Eu sai feito um maluco ontem da festa e acabei esquecendo do Hugo. – senti um breve silêncio do outro lado da linha.
- Pois é. Você acha certo o que você fez Lucca? O coitado mal chegou ao Rio, e sem conhecer absolutamente ninguém, você o convida pra uma festa e o abandona lá sozinho. Eu estou decepcionado com você.
Hã? Eu estava recebendo uma bronca do Leo, por uma coisa que ele não tinha nada ver na história. Tudo bem que eu errei, mas me condenar por isso? É demais!
- Escuta só Leo, eu sei muito bem que fiz mal em ter feito o que fiz, mas foi por uma boa causa, uma ótima causa e faria de novo se fosse preciso.
- Nada justifica, foi uma puta de uma sacanagem o que você fez.
- Qual é hein? Vai posar agora de bom moço e me condenar é isso?
- Não estou te condenado Lucca, mas você já pensou no que poderia ter acontecido com ele, caso eu não tivesse o ajudado?
- Ok! Já entendi, vou pedi perdão, mas eu preciso saber de seu paradeiro.
- Ele já está aí na sua casa; eu o deixei aí ontem mesmo pela madrugada. Acho melhor nem conversar com ele agora, pois deve está muito bravo.
- Obrigado pela informação Leo, bom dia, depois te ligo.
- Valeu então. Desculpe ter sido grosso com você.
- Sem problemas. Tchau!
Desliguei o telefone e subi para o quarto. Eu sabia que o Hugo estaria zangado, mas ele me perdoaria depois que conversássemos. Abri a porta devagar para não acordá-lo, mas ele já estava de pé, encostado na janela.
- Com licença – falei meio sem graça. É...
- Se for pra falar de ontem, pode esquecer. Muito obrigado por sua consideração. – ele fixou o olhar em mim e saiu do quarto com raiva, fui atrás dele.
- Hugo mil desculpas por ontem. É que... Eu precisava resolver uma pendência importante, entende?
- Ah! Eu posso imaginar o tipo de pendência importante que você estava fazendo. Aquele cara deve ter mesmo um grande poder sobre você.
- Hã? O que você está dizendo? Eu não te dou o direito de se meter na minha vida! O que eu faço ou não, é problema meu! Uma coisa não tem nada a ver com a outra. – falei irritado, depois de ouvir aqueles absurdos.
- Só pedirei uma coisa a você, não perca mais o seu tempo me convidando pra lugar nenhum, pois se não fosse o teu amigo, que por sinal, foi muito gentil e educado, talvez eu nem estivesse aqui agora.
- Você não acha que está exagerando? Também não é o fim do mundo.
- Pra você é tudo simples né? Não precisa perder o seu tempo pedindo desculpas, falou? Agora com licença que eu vou tomar um banho.
Ele me ignorou e seguiu para o banheiro. Ah, quer saber? Foda-se ele! Eu tentei me redimir.
Desci para tomar banho no banheiro social. Eu não parava de pensar na minha noite com o Vinicius. Como foi tudo perfeito. Agora eu estou namorando. – rir comigo mesmo, pensando na dificuldade que ele encontrou para me colocar numa posição dentro do carro. Como ele é atrapalhado! Ai Vini, como eu te amo.
Sai do banheiro e encontrei todos reunidos à mesa. O Hugo me olhava com a cara fechada, e o Breno também.
- Porque você não me falou que iria chegar tão tarde?
- Era só o que me faltava, agora todo mundo resolveu pegar no meu pé!
- Você é um irresponsável! Pra sua informação, o Caio passou mal, teve febre, e quando eu tentei falar com você, o celular dava fora de área. O que você estava fazendo Lucca?
Já havia me esquecido o quanto o Breno era intrometido e intransigente.
- Eu irresponsável? Não me faça rir Breno. – batemos boca na frente do Hugo. Primeiro, os meus pais viajam, e me deixa tomando conta do Caio, depois você resolve viajar também com a sua namoradinha, porque não pense você que eu engolir esta história de viagem a trabalho, pode enganar qualquer um, menos eu. – comecei gritar com ele, e senti que os nossos ânimos estavam à flor da pele. – Agora vem dizer na minha cara que eu sou irresponsável? Eu cuidei do meu irmão sozinho por duas semanas. Vocês só olham para o próprio umbigo. – despejei toda a minha raiva em cima do Breno e fui até o quarto do Caio, vê como ele estava.
- Oi lindão, você ta melhorzinho? – dei um abraço carinhoso nele.
- Estou só com dor de cabeça. Eu senti sua falta ontem à noite. – ele falou com a voz baixinha e melancólica.
- Seu irmão ta aqui agora ok? Vou cuidar de você.
- Lucca... Eu te amo muito, você é o melhor irmão do mundo.
Deixei escorrer uma lágrima dos meus olhos, pelas lindas palavrinhas dele. Acho que o Caio é o único que me ama nesta casa. Os meus pais às vezes nem tem tempo pra mim, e o Breno, é apenas o mundinho dele que importa; o Caio era diferente. Somos muito apegados, cuido dele como um filho.
Deitei ao seu lado, até ele adormecer novamente. Dei um remédio pra dor de cabeça e graças a Deus, a febre tinha passado. O deixei descansando e fui para o meu quarto, pois já tinha até passado a vontade de tomar café depois do meu estresse com o Breno.
Entrei e vi o Hugo deitado no chão com as mãos atrás da cabeça e as pernas esticadas. Estava apenas de calça jeans e sem camisa, exibindo todo o seu peitoral. Ainda chateado comigo, ele me olhou. Eu peguei um livro e voltei pra cama. Parecíamos duas estátuas, cada um numa extremidade do quarto, deixando o silêncio invadir por completo o ambiente. Foi quando ele puxou assunto.
- Eu não consigo ficar chateado com você, ainda mais ocupando o seu espaço. – ele olhava pra mim, e eu me mantinha compenetrado no meu livro.
- Lucca... É meio estranho te dizer isso, mais eu estou completamente atraído por você. – nossa que baque! Eu não acreditava no que ouvia. Quebrei o meu silêncio.
- Hugo, eu estou namorando. Não há chances entre nós. – Ele encostou perto de mim e eu fiquei paralisado, apenas observando o seu olhar, foi quando num gesto rápido, ele me agarrou com toda sua força e me deu um beijo.
CONTINUA...