Alguns minutos atrás eu estava tentando descobrir uma maneira de me reaproximar dele de fazer com que ele entendesse os motivos que me levaram há pedir um tempo, estava até mesmo disposto a admitir que eu estivesse errado se isso fosse preciso para ter ele de volta, mas vê-lo naquela sala fez tudo isso mudar, ele inventou a história da viajem para se livrar de mim, covarde, foi à primeira coisa em pensei.
Minha raiva crescia a cada minuto, pois para ele era como se eu não estivesse ali, ele não se deu ao trabalho nem de me cumprimentar quando eu entrei na sala, Roarke simplesmente fingiu que ele e o capitão estavam a sós e me ignorou completamente.
O capitão notou o clima que pairava entre nós, mas se limitou apenas a comentar por que ele tinha solicitado minha presença e que nem um de nós estava ali para responder sobre questões pessoais, Roarke mais uma vez mostrou indiferença e se o capitão não tivesse me lançado um olhar bastante severo eu teria perdido a cabeça.
Foram intermináveis minutos em que eu tive reprimir toda raiva que eu estava sentido por ele, a cada secundo eu lembrava a mim mesmo que eu não poderia fazer nada antes que ele desse todas as informações que havia descoberto sobre o caso depois talvez eu pudesse socar a cara dele a vontade. No final a dúvida maior ainda permanecia, pois nem mesmo ele conseguiu confirmar se Amanda estava grávida, a única coisa relevante que ele descobriu foi à identidade da garota que estava com ela no dia que a Sra. Needle foi visitá-la, Jessica Bynes era seu verdadeiro nome, porém a garota estava desaparecida desde o dia da morte da Amanda, alguma coisa me dizia que nós precisamos encontrá-la, pois ela era a chave para desvendar esse crime.
Depois que todos os pontos foram devidamente esclarecidos o Capitão Withney agradeceu a Roarke pela sua disponibilidade e pela ajuda que ele se prontificou a dar, eu estava a ponto de perder a cabeça então perguntei ao capitão se poderia ir embora e ele me dispensou. Sai da sala sem olhar para ele, pois não queria cair em tentação, fui o mais rápido que consegui sem correr, apertei o botão do elevador impacientemente torcendo para que este chegasse antes dele, quando as portas se abriram eu respirei aliviado por não ter que dividir um espaço tão pequeno com ele, pois eu sabia que não seria capaz de me controlar ali. Mas diferente de mim Roarke não parecia nem um pouco preocupado com sua intreguidade física, já que uma mão que eu conhecia bem evitou que as portas do elevador se fechassem.
Ele entrou e eu tive o prazer que ver pelo menos por um instante uma ar de surpresa em seu olhar, mas logo ele se recuperou e adotou sua postura fria novamente. Eu sei que como um oficial da lei eu deveria me manter calmo e não deixar que meus sentimentos pessoais interferissem em meu trabalho e que ali não era lugar para ter aquilo tipo de conversar, ou melhor, dizendo de discussão mais eu não consegui não me abalar com a maneira que ele estava me tratando.
- Espero que você não tenha perdido muitos milhões por não ter conseguido viajar para Madrid.
Ele exibiu um olhar vitorioso, demonstrando toda sua satisfação por ter ganhado aquela pequena batalha.
- Não vejo como isso seria do seu interesse tenente já que o que eu faço não lhe diz respeito.
- Olha Roarke eu entendo que você tenha ficado chateado com tudo que aconteceu entre a gente mais isso não significa que você tenha o direito de você me tratar dessa forma, você nunca fez o mínimo esforço que fosse para me entender, nessa relação se é que essa é a palavra certa para definir o que nós tivemos, eu que sempre estava errado eu tinha que pedir desculpas a todo o momento afinal eu tinha ganhado na loto, pois eu estava com o todo poderoso Roarke, e apenas por isso eu deveria ser muito agradecido. Eu posso ter demorado a aceitar o que eu sentia por você mais depois que o fiz eu abdiquei de tudo que eu me arrisquei por você, coloquei em risco aquilo que me é mais sagrado por você, mas uma vez mais eu quebrei a cara. Não pense de forma alguma que eu estou lhe culpando, pois o único culpado dessa história toda sou eu, fui eu quem permitir que você me tratasse dessa forma que me escondi na sua sombra e cedi as suas vontades, eu nunca me humilhei por ninguém e para ninguém e cheguei muito perto de fazer isso por você, mas agora isso acabou. Eu sai do inferno uma vez e eu te garanto que não vou deixar você me arrastar para ele novamente.
Quando as portas dos elevadores se abriram eu sai sem olhar já que se eu olhasse mais uma vez para ele eu simplesmente não conseguiria seguir em frente, eu estava apaixonado por ele mais não poderia permitir que ele me maltratasse sempre que lhe fosse conveniente. Por mais triste e doloroso que tenha sido esse fim ele era necessário para me colocar de volta aos trilhos, mas isso não aliviou o aperto que tomou conto do meu coração eu estava me sentindo mais uma vez sozinho e desprotegido.
ROARKE
Minha objetivo, não diria sonho por que eu nunca fui muito de sonhar, quando me mudei para Nova York era me livrar dos fantasmas do meu passado. O primeiro passo para isso era me tornar rico, não foi fácil mais minha infância e adolescência desguiadas em Dublin me preparam para enfrentar o tão temido mundo dos negócios. Para me tornar o que sou hoje admito que nem sempre fiz as coisas, como posso dizer, dentro da lei não me arrependo ou me envergonho disso, se alguém decidir pesquisar minha ficha não vai encontrar nada demais, afinal eu paguei muito bem para isso.
Sempre fui muito devotado aos meus negócios e de certa forma deixei minha vida pessoal em segundo plano, é claro que tive alguns envolvimentos com belas mulheres mais nada passou desse estágio, pois em sua maioria elas estavam interessadas apenas no status que um relacionamento comigo iria colocá-las. Nunca me senti um objeto por isso já que essa condição me permitia digamos manipulá-las a minha maneira, aprendi desde muito jovem que ter o controle dentro de uma relação era o meu papel. Quando eu tinha quatorze anos meu pai decidiu que já estava na hora de mostrar para os amigos bêbados dele que eu era “macho”, então ele me levou até um puteiro, escolheu a mais barata das garotas e mandou que ela fizesse o serviço e disse que depois queria saber como tinha sido meu desempenho. E ali naquele lugar em cima de uma cama que parecia que ia se desmanchar a cada movimento que nós fazíamos e sobre uns lençóis imundos eu tive meu primeiro contato com o sexo, não chamo aquilo de primeira vez já que eu gozei apenas por medo da surra que levaria do meu pai se não o fizesse.
Para minha sorte depois disso meu pai não “escolheu” mais minhas companhias o que me deu liberdade para explorar o mundo do sexo, minhas “pesquisas” foram intensas mais eles jamais envolveram homens, nunca havia me sentido atraído por um, mas desde o momento que nossos olhares se cruzaram naquela igreja tudo mudou.
As inúmeras fugas na minha época de bate carteiras me fizeram reconhecer um policial a kilômetros de distância, mas com ele esse mecanismo não funcionou. Na primeira vez que nos falamos eu tive que manter minhas mãos dentro do casaco que vestia para disfarçar meu nervosismo, depois quando pedi que ele fosse até a minha casa eu tentei me convencer que só tinha feito isso para ajudar a resolver o assassinato de Amanda. No dia marcado, eu acordei pensando nele, fui para o escritório mais não conseguia me concentrar em nada passei a maior parte do tempo olhando para o relógio. Voltei para casa mais cedo, o que eu nunca fazia, e quando ele finalmente chegou, eu tentei disfarçar o sentimento de expectativa que me invadiu para não estragar o plano que tinha em mente de transformar aquilo em um encontro.
Nós jantamos e a conversa fluiu de forma natural, mas eu já não conseguia parar de olhar para ele e em muitos momentos notei que ele pareceu ficar envergonhado por isso, ao retornamos para a biblioteca olhar para ele já não satisfazia o meu desejo, eu precisava tocá-lo, imaginava minha boca explorando cada parte daquele corpo perfeito, eu não sabia como, mas ele seria meu naquela noite. No momento que ele disse que ia embora eu decidi que esse era o momento certo de arriscar, então na esperança que isso saciasse o meu desejo eu o beijei e quanto mais nossas bocas colidiam mais eu queria estar grudado nele. Depois de nossas bocas se afastarem ele não parecia muito bem o que tinha acontecido e muitos menos a atração que compartilhávamos um pelo outro. Aquele beijo só me fez querê-lo mais ainda em meus braços, mas eu não podia obrigá-lo a ficar precisava dar um tempo para que ele pensasse sobre o que tinha acontecido entre nós, minha viajem para Nova York caiu como uma luva seria dois dias para aquela cabecinha de tira analisar tudo, dois dias eu que eu sentiria muita falta dele. Mas esse tempo quase se tornou permanente por uma infelicidade. Encontrar Michele lá não foi uma surpresa apesar de nosso curto relacionamento ter acabado há algum tempo eu tinha pedido a ele que me acompanhasse a aquele evento, mas quando ele me viu pela TV com ela o fantasma da traição o assombrou, eu quase ri da cena de ciúmes que ele fez quando nos encontramos novamente mais as coisas ficaram um pouco sérias e eu tive que o fazer calar a boca, é claro que da melhor maneira, ou seja, dando um beijo bem possessivo naquela perdição. Mas toda vez que eu achava que a gente ia se entender alguma coisa dava errado e isso estava me deixando frustrado eu nunca corri atrás de ninguém sempre tive quem eu quisesse, mas ele parecia querer-me suplicando por qualquer migalha que ele pudesse me dar. Eu tentei entender o medo que ele tinha de se magoar, eu tinha me declarado para ele e mesmo assim isso não parecia ser o suficiente, e quando ele disse que nós precisamos de um tempo, foi o estopim eu deixei meu orgulho me dominar e descontei nele toda a frustração que estava sentindo naquele momento, estava com muita raiva, mas assim que cheguei em casa eu já sentia a angustia da culpa, mas reprimi esse sentimento repetindo para mim mesmo que eu estava certo que ele é quem deveria se desculpar.
Na manhã seguinte quando recebi o telefonema do Comandante Withney pedindo que fosse até a central de policial para falar sobre o caso de Amanda pensei que essa seria uma bela oportunidade de mostrar a ele que eu não tinha me abalado com o tinha acontecido, cheguei lá e não me importei nem mesmo em cumprimentá-lo ou até mesmo olhar para ele a não ser que fosse realmente necessário, eu achava que isso o faria correr para mim, mas quando nós ficamos a sós naquele elevador e ele me mostrou o quanto eu o estava magoando e isso me destruiu.
CONTINUAMeus queridos amigos da CDC, peço desculpas por esse tempo todo sem postar, mas realmente não tive como, minha tia adoeceu e ficou um bom tempo internada e teve que passar por uma cirurgia, mas graças a Deus já está melhor e recebeu alta hoje, por isso realmente minha cabeça não estava muito boa para escrever. Mais uma vez agradeço a todos vcs que comentam o meu conto, e aqueles que apenas lêem também, vcs são meu incentivo para continuar. Quero agradecer especialmente ao Ariel, migo te adoro, Bernardo isso vale pra vc também com uma exceção que vc sabe qual é rsrsrs. Guh meu lindo obrigado por sempre me animar em nossas conversas fiquei muito feliz por vc ter trazido o Alexandre para a casa, my Dark Angel adorei conhecer vc. C T Akino, vc me fez adorar os clichês. Esses dias li uma frase que me fez pensar em vc: “Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre”.
Já tive a oportunidade maravilhosa de conversar com alguns dos leitores que comentam meu conto, para aqueles com quem ainda não conversei gostaria de dizer-lhes o meu nome, me chamo Isabela podem me chamar de Isa ou Bela sem problemas Isabela não que só quem me chama assim é minha mãe quando está brava comigo rsrsrs
Obrigado pela paciência e desculpa mais uma vez pelo tempo que levei para postar o capítulo.
Bjs e um bom fim de semana para todos.