Um agradecimento especial pelos feitos dos meus amigos Geovany e Renatão! Eles sabem pelo que. Ter a amizade de vocês é bom demais! Papai do céu abençoeVamos à história...
Como não ficar bem depois de todo o carinho que ele estava demonstrando por mim?! Mas eu tinha uma opinião contraditória sobre o Luiz. Ao mesmo tempo em que eu sentia que gostava dele, pensava que ele nunca seria meu e isso me fazia desistir antes mesmo de tentar.
Mas não tinha jeito, eu não conseguia negar mais que eu gostava dele. É que vocês não tem noção de o quanto ele é lindo e além de lindo é um amigo fantástico, impossível não se apaixonar... bem, isso eu descobri depois que seria um problema.
Continuamos no meu sofá, vendo tv e conversando, assim como comendo. Ele estava me contando agora tudo sobre suas lojas e os planos que ele tinha para expandir mais ainda. Pelo que percebi, o negócio dele tinha tudo para dar certo, só faltava uma boa administração mesmo, porque nessa época, ele era muito técnico de informática e nada administrador. Então realmente ele estava precisando de alguém para administrar o negócio dele, e já que eu estava desempregado, iria recomeçar lá.
Fiquei falando as coisas que poderíamos fazer juntos na sua loja e como ela poderia rapidamente dar crias. O assunto engrenou e quando vimos já era umas 9 da noite. Só despertamos para o fato de que estávamos juntos umas 5 horas foi a chegada da minha irmã. Ela entrou e só olhou pra gente, não comentou nada, foi direto para o quarto. Eu mais que depressa fui atrás dela.
- Oi Carlinha.
- Oi duda.
- Tá tudo bem com a mãe?
- Tá, ela acordou, está tudo bem, só precisa se recuperar agora né... Vai ser foda quando ela chegar aqui em casa, estamos fora o dia todo...
- Não... eu fui despedido, então eu cuido dela.
- Porque foi mandado embora?
- Longa história... depois conversamos sobre isso... e vai lá falar com o Luiz! Sem educação.
- Eu não queria atrapalhar os pombinhos kkkk
- idiota! Nada haver!
- Tudo haver! Ele é o homem certo pra você.
- Ele já é de outro Carla e você sabe disso!
- Sei de nada... vai lá! Fica com ele logo.
Virei as costas e voltei pra sala. Ele já estava em pé se preparando para ir embora. Eu fiquei meio contrariado e pedi pra ele ficar, mas ele disse que tinha que trabalhar no outro dia cedo e ainda tinha que dirigir um tempo até sua casa. Por fim eu acabei deixando ele ir e o acompanhei até a garagem, minha irmã tinha vindo pra casa com seu carro.
- Luiz, eu não sei como agradecer tudo o que você fez por mim...
- Não tem nada à agradecer, você é meu amigo, a Carla é minha amiga, adoro sua mãe, quero ver vocês bem. – disse ele abrindo a porta do carro.
- poxa, você é um amigão cara, gosto de você pra caramba. – e lhe dei um abraço. Ele mais que depressa me puxou para um beijo. Foi um beijo que eu não estava esperando, então fiquei meio assustado, mas depois me entreguei.
Ai! Na moral, ele era tudo de bom! Beijava bem pra caralho, mesmo com muito desejo, não era bruto, era macho, com pegada, mas beijava saboreando o beijo. Ao mesmo tempo que me beijava, sua mão passeava pelas minhas costas, me apertando, como que querendo saber se eu era real.
Mas algo me fez acordar. Eu estava me entregando cada vez mais a ele e beijar ele só alimentava um sentimento que não tinha futuro, então o certo a se fazer era parar com aquilo.
- Pera ae Luiz, calma cara.
- O que foi? – perguntou sem entender muita coisa.
- Porra cara, não dá! Isso não vai dar certo, é melhor pararmos.
- Edu... eu gosto de você cara, pensei que íamos tentar alguma coisa.
- Não dá Luiz, porra cara, você não gosta de mim, tu curte o outro maluco lá... Você me quer pra esquecer ele.
- Não cara, nada haver isso! Ele... ele já foi! Já passou!
- Poxa, não vamos conversar sobre isso aqui...
- Qual seu medo? Sua irmã sabe de você e de mim, seu pai tá com sua mãe... vamos resolver isso.
- Resolver o que Luiz? O que você quer?
- Tentar algo com você. – eu dei uma risada.
- algo tipo o que? Namoro?
- É.
- Não rola! Vamos fazer o seguinte, vamos continuar como estamos e deixa o destino cuidar de tudo.
- tá certo. Você tem razão, não vamos nos precipitar né.
- Exatamente.
- Deixa eu ir então.
- Obrigado por tudo cara. Posso te dar um abraço?
- OK! – mas ao invés de um abraço ele me deu outro beijo, eu pensei em recusar, mas também estava louco por isso.
Quando ele saiu eu fiquei pensando se eu fui um idiota em recusar ser namorado dele. Aquilo era o melhor que poderia acontecer, ele era muito legal, bonitão, inteligente... porque não?! Mas sempre que eu me via do lado dele, via o Sergio aparecendo e levando ele de mim. Enfim... só poderia me aconselhar com uma pessoa... minha irmã.
- Carla!
- Oi lindo. – ela estava triste, coitadinha.
- Tudo bem?
- Não né... a mãe naquela cama é muito triste.
- É... mas ela é forte, vai sair dessa.
- sei que vai... e você e o Luh? Se acertaram? – mesmo ela sabendo tudo sobre mim, minha sexualidade ainda me dava vergonha.
- Bem... era isso que queria conversar com você.
- pode falar.
- Ele é maneiro pra caralho né?
- É sim... e já sou cunhada dele?
- O que ele falou de mim?
- Ah, o básico, que gosta de você, te acha um cara legal e claro, eu enchi sua bola né, pra ver se você desencalha logo kkk.
- Nada haver, eu já poderia estar namorando... Mas o Luiz é muito legal, não tem como eu namorar com ele.
- Porque?
- Duas coisas: Primeiro... e quando isso tudo passar? Como ele fica?
- Isso tudo o que Edu?
- Essa minha fase... ele vai ficar triste pow, e não quero magoar ele.
- kkkkkkk
- De que você tá rindo, sua doida?
- Que fase Dudu? Você que tá doido...
- Poxa, esse negócio de sair com cara...
- Cara, você acha mesmo que tudo isso é uma fase?
- Claro que é... Eu quero me casar pow!
- Seu noivo já apareceu kkk.
-Tá de zoação né?
- Não... Edu, você é gay maninho. Isso não é uma fase.
- Carla, não fala isso cara! Tudo isso vai acabar um dia e eu vou voltar a ser normal. – eu falava já com lágrimas nos olhos.
- Oh Dudu, poxa, vem cá vem. Não falei pra te magoar. Mas para fazer você cair na real.
- Não pode ser cara, eu não gosto de nada de gay... eu curto mulher pra caralho... só ver uma que eu fico doido.
- Você gosta do que torna uma pessoa realmente gay, você gosta de homens e não nega, dizendo que não gosta, eu sei que gosta.
- Mas isso é fácil de resolver, só eu não sair mais com homens, só sair com mulheres, pronto!
- Dudu, mas você vai continuar olhando, gostando, desejando outro homem. Lutar contra o que você é não é o caminho. Você tem que aceitar que você é gay e ponto. Assim você vai ser feliz.
- Como ser feliz?! Sendo espancado na rua? Com minha família me odiando? Meus amigos sumirem de perto de mim...
- Nossos pais te amam, eles vão aceitar. Seus amigos... bem... amigo é igual biscoito, vai um bem oito kkkk... e quem virar as costas pra você não era seu amigo de verdade. E me diz... quem é louco de te atacar na rua?
- você quer que eu grite pro mundo agora?
- Não! Quero que você olhe no espelho e diga: eu sou gay e foda-se o mundo.
- Isso não vai rolar.
- Tem que! Ninguém tem nada haver com a sua vida, você pode muito bem viver o resto da vida escondido, saindo com quem você quiser, mas pelo menos você tem que gostar do que você é. né
- Hum... bem... vamos ver...
- Diz que eu tenho razão!
- Pode ser... mas posso continuar?
- Pode!
- Outro motivo e o principal é o Sergio. – na hora ela revirou os olhos.
- O que tem esse babaca?
- Então você conhece ele...
- Sim, até mais do que eu gostaria.
- Me conta tudo!
- Não posso, quem tem que te contar isso é o Luiz e se ele não te contou, não vai ser eu quem vai te contar.
- Carla!! Eu tenho que saber essa porra! Esse filho de uma puta tem controle sobre ele, disso eu sei, só não sei porque! – ela ficou meio pensativa.
- Olha, o Luiz foi apaixonado por ele. Mas ele fez uma merda enorme com ele e agora ele conseguiu se livrar desse carma.
- Conseguiu mesmo?
- Sim, bem, ele diz que sim.
- Eu acho que não.
- Ele não falou que sim, então acredita nele.
- Então você acha que eu deveria ficar com ele?
- Claro, dá uma chance pow!
- Hum... vou pensar!... Nosso pai vai ficar lá né?
- Vai sim...
- Amanhã de manhã eu troco com ele.
- Mas e seu emprego?
- Fui despedido ontem, pelo menos pra isso vai servir.
- Mas porque? – então contei a história pra ela.
- Bem... vou dormir porque amanhã vai ser um dia puxado.
- boa noite mano.
Na minha cama, eu fiquei pensando em tudo o que aconteceu e principalmente no que minha irmã tinha me falado sobre minha sexualidade. Aquilo me assustava, não poder me libertar daqueles sentimentos, fazia aquilo que me dava um orgasmo foda, se tornar uma maldição. Pra mim aquilo tudo era só tesão, nada demais, mas era realmente como minha irmã tinha falado, eu talvez não conseguisse me libertar daquilo depois. Aquilo me assustou de verdade. Ia chegar um tempo em que eu não conseguiria esconder isso, que eu necessitaria revelar ou que alguém descobriria e eu iria me fuder! A sensação de desespero tomou conta de mim e eu não sabia com quem contar... bem... só com uma pessoa.
- Oi Edu.
- Oi, tá podendo falar?
- Bem, mais ou menos, mas é algo sério? – Ouvi alguém falando - “Desliga esse telefone Tavinho” – e eu sabia bem de quem era essa voz. – Pera ae to falando! Pode falar Edu.
- Não, deixa pra lá... boa noite cara.
- tem certeza que... – mas eu já tinha desligadoE ai? O que tão achando? bjunda a todos!
Sam! Filho desnaturado! Esqueceu do seu pai! te amo leke, espero que esteja tudo certinho com vc.
eduardocastilhoedu@hotmail.com e luiz-boladao1@hotmail.com