Pessoal, desculpe-me pela ausência, mas essa epóca do ano é muto corrida. Mo, seus comentários são sempre bem vindos, nao ouse deixa-los de fazer. Perola, Stah, Geo, foquinho, lena, sonhadora, acho que induzi vocês ao erro. Cris, estou devendo leitura no seu conto, perdoe-me, quando eu crescer, quero escrever como você, rsrs.
Abraço a todos.
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Capítulo 27
Fernando – Não não......
Nesse momento já se debulhava em lágrimas, comprimento o rosto entre as pernas, deitado já no chão.
Celular – Fernando? Fernando? Atenda, por favor.
Fernando chorava desesperado, tentava agir, mas suas pernas tremiam, seus soluços podiam ser ouvidos no andar inteiro.
Nesse momento a porta se abre.
João – Fernando, meu amor, o que aconteceu com você. João corria em direção ao namorado, que estava caído no chão, chorando inconsolável.
João – Do elevador da pra escutar seus gritos. Dizia João já amargurado, pois algo muito grave havia acontecido.
João abaixou-se para amparar seu amado.
Fernando – João.... Tentava dizer algo, mas era vencido pelo choro.
João – Fique calmo meu amor, eu estou aqui, por favor, em fale o que aconteceu.
Fernando o abraçou como se João fosse sua salvação. Não conseguia dizer nada alem do nome do namorado.
João conseguiu coloca-lo no sofá, até que vê seu celular caído. Num gesto rápido pegou aquele aparelho do chão, levando até o ouvido. A pessoa que ligou ainda estava do outro lado da linha.
João – Alo aqui é o João, quem esta falando?
João ficou alguns segundo em silencio e aos poucos sua feição de preocupado foi se transformando numa profunda tristeza e em silencio derrubou as primeiras lágrimas. Olhou para Fernando e abraçou seu namorado.
Naquela tarde Bete e Jair, viajaram até o interior, foram no casamento de uma prima de Bete. Felipe não quis ir e Fernando nem tomou conhecimento que os pais iriam fazer essa pequena viagem, pensaram em ficar hospedado na casa de algum parente, mas resolveram voltar no mesmo dia, afinal não eram parentes tão íntimos assim. Resolveram pegar a estrada logo após a cerimônia.
Bete – Lembrei do nosso casamento meu querido. Foi bem simples na época.
Jair – Seu pai não gostava muito de mim, me achava um irresponsável, que nunca iria dar uma vida boa a você.
Bete – è verdade, mas o mundo da voltas né. Também lembro que essa pequena desavença se foi quando o Fernando nasceu. Dizia rindo.
Jair – é verdade, nosso menino só fortaleceu nosso casamento e uniu ainda mais nossa família. Depois veio o Felipe, é uma pena que não tivemos uma menina né?
Bete – Sim, mas meus dois filhos me enchem muito de orgulho.
Jair – Meu amor, e pensar que quase perdi o amor do nosso filho por conta do meu preconceito.
Bete – Meu bem, eu te entendo, não foi fácil pra mim também, tivemos um filho homem, em nossa cabeça idealizávamos que ele casasse com uma linda moça, nos dessem netos, mas não foi isso o que aconteceu.
Jair – é, mas isso é tudo irrelevante, quando o mais importante é o caráter dele, a felicidade dele, o resto é apenas o resto. Bete, tenho vergonha de dizer isso, mas no começo tive vergonha dele, me culpo até hoje.
Bete – Esquece isso Jair, os meninos se amam, são felizes, e já te perdoaram.
Jair – Eu vejo a maneira como o João trata nosso filho, eu sempre confundi isso com viadagem, sem vergonhice, mas não, se tratam como dois irmãos, como um amigo que cuida do outro, com a única diferença é que são um casal.
Bete – Eu também já percebi isso, quando vejo os meninos, só vejo carinho, amor, cumplicidade. Se é esse o caminho que nosso filho tem que seguir, que Deus abençoe a felicidade dele, pois eu já o abençoei.
Jair – Eu também, hoje consigo ate admirar esse rapaz. Se o Fernando o escolheu, é sinal que o João é uma excelente pessoa.
Bete – Sim, Vou te-lo como um filho também. Agora só falta esperamos o Felipe se formar, ser um grande médico, daí sim posso dizer que fomos eficientes na criação dos nossos garotos.
Jair – E curtimos nossa velhice né. Disse com felicidade.
Jair com a mão direita pegou a mão da esposa, dando lhe um beijo, enquanto seguia pela estrada.
Chovia muito naquela noite e apesar da estrada ser relativamente calma, exigia um alto grau de atenção.
Bete – Meu amor, apesar das dificuldades e percalços que enfrentamos, posso dizer que a vida valeu a pena e hoje só consigo visualizar um futuro prospero e feliz para nós e nossos filhos.
Bete – Cuidado. Deu um grito.
Jair assustou-se de imediato, a escuridão e a chuva o impediu de ver um cavalo atravessando a pista. A ponto de bater em cheio no animal, conseguiu jogar o carro para a esquerda, mas não conseguiu manter o controle do veículo que estava numa velocidade considerável.
O automóvel sem controle atravessou a pista contraria, ficando na contramão dos veículos. Antes mesmo que conseguisse estabilizar o carro, foram atingidos violentamente por um caminhão que vinha no sentido contrário, jogando o carro deles no acostamento fazendo com que capotasse por três vezes, até parar fora da estrada.
A equipe de resgate chegou rápido, o transito foi sinalizado, alguns carros pararam para prestar ajuda, mas infelizmente nada mais podia ser feito. Jair e Bete estavam mortos.
João atendeu a ligação do celular de Fernando. Era um primo do Jair, que ligara para dar a noticia. João escutou tudo em silêncio, entendo o motivo do desespero do namorado.
João abraçou Fernando, chorando também.
João – Meu amor, vem aqui. Chore, chore.
Fernando estava nos braços de João, chorando compulsivamente.
Fernando – João, meus pais... Diga que é mentira, por favor.
Ver o desespero do seu amado, fazia o sofrer, sentia-se impotente, gostaria de dar a noticia a Fernando dizendo que tudo era um engano, mas isso era impossível.
João – Meu amor, eu estou com você, vamos enfrentar isso juntos, estou ao seu lado. Dizia, enxugando as lagrima do rosto do seu amado.
Fernando – Eu quero ir pra minha casa. Fernando se levantou procurando as chaves do carro.
João – calma meu amor, calma. Eu vou te levar.
João estava muito nervoso e triste, mas naquele momento ele deveria ser forte, pois tinha que ser a força que Fernando iria precisar pra enfrentar toda essa situação.
Detestava dirigir, mas nem passou pela cabeça deixar Fernando guiar. Foram o mais rápido que puderam até a casa dos pais. Fernando durante todo trajeto, tinha crises de choro.
Ao entrar em casa, tinha alguns parentes já na residência mas a primeira pessoa que enxergou foi Felipe, que estava deitado no sofá, sendo consolado por uma mulher.
Ao se verem os irmãos partiram para um abraço, chorando inconsolavelmente.
Felipe – Fer, o papai e mamãe...
Fernando – Eu estou aqui meu irmão, vou cuidar de você. Tentava passar segurança ao irmão, mas no fundo estava destruído.
João assistia a cena, queria aproximar-se mas não sabia como agir, resolveu deixar os irmãos se entendendo.
Uma mulher que estava na residência foi até ele:
Mulher - Você é quem?
João – Sou um amigo do Fernando, amigo da família.
Mulher – Entendo.
No fundo todos ali sabiam quem ele era, apenas fingiam ou faziam-se de desentendidos.
João estava mais preocupado com Fernando e também com Felipe, claro também com a perda de seus sogros. Naquele momento ele nem aceitaria participar de algum tipo de provocação ou indiretas quanto ao seu relacionamento com Fernando.
João ligou para Cíntia que em pouco tempo também chegou com Leonardo. Logo em seguida chegou Mauricio também.
Uma tia dos rapazes deu um calmante para Felipe e João subiu para deitar, João ia fazer o mesmo mas logo ouviu de uma tia dos rapazes.
Tia – Acho melhor eles ficarem sozinhos né, amanha será um dia difícil.
Cíntia foi mais rápida.
Cíntia – Bom, chegando la em cima ele decide se quer ficar sozinho. Disse puxando João pela mão e subindo as escadas.
Fernando estava encolhido na cama, olhando para o nada.
João – Fernando, posso ficar aqui com você? Disse já indo de encontro a ele.
Fernando apenas foi para os braços de João, que acariciava seu cabelo, e enxugava suas lagrimas.
João – Meu amor, se eu pudesse tomaria essa dor pra mim, mas isso é impossível, mas nunca vou te abandonar.
João tinha perdido seu pai, um pouco antes de mudar-se para São Paulo, tinha idéia de como seu namorado deveria estar sofrendo.
Cíntia resolveu deixa-los a sós e foi até o quarto de Felipe.
Com muito custo, Fernando dormiu. João ficou o tempo todo ao seu lado, acordado, queria estar ali a disposição do seu amor, caso ele acordasse de repente.
No dia seguinte todos foram ao velório, Felipe e Fernando ficaram a todo tempo juntos, ao lado dos dois caixões. João preferiu ficar mais afastado, mas sempre atento, pois no menor sinal de Fernando, estaria ali para atendê-lo.
Mauricio esta próximo a ele. Resolveu ir ate o amigo do namorado.
João – Obrigado por estar presente Mauricio. O Fernando te considera um grande amigo, sei o que ele esta passando, mas com pessoas que amamos ao nosso lado, tudo fica menos pesado.
Mauricio – Ele é praticamente um irmão, sempre vai ter minha amizade e lealdade. Quanto a lealdade de outras pessoas, acho que ele deve ficar atento.
Disse num tom meio rude, deixando João sozinho.
João não entendeu o comportamento do rapaz, mas estava pouco se importando com aquilo. Estava sozinho, sempre de olho em Fernando, até que levou um susto quando olhou para a porta de entrada.
Alex apareceu no velório, ficou um tempo observando a movimentação das pessoas até que se dirigiu a João, dando lhe os pêsames.
João apenas estendeu a mão a ele dizendo obrigado.
Alguns metros dele, Mauricio observava a cena, olhando com raiva.
Maurício – Trairas!!!
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Continua...