Eu rir pela primeira vez depois de tudo isso, e ela também, e pela primeira vez me sentir diferente. Parecia que agora eu tinha um passado, apesar dele ser horrível, mas era meu passado.
Não sabia para onde ir, não queria ir para minha casa, lá teria que encarar a Cecília. Mas teria que conversar com ela depois.
Minha vida estava surreal, a historia da Ana realmente era algo que eu nunca imaginaria. Coitada dela que passou por isso. Por um instante pensei como seria nossa vida se o Augusto a tivesse levado embora e viveríamos como uma família de verdade, em uma linda casa, com vários outros irmãos, e eu teria uma vida totalmente diferente da que eu tive.
Mas não foi assim, eu me senti péssimo pela Ana ter sacrificado sua vida inteira por mim, eu a amava antes mesmo de saber que ela era minha mãe, só que agora o sentimento era novo, e a teria que enxergá-la como minha mãe de verdade.
Sentir-me feliz por ter uma mãe como ela, que vi que sempre fui protegido por pelos seus olhos, não sabia disso, mas me senti bem por ela estar perto de mim a minha vida toda.
Eu estava em choque com tudo. Só que eu não chorava, não me permitiria mas fazer isso. Tinha que garantir que aquele desgraçado fosse embora para longe , e amanha eu iria volta no orfanato para comprovar isso. Se não fosse embora eu iria levar, nem se fosse obrigada a Ana para o policia e ela iria relatar tudo que aconteceu, e aquele mostro iria para trás da grade. O meu lado advogado me dominou muito por justiça, mas eu teria que primeiro fazer o que a Ana queria, devia isso a ela.
Realmente me sentia diferente, vi que chegou minha vez de proteger a Ana, depois de tantos anos de sofrimento e sacrifico ela tinha que ser feliz.
Até que parei o carro em um prédio, que passei muito tempo nos últimos meses, o caminho foi quase que automático. Vi que precisava conversar com alguém, mas não sabia que se ele queria falar comigo depois de todas as coisas horrível que eu fiz com ele, mas como órfão e amigo eu precisava dividir isso com ele, eu sei que fui egoísta, mas era também a chance que eu tinha de me redimir.
Mas sabia que lá dentro tinha a Dona Clarisse, e sabia também que ela me odiava. E também tinha razões, depois que eu fiz com o filho dela, eu me odiava por isso.
Peguei meu celular e disquei o numero dele, ele atendeu depois que eu tentar umas 5 vezes.
Rafael- O que você quer?
Ouvindo a voz dele um choque deparou sobre meu corpo e o choro veio incontrolável, lá se ia a força que eu tinha para não chorar mais.
Rafael- O que foi Felipe?
Ele falou com impaciência, mas senti um pouco de preocupação da parte dele.
Felipe- Por… favor… Preci..so de você… Desce to aqui em baixo.
Falei entre os soluços do choro, estava muito mal e precisava dele.
Ele desligou o telefone e logo apareceu e entrou no meu carro.
Quando eu o vi, o abracei com muita força mas ele não respondeu meu abraço, fiquei triste por isso, mas ele tinha motivos fortes.
Rafael- Fala por que ta chorando?
Ele falou de novo impaciente, e eu disparei tudo em versão resumida sobre que aconteceu, ele me olhou supresso, nunca esperava que a Ana fosse minha mãe, e o Sr. El Diablo meu pai.
Rafael- Ta falando serio? Porra, que desgraçado.
Eu fiquei olhando para meu pé, ficamos por alguns minutos em silencio e eu falei.
Felipe- Por favor, Rafael, eu te amo cara, apesar de tudo que aconteceu você é meu melhor amigo. Eu nunca quis te magoar, eu sou muito, mais muito idiota de feito isso com você, to tão arrependido, mas eu precisava de um amigo para fala tudo que aconteceu, e obrigado por você ser tão maravilho em ouvi minha historia, eu me odeio.
Eu chorava muito e ele me olhava com atenção, sentia seus olhos me observado em cada palavra dita, e então finalmente ele falou.
Rafael- Olha eu estou muito magoado pelo que você fez, mas a vida é assim. Eu como pai tenho que ter minhas responsabilidade, e você ainda não estar pronto para ficar na minha vida, eu fui errado também em exigir de você isso, mas eu sou seu amigo, sempre fui, eu to supresso pela sua mãe, mas sinto que no momento não me sento bem na sua presença, preciso me recuperar de tudo, desse amor, e não tem problema, eu te perdoo.
Felipe- Queria tanto que isso foi mais fácil, queria tanto não ter feito aquilo com você.
Rafael- Mas você fez, e não podemos mudar isso, mas sei quando eu perco e jogo, só não queria que acabasse assim, mas
Felipe seguir a sua vida, agora que você ganhou uma outra mãe a faça feliz, se concentra em sua vida.
Felipe- Eu seria mais feliz que você estivesse na minha vida.
Rafael- Eu vou estar, só que não agora, mas agradeço por você ter compartilhando isso comigo, quando eu me recuperar e bota minha vida em ordem e você fazer o mesmo podemos se amigos de volta, combinado?
Eu não sabia como pude deixar esse homem maravilhoso, ele era perfeito, seu rosto era algo divino, sua pele era macia e quente, seu halito cheirava hortelã, mas esse maldito coração era um idiota, e eu tive que aceitar as condições deles.
Felipe- Um minuto Rafael, como estar o Junior?
Rafael- Esta cada dia mais lindo, minha mãe estar me ajudando a cuidar dele, tanto coisas para eu aprender, que não daria conta sozinho, bem que ela veio.
Senti-me mais mal ainda por não ta ajudando ele, e vi como eu era um idiota em ta ali falando com ele depois que todo o mal que o fiz, eu nunca iria me perdoa.
Felipe- Eu sou um burro, você ai sofrendo para cuidar da criança e eu aqui sendo um idiota.
Rafael- Você não deve se culpa para sempre do seus erros, eu te perdoei. Os erros e acertos que nos tornas mais humanos, eu também errei muito Felipe, e isso me ajudou a amadurecer.
Felipe- Você é incrível mesmo.
Eu fiquei olhando em sua boca, sentir uma enorme vontade de beija-lo, mas sabia que ele nunca iria permitir isso.
Felipe- Queria ter pedir uma coisa? Como despedida.
Rafael- O que?
Eu fiquei com medo dele não gostar, mas mesmo assim eu fiz.
Levantei-me devagar no meu lugar, e foi em sua direção, fiquei cm de sua boca, esperando uma reação sua, ele estava parado me olhando nos olhos, senti que eles estavam bem magoado comigo ainda, mas ainda percorria uma paixão, um
desejo nele por mim.
Rafael- Felipe?
Ele falou recuado um pouco de mim, era percebível que ele estava querendo também.
Felipe- Por favor? O ultimo.
Ele ficou em silencio me fazendo me aproximar mais dele, e nossos olhos se fecharam e senti o beijo doce e calmo dele, sabia que poderia viver com ele por toda minha vida, ele era um companheiro espetacular, mas minhas escolhas e erros fizeram nosso destino te rumos diferentes.
O beijo ficou quente, sabia se não pare-se iria acabar em outro lugar. Quando larguei a sua boca senti o amargo de nunca mais a te-la na minha.
Rafael- Pronto! Teve o que teria, agora deixa ir que vou cuidar da minha vida e você na sua.
Ele saiu me deixando lá em pedaços observando ele se afastar do carro.
E percebi pela primeira vez que não poderia ter uma relação com o Rafael, dês do começo tudo deu errado, eu aceitei
Laura na vida dele por causa do bebê. Muitas vezes eu engolia em seco o ódio por ela por causa dele, mas aquilo desgastou muito meu amor pelo Rafael, nossa relação estava fraca e insegura.
Depois veio a morte da Laura, coisa que eu lamentava muito, mas teria de novo o bebê entre nós, naquele momento na minha vida não podia compartilhar uma criança com ninguém. Nessa hora lembrei de Ana, coitada tão novinha teve que sacrificar sua vida por causa do seu filho, ela desistiram do único amor da sua vida por minha causa, e o Rafael não estava errado em desistir de mim por causa de seu filho. Ele com certeza era mais importante que eu.
E a briga por mim estava terminada, ninguém ganhou, no final eu fiquei sozinho, os dois homem que eu amava agora teria que viver sua vida sem mim. Eu me senti obrigado a me afastar de Pedro, esse tal de inimigo secreto estava me obrigando a tomar decisões que eu odiava. Eu ainda pensava em ficar com Pedro, mas depois de o que aconteceu em seguida resolvi que era mais seguro eu ficar sozinho.
Meu telefone toca, eu ainda estava andando por ali, atrás de uma luz para meu coração e esfriar a cabeça.
Felipe- Alou?
Inimigo Secreto- Eu falei para ficar longe do Pedro e você não me escutou.
A voz era de computador, não dava para reconhecer se era mulher ou homem. Mas sabia que se tratava desse tal inimigo
secreto.
Felipe- Que porra! Quem é você??
Eu fiquei nervoso, aquele não era o melhor dia para isso.
Inimigo secreto- Agora você vai sofrer as consequências, cuidado quando você passar por uma rua perto de escolas, lá pode ter uma menina que pode ser atropela.
E desligou o telefone me deixando parado com o celular ainda na orelha.
Como assim menina que pode ser atropelada?
Nessa hora me lembrei de Julia, ela era a única menina que eu tinha na minha vida, mas eu falei para ela ir de van que há levava todo dia para nossa casa.
Foi direto para a escola dela, mas estava deserta. Todos já tinham ido embora, me bateu um desespero enorme, rapidamente liguei para Cecília.
Felipe- Cecília, a onde estar a Julia?
Cecília- Alou Felipe? A Julia ta na casa de uma amiguinha, ela ligou mais cedo falando que ia ficar lá?
Não acreditei naquilo, eu comecei a respirar mais forte, fiquei ofegante, meu coração batia na garganta, e fiquei branco.
A se esse filho da puta mexer com minha irmã ele ta ferrado, pensei comigo.
Cecília- Felipe, o que ta acontecendo? Por que você ta assim?
Felipe- Onde mora essa amiga da Julia?
Então ela me passou o endereço e voei para lá, fui o mais rápido possível, acho que Deus me ajudou a chegar são e salvo até a casa da menina.
Sair do carro correndo e toquei a campainha.
E de lá saiu uma mulher que devia ser a mãe da amiga de Julia, e perguntei sobre minha irmã, e minutos depois ela saiu correndo, me tirando um peso enorme de cima de mim.
Quando ela me abraçou, eu abracei muito forte, e percebi como era fácil me atingir.
Julia- Você veio me buscar Lipe?
Felipe- Sim meu amor, se despedi da sua amiga e vamos embora.
Quando olhei para ela vi a carinha linda e inocente. E eu tinha que tomar uma atitude, esse desgraçado ou desgraçada, podia fazer mal a qualquer membro da minha família ou amigo muito fácil de me atingir, e se o preço em cuidar das pessoas que eu amo, eu iria sacrificar meu amor pelo Pedro, era isso que eu ia fazer.
Continua...
