Me apressei em vestir a única camisa que não estava amaçada, uma camisa branca de botões que ficava largada em meu corpo, a calça jeans que já usava e meus sapatos os quais já calçava. Me dirigi até a porta da frente do apartamento do garoto que, nestes últimos minutos, povoava meus pensamentos com uma enorme intensidade.
Bati na porta e senti meu coração acelerar. Por que eu ficava assim? Era só um almoço e ele era só um garoto.
A porta se abriu e meus olhar encontrou um par de olhos verdes como duas esmeraldas refletindo a luz do sol.
Rudd: O...oi... pode entrar...
A timidez do garoto me cativava mais e mais.
Eu: Obrigado pelo convite
Entrei em um apartamento do mesmo tamanho que o meu, porém com poucas mobílias e pouco iluminado, mas com um ar aconchegante e familiar. A mãe se aproximou para me receber.
Mãe: Olá Dan, seja bem vindo e desculpe-nos a bagunça
Eu: Obrigado, se a senhora visse como está meu apartamento não estaria dizendo isso
Mãe: Você precisa de ajuda para arrumá-lo?
Eu: Não, obrigado, eu posso me virar sozinho
Mãe: Mas são tantas caixas, você vai levar muito tempo se for arrumar tudo sozinho. Tive uma ideia, depois do almoço o Rudd pode ir lhe ajudar. Não é filho?
O garoto ficou vermelho e gaguejou antes de responder.
Rudd: E-e-Eu? Bom, posso sim
Eu: Obrigado
Olhei fundo em seus olhos mas em poucos segundos Rudd desviou o olhar. Isto se repetiu por diversas vezes durante o almoço. Eu percebia Rudd me observando e fitava seus olhos para depois ele os desviar de mim. Porém, cada vez que eu olhava para aquele garoto, eu sentia algo dentro de mim. Um sentimento intenso, porém um sentimento que eu desconhecia.
Eu: Bom, obrigado pelo almoço, estava uma delícia
Mãe: Por nada, sempre que você quiser, você pode almoçar conosco
Eu: Lembrarei disso em uma próxima vez. E obrigado mais uma vez. Agora vou indo terminar de arrumar minhas coisas
Mãe: Tudo bem, Rudd você vai ajudá-lo não é?
Rudd: Sim mãe
Eu: Realmente não é necessário
O garoto pareceu murchar, seus ombros encolheram e sua feição antes serena se tornou triste.
Eu: A não ser que ele queira
Os pequenos lábios delinearam um sorriso perfeito, discreto, tímido, inocente, mas perfeito.
Rudd: Não seria nada demais, eu posso lhe ajudar e, assim, você pode aproveitar seu apartamento mais rapidamente
Eu: Obrigado. Então, vamos?
Rudd: Até logo mãe
Mãe: Até. E obrigado pela companhia Dan
Eu: O prazer foi meu senhora, obrigado
Me virei de costas e fui em direção ao meu apartamento, seguido por um curioso garoto de olhos verdes.
Abrindo a porta pude ouvir o suspiro do garoto ao ver o grande número de caixas empilhadas e roupas que deixei ao chão enquanto procurava o que vestir.
Eu: Arrependido?
Rudd: Um pouco, rs
Eu: Com a sua ajuda vai ser rápido
Rudd: Tomara
E assim foi, abrir caixas, tirar roupas, eletrônicos, eletrodomésticos, livros, coisas de trabalho, quadros, mais roupas e guardá-los em seus devidos locais. Duas horas depois e restavam apenas algumas poucas caixas. O calor era imenso e ambos estávamos cansados.
Eu: Vamos parar um pouco e descansar. Quer algo para beber?
Rudd: Não, eu estou bem
Eu: Eu quero, venha comigo até a cozinha
Rudd: Uhm, okay...
Entrando na cozinha tirei a camisa que a esta hora já me incomodava demais, tamanho o calor. Notei certo receio de Rudd em me olhar enquanto estava sem camisa.
Eu: Você não está com calor?
Rudd: N-não, e-eu estou bem
Eu: Tire a camisa, pelo menos para descansar, o calor está forte demais
Rudd: Eu prefiro não tirar
Eu: Vergonha?
Rudd: Não!
Eu: Então tire
Rudd: Tiro!
E foi ai que vi, o corpo de homem preso naquele menino, seus músculos definidos, nada exagerado, mas tudo em seu devido lugar. Perdi meu rumo quando notei uma gota de suor escorrendo ao lado de seu umbigo.
Não estava mais vendo um belo garoto, estava vendo um lindo homem.
Eu: Se me permite dizer, você é muito bonito
Rudd praticamente saltou para trás, com os olhos arregalados em uma clara expressão de surpresa.
Rudd: O-obrigado, hum...você...também é
Eu: Obrigado
Não conseguia parar de procurar os olhos que ele tanto escondia de mim, aqueles olhos verdes eram capazes de me encantar e me desnortear totalmente.
Eu: Então Rudd, você namora? Devem haver muitas meninas atrás de você
Rudd: Não, não namoro, acho que ainda não encontrei a pessoa certa pra mim
Ele disse “pessoa” não “menina”. Eu já conhecia esse tipo de frase, a frase de alguém que teme revelar seus desejos mais intimos.
Rudd: B-bom, acho que é bom voltar e continuarmos a desencaixar tudo
Eu: Antes preciso fazer uma coisa
Rudd: O que? Eu espero
Eu: Isso
Beijei aqueles doces lábios, lábios que, finalmente percebi, desejei o dia todo. O corpo de Rudd enrijeceu-se, o medo o afligia, mas logo em seguida ele amoleceu, sua boca se abriu, recebendo minha língua que brincava com a sua. Nos beijamos intensamente, mãos exploravam nossos corpos enquanto a excitação e o desejo percorria os mesmos. Sentia sua pele quente contra a minha, seus toques ardiam por onde passavam, sua respiração ofegante e seus lábios me saciavam. Até que fui empurrado e, num lapso de tempo, recobrei a consciência.
Eu: Eu... me desculpe. Não queria fazer isso
Rudd: Vo-você
Eu: Me desculpe
O menino se afastou, vestiu a camiseta e saiu correndo, só pude ouvir a porta bater. O que eu acabara de fazer?
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É isso por hoje queridos, espero que estejam gostando e não deixem de comentar. A opinião de vocês é muito importante para mim.
Beijos