A HISTÓRIA DE NÓS TRÊS - 05X14 - "DECEPÇÃO"

Um conto erótico de MY WAY
Categoria: Homossexual
Contém 1974 palavras
Data: 18/01/2013 18:57:59
Última revisão: 22/01/2013 04:37:24

- Meu Deus... que... que decepção... meu filho... eu não aceito... lembra o que a biblía diz... você vai para o inferno. - disse Eleonora chorando igual a uma criança...

- Mãe...pai... Jesus me ama do jeito que eu sou... ele ama as pessoas boas... com o coração limpo... Jesus me ama. - disse Ezequias chorando..

- Nunca mais fale uma eresia desta!! - gritou Luís batendo várias vezes no rosto de Ezequias. - Você vai para o inferno...

- Não pai... eu vou ser salvo... por que quem me ama é Jesus... ele é meu salvador, o senhor me julga, mas ele me ama!! - gritou Ezequias.

- Você está louco... passou.. passou muito tempo com esses depravados!!! - gritou Eleonora.

Luís pegou o cinturão e com lágrimas nos olhos desferiu vários golpes em Ezequias. O jovem caiu no chão e apanhou mais. A blusa branca dele começou a ficar com tons vermelhos, ele simplesmente se entregou, não reagiu, apenas apanhou "Estou cansado disso, prefiro morrer", pensou o jovem. De repente, Ezequias foi amparado por sua irmã Daniele que ficou na frente,sendo atingida também pelo cinto.

- Para!!! - gritou Eleonora. - O que estamos fazendo homem?!

- Essa menina também é cúmplice!!! - gritou ele.

- Vocês dois são loucos! - gritou Daniele levantando Ezequias que estava em estado de choque.

- Para onde você vai levar ele? - perguntou Luís.

- Para longe de vocês... loucos!!

- Não!!! Ele vai para o centro! - gritou Luís.

- O centro não! - pediu Eleonora. - O centro não...

- Você não teria coragem... - disse Daniele.

- Eleonora... vamos... - ele disse pegando Ezequias das mãos de Daniele e colocando no sofá.

Luís segurou Daniele e a levou para o quarto. A garota chorou e pediu para o pai não levar o irmão.

- Pai!! Não faz isso! - gritou Daniele.

Luís foi até o quarto de Ezequias pegou algumas roupas colocou em uma mochila e desceu. Daniele tentava desesperadamente sair do quarto, mas pouco podia fazer.

- Depois você vai me agradecer garoto! - gritou o homem pegando Ezequias pelos braços.

- Amor... pensa direito... o centro... - disse Eleonora. - Vão machucar o meu filho.

- Ele vai ter o que merece... - disse Luís. – Filho meu não nasceu para ser gay!

Eles entraram no carro e partiram. Phelip tentou ir até a casa deles, mas foi impedido por nossa família. A situação estava critica.

Jean e Vinicius por sua vez estavam mais apaixonados do que nunca. Depois do susto com Evandro no restaurante o médico só queria curtir seu noivo.

- Mas, ele está bem? – perguntou Jean pegando uma vasilha de suco na geladeira.

- Sim... foi só um susto... mesmo assim ele precisa se tratar. – disse Vinicius deitado no sofá.

- O lado positivo é que ele e o Fábio estão juntos novamente.

- Pelo menos isso...

- Ei... ainda to muito triste pelo Pedro.

- Eu sei amor... mas se Deus quiser ele vai sair dessa... por isso que precisamos usar todo o nosso tempo para amar e ser amado. – ele disse levantando e beijando Jean.

-Muito bem pensando... e eu quero ser amado constantemente. – disse Jean.

- Eu já disse que te amo?

- Ainda... não...

- Te amo... te amo... te amo... e eu não me importo com as adversidades, pois, foram elas que me trouxeram você... se não fosse a enchente... jamais eu te encontraria...

- Verdade. – Jean disse beijando Vinicius.

Sim... pior que o Vinicius estava certo... na minha vida as adversidades sempre vieram com algo positivo... e na minha vida a figura do Mauricio se encontrava presente. Começando pelo acidente da Luciana... passando pela morte do meu irmão... quando o meu irmão levou um tiro... quando aconteceu a enchente... na doença da minha mãe... sempre passei com meu esposo... precisava dele na minha vida.

- E ai? Preparado? – perguntou Rogério olhando nos meus olhos. – Este é um momento esperado pelos pacientes...

- Ai... tenho outra opção? – perguntei.

- Pedro... o que eu já falei? – ele disse me repreendendo.

Com muita dificuldade fiquei em pé me segurando nas barras de proteção. Aos poucos ia recobrando a sensibilidade em minhas pernas. Fiquei feliz, mas triste ao mesmo tempo. A companhia de Rogério estava me fazendo bem... e eu não queria perder aquilo. Nem eu conseguia explicar... minha cabeça estava uma bagunça.

-Não dá. – falei caindo no chão.

- Calma... – ele disse me segurando.

- Eu quero ir para a piscina. – falei.

- Ok... vou colocar a minha sunga e...

- Eu quero ir sozinho. – disse secamente.

-Eu fiz algo? – ele perguntou.

- Não é você... sou eu... eu... quero ficar sozinho.

Na água, eu me sentia mais tranquilo... lembrava do sonho que tive com Paulo... Rogério ficou me observando de longe e tomou um susto quando Mauricio se aproximou.

- Ele é lindo né? – perguntou meu esposo.

- Annh? Ahh... oi Mauricio... você disse algo? – perguntou Rogério.

- O Pedro... ele é lindo...

- Ahh... eu... eu... nunca nem reparei nisso, mas ele é uma pessoa determinada. – desconversou.

-Ele é... já posso leva-lo para casa?

- Claro... deixa eu...

- Não... eu pego ele.

Phelip armou um plantão na porta da casa de Ezequias. Ele não sabia para onde haviam levado seu namorado. E Daniele não aparecia para responder. De repende, Eleonora passa por ele sem ao menos olhar.

- Dona Eleonora... onde está o Ezequias? – perguntou.

- Como se atreve? – ela perguntou olhando para os lados.

- Eu... eu... eu amo o seu filho... sei que é difícil para a senhora entender, mas... eu o amo. – ele disse levando um tapa de Eleonora.

- Nunca mais fale isso novamente. – ele disse chorando.

- Eu o amo... eu o amo... eu o amo. – disse meu irmão levando três tapas no rosto, um mais forte que o outro.

- Pare... chega... você não pode mais fazer nada... – ela disse chorando. – Ele foi embora... para outra cidade... esqueça o meu filho... – ela falou correndo em direção ao carro.

- Como assim... embora? – ele perguntou a si mesmo.

Longe dali... Luiz pagava a diária de um hotel. Ezequias dormiu trancado no banheiro para não fugir. A situação dele não parecia ser uma das melhores.

- Acorda... precisamos seguir viagem. – ele disse abrindo a porta do banheiro.

No caminho, eles não falaram uma palavra. Encostaram para Luis fazer uma ligação. E continuaram viajem.

- Eu não espero que você em entenda, mas isso é para o seu bem. – disse Luis.

Ezequias apenas chorava em silencio. Ele não encontrava forças para deter o seu pai. Ao chegarem no “Centro”, o jovem reconheceu algumas pessoas. Seu pai foi embora sem olhar para trás ou pelo menos se despedir do jovem.

- Por aqui. – disse um homem ríspido. – Na nossa instituição não aturamos conversas e principalmente qualquer tipo de maluquice.

- Onde é... esse lugar? – perguntou Ezequias.

- Eu disse nada de conversas. – falou o homem. – Tire sua roupa.

- O que? – perguntou ele.

- Tire suas roupas agora. – falou novamente.

- Não... eu vou embora...

- Seu pai disse que podíamos usar força. – disse o homem acenando para um segurança.

- Me deixem sair daqui!! – protestou Ezequias levando um soco no rosto.

- Tira por bem... ou por mal... – falou o segurança.

Aquele foi o ápice da humilhação. Os homens perceberam as feridas no corpo do jovem, mas nada falaram. O ambiente era hostil, não havia cor... era cinza sobre cinza. Chorando... Ezequias ficou pelado na frente dos homens e foi encaminhado para o lugar onde eles tomavam banho. Água fria... tempo frio... a vida dele parecia ir de mal a pior.

Priscila e Luciana me levaram para fazer compras. Era a primeira vez em muito tempo que eu fazia isso. E mais uma vez me senti invisível. A vendedora fingiu que eu não estava ali... serviu chá para todos menos para mim... tentei não transparecer minha irritação, mas infelizmente era assim... eu era invisível.

Instalaram na minha casa uma rampa, comecei a usa-lá para me acostumar. Parecia uma criança... ganhei ainda um carro adaptado... tive que fazer uns testes antes, mas ocorreu de forma tranquila, eu tinha habilidades com as mãos. Certa vez cheguei cedo à fisioterapia... me sentia “o independente”.

Desci do carro e quando cheguei à rampa do prédio escorreguei e caí. Muitas pessoas passaram e ninguém me ajudou. Rogério olhava alguns papéis dos pacientes. Entrei e ele percebeu meus machucados.

- O que aconteceu? – ele perguntou.

- Eu... eu... virei na rampa... – disse lagrimando.

- E quem te ajudou?

- Ninguém. – falei.

- Meu braço ta doendo... quero ir pra casa. – falei.

Ele tentou movimentar a cadeira, mas não se mexia. Ele me pegou no colo e me levou até em casa.

- O que você fez com o meu esposo? – Mauricio perguntou.

- Nada... ele... ele caiu...

- Eu confiei em você... e .... cara...

-Desculpe... isso não vai mais se repetir... e....

- Não vai mesmo Rogério... o Pedro não vai ter mais aulas com você.

- Mauricio... estou com ele há meses... não pode fazer isso...

- Já falei com a Tereza... já está feito. – disse Mauricio.

- Posso... pelo menos me despedir dele? – perguntou Rogério.

- Sim... preciso ir ao hospital, quando você sair avise a Dora.

Rogério subiu e eu estava deitado. Ele se aproximou e sentou próximo de mim.

- E ai campeão? Está melhor?

- Defina melhor? – perguntei.

- Pedro... o... teu marido... cancelou a terapia comigo... eles vão te indicar para outro professor...

- Humrum... – respondi sem olhar para ele.

- Como assim... humrum? E eu... e.... o nosso treino? Somos um time...

- Mas... por favor... vai ser melhor...

- Pedro... eu sei tudo sobre você.... sou a pessoa mais indicada para fazer isso... por favor...

- Vou conversar com ele... prometo... agora eu preciso dormir...

- Ok... – ele disse tentando me dar um beijo no rosto, mas sem sucesso. – Vou te ligar depois.

Phelip, Fernanda e Osvaldo se reuniram na lanchonete da praça. Todos preocupados com o paradeiro de Ezequias.

- A única que pode responder está presa em casa...

- Que pai monstro... e olha que eu tenho o meu pai. – disse Osvaldo. – E qual é o plano?

- Não existe um plano. – disse Phelip. – Quando se trata de um amor sou azarado...

- Desistir? Como assim? Não... não vamos desistir. – disse Osvaldo ficando em pé.

- Verdade... precisamos descobrir onde é esse local...

- Precisamos encontrar a Daniele... como? – questionou Phelip.

- Eu tenho uma ideia... eu sabia que as minhas aulas de atuação serviriam para alguma coisa. – disse Fernanda sorrindo.

Esperei Mauricio chegar para conversar sobre a situação da minha fisioterapia. Ele tomou banho e sentou perto da cama assistindo a um jogo de futebol... tentei iniciar a conversa, mas seus olhos estava grudados na televisão... como um bom esposo peguei o controle remoto e desliguei.

- O que aconteceu? – ele perguntou.

- Precisamos conversar sobre o Rogé... digo... a minha fisio... você vai me tirar de lá? – perguntei.

- Não... vou te tirar dele... ele é um atraso para você....

- Eu não o vejo como atraso... droga... porque as coisas tem que ser complicadas...

- Hã? – ele perguntou.

- Mauricio... qual é a situação... sei que não é a fisioterapia...

- Você ... você já reparou como ele te olha? Ou como vocês ficam na piscina?

- Amor... vem cá... – o abracei e coloquei ele entre as minhas pernas. – Eu te amo... e isso nunca vai mudar... e o Rogério é um amigo e nunca vai passar disso... agora olha ali. – falei apontando para o meu dedão.

- Deus... está mexendo... – ele disse me olhando com espanto.

- Sim... nem o Rogério sabe disso... eu queria fazer uma surpresa para vocês...

- Eu te amo também... – ele disse me beijando.

Em casa, Phelip e os meninos repassavam os planos mais uma vez.

- Precisamos ter cuidado... a mãe dela já te viu uma vez... lembra? – perguntou meu irmão.

- Querido, com um pó mais escuro, uma peruca e uma boa lente de contato... eu me transformo...

De repente alguém chegou à porta da casa de minha mãe. A campainha tocou pela primeira vez. Eles estavam tão ansiosos que não escutaram pela segunda, nem pela terceira.

- Eu sei Fê, mas... não podemos arriscar... a Daniele está em algum lugar....

- Esses meninos... – disse a minha mãe passando por eles em direção a porta. – Boa tarde? Não... não acredito!!! – disse a minha mãe surpresa.

Sim... o passado retornava para assombrar, mas seria esse o inicio do fim?

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive My Way a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Apenas uma coisa para ser dita, CONTINUA LOGO!

0 0
Foto de perfil genérica

O que será que vem por aí? Tá bem interessante essa relação com Pedro com o Rogério e a reação do Maurício. Nota 10.

0 0
Foto de perfil genérica

O pai do Ezequias faz uma coisa horrivel com o filho e ainda tem coragem de se arrepender,ele é um maluco.

0 0
Foto de perfil genérica

Adorei o conto. Posso fazer uma perguntinha? Droga, assim serão duas, né? Nossa, agora já são três! Tu já assistiu o filme a galera do mal, com Macaulay Calkin? Se sim se inspirou nela, não foi? Se não, está semelhante, eu recomendo que assista a esse filme. É interessante. Bem, quanto ao uso da força para impor uma mudança, sou do contra, é triste, degradante, deprimente, desumano. Agora, se Ezequias se sentisse infeliz com sua sexualidade, o que não é o caso, tentar buscar ajuda psicologica seria uma alternativa, não por ser uma doença, claro que não é. Mas, até onde sei, o psicólogos o ajudariam a se entender e se aceitar, que é o mais fácil, e se ainda assim não estivesse feliz, então partiria para outras possíbilidades, partindo da teoria da sexualidade contruída. Outra coisa, essa família não sabe o significado da palavra cristandade, pensam que sabem, mas andam longe das práticas utilizadas por Cristo. Parabéns ótimo conto. Aguardo próximo post.

0 0
Foto de perfil genérica

To chocado tadinho do ezequias tomara que ele seja salvo o mais rapido possiveL.

0 0
Foto de perfil genérica

maravilhoso ,quem sera que apareceu em /nota 10 espero ansiosa pelos proximos

0 0