Outras vidas - Parte II

Um conto erótico de Valentina M.
Categoria: Homossexual
Contém 763 palavras
Data: 20/01/2013 09:45:19
Última revisão: 30/01/2013 12:18:06

CAP II - Confusões

No dia seguinte, eu estava chegando à universidade, alguns minutinhos adiantada, caminhava por um dos corredores, distraída, olhando para o celular, e mandando uma mensagem para Duda, quando alguém se esbarrou em mim, e derrubou todas as minhas coisas inclusive meu celular, que já tinha se desmontado todo, nem me preocupei em pegar minhas outras coisas, me abaixei e montei o celular ali mesmo agachada, quando me dei conta de que a pessoa estava na minha frente apanhando minhas coisas, foi que vi quem era essa pessoa, era ela, ali bem na minha frente, me olhando nos olhos, agora de perto, tão perto que eu podia sentir o cheiro bom que ela tinha, nos levantamos quase no mesmo tempo...

- Me desculpe! – Ela disse, e que voz era aquela, tinha sotaque diferente, porém, lindo... Quando ia responder alguma coisa o celular tocou e fui obrigada a atender.

- Oi, amor... já estou na faculdade! – Quando olhei pra trás e garota já estava longe, maldita hora que a Duda foi me ligar...

O dia se passou normalmente, tirando o fato de que eu não tirava a garota da minha cabeça, seus olhos, sua voz, seu cheiro, e aquela boca maravilhosa, que me fascinava, Algo me dizia que eu a conhecia de algum lugar, mas que lugar? A garota nem era da cidade, pelo sotaque dava pra perceber, acho que a conheço de outras vidas, só pode ser essa a explicação. Eu já não conseguia mais me concentrar nas aulas e muito menos nas coisas que Duda me dizia, e esse foi o motivo dela brigar comigo mais uma vez, sai meio confusa, frustrada, transtornada, não sabia bem o que eu tava sentindo. Fui até o banheiro, me olhei no espelho com a finalidade de achar alguma resposta pra tudo aquilo que tava se passando dentro de mim, me abaixei e lavei o rosto, quando me levanto e olho no espelho novamente, a tal garota entrou no banheiro, aquilo só podia ser perseguição, eu pensava nela e ela aparecia. Veio andando em minha direção, me encarando pelo espelho, chegou perto da pia, se sentou sobre ela, tirou a mochila das costas e perguntou-me sem desviar os olhos dos meus:

-Ta tudo bem contigo?- Mais uma vez aquela voz do sotaque bonito me estremecia por dentro.

- Tudo sim, obrigado!- Respondi desviando daquele contato visual que acabaria comigo a qualquer momento.

- Não me parece que você ta bem.

- Aquele dia, esqueci de lhe agradecer por me ajudar.. Obrigado! – Mudei de assunto tentando disfarçar um pouco.

- Não tem do que agradecer, eu que sou uma desastrada. Mas enfim, porque ta tremendo? Eu te vi na cantina conversando com sua amiga, vocês brigaram? – Me perguntou toda curiosa.

- Bom, foi só uma discussão boba. Mas, mudando de assunto a gente já se viu várias vezes e nem nos apresentamos. – Eu disse já um pouco mais calma.

- É verdade, meu nome é Beatriz, mas pode me chamar de Bia.

- Prazer Bia, me chamo Dani, ou melhor, Daniela...

- O prazer é todo meu. – Ela disse cm uma voz rouca e me encarou novamente. Caramba, aquilo tava me enlouquecendo já, cada vez que ela me encarava meu coração disparava, e eu tentava disfarçar.

- Você tem namorado? – Ela me olhou confusa, e me arrependi da pergunta. – Bom, sua aliança... – apontei para seu dedo, ela olhou e escondeu com a outra mão e disse.

- Não... quer dizer, mais ou menos. Ele mora em outra cidade. – Ela respondeu e baixou a cabeça. Acho que não devia ter perguntado aquilo, eu mal conhecia a garota e já queria saber da vida dela. Achei melhor ir embora, peguei minha bolsa e disse que tinha que ir, fui até a porta, e logo depois senti ela me puxando pelo braço, eu estremeci ao sentir seu toque, olhei para trás e dei de cara com seu rosto bem perto do meu, ela não se moveu nem um centímetro, e disse:

- Espera só um pouquinho! - Eu não disse nada, continuei no mesmo lugar, não conseguia me mover, só conseguia escutar meu próprio coração. Ela se abaixou um pouco, mexeu em sua mochila, e tirou um relógio muito parecido com um meu, que havia sumido.

- Aqui, isso é seu... – olhei-a meio desconfiada. – Aquele dia eu peguei no meio das suas coisas e coloquei junto com as minhas sem querer.

- Obrigada!

Sai imediatamente daquele banheiro e fui pra casa, aquilo já era demais pra um dia só. A noite se passou como eu imaginei, não preguei os olhos um só minuto, só conseguia pensar na garota, ou melhor, em Bia...

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