Amar contra o destino - 2ª TEMP. Cap. VII
Série ACD 2x07 - Paixão, Prazer e Pecado
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Narração Augusto:
Eu estava ali, já desesperado com Bernardo em meus braços, ele não respondia as minhas inúmeras tentativas de acordá-lo.
- Bernardo fala comigo. ACORDAAA – Falei o sacudindo, mas novamente sem sucesso.
Cheguei fazer parte das aulas de primeiros socorros para afogamentos uma vez na praia, então sabia o que fazer. Tirei-o da banheira, deitando-o de costas no chão do banheiro, percebi que ele não respirava, e seu pulso estava muito fraco. Com os dedos tranquei seu nariz, abri sua boca e inspirei todo ar que pude, abri a boca e coloquei sobre a do Be, soprando o mais forte que pude, foi o tempo de sentir seu pulmão inflar e empurrar aquela água que havia dentro de si. Virei sua cabeça para o lado, até sair toda água, ele tossiu e percebi que havia voltado. Puxei-o para meus braços novamente, ele me olhava assustado, e meu choro que antes era de desespero se tornará de alegria, de alívio.
- Bê por que você fez isso? – Falei passando a mão em seu rosto. Ele não me respondia, seu olhar já era de choro. – Bernardo, não é desse jeito que você irá resolver as coisas. Não é se matando, não. Poxa, você não pensou em mim, não? Se acontecer alguma coisa Ber, eu faço uma besteira, entendeu? Você é a única coisa que resta na minha vida, eu não posso te perder. EU NÃO POSSO. – Falei alterado, dando leves murros em seu braço.
- Me perdoa, eu não sei o que me deu Guto. Eu... eu... – Be não conseguiu terminar de falar e começou a chorar.
- Você disse que ele pediu pra você viver, pra você ser feliz, e você prometeu viver não só por você, mas por ele também.
- É difícil, tudo que eu faço eu o vejo, eu penso nele a cada segundo, só me vêm lembranças dele, eu ainda vivo desse sentimento Guto. – Disse em soluços.
- Eu sei Be, eu sei, mas esses sentimentos sempre irão viver com você, as lembranças dele sempre estarão com você, mas isso tem que te fazer bem, e não te fazer mal. O Ricardo não te quer abalado, o Ricardo não quer que você morra por ele, o Ricardo quer que você viva por ele, e pelo amor de Deus Bernardo, que isso não se repita, se eu te perder eu não sei o que fazer da vida.
- Desculpa Guto. – Só foi isso que ele disse, ele estava constrangido e até com remorso pela atitude que havia tomado.
- Melhor você se secar antes que pegue um resfriado, venha. – Falei ajudando-o a levantar do chão.
Peguei a toalha e ajudei a secá-lo, fomos para seu quarto e ajudei a se vestir, deitei-o na cama e fui buscar algo para ele comer. Preparei uma daquelas sopas prontas, e levei para ele que
estava deitado assistindo televisão. Seu olhar era vago, fixo naquilo em que estava assistindo, mal piscava os olhos. Aproximei-me com o prato de sopa e sentei ao seu lado na cama, ele se sentou também, mesmo com muita luta, comeu a sopa. Deitei ao seu lado na cama, o Bernardo é tudo que me resta nessa vida, e eu dou a minha vida por ele, para protegê-lo. Ficamos ali calados apenas assistindo o filme que passava na televisão. Eu não queria admitir isso, mas cada vez mais eu estava apaixonado pelo meu irmão, o que eu mais queria é tê-lo para sempre ao meu lado, mas sabia que esse não era o momento ideal para isso, e comecei a tratar de esquecer isso, já com as inúmeras vezes em que ele me falou não querer nada a mais do que um amor de irmão comigo. Acabamos pegando no sono, durante a noite, o estranho que até parecia programado, durante a madrugada eu sempre acordava para ver como o Be estava. Pela manhã acordei antes dele, escovei os dentes e desci para preparar nosso café da manhã, deixei na mesa para o vovô e levei na bandeja para ele que ainda dormia serenamente. Como tínhamos que ir para aula acordei-o.
- Dorminhoco, temos que ir para escola. – Falei o sacudindo de leve.
- Não quero ir pra escola. – Resmungou virando de lado, dando-me as costas.
- Nada disso, a partir de hoje você vai levantar essa cabeça e voltar a sua vida maninho. – Falei tirando suas cobertas.
- Mas é chato mesmo. – Disse já se levantando, bravo e resmungando.
- Pode fazer cara feia, por que cara feia pra mim é fome e aqui está seu café da manhã.
Ele sentou e começamos a tomar nosso café da manhã. Fui para meu quarto colocar o uniforme, o Be também colocou o seu e descemos juntos para ir à escola e saímos. No caminho novamente o Be ficava calado, eu tenta puxar papo em vão, ainda era cedo para querer outra reação de sua parte, por seu sofrimento. Chegamos à escola e cada um foi para sua sala. Na escola, era nítido um pouco de tristeza de alguns alunos pela morte do Ricardo, ele era um garoto muito popular. O Hugo já estava na frente da sala conversando com a Luana, momento que me bateu até um ciúme, querendo ou não, Luana sempre conseguia mexer comigo. Cumprimentei os dois e entrei na sala, o Dan estava ali e já veio falando comigo.
- Cara, seu irmão é gay?
- Nossa, bom dia pra você também, né? – Falei dando as costas para ele, colocando minha mochila na cadeira.
- Ah desculpa, bom dia Guto.
- Sim ele é gay. Por quê?
- Porque só falam nisso hoje na escola, após a morte do garoto ontem.
- Mas que merda mesmo, povo que não tem o que fazer.
Nisso o Hugo entrou na sala e já foi chamando o resto dos garotos o Fred, o Marcelo e o Luiz Henrique para conversar junto com a gente.
- Amanhã começa o campeonato, ta todo mundo pronto? – Disse o Hugo
Todos concordaram, realmente o campeonato está para começar. Pela manhã haveria o sorteio dos jogos, que já começam no próximo dia. A professora entrou na sala, antes mesmo do sinal tocar, forçando todos a se sentar. As duas primeiras aulas foram um saco como sempre, demorado, e meus pensamentos estavam só em como estaria o Be. O sinal para o recreio tocou e saímos todos para a quadra da escola onde iria ser feito o sorteio. Avistei o Ber também junto com seus amigos na quadra e vi que ele estava melhor, vi até leves expressões de sorriso em seu rosto. Não demorou muito e o diretor Mauro apareceu junto com o professor Ronaldo de educação física.
- Garotos, infelizmente hoje não é um dia muito feliz para nossa escola, perdemos ontem um dos nossos grandes alunos, um de nossos melhores atletas, o qual sempre representava essa instituição em torneios regionais. Mas eu e o professor Ronaldo vamos pronunciar aqui sobre nossos cronogramas para o campeonato de futebol de nosso colégio para esse ano. Começando pelo sorteio dos jogos.
Eles começaram a sortear. E pronunciando na ordem que os papéis eram sorteados.
- O 1º C jogará contra o 1º B - O 2º A jogará contra o 1º D - O 2º B jogará contra o 2º C - O 2º D jogará contra o 1º A - Todos os jogos serão realizados amanhã à tarde a partir das 14 horas. Desejo boa sorte a todos os alunos e que joguem pra se divertirem, isso é o essencial. Obrigado. – Foi a última palavra do diretor Mauro.
Nós jogaremos contra o 2ºD então e o time da sala do Be contra o 2ºC. Pegamos um jogo difícil logo de cara infelizmente, mas é assim. Ficamos ali conversando sobre, e pude ver o Be entre seus amigos também conversando, parecia mais animado, aquilo me deixou feliz e fui lá conversar com ele.
- E ai maninho, ta mais animado!
- Estou. Poxa, vocês pegaram pedreira, hem?
- Dá nada, passaremos fácil por eles, e você, hem? Como que vai ser jogar ao lado dele. – Falei apontando para o Guilherme.
- Não sei. Estranho, muito estranho, mas eu vou me vingar dele, mesmo jogando no mesmo time, pode esperar Guto.
- O que você vai fazer Be?
- Você vai ver. – Falou o Be encarando o Guilherme que percebeu e ficou assustado. – Eu vou comer alguma coisa, você vem?
- Não, tenho que conversar com o Dan.
- Tudo bem e sei não, acho que vai dar namoro você e o Dan.
- Palhaço, que mané namoro, eu lá namoro garotos?
- Não sabe o que está perdendo.
- Bom humor está voltando, não é?
- Não me pediu pra viver? E então, não te entendo, fui.
O Be foi para a cantina e eu voltei para quadra. Os garotos ainda conversavam como iria ser a escalação para o jogo. O Dan me puxou para um canto pra conversar.
- E aí, como está seu irmão?
- Ele ta melhor, mas por que tanto interesse nele em Dan? Tá gostando dele? – Falei dando risada.
- Eu não, ta louco? Não sou gay, não. – Disse Dan meio que se enrolando nas palavras.
- Ok, então.
Nisso o Hugo chegou perto da gente e começou a falar:
- Dan, você sabe jogar bem?
- Mais ou menos, por quê?
- Por que você vai pro jogo, o Marcelo ele gosta de entrar só no segundo tempo.
- Gosta de entrar no segundo tempo só pra cagar com o jogo, não faz merda nenhuma e se agente ganha ele fica todo feliz, porque entrou no segundo tempo e ajudou. – Falei estressado, nunca fui com a cara do Marcelo.
- Tá, sem brigas Guto. Vou ali falar com uma guria, hoje à noite estou a fim de me alimentar. – Disse Hugo já saindo.
Eu e o Dan ficamos conversando até dar o horário do sinal e voltarmos para sala. E assim foi o resto da manhã, sem muita novidade. No final da aula o Dan me convidou para ir na casa dele a tarde.
- Guto, você pode ir lá em casa hoje a tarde?
- Não sei Dan, não quero deixar o Bernardo sozinho.
- Hum, leva ele junto então. Vai ser bom ele sair um pouco de casa não é?
- Tá, vou conversar com ele, se eu não for eu te ligo.
- Tá bom, tchau.
Ele saiu e eu fiquei esperando o Be sair da aula. Não demorou muito ele chegou e fomos para casa. Almoçamos e conversei com ele sobre ir no Dan.
- O Dan me chamou pra ir a casa dele agora à tarde, e convidou você também, vamos?
- Não estou muito afim não, pode ir Guto.
- Não, aí eu fico também, vai que você apronta de novo e eu não estou aqui.
- Negativo, pode ir Augusto, eu não vou fazer nada, você confia em mim? – Disse o Be segurando meu rosto olhando dentro dos meus olhos.
- Promete?
- Sim prometo, agora pode ir, eu vou ficar bem.
- Então ta, eu não vou demorar. Tchau – Disse dando um beijo no rosto do meu irmão e saindo.
Casa do Dan não era muito longe, 10 minutos eu já estava lá, toquei a campainha e ele atendeu. Ele estava sem camisa, com apenas um calção azul, pude reparar que além de bonito ele é gostoso de corpo também. Fiquei um tempo observando disfarçadamente, mas ele percebeu.
- Vai entrar, ou vai ficar muito tempo parado aí me olhando?
- Eu te olhando? Se enxerga vey. – Falei entrando
Subimos para seu quarto e ele vestiu uma camisa, pelos cabelos molhados com certeza tinha acabado de tomar banho.
- O Ber não quis vir? – Perguntou ele.
- Claro, acho que o esqueci no portão, vou lá buscar, já volto. – Falei rindo dele.
- Palhaço. Vamos tomar banho de piscina?
- Acho que eu não vim muito preparado, não acha?
- Sem problemas, te empresto uma bermuda, ou uma sunga, ou você nada de cueca, ou pelado, você escolhe.
- Pelado não haha, empresta uma bermuda ou uma sunga então.
Ele foi até seu guarda roupas e pegou uma sunga vermelha para mim.
- Tá. Coloca! – Disse ele me jogando a sunga.
- Onde é o banheiro pra me trocar?
- Pra que banheiro, se troca aí. – Disse ele com um olhar malicioso.
- Eu não, tu vê meu pau aí se apaixona, e depois o que eu faço?
- Aposto que não tem nada apaixonante aí. – Disse ele já me provocando. – Banheiro é na porta do lado aqui do quarto.
Não caí na provocação e fui para o banheiro, o Dan tem um jeito sapeca que já estava me deixando louco. Vesti a sunga e voltei para o quarto. Ele ficou me olhando dos pés a cabeça só de sunga, fiquei meio constrangido no começo, mas fiz brincadeira para sair desse transe.
- Olha aí viu, nem precisou ver meu pau pra ficar apaixonado. Hahaha – Falei rindo da situação.
- Vamos descer logo.
Descemos para a piscina que tinha nos fundos da casa, uma piscina linda. Porém o dia não estava muito ensolarado, e a água parecia gelada, e eu sempre fui muito friorento. Passei a mão na água e realmente estava gelada.
- Ah não Dan, ta gelada.
- Para de frescura.
- Não é frescura, ta gelada vey.
- Se não entra por bem, entra por mal – Disse ele me empurrando para dentro da água.
- ARHHHH, ta gelada filho da mãe. – Falei gritando.
Ele pulou na água também, e tentei afogá-lo pra descontar a raiva que estava por me jogar na água gelada daquele jeito. Ficamos ali alguns minutos um tentando afogar o outro. Depois de tanta agitação sossegamos e sentamos na hidro da piscina. Aqueles jatos nas costas era muito gostoso, relaxava muito. Ficamos um tempo ali, sentados e até em silêncio, um clima estranho até estava no ar, ele me olhava, parecia querer me dizer alguma coisa, mas permanecia em silêncio. Voltamos para água fazer bagunça e jogamos vôlei.
- Está com frio ainda? – Perguntou o Dan.
- Um pouco.
- Deixe eu te esquentar então. – Disse ele me abraçando por trás. Senti seu corpo colar ao meu, suas mãos, seu braço envolveram meu corpo, senti em minha bunda o volume de seu pau que parecia excitado. Foi o suficiente para eu voltar a mim e dar uma pequena cotovelada em sua barriga.
- Tá louco vey? Por que tá me encouchando e ainda por cima de pau duro?
- Você me deixa assim Guto.
- Sai fora vey, vamos mudar esse papo. – Falei já indo para borda da piscina.
- Não, não vamos. – Disse ele me seguindo. – Guto, eu sinto uma atração física gigante por você.
- Vey você disse que não era gay.
- Mas eu menti. Sempre fui gay, e eu... eu... – Ele começou a gaguejar. – Eu acho que estou apaixonado por você. – Disse ele se sentando na borda da piscina. – Eu, desde o momento que
meus olhos encontraram os seus, no primeiro dia de aula, meu coração bateu mais forte. Desse jeito. – Disse ele pegando minha mão e colocando em seu peito. – E fico assim também só de estar perto de você. – Ele mostrou o quanto tremia. – Eu tremo de nervosismo, mais nervosismo ainda agora de estar falando tudo isso para você.
- Dan, foi lindo o que você disse, eu gosto muito de você, mas não sou gay vey... – Mal terminei de falar e fui calado por um beijo. Um beijo roubado, forçado, no qual fiz questão de não retribuir e empurrei-o fazendo cair na água.
- Que foi isso Daniel? Você está louco? Eu já disse que não sou gay, agora se você gosta de dar o cu o problema é seu, vai dar bem longe de mim. – Falei saindo com raiva já, fui para o banheiro colocar minhas roupas.
- Guto, me desculpa. Por favor. – Disse ele batendo na porta.
Saí do banheiro e ele estava ali parado, seus olhos marejados fixaram nos meus.
- Me perdoe Guto, eu não queria te beijar daquele jeito, eu não agüentei, foi mais forte do que eu, meus sentimentos por você são mais fortes do que eu. – Disse ele já chorando, se ajoelhando segurando minhas mãos.
- Cara, me desculpe pelo que eu falei, eu estava nervoso, você me pegou de surpresa.
- Eu te entendo Guto, mas não fica bravo comigo, por favor, não quero perder sua amizade, eu não quero perder você.
- Eu não vou ficar bravo com você Dan. Podemos conversar?
- Claro, vai lá pro meu quarto, eu só vou tirar essa roupa molhada e conversamos.
Esse beijo dele querendo ou não mexeu comigo, saber de seus sentimentos por mim também, mas em nenhum momento Bernardo saía da minha cabeça. O Dan se trocou e voltou para o quarto.
- Pronto, podemos conversar, sobre o que é?
- Vey, eu vou ser sincero com você. Nunca contei isso para ninguém, eu sinto que posso contar pra você. Sabe o quanto eu sou gamado pela Luana, não é? Só que eu sinto umas atrações malucas por meu irmão, tem momentos que eu esqueço que ele é meu irmão, e tenho vontade de tê-lo como algo a mais, como namorado.
- E depois você vem fazer todo aquele showzinho lá em baixo. Acha que eu gostei do que me disse?
- Já pedi desculpas, eu estava nervoso, falei sem pensar.
- Tudo bem, mas cara, ele é seu irmão e não é certo isso, é pecado.
- Certo ou não, pecado ou não, eu gosto dele, mas preciso esquecer isso, por que sei que ele não quer nada disso comigo, e eu sofro com isso, sou rejeitado amorosamente pelas duas pessoas que eu gosto.
- Se você me deixar, eu posso te ajudar a esquecer esses sentimentos amorosos por seu irmão.
- Como?
- Assim. – Disse ele se aproximando seus lábios de mim. – Não resista, experimenta e me dê uma chance de ti provar que te mereço, que posso te fazer feliz. – Falou ele unindo seus lábios no meu, dessa vez não resisti, me entreguei ao beijo, um beijo calmo, lento. Suas mãos passeavam por meu corpo e as minhas pelo seu corpo. Um momento de excitação já me dominava com aquela situação.
- Dan, calma, nós estamos indo rápido demais. Eu tenho que ir embora.
- Vai me deixar assim? Vai embora e não vai falar nada?
- Me de um tempo pra pensar cara, eu estou confuso. – Falei já saindo do quarto. – Até amanhã.
Saí rápido do quarto descendo as escadas, ele veio correndo atrás de mim, ao abrir a porta da frente, ele se pôs em minha frente e disse:
- Promete que isso que aconteceu hoje não vai afetar nossa amizade?
- Prometo, só me dê um tempo pra meditar e raciocinar direito sobre o que aconteceu hoje.
- Tudo Be, até amanhã então Guto. – Disse Dan abrindo a porta.
Eu saí da casa dele o mais rápido em direção a minha, o que havia acontecido com o Dan, estava martelando na minha cabeça, confundindo minha mente.
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Narração Bernardo:
Ficar em casa sozinho sem o Guto desde que tudo aconteceu foi difícil, mas era preciso. Primeiro por que o Guto tinha razão, eu tinha de voltar a viver minha própria vida, não podia me trancar naquela dor, e eu tinha de parar de me apoiar nas pessoas que me amavam, quando meus pais morreram foi à mesma coisa, tudo bem, não foi a mesma coisa, mas foi algo parecido. Eu meio que me apoiei na vovó, no Guto e no Rick. Agora eu precisava fazer isso da maneira mais independente possível. Por mais que falar isso, fosse mais fácil que fazê-lo. Segundo odiava sentir os outros sentindo pena de mim, nunca gostei de me sentir o fraco. Posso ser gay, mas isso não me torna menos homem ou menos forte que qualquer outro garoto da minha idade. E além do mais, coisas ruins acontecem com todo mundo, todo mundo sofre, mas o mundo continua aí não é, então não adianta chorar, pois o mundo não para e espera a gente se recuperar. Terceiro é que eu já estava sentindo certa necessidade do carinho do meu irmão. É muito bom saber que somos amados, queridos e cuidados pelas pessoas que amamos, e isso ficou muito claro na minha cabeça: Eu amava o Guto. De longe, ele era a pessoa que eu mais amava no mundo e eu não cometeria o mesmo erro que cometi com o Rick, eu amaria e demonstraria esse amor para o Guto. Eu o queria perto de mim, mas não podia prendê-lo perto de mim para sempre, já estava pesado demais ele cuidar de mim, quando era para ser o contrário. Passei a tarde no quarto, dormi logo depois que ele saiu e acordei com ele já em casa.
− Boa tarde, pensei que fosse dormir a tarde toda dorminhoco, tá melhor? – Perguntou meu irmão sorrindo pra mim. Só de ter ele ali comigo eu já me sentia melhor, mais inteiro, completo. O Guto fazia isso comigo, me fazia sentir como se com ele eu pudesse passar por qualquer coisa, superar qualquer coisa, mas a falta de Rick ainda estava ali, no meu peito.
− Boa tarde. Tava fazendo o que aí, me vigiando?
− Não, já ia te chamar, pra lanchar e jogar Xbox lá embaixo comigo, topa?
− Só se for agora. – Não estava disposto, mas topei pelo Guto que realmente tinha demonstrado está preocupado e não merecia passar por todo esse calvário aos 15 anos. Eu ia cuidar de mim, pra poder assim cuidar dele também.
O resto da tarde e da noite foi isso, jogamos, jantamos, limpamos a cozinha e lavamos a louça, jogamos de novo e na hora de dormir ele me acompanhou até o quarto, fez sua higiene noturna no banheiro, logo depois foi minha vez e quando fui pro meu quarto lá estava ele só de cueca na minha cama. Aquilo se tornaria uma constante. A partir da morte de Rick. Raras seriam às vezes em que eu dormiria longe de Guto, pelo menos enquanto morássemos juntos, eu descobriria o quão maravilhoso meu irmão era e também veria sentimentos a muito reprimidos desabrochar no decorrer dessas noites de cuidado, carinho, afeto...
Dessa vez tive uma noite sem sonho, acordei com o Guto abraçando minha cintura, pude sentir sua ereção matinal na minha bunda. Meu irmão tem um corpo muito desenvolvido para a idade dele, o que o torna muito gostoso, mas não estava com cabeça pra pensar nessas coisas, pelo menos não agora e não com meu próprio irmão, né? Levantei tirando a sua mão de minha cintura, o que foi difícil, ele abraça com aqueles abraços de urso, sabe? Ele abraça com o corpo todo. Levantei, fiz minha higiene matinal, como estava muito cedo ainda fiz o café da manhã do jeito que o Guto gosta, panqueca de doce de leite, fiz em agradecimento por todo o carinho e atenção que meu irmão mais novo estava dedicando a mim. O acordei, tomamos café da manhã e fomos pra escola. Era incrível, mas só te tê-lo do meu lado e poder fazer-lhe este agrado, já fez meu dia começar bem. Outra coisa que me animava era poder colocar meu plano de vingança contra o Guilherme em prática hoje, na hora do jogo, mesmo ele sendo do mesmo time que eu. Ele me pagaria, eu não deixaria mais ninguém me humilhar, me maltratar. Eu cumpriria a minha promessa para o Rick. Eu viveria e seria feliz por nós dois, o que incluiria: não permitir mais que ninguém me pisasse. Agora o Guilherme descobriria do que eu era capaz.
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Série ACD 2x07
Paixão, Prazer e Pecado.
Voltei minha gente, quero pedir 1.000 desculpas para vocês por essa demora em postar essa capítulo, mas tive alguns problemas pessoais e de saúde que me impediram escrever esse conto durante essa semana. Quero agradecer ao meu parceiro Iky que mais uma me ajudou. A Série ACD entrou na reta final, restam agora 3 capítulos para o encerramento, e aquela sensação de saudades já me atormenta. Mas tem muita coisa para acontecer ainda nesses próximos 3 capítulos. O que estou tentando passar em ACD é uma lição de vida, com histórias e acontecimentos do cotidiano, não tem fantasias e não tem conto de fadas. Vocês irão entender melhor daqui em diante o que eu quis dizer. Quero agradecer a todos os leitores que acompanharam o último capítulo. Minha querida grimm, estou com saudades de você, sumiu? Rsrs. luy95, caamilaa, xXpedro95Xx, Alex20, FabioStatz, neto lins, Luuis Fillipe, Garoto96 eu que tenho que te agradecer pelo grande parceiro e amigo que você é, pela ajuda, pelos conselhos e mais. Lipe*-*, Alanis fico sempre muito contente com seus comentários, e de que você entende o que quero passar com esse conto, obrigado. frannnh, Geo Mateus, hyan, Jonas 33, meu brother FábioCwb, My Way, Nequinho, Alê12 e por último e não menos importante, Realginário, e você em Real? O que falar para você? O Conto não te faz chorar né? Mas sei bem o que te faz chorar hahahaha, seu jeito crítico que me incentiva a cada vez dar o meu melhor por esse conto. E "conto" é com agente não é? Chapeuzinho Vermelho e Lobo mau que o diga kkkkkkkk. Obrigado a todos vocês, e aos que leêm em anônimo também.
- Quero compartilhar com vocês um fato meu. Essa semana muitas coisas aconteceram comigo. Terminei meu relacionamento de 10 meses, mas isso não me deixou triste, fiz a escolha certa. Optei por aquilo que meu coração mandou. E ele mandou eu ser feliz. E a felicidade pude encontrar ao lado de uma pessoa que me completa. Não vou falar nome até porquê não é o momento. Mas hoje eu sei que essa pessoa também me ama. Um trexo de uma música (All Yours - Metric) que ele dedicou a mim "Agora eu sou todo seu, eu não tenho medo" e " E toda a minha vida começa agora". Nossa vida está começando agora, por que não consigo mais viver sem você, cada segundo que passa, mais o meu desejo, a minha vontade aumenta e essa paixão. O tempo passa depressa quando estou com você, as horas viram minutos não consigo entender e que o que eu mais quero é viver ao seu lado... Cada segundo amor... E te fazer feliz por toda vida. TE AMO!!! =D
All Yours - Metric: https://www.youtube.com/watch?v=912H_s7OesE
60 Segundos: https://www.youtube.com/watch?v=rbXR35qxWd0
Pretendo aí no máximo até quarta feira estar postando para vocês o próximo capítulo. Quero fechar agora com uma mensagem que meu amigão me disse uma vez. E que traduz perfeitamente muitas coisas que quero passar nessa série. Beijos e abraços a todos:
"Somos como a flor do campo, de manhã nasce e floresce e a tarde murcha e seca, e o vento vem, a leva e nunca mais ninguém a vê". Garoto96
Contato:
> Gustavo: guhhh_ufc@hotmail.
> Iky: iky.01@hotmail.com
Perguntem, tirem suas duvidas sobre o que quiserem:
www.ask.fm/gubbastos