Quando eu ainda estava analisando o machucado na testa, ouvi alguém batendo palmas no portão de casa. Achei que podia ser o Rogério, mas para minha surpresa era Alex.
_ Eu vim aqui mais cedo, mas sua mãe me disse... _ Ele para de falar quando ver meu machucado. _ O que foi isso?
Eu abro o portão e falo para ele entrar.
_ Foi ele, não foi?
_ Eu não sei! Tá tudo confuso. _ Digo quase chorando.
_ Eu sei... Eu sei de uma coisa que você não sabe. _ Ele toma fôlego, como se estivesse buscando coragem.
_ Fala o que vocês estão escondedo de mim? _ Eu digo, com uma voz de choro.
Ele me abraça e me diz:
_ Nenem, é complicado... Eu não posso falar porque... Porque o Bruno pode se ferrar também.
_ Então eu vou continuar ignorante?
_ Olha, primeiro eu vou te mostrar o que Rogério é, então você vai compreender.
Ele me desabraça me dá um beijo na testa e diz:
_ Olha eu tenho que ir, não falte a aula amanhã, ok? Tchau. _ Ele diz isso e sai para fora.
_ Tchau.
"Eu vou te mostrar o que Rogério é", o que Alex quis dizer com isso. Não sei, amanhã eu iria descobrir. Tratei de tomar um banho para ir a igreja esperei minha mãe chegar.
Não sei nadinha sobre o que o pastor disse.
No outro dia eu não sabia o que esperar, a aula transcorreu normalmente a não ser que Rogério nem quis falar comigo, sentou longe de mim, eu estava para pedir desculpa, decidi fazer isso na hora do recreio. Mas antes que eu pudesse fazer isso, Alex me arrastou para fora da sala e no fundo tinha uma bancada para alcançar a janela que ficava no alto da sala.
_ O que você quer me mostrar? _ Pergunto para Alex.
_ Shhh! _ Alex diz com um dedo na boca pedindo silêncio. Pela janela eu vejo Bruno e Matheus com um gatinho na mão. Muito fofo por sinal. Era branquinho com uma manchinhas pretas.
Eu achei estranhos, eles estavam com o gatinho em cima da mochila do Rogério, eles ficaram com ele até que o gatinho fez xixi em cima dela. Eles colocaram o gato no chão e sentaram na cadeira. Logo Rogério chega e ver aquilo, ele cheira a mochila e ver que é xixi, logo ele vê o gatinho e chuta ele contra parede fazendo um belo machucado na cabeça do coitadinho. Alex virou a cara para o lado e quem estava na sala olhavam para ele horrizados, logo ele pega o gatinho e começa a enforca-lo. Eu não podia ver isso e ficar quieto eu corri para a sala de aula. Eu meti um murro nele o mais forte possivel. Ele larga gatinho no chão e me empurra, ele chega o rosto perto de mim, e pela primeira vez eu tive medo dele. Ele sai da sala correndo. Finalmente eu vi, vi um gato morto na chão. Vi um humano cruel. Vi até onde pode chegar a crueldade humana.
Psicopata. Era isso que Rogério era: um psicopata.
Pena que um gato inocente teve que morrer para eu conseguir enxergar.
Continua...
(Al) procura no facebook Wanderson Rodrigues (sem foto) , msn não funcina no celular.