Eu vou escrever Rebeldia 3 após o termino do conto. Minha mãe me falou que eu tenho jeito de gente velha. Hunf! Duvido. Mas por via das duvidas eu vou perguntar: alguém consegue adivinhar minha idade verdadeira?Quem ele acha que é, para me fazer uma pergunta dessas? Meu pai?! Dou-lhe um chute na canela e vou correndo para casa.
Chegando em casa encontro meu irmão. Era terça-feira, então ele não deveria estar em Cachoeirinhas? Ele me fala um "oi", mas eu não lhe respondo e vou direto para quarto. Eu deito na cama e começo a chorar! Eu odiava tratar as pessoas daquele jeito. A convivência com a mulher que me gerou estava indo de mal a pior. Ela chamou o pastor da igreja para tirar o demônio do meu corpo. Minha mãe não podia me ver que vinha 'impondo as mãos' sobre mim. Aquilo estava parecendo um hospício.
Henrique entra no meu quarto. Eu limpo as lágrimas.
_ Cai fora daqui! _ Eu digo jogando um travesseiro nele.
Ele apara o traveseiro e diz:
_ Carlos me contou sobre o cemitério, mas ele disse que não sabe ao certo o que aconteceu, não quer me contar nada?
Ele diz isso sentando na minha cama. Eu penso um pouco no que falar, então abro minha mão esquerda pra ele ver. Ele toca a cicatriz e pergunta:
_ Quem fez isso?
Eu, já me arrependendo de te-lo tratado mal, respondo:
_ Não importa! Eu já me vinguei.
Ele me olha assustado.
_ Como?
Eu dou uma risada da cara estranha que ele fez e digo:
_ Eu não matei ninguém.
Ele solta o ar como se estivesse aliviado.
_ Que bom! _ Ele diz isso e vira a cara para o outro lado.
_ Só coloquei cinco vidros de purgante na panela de arroz, que foi servido para a escola.
Ele volta a me olhar estranho.
_ Você sabia, que a noticia de que a sua escola foi vitima de envenenamento, chegou até em Cachoeirinhas?
Ele diz com um olhar que eu nunca tinha visto até hoje. Decepção. Meu irmão estava decepcionado comigo.
_ O que foi? _ Pergunto tentando afastar aqueles pensamentos de gente fraca. _ Eles mereciam uma lição.
_ Talvez, quem fez isso com você sim, mas não a escola toda. _ Ele diz colocando as mãos no meu rosto. _ Como você pode ser tão irresponsavel? Alguém poderia ter ido parar no hospital ou até ter morrido.
Eu olho pra ele com um olhar de indgnação.
_ Não seja exagerado, e outra vocês não merecem piedades. O demônio vive dentro de vocês.
Ele me olha confuso.
_ Peraí, eu também to incluido no pacote? E de onde você tirou essa bobagem?
_ Dhaos!
_ Dhaos? Quem é... _ Ele pensa um pouquinho, levanta da cama e começa a rir. _ Maninho, você não pode levar a sério o que um vilão de anime fala.
Ele continua rindo e eu começo a me irritar.
_ Sai daqui agora! _ Digo enquanto empurro ele para fora do quarto.
Bato a porta e a tranco. Eu amava meu irmão. Mas será que eu podia confiar nele? Começo a cantar uma canção, que parecia ser escrita pra mim.
Vermelho é Azul
Tudo está mudando
Tomando a contra-mão
E você se sente perdido na
Solidão
Sua cabeça roda
Não há norte-sul
E parece que vermelho é azul
Tudo está tão blue
E parece até que vermelho é azul
Dentro do seu coração
Você colocou
Tantas coisas que ele fez e disse
Mas agora
Tudo está tão Blue!
Alguem bate na porta. É a minha mãe pedindo para mim ir a igreja hoje. Eu a tenho decepcionado tanto. Falo que vou sim.
Na igreja na hora que pastor estava pregando ele diz uma coisa que mexe muito comigo:
_ Irmãos, não devemos guardar rancor, rancor traz ira e infelicidade. Faz até mesmo com que machuquemos quem nos ama.
Eu me levanto do banco. Todos da igreja olham para mim. Eu saio correndo da igreja, sem rumo certo. Eu começo a pensar em tudo o que aconteceu. Em como eu machuquei minha mãe e meu irmão. As únicas pessoas que realmente me amava. Como eu sou idiota. Eu me odeio, o mundo ficaria muito melhor sem mim. Eu não sirvo para nada. Eu vejo que seria melhor se não tivesse nascido.
Passo na frente de uma lanchonete e vejo Carlos comendo um saduíches como uns cara que devia ser amigos dele. Amigos. Todo mundo tem amigos. Por que eu não?
Vejo que estou perto do cemitério. Tenho que ir para lá. Tinha que ver meu único amigo. Henrique não contava ele tinha obrigação de me amar.
Chego no tumúlo de Yuri e começo a chorar. Logo começa a chover, e deito no chão abraçando as pernas. Durmo.
Uma voz me acorda.
_ Ei bobão!
Eu conheço essa voz. Olho para diração dela e levo um susto.
_ Y-y-yuri?!
Continua...