Queridos, estava estudando ali e meu cérebro se negou a continuar. Ia dar um intervalo e ver Grey's Anatomy, mas estão usando o computador, então resolvi vir aqui e contar a terceira parte da história da minha vida.
Quando eu soube que eu viajaria com meu mineirinho fiquei muito feliz. Já comecei a bolar 1000 planos, altas aventuras e tal. Na hora pensei: como iremos? Nós poderíamos ir de moto, carro, ônibus ou avião. Comecei a planejar tudo. Se fossemos de moto, morreríamos antes de chegar em Minas. Se fossemos de carro, eu ficaria sempre com as mãos ocupadas e preocupado só em dirigir. Se fossemos de avião, nossa aventura duraria apenas 1 hora e fim. Logo, iremos de ônibus. Acho seguro, um pouco confortável, demora muito e poderia me dedicar totalmente ao meu amor. xD Eu liguei para Fátima e disse que era melhor irmos de ônibus, pois ir de moto ou carro era muito perigoso por causa das pistas, dormir na estrada, etc, e as passagens de avião estavam caríssimas. Eu disse que ia ficar mais de mil reais a passagem dele. Kkkkkk
No dia seguinte fui ao salão falar com a mãe dele sobre a viagem, que dia iríamos, que dia eu voltaria, compra de passagens, etc. Ela se propôs a pagar minha passagem, em agradecimento ao meu 'favor', mas fiquei sem graça, pois de acordo com o que eu havia dito eu já estava indo para Belo Horizonte de qualquer forma. No dia do embarque, acho que sábado ou domingo, combinamos de nos encontrar direto na rodoviária as 19h. Sim, viajaríamos a noite e a viagem duraria umas 15 horas! \o/
Cheguei com antecedência e fiquei esperando ele chegar. Eu estava apenas com 1 mochila com poucas roupas, alguns livros, meu ipod e bastante comida, tipo biscoito, chocolate, regaliz, etc. Em alguns instante surgia na minha vista um playboy lindo com seus cabelos espichados e um óculos super maneiro desfilando na rodoferroviária, ele mesmo cheio de bagagem continuava lindo e não perdia a pose. Carregava kilos de bagagem, mas parecia que carregava algumas penas. Como ele era forte, depois descobri que ele fazia natação há anos. Acenei para ele e ele veio em minha direção. Ai, Jesus!
Eu: Opa! Tudo bem, cara? Tava aqui te esperando.
Ítalo: Tudo ótimo. Pô, valeu por ir comigo. Nem precisava, mas meu pai exige que eu vá com alguém. Ele é muito coruja.
Eu: Sem problemas. Eu já estava indo lá ver alguns amigos. É bom que eu te faço companhia e você também me acompanha.
Ítalo: Com certeza! Que horas é o embarque? Dá tempo de eu comer? To com muita fome!
Eu: Daqui uns 45 minutos, dá tempo de comermos sim!
Fomos a praça de alimentação para comer. Fomos ao Subway. Foi hilário, porque ele nunca havia comido lá antes e ficou super perdido para fazer o pedido. Eu o ajudei a pedir, ficou eu e a atendente fazendo palhaçada com ele sobre o pão de '30 cm'. Ele ria muito, até que me olhou nos olhos enquanto a sanduíche esquentava. Aqueles olhos negros que ele tem, muito brilhantes que me hipnotizaram. Eu não consegui evitar, dei um sorriso de canto e pisquei para ele. Ele, como se saísse de um transe, fechou a cara e voltou olhar pra atendente. Ele ficou tão sem reação que não achava o dinheiro para pagar, mas eu paguei pra ele com o maior prazer. Acho que isso deixou ele mais constrangido ainda.
Comemos, mas durante o lanche não trocamos nenhuma palavra. Foi muito desagradável, queria me enfiar dentro do copo de refrigerante.
Na hora do embarque eu o ajudei a levar sua bagagem, que estava muito pesada, ele ficou muito grato e já dentro do ônibus tudo estava tranquilo. Sentei na janela e ele no corredor. Pegamos nossos travesseiros para dormir durante a viagem. Quando o motorista ligou o ônibus senti aquela emoção de viajar e agora era melhor pois eu tinha a melhor companhia do mundo. Começamos a conversar.
Eu: Você está voltando antes por quê? Sua mãe disse que você veio pra ficar um mês, mas você ficou só umas 2 semanas...
Ítalo: Ah, estava muito chato ficar aqui. Minha mãe passa o dia inteiro no salão e meu padrasto trabalha o dia todo. Não conhecia ninguém aqui. Passava o dia todo vendo televisão e ainda estava sem internet. Não aguentei.
Eu: Poxa, é complicado mesmo! Quando eu viajo pra casa dos meus parente do interior eu sinto o mesmo. Tédio puro. Você devia ter ido lá pra casa pra gente jogar, assistir seriado, fazer alguma coisa.
Ítalo: Eu até pensei em ir, mas fiquei sem graça. Minha mãe ia te ligar pra perguntar se eu podia ir, mas eu disse pra ela não ligar. Fiquei sem jeito.
Eu: Ai ai ai! Que besteira! Você é muito gente boa! É sempre bem-vindo na minha casa. Na próxima vez que você vier, me dá um toque no meu celular que a gente dá uma saída pela cidade. Aqui tem muitos restaurante bons, uns barzinhos legais, etc.
Ítalo: De boa! Não sei quando venho de novo, provavelmente só nas próximas férias. Mas assim que eu vier, te aviso.
Meninos, e assim seguiu o papo. Do nada, as lâmpadas do ônibus se apagam. A única iluminação que havia era de umas casinhas ao longo da estrada. Estava um breu completo. Ajeitamos nossos travesseiros, eu peguei uma manta que eu trouxe e me cobri. Cochilei um pouco. Uns 20 minutos depois acordo e o Ítalo estava batendo os dentes de frio por causa do ar condicionado do veículo.
Eu: Isso tudo é frio?
Ítalo: Estou congelando aqui!!
Eu: Aqui, se cobre. - peguei minha manta e cobri ele -
Ítalo: Muito obrigado, mas você não vai ficar com frio?
Eu: Vou, mas não me importo. Só me importo se você está com frio.
Ele respirou fundo e me olhou com tanta ternura, que eu não aguentei e...
Haha! Meu amores, paro por aqui hoje! Mas não percam o próximo capítulo e saiba tudo o que aconteceu debaixo desse cobertor! Kkkkkk
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