Os pesadelos são os piores, sempre o mesmo pesadelo.
No sonho eu estou no estacionamento da faculdade dentro de um carro me apertando no banco de trás para que ninguém me veja. André esta sentado ao meu lado tirando a camisa. Ele olha para mim com os olhos mortos e fundos ao redor. Ele sorri. Não parece feliz só sorriu por educação.
Nos sonhos não nos lembramos direito de como é a vida aqui fora. Neste em especial, eu não me lembrava da morte de André... No sonho tínhamos a esperança de sermos felizes para sempre.
-Eu juro que vou deixar a minha mulher no mês que vem... Só espero minha mãe sair do hospital... E eu vou contar para todos que queiram ouvir do nosso romance.- a voz dele era tão doce que me fez sorrir. O sonho era incrivelmente real.- agora me beije.
Eu empurrei meu pescoço e alonguei meus lábios para beija-lo. Ele fungava o ar em minha volta como se fosse um cachorro procurando pelo dono "seu perfume" ele disse enquanto aproximava o rosto da minha boca. Quando finalmente nos encontramos eu levei um susto. Os lábios dele estavam totalmente sem vida. Gelado como a morte. De repente recebi um banho de água fria ao perceber que ele estava morto. Foi aí que eu percebi que o corpo dele estava magro. Sem vida. Os olhos fundos como o de um cadáver.
- VENHA COMIGO!- eu acordei com as palavras dele em minha cabeça.
Fiz meu café e percebi que estava atrasado para a faculdade. Me troquei mais rápido que um foguete e corri para pegar o ônibus.
Encontrei Diogo sentado no lugar onde deveria estar "atras do meu lugar", ele sorria como um anjo. Os olhos verdes me convidavam para sentar na frente dele. Sentei lá virei meu rosto e mandei um oi. Ele estava com um sorriso de orelha a orelha.
-Hoje tem festa- ele cochichou em meu ouvido.
-não curto muito festas-
- Para, vai ser legal, eu te pego para ir comigo as 23:30, a festa vai começar as 22:30... Não quero ir na hora.
- ta bom- eu anotei em um papelzinho o endereço da minha casa e coloquei em cima da mesa dele. - as 23:30 não se esqueça.
Diogo era o tipo perfeito de cara perfeito. O corpo dele era de um deus grego, os lábios eram tão vermelhos quanto duas pimentas, em volta de seu olho era escuro, o que o deixava com um olhar misterioso.
-DIOGO MEU AMORZINHO- ouvi a voz estridente de uma garota surgir para estragar nossa conversa- vem me buscar para a festa hoje?- ela olhou para mim e interrompeu seu pedido falando- quem é esse?- ela franziu o rosto com indiferença enquanto apontava para mim.
-é meu amigo... O Matheus.
-Nunca tinha ouvido falar dele- ela deu uma risada estridente.- mas enfim, me leva para a festa hoje e eu vou te dar uma "surpresinha" - ela lançou um olhar malicioso para Diogo.
-vou pensar- Diogo disse sem muita alegria.
-Ou você me leva ou acaba tudo entre a gente..- ela disse com uma naturalidade que se espantava-... Não estou brincando.
Ela saiu da sala e foi para a sala dela.
-pode levar ela hoje, eu vou sozinho. :D - eu disse.
-eu já te prometi que levaria.
-mas você não vai perder a namorada se não me levar ;). Ta tudo bem... Eu vou de taxi.
-cara, você é um amigão!
Nao vou mentir, sempre gostei de Diogo, desde o primeiro dia...mas ele tem uma namoradora nojenta, não vou com a cara da Carmen.
Meu coração bate mais forte toda vez que Carmen chega para falar com ele, sinto ciúmes na verdade... Quando ela beija o Diogo eu logo penso: "deveria ser eu no lugar dessa vaca" um dia desses ela me humilhou na frente de toda a classe " quem é o cabeçudo?" Ela gritou e apontou para mim na frente da Sala.
Eu me arrumei e peguei um taxi rumo ao endereço que Diogo me deu. Chegamos no bairro da festa e eu percebi que só haviam casas grandes e bonitas. Nenhuma casa feia. O taxi parou na frente se uma casões branca e cheia de paredes de vidro. Estava lotado cheio de gente. Diogo colocou a cabeça para fora da porta e me viu olhando para ele. Ele se direcionou a mim e me convidou para entrar como um cavaleiro... As vezes eu fico em duvida da sexualidade dele. Gay ,hetero ou bi?
Ele me puxava pelos braços até a cozinha.
-vira esse copo de vodka gatinho.- eu encarei ele um pouco assustado, só André me chamava de gatinho.
-o dono vai ficar chateado se eu beber isso- Ele riu e disse:
-eu sou o dono, e pode ter certeza que não vou ficar chateado.
Peguei o copinho de vodka e virei... Senti aquela sensação queimando minha garganta. Tomei tanta vodka que acordei no hospital na manha seguinte.
- Meu deus, me perdoa. Eu quero que você me perdoe... Eu que fiz você beber...- Diogo estava ajoelhado ao lado da cama do hospital.
-calma... Minha cabeça dói!-
- só tem um jeito de fazer você me perdoar, sai comigo amanha? Vamos para o melhor restaurante de são Paulo?
Um sorriso cresceu em meu rosto pois eu percebi as reais segundas intenções de Diogo.
Continua....
Galera desculpa pela falta de sexo na história.