Olá gente! Olha eu gostaria de agradecer a cada comentário que recebi... É sério! Quanto ao titulo vocês verão o por que da escolha. Apesar de a história ser contada por John, o foco dele é Chris e o seu envolvimento sexual/afetivo que trilhou um caminho cujo final vocês já notaram no primeiro capitulo. Quanto aos personagens eu garanto que só são esses que se acostumarão com eles. A história já está pronta em minha cabeça e garanto que vocês verão o sentimentos e emoções crescerem capitulo por capitulo. O interesse daqui não é o final e sim os motivos e as ações que levaram até ele. Será sensual, picante, agoniante, cheio de malícia provocante com uma leve dose de romance que será de pouquinho a pouquinho substituída pela “Obsessão”. Uma boa leitura a todos, para o Guuhh!, Realginário, Alê12, Alanis e todos os outros! :
Versão Brent
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— Então foi assim que você o conheceu? Ele iria cuidar de seu filho? — Perguntei. Gerald de vez em quando anotava em um caderninho.
— Sim. Apesar de no bairro algumas garotas trabalharem como baby-sitters... Acho que Grace tinha ciúmes. — John riu.
— Grace tinha contato com a família dele? — Perguntei.
— Num bairro como o nosso, os vizinhos sabiam de nossas vidas tanto quanto nós mesmos. — Ele cruzou as mãos e recomeçou de onde parou.
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Versão John
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Apesar de detestar a ideia de que ela queria trabalhar, acabei concordando. Grace mesmo sendo uma dona de casa exemplar e mãe dedicada, parecia às vezes meio distante e até mesmo entediada, apesar dos meus esforços... O trabalho em si seria à tarde, de modo que eu e Ben ficaríamos juntos até que eu tivesse de ir para a loja e ela chegasse.
— E então... Já contratou uma baby-sitter? — Disse cheio de sono ainda de manhã na cama, enquanto ela se maquiava.
— Pois então querido, todas as garotas estão estudando na parte da manhã na Academia de Fayetteville. Mas eu contratei o Christopher, lembra? — Ela voltou os olhos para mim.
— Acha mesmo que ele é capaz de cuidar do Ben? Quantos anos ele tem mesmo? — Indaguei com sérias dúvidas a respeito dele.
— Tem 17 e é bastante responsável... E se deu muito bem com o Ben para sua informação. — Ela disse abrindo o fecho do vestido, me fazendo dar um salto até ela. Coloquei as minhas mãos na cintura dela e beijei o seu pescoço, olhando o nosso reflexo no espelho.
— Você é ainda a mulher mais linda que já vi. — Disse. — Parece a mesma desde os tempos do colegial.
— Que nada! Deixe de besteira... — Ela riu e se soltou dos meus braços.
— Fique aqui vai... Aí a gente pode... — Sussurrei abrindo um pouquinho o fecho do sutiã dela, enquanto minha outra mão alisava as pernas.
— Não. Nem pensar... — Ela fugiu pegando um outro vestido que estava no cabide.
— Faz uma semana... — Disse bufando.
— Você é impossível. E se eu... Fizer isso... Eu vou me atrasar! — Ela corou... Ela era tão puritana para essas coisas e, por incrível que pareça, eu gostava disso.
— Tudo bem... Eu vou dormir. Quando o pirralho vai chegar? — Perguntei puxando o cobertor.
— John! Não fale assim do garoto... — Ela me repreendeu delicadamente. — Vai vir daqui a uma hora.
— O.K. Tchau amor, e bom trabalho. — coloquei o travesseiro no rosto.
— Tchau seu preguiçoso. — Ela riu, puxando o meu polegar.
E com o friozinho que o ventilador proporcionava e o silêncio, dei mais uma cochilada, agarrando o travesseiro de Grace sentindo o perfume meio floral que ela usava. Geralmente quando cochilava não sonhava nada, simplesmente dormia por si só. Quando acordei e vi o horário era por volta de 08h30min da manhã... Fui me arrastando para o banheiro vendo o meu rosto amassado e o meu cabelo bagunçado e comecei a escovar os dentes. Sai do quarto só com uma cueca e sem camisa.
Enquanto passava os dedos nos olhos ouvindo o som da televisão ligada, ouvi a risadinha do Ben. Desci as escadas indo para sala, vendo alguém carregando Benjamin nos braços... Depois me toquei que era o tal do Christopher.
— Bom dia senhor O'Connor! — Ele falou em um tom claro e limpo.
— Ah erh... Bom dia... Você é o Christopher certo? — Disse ainda de olhos semi-fechados por causa da luz do sol.
— Sim. Obrigado por ter me dado o emprego... Isso irá me ajudar muito para a faculdade. — Ele agradeceu.
— Você poderia por favor, abaixar as persianas? Essa luz meio que me cega... — Disse tapando os olhos.
Enquanto mantinha os olhos fechados, tentava resgatar na minha mente a imagem do garoto... Filho de dentistas, Christopher era para alguns o "esquisito" do bairro. Na época em que eu o vi, ele tinha seus 13 anos e era um menino tímido, baixinho e magricela, que perambulava de um lado para outro em cima de uma bicicleta azul, se envergonhando por ter que usar óculos e aparelho dentário. Ele era de um branco esquisito, não saudável, não com bochechas rosadas ou tom meio rosado como se viam em crianças como Ben e sim branco empalidecido, como um fantasma de cabelos escuros. E depois do aniversário, ele se mudou para San Francisco, Califórnia, chutando a bunda dos sulistas.
— Está melhor agora? — Ele perguntou.
— Sim. — Abri os olhos, piscando de novo, para ver se os meus olhos criam no que viam.
Vestido de calça caqui, camisa social para dentro e pulôver amarrado nos ombros, Christopher Portman havia se metamorfoseado em uma pessoa totalmente diferente do que era esperado. Com estatura mediana, por volta dos 1,76 de altura, sem aparelho e sem óculos, parecia que a beleza finalmente parecia sorrir para ele. O cabelo castanho escuro meio grandinho, com duas mechas repartidas ao meio dando ao rosto um aspecto mais bonito em vez do cabelo de tigela. Abaixo dos grossos cílios, finalmente notei que cor era os olhos dele: um azul-violeta. E a pele dele deixou de ter a palidez cadavérica de quando era criança, mas ainda era muito clara como se a massa de cabelo escuro estivesse sugando a cor dela.
— O senhor é...? — Ele perguntou.
— Jonathan. Mas me chame de John... Sou muito jovem para ser chamado de senhor. — Ri um pouco.
— Me chame de Chris. — Ele murmurou colocando Ben na cadeirinha, enquanto passava um desenho animado na tv.
— Então Chris, se mudou para Atlanta de novo? — Perguntei.
— Sim... Como soube? — Ele respondeu perguntando.
— Ah, nós éramos vizinhos... Morava nessa mesma casa. — Expliquei.
— Oh, me lembrei agora... O senhor... Quer dizer, acabou de acordar, não é? — Ele fechou os lábios avermelhados em uma linha reta. Depois notei que estava esparramado no sofá, sem camisa e o cabelo todo rebelde... E de cueca. Levantei num pulo um pouco envergonhado de estar naquela situação. Ele sorriu de leve e foi para a cozinha enquanto peguei um roupão no armário embaixo da escada, seguindo também para a cozinha onde um prato com panquecas e calda de chocolate me aguardava. Peguei o garfo e logo senti o quão estava bom aquilo.
— Uou... Você que fez? — Perguntei, enquanto a comida ia descendo garganta abaixo.
— Sim. Está bom? — Ele pegou a colher, respingando na mão umas gotas do mingau de Ben que aquecia no fogão.
— Muito! — Falei de boca cheia. Ele sorriu de leve, abrindo covinhas que marcavam as bochechas. — E então, como é a Califórnia?
— Maravilhosa... As praias são maravilhosas. — Ele sorriu.
— Melhores que a de Savannah e Jacksonville? — Perguntei.
— Você já saiu do Sul? — Mais uma vez respondeu perguntando.
— Não. — Respondi um tanto envergonhado. Essa pergunta e a minha resposta me fez soar como se eu fosse um caipira.
— Pois precisa. Eu recomendo bastante... Depois que passei o Natal em Nova Iorque quando era criança, finalmente vi que tem mais coisas que o Sul. — Ele disse colocando o mingau no pratinho.
— E os yankees são legais? — Perguntei.
— Céus, as pessoas daqui ainda os chamam os nortistas de yankees?! Só faltam me dizer agora que eles ainda se mordem por terem perdido a guerra, levantam a bandeira da confederação e falam como era importante a Causa... — Ele riu, indo até a sala, onde eu o acompanhei com o prato de panquecas. Agora sim, me senti um verdadeiro jeca.
— Sim... Você nem imagina o quanto. — Disse.
— Bem, respondendo a sua pergunta... Eles são sim legais. Muito legais na verdade, super educados e refinados e com um ótimo baseball e universidades. Deus me livre se um velho confederado me vir falando isso. — Ele disse, me fazendo cair na gargalhada ao imaginar Frank corando de raiva ao ouvir aquilo. Ele tinha um senso de humor ácido e sarcástico hilário.
— Você mudou bastante... — Disse reparando.
— Sério? — Ele disse passando a mão na nuca. — Achei que era invisível nesse bairro. Vejo que estou enganado.
— Ah tipo... Você era o... — Me calei de repente.
— Eu era? — Ele estreitou os olhos violetas de maneira doce.
— Esquece, não é nada não. — Falei, vendo-o abrir o sorriso expondo os dentes extremamente brancos e alinhados, como era natural por ser filho de um dentista. Ele mexia o pratinho de mingau, esperando esfriar o suficiente para dar de comer à Ben.
— Você e Grace se casaram...? — Ele mudou de assunto.
— Antes de Ben nascer... Bem você já deve ter imaginado o porquê... — Falei encarando a aliança de ouro.
— Me lembro... Você e ela fazem um belo casal, se me permiti dizer... — Ele disse de costas.
— Você se lembra? — Perguntei estranhando. Tecnicamente eu e Grace tínhamos 18 anos quando ele morava no bairro, e lógico que nunca demos papo para ele, já que era uma criança.
— Ah bem... Todos sabiam. Achava até que iria dar casamento... Vejo que acertei. — Ele sorriu de leve.
— Se iria dar eu não sei, mas estou feliz... Pelo menos amo Grace. — Disse olhando de relance a foto de nosso casamento.
— Que lindo! — Ele disse casual. Mas eu senti uma levíssima nota de escárnio... Deve ser impressão minha.
— Obrigado. — Disse casualmente. — E as namoradas na Califórnia?
Ele corou de leve, fechando os olhos por um breve momento e os abrindo devagar.
— Não... Não tive. — Ele falou em um tom macio e despreocupado.
— Humm... — Falei me levantando do sofá e colocando o prato no lavador.
No restante da manhã, Chris conversava comigo animadamente, falando sobre a escolha da carreira universitária e etc... Apesar do pouco tempo que nos conhecemos, rapidamente nos simpatizamos. Ele tinha uma conversa agradável, leve e divertida com um senso de humor inteligente e perspicaz... Como fui promovido ao cargo de gerente (e ainda tentando reestabelecer a minha amizade com Charles que ainda estava tensa devido a minha rápida ascensão de cargo) meu trabalho só era em dias de segunda e sexta, fazendo com que ficasse a manhã e a tarde inteira jogando conversa fora com Chris.
— E então, como à senhora Grace está indo no trabalho? — Ele perguntou para mim, enquanto estávamos estirados na varanda de casa em uma manhã de terça-feira.
— Ahh, ela está muito animada... E feliz. Era uma das coisas que ela mais gosta de lidar... — Disse, enquanto bebia um suco de limão gelado.
— Sabe eu acho muito legal isso... Dela trabalhar, entende? Eu penso que deve ser um tanto entediante ficar em casa fazendo nada. — Ele fechou os olhos enquanto falava. — Para ser sincero, eu meio que sinto pena em geral das esposas.
— Por quê?
— Porque deve ser muito cansativo manter essa imagem constantemente de ser dona de casa exemplar. Não me entenda mal, mas... Para ser sincero, não me atrai nem um pouco a ideia fixa de casamento. — Ele suspirou, abrindo os olhos devagar e virando o rosto para mim.
— Bem, eu gosto... Me sinto feliz. — Disse, dando os ombros e olhando o meu copo, tentando desviar o meu olhar para o rosto de Chris que insistia em me fitar.
— Então, por que parece tão tenso? — Ele perguntou.
— Eu? Tenso? Que nada! — Disse.
— Sim. A sua postura é muito contida... E os seus ombros parecem estar com muita tensão, aliás, não só os ombros como também a musculatura em geral. — Ele virou o rosto para frente, contemplando o gramado verde e a cerca de madeira pintada de branco. — E para ser sincero, eu também estou bastante tenso.
— Não é nada... É só... Problemas. Você me ajudaria a limpar o sótão? — Mudei de assunto.
— Tudo bem. — Ele disse se levantando. Enquanto conversávamos, colocávamos em caixas alguns objetos sem valor para que pudéssemos descarta-los. Chris ficou admirado com a quantidade de medalhas e troféus que ganhei na época da escola, pelo o meu desempenho no baseball. — Humm... Olha o que temos aqui...
Me virei e ele estava com o livro do último ano de colegial. Ele se escorou na mesinha, enquanto folheava as páginas avidamente por informações... Larguei a caixa de ferramentas e me postei ao lado dele.
— Credo! Esse aqui tem cara de furúnculo de velho! E essa outra? Parece um filhote de urubu! — Ele riu me arrancando uma risada também, enquanto tecíamos comentários indecentes e maldosos de aluno a aluno do segundo ano. Quando chegou a parte dos atletas ele parou o álbum na fotografia. — Gostei dessa foto.
Ele disse apontando a uma foto minha em preto e branco, onde eu estava segurando um troféu enquanto era carregado pelos meus amigos do time. Depois ele fixou os olhos dele nos meus... Em uma parte do meu subconsciente ficava estarrecido com o impacto que os olhos violetas e os cílios longos dele faziam... Era uma sensação de estar sendo observado profundamente, como se cada pensamento e segredo meu fosse sendo arrancado descaradamente por ele. “Deixe de besteira” pensei comigo mesmo.
— Bons tempos aqueles... — Sorri um pouco.
— Você joga? — Ele perguntou enquanto lia os autógrafos dos alunos.
— Não... Não tenho tempo... — Disse entristecido.
— Pois deveria... Para ser sincero, acho que REALMENTE precisa se divertir. — Ele fechou o livro com força e levantou a sobrancelha.
— Quem sabe... — Disse. — Ih, vou atender a porta. Volto já! — Disse descendo as escadas para atender a campainha que tocava insistente. E uma parte de mim até ficou feliz por isso, me desviando dessa conversa com Chris. — Sim, o que deseja?
— Desculpa incomodar, mas... É aqui que Chris... Christopher Portman trabalha? — Perguntou um rapaz educadamente. Ele tinha por volta de 18/19 anos de idade, alto, cabelo loiro claro em um topete estiloso, olhos cor de cinza claro, uma aparência um tanto cansada, usava uma camiseta branca simples de mangas curtas que destacavam os braços e o peitoral definido que ocultava parcialmente uma tatuagem tribal no bíceps e calça jeans. Segurava uma jaqueta de couro preto e óculos escuros, olhando por detrás do ombro dele havia uma luxuosa motocicleta. Rapidamente soube de quatro coisas sobre ele: Pelo sotaque não era da região, era descolado/roqueiro, pelo o calibre da moto e do relógio era rico e pelo tom de voz parecia apreensivo.
— Sim... Hum... Você é? — Perguntei o observando atentamente. Ele cheirava a tabaco, couro e madeira quente.
— Scott. — Ele disse firme estendendo a mão.
— Bem Scott, eu vou chamar ele... Quer entrar? — Falei.
— Não, aqui está bom... — Ele balançou a cabeça, mantendo o rosto sério.
Acenei com a cabeça e sai para chamar Chris que estava polindo os troféus e medalhas minhas.
— Chris? Hã, tem um cara que quer falar com você. — Disse apontando o meu polegar em direção à porta.
— Quem é? — Ele perguntou estranhando.
—Um tal de Scott... Você conhece? — Disse.
Ele arregalou os olhos e o seu rosto empalideceu pelo o choque e depois de piscar os olhos três vezes as bochechas dele começaram a ficar rosadas e a boca se contorcionou em um sorriso deslumbrante. Ele desceu as escadas com pressa e seguíamos para sala... Scott quando viu ele, soltou a expressão de agonia substituindo por uma emoção mais calorosa. Ele estendeu a mão para Chris e o puxou para a minha varanda... Enquanto, isso peguei Ben no colo brincando com ele com o chocalho. Sei que parece errado, mas me sentei na poltrona que dava para a janela de onde os dois estavam... Só ouvia as vozes.
— “Eu senti tanto, mas tanto a sua falta...” — O tal do Scott falou.
— “Eu também meu badboy, mas... O que faz aqui em Atlanta?” — Ouvi a voz de Chris.
— “Tenho muito que explicar, tem como pedir para o seu patrão liberar você agora?” — O outro disse.
— “Scott eu estou no meio do meu trabalho... Não posso sair assim!” — O garoto respondeu.
— “Christopher Hartley Portman, briguei com os meus pais, fugi de casa, atravessei os Estados Unidos de leste a sul em uma moto, dormi em hotel de beira de estrada... Por você. Sabe muito bem que faria qualquer coisa por você.” — Ele falou em um tom de quase devoção. Mas que raios de conversa é essa?!
Ouvi um suspiro calmo.
— “Está bem... Pode me esperar aqui?” — Chris indagou.
Pulei da poltrona e liguei a tv com Ben ainda no colo. Respirei fundo e ouvi a porta abrir e virei o meu rosto para ele.
— John, teria como eu sair só por hoje mais cedo? — Ele disse colocando as mãos no bolso mordendo os lábios.
— Sim, mas... Humm... Christopher algum problema? — Indaguei.
— Só vou sair com o... — Ele apontou para a porta.
— Amigo da Califórnia?
Ele respirou fundo fechando os olhos. E abriu novamente, com as bochechas meio rosadas e soltando os lábios que ficaram vermelhos por causa dos dentes.
— John eu acho que dado a nossa amizade eu posso falar isso... O Scott... O Scott ele é... — Ele prendeu a respiração e soltou. — O Scott ele é o meu namorado.
Arregalei os olhos tentando conciliar o que acabei de escutar. Eles são... Nossa! O excesso de informação inundou a minha mente.
— Amanhã eu explico com calma... Acho que devo isso a você... Não conta a ninguém, tá? Bem, eu vou ter que ir. — Ele disse me examinando cuidadosamente com os olhos.
— Tudo bem... Cuidado, hein? Essa moto ai é segura? — Perguntei olhando para aquele monstrengo de metal que o tal Scott fazia o motor roncar como uma pantera irritada.
— Eu vou ter cuidado... Sempre tenho. — Ele piscou os olhos, um pouco mais relaxado indo em direção ao carinha que ostentava um sorriso de orgulho enquanto dava a ele um capacete. Chris subiu em cima da moto e falou alguma coisa no ouvido do cara que imediatamente ficou vermelho. Olhou rapidamente para os lados para ver se estavam sozinhos e deu um beijo na boca de Chris...
Ofeguei com a cena. O que esses garotos estão aprontando?! E por Deus, Portman é quase uma criança inocente ao lado desse cara com jeito de riquinho-pilantra-rebelde com essa moto, jaqueta e tatuagem. Mas senti mesmo foi uma estranha inquietação enquanto via os dois descerem para as ruas da vizinhança.
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VERSÃO BRENT
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— Ele tinha um namorado? — Perguntei cético.
— Sim... Um playboy riquinho de San Francisco. Os dois foram namorados por cerca de um ano e meio mais ou menos, até que Chris se mudou para Atlanta. — John disse firme. — E eu achando que ele era o problema.
— E não era? — Perguntei.
— Não. Ele era apenas um rebelde sem causa loucamente apaixonado por Chris... Acho que ele tinha atração por garotos com perfil de bonequinho da mamãe. — John disse sorrindo torto, rolando os olhos nas órbitas. — Mais um que caiu nos encantos pessoais do pequeno Portman.
— Humm... E o que você sentiu quando soube disso? — Perguntei.
Ele pensou por um momento e por fim disse.
— Fiquei estranhamente enciumado.
— Acho que isso é tudo senhor O’Connor. Amanhã voltaremos no mesmo horário. — Apertei a mão dele.
— Vou estar aqui de qualquer jeito mesmo... — Ele riu amargo.
Eu e Gerald saímos da sala e quando estávamos no corredor ele disse.
— E ai chefinho... O que acha? — Ele perguntou.
— Acho que isso vai nos render uma história e tanto. — Olhei para ele.
CONTINUA
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