Os noruegueses também choram

Um conto erótico de Sr. Fracassi
Categoria: Homossexual
Contém 1383 palavras
Data: 04/01/2013 04:24:52
Assuntos: Gay, Homossexual

Há dois meses estava em Oslo, morando num apartamento de segundo andar e empregado por um firma seguradora. Fazia corridas matinais pelo St. Hanshaugen Park sob o sol fresco do verão quando vi Berg pela primeira vez, sentado no acostamento do caminho, com a cabeça entre os joelhos apoiada pelos braços. Era um homem de estatura aparentemente alta, ausente de barba, costas largas e bíceps salientes. Na primeira olhada não vi seu rosto, que estava escondido, embora o corpo me chamasse atenção. Estava a quase cinco metros dele quando percebi que chorava, expelindo lágrimas que gradualmente molhavam o chão e sua camisa. Eu sempre evitei gente chorando e ver aquele homem aos soluços não foi algo simples. Até então considerava todos os noruegueses extremamente felizes e se deparar com o primeiro tristonho me fez sentir algo esquisito, um intermédio entre choque e desilusão que fez minhas pernas gelarem, engolir em seco e parar de correr, tomado por uma vontade sem lógica de consolá-lo e duvidoso sobre como prosseguir.

– Você não precisa ficar assim, ainda não é inverno pra chorar de frio – arranhei no meu norueguês ridiculamente infantil.

Ele levantou o rosto, vi seus olhos castanhos e um leve sorriso acanhado. Sentei ao seu lado, puxei conversa e meio às tentativas falhas de comunicação percebi algum entusiasmo. Seu nome era Berg Hysén, vinte e oito anos que mais pareciam vinte e três, tinha acabado de perder a irmã e morava a duas quadras de mim. Carregava pequenas tatuagens espalhadas pelo corpo, duas em russo no antebraço, uma no tríceps que mostrou com um sorriso inocente que era crime não ser mostrado por aí. “Essa foi quando morei no Camboja” falou num gracejo longo, como se lembrasse de algo muito feliz, levantando a camisa regata e exibindo o abdômen impecavelmente trabalhado. Berg não era um brutamontes, mas cada músculo, cada parte do seu corpo caía bem no seu tipo magro e esguio. Conversamos um pouco e, passados vinte minutos, disse que precisava ir, que meu trabalho chamava e que atrasos não eram admitidos no mundo dos seguros.

– Uma carona, pode ser? – segurou meu braço num gesto sutil e não tive como negar.

Caminhamos até o carro trocando poucas frases. Eu já demonstrava algum interesse por Berg que vez ou outra notava e se fechava um pouco mais, era um tanto tímido. Após algumas tentativas desisti das investidas e resolvi apenas levá-lo ao seu destino, dirigindo pela avenida principal. A três quarteirões de deixá-lo nem mais notava sua existência quando percebi que ele me espiava, uma observação pelo canto dos olhos corriqueiramente desviada. “Grüner Apartments” era o hotel onde ele estava hospedado, onde parei em frente e disse até logo. Berg não se mexeu, fitava a rua introspectivo e fora desse mundo. Repeti novamente o adeus e nada, nenhum movimento seu. Quando estava prestes a abrir a boca na terceira despedida ele falou num tom rápido e pontual “suba comigo”. Parei por um instante, pensei e aguardando uma resposta ágil disse “por quê amigo?”.

– Porque estou com frio – ele olhou fundo nos meus olhos e vi sua sinceridade, um sorriso seguido de alívio das pálpebras e da testa, cara de inocente ainda com tatuagens. Foi algo inteligente, eu precisava admitir, subi.

O apartamento não era grande, uma ampla sala com piso de madeira, cozinha americana e um único sofá de couro. Duas pequenas varandas davam vista pra cidade e por uma porta de correr se tinha acesso à suíte de Berg, também diminuta e pouco mobiliada. Todo o lugar exalava seu cheiro, um odor agradável e viciante que despertava o nariz. Assim que chegamos Berg pediu que tirasse minhas roupas e tomasse um banho, que pegasse qualquer calção seu e voltasse para sala, onde iríamos almoçar. Foi exatamente o que fiz e, após uma ducha demorada, voltei. Berg não estava lá, olhei ao redor e sentando no sofá o vi na varanda, apoiado no parapeito com uma xícara de café em mãos, exibindo suas longas costas limitadas pela samba canção. Aquela é uma imagem que guardo bem dele, das suas pernas torneadas e musculosas, de uma bunda perfeitamente redonda debaixo do tecido da cueca. Contemplava o céu laranja da Noruega, que em nenhum outro país é assim, enquanto eu mesmo o contemplava. Levantei, segui em sua direção e o abracei por trás. Os limites do corpo de Berg eram cada vez mais cedidos e entregues a mim. Seus olhos se perdiam em Oslo e ficamos assim por alguns minutos, com meu queixo apoiado sobre seu ombro, excitado pelo corpo desmedidamente quente.

Eu já o largava quando se virou, empurrou meu tórax e me beijou, nós dois contra a parede fria do prédio. Lembro da sua língua macia, das suas pernas entre as minhas e do vento que corria naquela tarde. De repente já estávamos na cama, deitados entre lençóis e cobertas, eu beijava seu rosto, seu queixo, pescoço, voltas nos mamilos eriçados, Berg olhava tudo atentamente. Parei em frente a sua cueca, ele me olhou, fui puxando devagarzinho pelo elástico, vi sua cintura, ele não parava de olhar, a cabeça rosada do seu pau surgia, estava ereto, um belo pau, branquinho, dezoito centímetros sem pelo. Assim que encostei meus lábios Berg fechou os olhos, fui sugando aos poucos aquela cabecinha quente, pulsante, vendo seu dono gemer e delirar. Com um dos dedos procurei seu cu e dei voltas em círculos, percorrendo aquele orifício delicado guardado de uma bunda macia, branquela e lisinha. Enfiei um dedo e vi sua cara de dor, que gradativamente sumiu à medida que fazia movimentos circulares afrouxando suas paredes contraídas. Por um instante cogitei a ideia de que Berg nunca tinha estado com outro homem, mas se estava ali é porque queria também. Pus o segundo dedo e passei a chupar suas bolas, passando a língua pelo períneo arrepiado, entrando e saindo com os dedos aquela portinha que pouco a pouco relaxava. Decidi que já estava na hora e, com uma das mãos masturbando Berg, tirei minha cueca. Pedi que virasse de costas e ele virou. Não tinha lubrificante e acabei optando pela boca mesmo. Segurei as duas coxas grossas e caí de cara na sua bunda, procurando reter a maior quantidade de saliva possível. Ao ver que já estava bem molhada, pedi que empinasse um pouco e cuspi no meu pau. Nos aproximamos, encostei minha pica nas suas nádegas e comecei a esfregar, pra frente e pra trás, sentindo meu pênis latejar naquela bundinha dura. Quando não aguentava mais fui lentamente enfiando meu cacete no seu cu, primeiro a cabeça, que fez Berg agarrar os lençóis, depois o resto até o talo. Segurei um de seus ombros, tateei suas costas, comecei a oscilar num ritmo prazeroso penetrando sua carne, cheirando seu cabelo, seu pescoço e escutando gemidos abafados. Acelerei a oscilação espetando seu cuzinho arregaçado e empinado, com ele suando e repetindo “vai”. Não hesitei e fui em potência máxima, o virei, fiquei cara a cara, ergui suas pernas e as coloquei acima dos meus ombros, voltei a fuder. Seu olhos estavam fixos nos meus, sérios, às vezes tomadas por um gemido excitado. Já estava pra ejacular quando não consegui tirar a tempo e gozei dentro dele, vendo minha porra escorrer pelo seu cu dilatado, não tanto quanto achei que ficaria. Berg passou uma das mãos pela bunda e retirou parte do sêmen, analisando com os dedos a viscosidade. Segurou com a mesma mão minha cabeça e me puxou pra um beijo, que atingiu o fundo da minha garganta, adormecemos.

Acordei pelas seis da manhã, tinha faltado meu trabalho e meu celular estava lotado de mensagens. Procurei por Berg e não o achei, nem suas roupas nem qualquer resquício de sua passagem por ali. Reuni minhas coisas, que continuavam intactas como as deixei, e fui à recepção do hotel. Uma jovem loira aparentando seus dezoito anos me atendeu.

– Bom dia, senhor – disse sorrindo.

– Bom dia, eu queria saber de que horas o hóspede do apartamento 3001 deixou o hotel.

– Só um minuto – começou a teclar no computador – estranho, o 3001 não foi ocupado nem hoje nem ontem, vai ser daqui a dois dias.

– Procure Berg Hysén então – fiquei atônito, como assim estava desocupado? Estava muito bem ocupado por nós dois trepando noite passada.

– Nada.

– Nada?

– Nenhum Berg Hysén se hospedou aqui.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Sr. Fracassi a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Genteeeeeeee! Você é Mara! Amei, amei, amei! Dez pra você!

0 0
Foto de perfil genérica

Oi pessoal, estou escrevendo uma série de contos hétero. Quem curte contos não só com sacanagem, mas também com uma história beeem detalhada recheada com muito romance, conflitos, intrigas, reviravoltas e sexo é claro, não pode perder... As partes um e dois já estão aí, a três possivelmente estará postada ainda hoje ou no máximo amanhã(estou com um probleminha no word que está me atrazando...).Por favor votem pra eu saber se estou indo bem ou não... Beijos!

0 0
Foto de perfil genérica

Ah, esqueci de dizer o mais importante: continue a escrever!

0 0
Foto de perfil genérica

Uau! Que LINDO! Eternamente parabéns! Sua escrita é impecável, mas a história... Ah, meu Deus, muito boa!!! Por falta de nota maior, sou obrigado a te dar somente um 10, quando merecia um mil!!!!

0 0