Continuando...
Estávamos olhando um para o outro, seus olhos se encherem de alegria. Ele me puxou para um beijo forte e intenso.
Edu – Sim! É o que mais quero nesta vida.
Nos abraçamos e assim ficamos até adormecermos. A partir daquele dia éramos oficialmente namorados. Edu era um homem e tanto, sempre muito atencioso e carinhoso comigo. Toda semana ele preparava uma surpresa para mim, eram presentes, flores, jantares a luz de vela, bilhetes de amor, sempre me surpreendendo. Finalmente tomamos coragem e contamos para Bia sobre o nosso namoro. Ela ficou bem surpresa com tudo, mas aceitou numa boa. Ela nos disse que se estivéssemos felizes ela também estaria.
O tempo foi passando e a cada dia meu carinho pelo Edu aumentava. Eu estava feliz a seu lado, mas no fundo sentia um pequeno vazio. Não chegava a me incomodar, mas eu sabia que ele existia. Neste tempo minha mãe veio me visitar e conheceu ele. Os dois se deram bem logo de cara, bem demais para meu gosto. Sempre quando brigávamos, ela saia em defesa dele. Minha vida finalmente estava entrando nos eixos, tinha um namorado perfeito ao meu lado. Com ele tinha certeza que poderia enfrentar qualquer obstáculo.
Edu e eu estávamos namorando há cinco meses. Era um domingo ensolarado em Curitiba, mas com aquele friozinho maravilhoso. Estávamos dormindo bem agarradinhos tentando nos aquecer quando começam a martelar no apartamento ao lado. Uma coisa que me irrita profundamente é acordar cedo no final de semana. Fico com humor horrível durante todo o dia. O barulho estava insuportável. Não me contive e levantei.
Eu – Que inferno! Esse sem noção não sabe que é proibido fazer barulho de manhã cedo, e num domingo.
Edu – Amor! Deixa ele pra lá. Volta pra cama.
Ele disse isso e virou para o lado.
Eu – Ai Edu. Não dá pra dormir com este barulho.
Ele nem me ouviu, tinha dormido de novo. O Edu tinha o sono muito pesado.
Me vesti e fui tirar satisfação com o vizinho. Como estava frio aquela manhã, coloquei um moleton e saí. Bati na porta varias vezes, mas devido aos barulhos de martelo, o idiota do vizinho não me escutava. Aquilo me irritou demais, comecei a esmurrar a porta.
Eu – Dá pra parar de martelar a esta hora da manhã. Estou tentando dormir.
O silêncio se fez no apartamento.
Eu – Finalmente este idiota se tocou que estava perturbando.
Virei e fui em direção ao meu apartamento. Quando coloco a mão na maçaneta para entrar, o vizinho abre a porta.
Vizinho – Quem é que tá batendo deste jei....
Ele não conseguiu terminar a frase. Eu por impulso me virei para ver a cara do meu futuro vizinho retardado.
Quando nossos olhares se encontraram, não pude acreditar. Juro para vocês que senti meu coração parar. Não conseguia acreditar. O destino só podia estar de putaria comigo, logo agora que estava dando tudo certo. O tão odiado vizinho quebrou o silêncio.
Diego – Ben? O que você está fazendo aqui?
As palavras não saiam da minha boca. Eu estava completamente em choque. Minha única reação foi fugir, entrei correndo para dentro de casa. Tranquei a porta. Não podia ser, justo ele. Era o próprio, o Diego. O cara que eu estava tentando esquecer era o meu mais novo vizinho. Como uma torrente tudo voltou. Todas as lembranças e sentimentos que estavam adormecidos dentro de mim ressurgiram, e com eles vieram às lágrimas. Ele bateu na porta.
Diego – Ben! Eu sei que está aí. Vamos conversar!
Eu – Vai embora e me deixa em paz.
Eu estava sentado encostado na porta. Minhas forças pareciam que haviam sumido. Coloquei minha cabeça entre os joelhos e chorei, chorei como a tempos não chorava. Ele realmente tinha me machucado, machucou tão profundamente que todo o amor que tinha recebido do Edu não foi capaz de curar. Estava tão assustado com o que havia acabado de acontecer que nem percebi o Edu se aproximar. Ele se ajoelhou na minha frente e levantou meu rosto.
Edu – Amor! O que houve?
Eu – Edu...me abraça, por favor meu amor me abraça.
Edu – Benjamin. Me conte o que aconteceu pra você estar assim?
Eu – É o Diego.
Edu – O que tem ele?
Eu – Ele está morando aqui do lado.
A expressão do rosto do Edu mudou de preocupação para o completo ódio.
Edu – Ele tá aqui! Eu vou lá acertar as contas com este desgraçado.
Ele levantou, mas eu logo o segurei.
Eu – Não!
Edu – Por quê?
Eu – Por favor, Edu! Eu não quero que você faça nenhuma besteira.
Edu – Ele merece pagar pelo que fez com você.
Eu – Já passou. Vamos viver nossa vida em paz. Não quero que você faça besteira.
Edu – Mas amor!
Eu – Edu! Promete pra mim que você não vai fazer nada? Quando você vir ele, finja que não existe.
Edu estava possuído de ódio.
Edu – Prometo.
Fiquei mais aliviado. Minha cabeça perecia que iria explodir.
Eu – Amor. Pega meu remédio pra enxaqueca.
Edu – Tá.
Depois do acontecido tive uma crise horrível de enxaqueca. Passei o dia inteiro deitado no quarto completamente escuro. Edu como sempre cuidando de mim com muito carinho. Nos dias que se seguiram não vi o Diego. Os meus nervos agradeciam. Edu ficava ao meu redor como um cão de guarda, ligava várias vezes ao dia. Eu já estava me sentindo sufocado.
Só de pensar que ele estava ao lado, meu coração se apertava. Infelizmente eu ainda o amava, mesmo depois de tudo.
Fazia mais ou menos uma semana que eu havia encontrado com o Diego, quando batem na minha porta. Eu estava sozinho, Edu havia ido ao mercado. Olhei no olho mágico e tive mais uma surpresa. Abri a porta.
Sofia – Ben!!!
Ela pulou no meu pescoço.
Sofia – Não acredito que seremos vizinhos. Que mundinho pequeno.
Eu me limitei a sorri levemente. O que mais me chamava atenção era outra coisa. A barriga dela estava enorme. Tenho que dar o braço a torcer e reconhecer que ela estava linda. Se não fosse a barriga, não diria que estava grávida, pois ela não havia engordado quase nada desde que a vi ela última vez.
Eu – Nossa Sofia. Como você está...grande.
Não me veio nada diferente em mente para dizer.
Sofia – Ai Ben.
Eu – Me perdoe. Está linda também.
Sofia – Agora sim. Quando o Diego me disse que você era nosso vizinho, mal pude acreditar.
Eu – Eu também.
Sofia – É tão bom ter um rosto conhecido. Estou me sentindo tão sozinha longe da minha família.
Eu não conseguia sentir raiva da Sofia, ela não tinha culpa. Quando a conheci antes de saber que ela iria casar com o Diego, nos demos tão bem.
Eu – Que falta de educação a minha. Entra pra podermos conversar melhor.
Sofia – Não vou poder, o Diego está subindo com o resto das malas.
Quando ele disse isso, o infeliz sai do elevador carregado de malas. Novamente meu coração para.
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Boa noite meus amigos:)
Mais um cap para vocês. Este capítulo vou dedicar a um autor aqui da casa que eu adoro. Dr. Romântico, este é especialmente para você. Seu conto é lindo, amo de paixão. Bjos:)
Pessoal, recomendo o conto "Em busca da felicidade", é tudo de bom.
Mando também um abraço para o CrisBR. Não ligue para o que falam, você é melhor que isso tudo. Bjos:)
Música de hoje: November rain - Guns N' Roses
http://www.youtube.com/watch?v=8SbUC-UaAxE
Um grande abraço para todos:)