Pessoal! A partir deste capítulo o Ben retorna a narrar.
Continuando...
Fiquei observando fixamente ele carregando todas aquelas malas. Ele era tão forte, seus braços eram firmes e estavam rígidos devido ao esforço. Comecei a sentir um calor subir e tomar conta do meu corpo, eu ainda sentia atração por ele. Fui acordado pela Sofia que me pediu para ajuda-lo. Meio relutante, fui.
Eu – Deixa eu te ajudar!
Eu estava com cara de poucos amigos. Essa era a forma que encontrei para disfarçar minha tristeza. Ele abriu um sorriso tão lindo que em outras circunstâncias faria me entregar ali mesmo, mas me contive.
Diego – Oi Ben! Como você está?
Neste momento ele solta a mala no chão para me cumprimentar. Até aí tudo bem, se não fosse o fato dele ter soltado a mala no meu pé. Eu estava só de chinelo e a mala era muito pesada.
Eu – Aaaaaaaiii...meu pé Diego.
Ele ficou todo sem jeito. Prontamente retirou a mala de cima de mim e veio me ajudar.
Sofia – Diego. O que você fez? Mais você é muito desastrado mesmo.
Diego – Foi sem querer Sofia.
Ele respondeu exaltado para ela.
Eu – Meu Deus! O que vocês carregam nesta mala? Pedra? Meu pé!
Dito e feito, meu pé logo inchou. Não pensei que uma simples mala poderia fazer um estrago deste. Ele passou o braço em minha cintura e eu coloquei o meu sobre o seu ombro. É claro que meu corpo respondeu indevidamente ao toque. Instantaneamente senti um arrepio tomar conta.
Ele atenciosamente me levou até o meu apartamento e me colocou no sofá. Sofia estava logo atrás toda desengonçada devido à barriga.
Sofia – Ben! Você está bem meu querido? Diego você tem que ter mais cuidado.
Diego – Eu sei Sofia, foi um acidente. Para de me encher o saco.
Os dois começaram a discutir na minha frente.
Diego – Eu nunca que queria fazer algum mau ao Ben.
Ele disse esta última frase olhando fixamente em meus olhos. Não acreditei que ele havia dito aquilo. Meu coração novamente começou a bater descontroladamente.
Eu – Calma gente foi só um acidente. Não briguem por minha causa.
Diego novamente voltou sua atenção para mim. Sentou no sofá e colocou meu pé em seu colo.
Diego – Deixa eu ver como está.
Sofia – Não mexe Diego, você pode piorar o pé dele.
Diego – Me deixa Sofia. Vai até a cozinha e pega água pra ele.
Sofia – Está bem. Com licença Ben, mas vou invadir sua casa.
Até ri da situação.
Eu – Fica a vontade.
Quando ela foi até a cozinha ele se aproximou.
Diego – Desculpa meu amor, nunca que eu iria te machucar.
Fiquei assustado com sua ousadia. Sofia estava no outro cômodo e poderia entrar a qualquer momento. Ele massageava meu pé com tanto cuidado e carinho.
Eu – Eu...eu..eu sei.
Não tinha mais controle da minha voz. Ele saiu quase como um sussurro.
Enquanto nos encarávamos, eis que o destino apronta mais uma das suas.
Edu – O que está acontecendo aqui?
Edu entra como um furacão na sala. Ele estava possesso pelo ódio, suas mãos estavam fechadas como se estivesse pronto para briga. Olhei para ele com espanto, não estava acreditando que ele havia chegado justo nesta hora.
Edu – Anda Benjamin, o eu está acontecendo aqui?
Nesta mesma hora Sofia entra na sala.
Sofia – Nossa quem está gritando assim? Quem é você?
Edu – Eu que pergunto. Quem é você?
Finalmente consegui reagir e intervir na situação.
Eu – Calma Edu. Esta é a Sofia, a esposa do Diego.
Fiz questão de dar ênfase na palavra esposa.
Na mesma hora Edu se desarmou. Provavelmente se lembrou da história. Diego parecia nem estar ali, não parou de massagear meu pé em nenhum instante.
Sofia – Prazer!
Edu – Me desculpe pela cena. Sou o Eduardo, namorado do Ben.
Sofia regalou o olho quando o Edu disse que era meu namorado. Até então não tinha dito a ela que eu era homossexual. Minha cara caiu no chão. Diego me olhou com os olhos arregalados. Ele também ainda não sabia que eu estava com o Edu. Ele se levantou e foi embora sem ao menos se despedir, simplesmente soltou meu pé e saiu. Sofia ficou totalmente no ar, não entendia a reação do marido. Edu e eu entendíamos muito bem. Ela se despediu e foi atrás do Diego. Edu parou na minha frente e cruzou os braços. Em seu rosto estava àquela expressão de “Quero uma explicação AGORA!”. Eu simplesmente ergui os braços pedindo um abraço. Desta forma consegui desfazer aquele cara dele. Edu sentou ao meu lado e me abraçou. Foi como se um lago de águas agitadas se acalmasse rapidamente. Esta era a sensação que o Edu me transmitia. Enquanto o Diego agitava meu interior, o Edu me acalmava. Nos separamos e eu narrei todo o acontecido.
Edu – Não quero esse cara perto de você.
Eu só balancei a cabeça em concordância. Isto seria difícil com ele morando ao lado.
Edu – Deixa eu ver seu pé amor.
Eu – Está tudo bem. Foi só um susto.
Edu – Espera aí que eu vou buscar uma pomada.
Ele foi até o nosso quarto e trouxe uma pomada. Logo começou uma massagem maravilhosa. Não sei por que me senti culpado pelo o que ocorreu, não sabia explicar, mas este sentimento de culpa me invadiu.
Eu – Me perdoa amor?
Edu – Eu sei que não foi sua culpa meu amor.
Ele começou a massagear mais intensamente, percebi que suas intenções já não eram mais as mesmas. Suas mãos começaram a subir pelas minhas pernas, seu olhar era de puro desejo. Eu entendi e logo me deitei no sofá. Ele subiu em cima de mim e iniciamos um beijo ardente. Nossas mãos exploravam o corpo um do outro. Nossas respirações estavam ofegantes. Edu tentou afastar minhas pernas, mas foi interrompido pelo meu gemido de dor.
Edu – Te machuquei?
Eu – Não, só o meu pé que está doendo.
Edu – Oh amor, acho que hoje ficaremos somente nos beijos. Não quero que você force este pé.
Ele fez uma cara de decepção tão linda. Aquela cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança.
Eu – Ai amor...eu juro que te recompenso depois. A não ser que você queria fazer um canguru perneta.
Caímos na gargalhada.
Nos acomodamos no sofá. Eu fiquei deitado no seu peito enquanto recebia um cafuné maravilhoso.
Eu – Preciso falar com a Sofia. Vi que ela ficou sem graça quando você disse que era meu namorado. Eu não tinha dito a ela sobre minha orientação.
Edu – Amor. Se mantenha afastado deles.
Eu – Edu não tem como, eles moram aqui do lado.
Edu – Vamos nos mudar então?
Eu – Não dá. Acabei de alugar este apartamento. Se sair agora terei que pagar uma multa enorme por quebra de contrato.
Edu – É verdade. Me prometa que vai se manter longe dele ao máximo.
Eu – Eu vou meu amor.
Edu – Não sei se conseguiria ver você com ele de novo.
Eu – Para com isso. Eu estou com você. Foi você que escolhi.
Encerrei por ali aquele papo. Me aconcheguei em seus braços e tentei não pensar mais no Diego. Infelizmente não seria fácil esquece-lo com ele morando ao lado. Eu estava vendo tudo àquilo como uma provação para ver até onde ia minha força de vontade. Eu estava com medo, medo de não resistir e cair nos braços do Diego novamente. A última coisa que eu queria era magoar o Edu. Eu amava ele, finalmente havia chegado a esta conclusão, mas ao mesmo tempo ainda amava o Diego. Quem diria que um garoto que era prisioneiro da timidez e da insegurança, que pensava que nunca alguém poderia amá-lo, estava divido entre dois amores.
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Olá meus queridos! Mil desculpas pela demora, mas esta semana foi cheia de emoções, infelizmente desagradáveis.
Espero que gostem, fiz com muito carinho para vocês.
Meu dedics vai para o iPrince_. Muito obrigado pelo carinho e por ter dedicado seu tempo para ler meu conto. Bjos
Dr. Romântico, meu querido. Como sempre amo seus coments. Me desculpe por não ter comentado seu último conto, mas é que eu li do celular e não estava conseguindo logar. Seu conto está perfeito como sempre. Bjão
Música do dia: Going under - Evanescence
http://www.youtube.com/watch?v=CdhqVtpR2ts
Bjão para todos:)