Bom galera, eu quero primeiro agradecer a um anjo, um autor aqui, da CDC, que infelizmente teve seu conto retirado, um conto de sofrimento e dor. Ele é o Theusrecifense. Um cara que posso dizer, ele se tornou parte importante da minha vida, me ajudou, me deixou feliz, e também, acho que um pouco confuso em relação a meus sentimentos. MAs a ele, quero mandar um grande beijo.
Aos que comentaram, também agradeço, vocês me motivam a continuar.
VAmos lá?
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Um amor subconsciente
Parte 5
- Ah cara, você é muito bonito pra estar solteiro – respondeu, com o rosto ruborizado.
- Você acha?
Mas peraí, quem disse isso?
Quando percebi, a porta estava escancarada e o meu melhor amigo, Jonas, estava parado lá, com o rosto vermelho de raiva.
Apressado e desastrosamente Diego saiu de cima da cama, já caindo no chão. Levantou-se, aprumou-se e pediu licença para deixar o quarto, largando-me sozinho com um furioso Jonas.
- O que estava acontecendo aqui, Lucas? – o ranger de seus dentes era ouvido de muito longe.
Ele adentrou o quarto e sentou-se na poltrona.
- Nada Jonas, nada – disse.
- Como nada? Ele estava sentado na tua cama, e estava falando que você é bonito. Como isso não é nada?
Não é possível, pensei, será que o Jonas está com ciúmes, ou ciúmes do Diego? Acho muito difícil.
- Ai que saco Jonas – ele sabe ser bem irritante e intrometido quando quer, por isso já o cortei antes que ele começasse a ladainha – O que você quer aqui?
- Eu vim visitar um desastrado que tá aqui – respondeu.
- Agora que se fingiu de bom moço, pode falar o que veio realmente fazer aqui? – eu sei muito bem que Jonas não visita alguém em um à toa.
- Ok. Eu preciso que você organize a festa do meu aniversário.
Merda. Esqueci o aniversário dele, que é semana que vem; e todos os anos quem organiza sou eu.
- Ah, só isso?
- É... – ele percebeu a confusão em meu rosto, devido minha ironia. Seus aniversários são sempre grandes, ou seja, muito trabalho pra mim.
- Então pode ir – sempre nos tratamos assim, de forma curta e grossa, mas somos melhores amigos – Estou muito agradecido pela visita. Tenha um bom dia, volte sempre.
- Tchau.
- Tchau – respondi de forma ríspida.
Agora eu tenho de pensar no que dar de presente a ele. O que, meu Deus? O Quê?
Já sei... Como não pensei antes?
Passou-se toda essa semana, e voltei pra casa, para receber mimos redobrados de minha mãe, muitos presentes de meu pai, visitas de amigos, etc.
Chegou o dia da festa de aniversário de Jonas, maravilhosamente organizada por mim, modéstia a parte, num famoso boliche da cidade, com todos seus amigos, e alguns poucos familiares.
Estamos nós, os jovens, jogando boliche, com muitos gritos, risadas e, obviamente, palavrões.
Em uma das pistas estava Jonas, eu, Rafael e Luiza, com um empate entre mim e Jonas. Estava em minha vez, joguei a bola e consegui marcar um strike. Jonas arremessou a pesada bola e outro strike. Já era a vez de Luiza, quando a mãe de Jonas, Marília, nos chamou para o tão esperado bolo.
Cantamos a tradicional música, houve o corte do bolo, com o primeiro pedaço do bolo sendo meu, e já era passada a hora de eu entregar o presente a ele.
Puxei-o para um canto e lhe entreguei um papel e um embrulho.
- Abra o embrulho primeiro, depois leia – ordenei.
Ele rasgou todo o embrulho de forma desleixada, revelando o livro que tanto queria: Os Gêmeos.
- Poxa cara, era o que eu queria – agradeceu.
- Agora se sente para ler a carta.
Ele sentou-se em um dos bancos próximos e colocou o papel frente aos olhos:
“Bom Jo, nem sei por onde começar a te falar isso, vai ser muito difícil dizer pra você, sendo meu melhor amigo, meu irmão. Apenas peço que me compreenda.
“Desde meus doze anos soube que era homossexual, e tentei lutar contra, mas foi em vão.
“Aos quinze anos conheci um cara, o Marcelo, aquele nosso colega de classe, e iniciamos um namoro, apaixonados.
“Ele foi meu primeiro, e único, relacionamento gay que tive até hoje.
“Queria contar a você primeiro, mesmo sabendo suas opiniões sobre esse assunto.
“Reforço: espero que me entenda, eu não quis ser assim, mas sou.
“Um abraço,
-Lucas.”
Ele tirou os olhos da carta, e por um breve momento esperei que ele fosse me entender, que me abraçaria, dissesse que me apoiaria, mas...
- Isso aqui é verdade Lucas?
- É Jo... – comecei, mas fui interrompido por ele.
- Não me chame de Jo, seu viado – ele estava transtornado, com os olhos vermelhos, algumas lágrimas se forçando a cair – Eu tenho nojo de você, de pessoas como você. Você me enoja, seu verme. SOME DAQUI! VIADINHO DO CARALHO!!!
Seus berros foram ouvidos por todos os presentes no boliche.
- Eu te odeio Lucas! EU TE ODEIO – gritou.
Eu já estava chorando naquele momento, era horrível ver o meu melhor amigo jogar na minha cara que me odeia, dizer que tem nojo de mim.
- Não faça isso comigo Jonas. Por favor! – disse, com a voz já embargada.
- Alguém tire o Lucas daqui. Agora – pediu Marília, com receio de que Jonas fosse pra cima de mim.
Luiza e Rafael me apoiaram em seus braços, me levando até a frente do boliche, constantemente me perguntando o que havia acontecido, e eu, entre lágrimas e soluços, respondia que nada havia acontecido.
Eles resolveram lá me largar, e voltaram para as pistas. Sentei-me no chão, com a cabeça entre as pernas, chorando cada vez mais.
Senti uma sobre meu ombro. Uma mão masculina e forte, de peso. Olhei para cima e vi quem eu mais precisava naquele momento.
- O que aconteceu Lu?
Era...
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Obrigado por terem lido o conto.
Então, quem vocês acham que o encontrou sentado no corredor do shopping?
Comento, votem, leiam, e até o próximo!