Meus queridos leitores, vocês estão muito ansiosos para saber o tal segredo que o Guilherme guarda durante dez anos não é mesmo? Tenham calma que falta muito pouco para ser revelado. Já vou adiantando que muitas reviravoltas irão acontecer. E como já tenho o final do conto pronto, desde o inicio, serei verdadeiro e autêntico até o final, mesmo sabendo que vocês podem não gostar depois. Mas o mais importante é saber que nem tudo na vida são flores. Continuem lendo e comentando. Um xeroooo meus lindos e lindas.
BOA LEITURA...
- Quem é esse amigo Guilherme?
- O nome dele é Igor. Na verdade ele foi um antigo ficante meu. E me propôs o trabalho.
Andrey imediatamente saltitou da cama.
- Você não vai trabalhar com este cara. Entendeu bem?
Guilherme ficou surpreso com a reação dele.
- Mas Andrey, eu posso saber o motivo? Você não está achando que...
- Eu já disse que não Guilherme! Eu nem sei quem é esse cara, e ainda mais sabendo que você já ficou com ele.
- Mas isso foi há dois anos. E só foi uma ficada mesmo.
- E você diz isso assim na minha cara? – o Andrey começou a ficar nervoso.
- Estou sendo sincero nego. Vai ser bom pra mim, é um trabalho na minha área, e pelo menos vou poder me virar até conseguir algo bem melhor!
- Como você acha que eu vou ficar, imaginando você dentro de uma loja, trabalhando todos os dias com um cara no qual você já se envolveu?
- Uma coisa não tem nada a ver com a outra Andrey. Eu preciso trabalhar e esta foi a única oportunidade.
- Você pode conseguir outro fácil. – ele era imparcial.
- Por acaso você não confia em mim? – o Guilherme já estava perdendo a paciência.
- Claro que eu confio, mas não confio neste cara aí que você ta falando.
- Meu amor... É só um trabalho. E o Igor é um rapaz respeitador. Ele inclusive já sabe de nós dois, que eu te amo muito e que você é o amor da minha vida. – Guilherme foi se aproximando, na tentativa de um beijo para acalmá-lo.
- Eu não quero perder você meu amor. – o Guilherme pôde perceber naquelas palavras, que na verdade o medo dele era de que ele o trocasse pelo Igor.
- Escuta bem o que vou lhe dizer... Você é o cara da minha vida. A minha razão de viver, o meu bem mais precioso... E não vai ser um caso antigo que vai mudar isso. Eu te amo meu amor, entenda de uma vez por todas!
- Eu também te amo muito. – Andrey o abraçou.
- Ó, eu prometo que sempre vou te ligar para voltarmos juntos pra casa.
- Como assim?
- A loja fica na mesma rua do escritório onde você trabalha. E sempre que eu sentir saudades dou um pulinho lá pra te ver.
- Eu vou deixar você trabalhar nessa loja, mais se eu descobrir que esse cara deu em cima de você... Eu acabo com a vida dele.
- Que bonitinho o meu nego com ciúmes... Pode deixar meu lindo, que ninguém vai dar em cima do seu branquinho, e sabe por quê? – Porque sou de uma só pessoa, você meu amor!
Eles se beijaram e o Andrey acabou concordando com o tal emprego do Guilherme. Mesmo ficando com um pé atrás com esse tal Igor, ele resolveu dar um crédito ao seu amor. Queria vê-lo feliz trabalhando. Desde que saiu de casa, ele sabe o quanto o Guilherme têm sofrido para manter-se sozinho, ainda mais pagando uma faculdade cara, como era a dele.
- Pode trabalhar nessa loja, mas tome cuidado! Agora vem cá que eu quero mais beijinhos.
Os dois ficaram agarradinhos na cama e mais uma vez fizeram amor, de forma intensa e apaixonante.
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- Quer dizer que a sua conversa com o nosso filho não adiantou de nada? – disse dona Sandra inconformada.
- O seu filho é muito teimoso. Deixe que ele quebre a cara, pois só assim vai aprender a ouvir o pai.
- Não fale desse jeito Alberto! Eu amo o meu filho, e se for para afastá-lo de um marginal sanguessuga, eu irei fazer o impossível se for preciso.
- Ele não me deu ouvidos. Não sei de onde o seu filho tirou a idéia de se envolver com um preto. Na verdade, ele deveria tomar vergonha naquela cara isso sim! Maldita hora que eu coloquei ele no mundo.
- Ele é o nosso filho Alberto! E já tínhamos conversado sobre a sexualidade dele. Com quem o Guilherme se envolve é problema dele, mais passar o ponto de querer ter um relacionamento com alguém que não presta isso eu não permito!
- Eu lavei as minhas mãos Sandra!
- Eu aposto que você foi grosso com ele, por isso que não te ouviu.
- Então tente você mesma conversar com o seu filhinho querido.
- É isso mesmo que eu vou fazer. Aposto que ele vai ouvir a mãe dele. Aliás, não é normal essa raiva toda que o Guilherme sente de você Alberto.
Nesse momento ele congelou. Jamais aquele assunto poderia vim à tona. Toda a sua carreira, seus amigos, sua família, virariam as costas pra ele.
- Porque o seu filho é um maluco e precisa de tratamento médico! Agora eu preciso trabalhar.
Ele se despediu dela e saiu. Dona Sandra resolveu por si só, procurar o filho e conversar com ele, mas não neste momento, afinal, queria preparar-se primeiro
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- Bom Guilherme, esta é a sua mesa. Eu já mandei instalar todos os sistemas que usaremos na empresa.
- E onde fica a sua sala Igor?
- Aqui. – disse ele apontando para uma mesa de frente pra ele.
- Você vai se sentar de frente pra mim?
- Sim. Algum problema?
- Não, é que... Você é o dono da loja, eu pensei que teria uma sala só pra você.
- Gosto de observar os meus funcionários. – ele riu cínico para o Gui.
Igor mostrou todo o departamento para o Guilherme. E apresentou outros colegas de trabalho. A loja de roupas masculinas que o Igor montara, não era uma simples loja, e sim, algo grandioso, com um espaço fora de sério. Era uma loja multimarca e que ficava no centro da cidade.
Passou-se dois meses, e o Guilherme ia se adaptando ao novo emprego. Já conhecia todo o sistema da loja, e aos poucos se mostrava um excelente administrador. O Igor por diversas vezes o observava, mas ele mantinha sempre a sua concentração no trabalho. O Andrey passava por lá todas as tardes, para irem embora juntos. Os pais da Lívia finalmente voltaram de viagem, e como era de se esperar, não ficaram chateados com a presença dele em sua casa e adorava o amigo da filha. Acho que desde pequeno, o Guilherme sempre se deu bem com os pais dela. Ele fazia faculdade a noite e trabalhava durante o dia, o que deixava a sua rotina bastante pesada. Estava tudo ocorrendo na mais perfeita ordem, até surgir do nada, no portão da faculdade, a figura mais maçante e chata do mundo: o Bernardo.
- Ahhh... Não! Eu não acredito que você veio até aqui encher o meu saco!
- Eu só queria bater um papo com você. É coisa rápida. – disse ele encostado-se em seu carro moderno.
- Eu jamais perderia o meu tempo pra conversar com um verme como você. Se toca Bernardo e dá o fora da minha vida!
- Eu prometo que é coisa rápida. Por favor!
- Pode falar! Eu não escondo nada dos meus amigos. – disse o Guilherme, virando-se para o Dinho e a Lívia.
- É particular Guilherme. Não vou demorar.
- Ok então. Seja o mais rápido possível. – disse Guilherme, se despedindo dos seus amigos e dando sinal pra eles de que estava tudo bem.
- Agora somos só nós dois. Anda, fala logo. – disse o Guilherme impaciente.
- O Andrey não é a pessoa certa pra você Guilherme. Ele é pobre, não teve uma boa educação. Só estudou em escola pública. O que você espera do futuro ao lado desse cara!
- Era isso. Bom, já vou indo. Tchau!
- Espera! Vamos ser felizes juntos. Vamos dar uma banana pra toda nossa família e vamos fugir cara. Vamos morar em outro estado, outro país, sei-lá!
- Eu fugir com você? – o Gui fez cara de sarcástico e começou a rir.
- Só pode estar brincando comigo não é Bernardo? Mas nem que você fosse o último cara da face da terra meu querido.
- Porque você não consegue gostar de mim hein? Será que você nunca vai esquecer o passado? Você sabe muito bem que eu fui forçado a fazer aquilo não sabe?
- E pelo visto adorou muito não é? Eu não quero que você fique lembrando aquela nojeira, pois só de imaginar, me dar vontade de me matar. Eu nunca vou te perdoar, nem a você e nem a ele também. Agora vai pro quinto dos infernos e me deixa em paz!
- Você vai se arrepender amargamente por me tratar assim cara.
- Não tenho medo de você filho da puta! Vai se fuder e me deixa ser feliz. Ah! E sabe por que eu estou com o Andrey? – Porque ele é o que você nunca vai ser: HOMEM!
O Bernardo arrancou o carro quase rasgando a pista. O seu ódio era incontrolável. Nunca se conformava em ser rejeitado pelo primo, o seu amor desde a infância.
CONTINUA...