• 25 – Separação
Terminamos o mês de janeiro, com grande estilo, ainda em Colônia. Aproveitei todo esse meio tempo para explicar ao Walmir tudo o que se passou comigo no Treinamento Militar e prometi-o que nunca mais voltaria para lá, 2008 havia sido meu último ano. Falei também sobre Bruno e Daniel (Meus primos), o que ele não aceitou muito bem, afirmando que não confiava em nenhum dos dois.
Ainda no mês de Janeiro, Eu pude conhecer melhor a avó do Walmir, falaram-me sobre a doença dela, explicando o porquê de, às vezes, ela falar coisas desconexas. Rita levou-me para alguns lugares, incluindo um banho de cachoeira onde nós, Walmir e Eu, usamos todas as áreas daquela paisagem, onde o possuí com toda força, matando, ainda, a saudade. Fábio marcava a data do casamento com a Rita, mas os vetei, pois achava algo precipitado. Marcos e Acácio nos fizeram uma visita de três dias à casa da avó de meu Baixinho.
Enfim, o mês de Janeiro passou com o clima de “Mor Love.”.
No dia um de Fevereiro, nós pegamos a moto e voltamos para casa. Walmir ainda relutava e dizia não sentir bem ao andar “naquele monstro”. Chegava a ser ridículo a cena de ele apertando-me com receio em cair da moto.
Fizemos uma viagem longa, porém tranquila, até o nosso interiorzinho. Deixei Walmir na casa de seus pais, que, ao menos, dessa vez, não fizeram nenhum tipo de reclamação ou me deram algum tipo de advertência. Após deixar o Baixinho no domicílio de meus sogros, direcionei-me à casa de Celina, Eu realmente precisava agradecer o pequeno, porém bastante útil, favor que ela havia me prestado.
Cheguei a casa dela e fui recepcionado com milhões de beijos e bombardeado de perguntas de tudo o que havia ocorrido. Respondi, com clareza, tudo o que ela me perguntava e aproveitei a oportunidade para contar tudo o que havia ocorrido conosco nas férias.
– Como você teve coragem de deixar o Walmir sozinho? Você estava com o que na cabeça? – Ela perguntava, furiosa.
– Calma, Cel! Ele está entregue, na casa de meus sogros... São e salvo.
– Isso não é hora para brincadeiras, José! – Ela falava indignada.
– Eu não estou brincando. – Falei dando um suspiro. – Eu sei que errei em tê-lo deixado só, mas isso foi para o nosso bem. Sei que ele passou uma barra, mas vocês precisam entender que Eu também. Todos nós saímos magoados nessa história, mas a realidade é que Eu pude aprender mais sobre as coisas. Toma! Trouxe para você. – Falei pondo um sorriso no rosto e a entregando uma caixa de chocolate com uma pulseira dourada.
– Você sabe como agradar uma pessoa. – Ela falou rindo e beijando minha testa.
Despedi-me de Celina e fui direto para a minha casa. Papai e Silvia não estavam em casa, o que era melhor, pois Eu não queria passar por uma série de interrogatórios, como Eu sempre passava depois de ter ido visitar a base militar de meu tio. Eu apenas tomei um banho e fui relaxar em minha cama. Nada melhor.
...
Acordei, ainda naquela tarde, e fui direto para a cozinha. A fome já me matava e Eu previa que o chefe havia preparado algo de especial naquela tarde. E acertei. Fui recepcionado por um banquete dos deuses. Não podia reclamar daquela mesa, pois aquilo era um grande sinônimo de fartura. Após prepara-me para o jantar, – Sim, pois aquele “almoço” era apenas um aperitivo. – papai chamou-me a sala.
– Algum problema? – Perguntei temeroso.
– A sua matricula já foi feita num dos Colégios de Recife. Fica bem próximo ao seu apartamento. – Falou-me papai sem mostrar interesse.
– Quer dizer que ainda esse mês Eu vou me mudar? – Perguntei feliz. Enfim independência.
– Sim. As contratações para seu emprego começarão no inicio dessa semana, ou seja, você já começa a estudar e trabalhar nesse mês. Não se preocupe com as despesas, pois Eu vou pagar tudo até você se acostumar e conseguir se estabilizar por lá.
– Matriculamos você em uma Academia e em um curso pré-vestibular, no mesmo Ginásio em que te inscrevemos. – Silvia falou vindo ao meu encontro e me abraçando.
A alegria era tamanha ao saber que, mais cedo do que pensei, Eu iria me mudar daquela cidade. Abracei papai e agradeci por tudo o que ele havia me dado. Com certeza, aquela oportunidade foi uma das melhores coisas que ele já havia feito por mim.
– Vocês são fodas! – Deixei escapar, naquele ambiente familiar. – Vou falar com o Walmir. – Falei correndo em direção ao meu quarto.
– José, há um problema... – Meu pai tentou falar.
– Deixa pra lá, pai! Nada vai me abalar, hoje. – Intervi.
Fui ao meu quarto e troquei rapidamente de roupa. Peguei, a agora, minha companheira moto e fui em direção a residência dos Almeida Paiva. Dona Suzana cumprimentou-me a porta e pediu para que Eu entrasse. Sem pestanejar, rapidamente, encarreguei-me de ir ao quarto do meu Baixinho.
– Walmir! Walmir! – Eu exclamava, sorridente, entrando em seu quarto.
Walmir deu um pulo de sua cama e Eu o derrubei sobre a mesma caindo por cima de ele e devorando a boquinha dele. Percebi que ele achou a minha atitude estranha, mas deixou, aos poucos, a minha língua invadir o céu de sua boca.
– Amor, a gente vai se mudar ainda essa semana. – Falei sorridente.
Porém, algo havia me intrigado, Walmir tinha feito uma ‘cara de merda’ como se fosse um daqueles bocós desavisados.
– “A gente” quem, José? – Ele perguntou-me, passando a mão em meu rosto.
– A gente. Nós dois. Eu e você. A gente vai se mudar semana que vem, meu pai não te disse? – Olhei-o incrédulo.
– Nós precisamos conversar. – Ele tentou sair de baixo de mim, mas não o deixei.
– Nós estamos conversando. – Retruquei, morrendo de raiva.
– Meus pais me comunicaram sobre a sua mudança para Boa Viagem, mas... Infelizmente... Eu não vou poder ir com você. – Nessa hora, minha cara foi ao chão. – Papai já me matriculou na nossa Escola e Eu vou ter que ficar aqui vigiando a gravidez da Nanny.
– Não, Walmir! – Eu já ameaçava um choro, mas não ia ceder, dessa vez. – Você não pode fazer isso comigo, Walmir! Você não pode!
– Eu não queria, mas não estava em meus planos. Acha mesmo que Eu planejei ficar longe de você? – Ele perguntava furioso enquanto tentava sair de baixo de mim.
– Se não planejou, então por que tu estas a fazer isso comigo? Por quê?
– José... Eu... Sinto muito. – Ele falou, por fim.
E aquela conversa já estava mais que encerrada. A separação era uma certa. Walmir não iria comigo viver meu sonho, e Eu não poderia morrer naquela cidade esperando meu Baixinho terminar os estudos. A vida me deu uma chance e Eu não iria desperdiça-la.
– Então é assim que a gente termina? – Perguntei me levantando da cama.
– Eu sempre serei fiel a você, mas se você acha que precisamos nos separar por apenas estarmos longe, então... Está tudo bem. – Ele falou triste. – Eu sempre esperarei por você. Vou estar aqui por você. Espero que você também pense assim.
– Eu não quero ficar longe de você, mas quanto tempo nós iremos sobreviver à distância?
– Distância não é um bom argumento para um término de namoro. Mas Eu conheço suas necessidades. Eu abro mão de você. Abro mão de tudo por você. – Ele falou abaixando a cabeça, enquanto, aos poucos, Eu ia me afastando.
Saí do quarto dele e corri até a minha moto. Eu realmente precisava esfriar a minha cabeça. Eu não podia perdê-lo, e sei que seria uma besteira terminar um namoro assim. Eu era jovem e tinha minhas necessidades. Bom, Eu achava que tinha necessidades.
...
No dia dois de Fevereiro, papai avisou-me que Eu já podia me mudar para meu apartamento, pois tudo já estava organizado para a minha chegada. Eu não estava feliz como estava há um dia antes, mas Eu precisava seguir em frente, com ou sem Walmir.
Antes, porém, Eu fiz duas coisas que mudaram o rumo da separação. Primeiro fui a casa dele, procurei-o pelo quarto, pela sala, cozinha... E o encontrei no jardim.
– No que essa cabeça tanto pensa? – Perguntei sorrindo, enquanto, bruscamente e com um sorriso no rosto, ele olhava para trás.
– Eu estava pensando em “nós”. – Ele falou quase inaudível.
– Eu já estou da saída, Baixinho. Mas Eu não iria antes de me despedir de você, minha vida. Eu tenho que ter uma lembrança de seu cheiro. – Falei abraçando-o.
Walmir retribuía o abraço e, de repente, já estávamos nos beijando. Mas não um beijo qualquer, era um beijo de despedida, com uma pitada de malicia. As mãos bobas rolaram pelo corpo e, quando demos por vista, já estávamos nus no jardim da casa de meus sogros.
Deitei o Walmir na grama e, sem preliminares, engatei meu mastro em seu ânus enquanto ouvia seus gemidos abafados entredentes. Bombei por alguns instantes e senti os dentes de Walmir sendo trincados em meus ombros.
– Meu! – Ele balbuciava, ainda mordendo meu ombro. – Meu! Meu! Meu! Meu! Meu! – Ele falava a cada estocada que Eu investia.
Era a primeira vez que Eu o via me querendo só para ele, como se ele fosse meu dono. E ele era. E ele é. E sempre será assim. Gozei apenas com o calor da situação. Desengatei meu mastro e vestimos nossas roupas para nos recompor.
– Mil desculpas pelas mordidas. – Ele falava, em observação ao que tinha feito.
– Não tem problema. – Foi a única coisa que Eu falei. – Eu preciso ir.
Ainda vi uma lagrima cair de seu rosto.
Caminhei até fora da casa e rumei à casa de Celina.
– Acabou! – Eu anunciei, enquanto entrava pela porta de seu quarto.
– Você terminou com o Walmir por causa da distância? Você sabe o porquê de terem inventado os finais de semana? – Ela me perguntava indignada.
– Você acha que foi fácil pra mim? – Eu retribuía no mesmo tom.
– Foi fácil para ele? Diga-me! Foi fácil para ele ver primeiro e único amor da vida dele saindo da mesma por causa de falta de diálogo. Isso o que você fez se chama sacanagem. – E assim ela me fez calar.
– Não é fácil para mim, pois Eu tenho uma grande necessidade em ser aquecido todas as noites. – Celina me olhou com incredulidade.
– Só uma coisa... – Ela aproximou-se de mim e beijou-me. Não levei aquilo muito a serio, mas retribui. – O que sente ao me beijar?
– Gosto de brilho labial? – Fiquei confuso e respondi com uma pergunta.
– O que sente quando beija o Walmir? – Fiquei pensando por alguns instantes. Eu sabia onde ela queria chegar. – É isso, José! Você nunca achará em outra pessoa o que só o Walmir tem. Só ele pode te dar carinho, amor, prazer e tesão. Só ele tem o poder de te aquecer todas as noites. E se não é ele, não é ninguém. Walmir não vai poder te esperar a vida inteira. Você, mais uma vez, não foi um homem. Fugiu na primeira dificuldade. Mas a vida, mais uma vez, te ensinou a dar valor às coisas. Então... Se Eu fosse você, correria atrás daquele anão e determinaria o que será feito na relação. Não perde tempo.
E então ela deu-me mais um beijo, aquele beijo cúmplice, amigo. O beijo que me fazia refletir sobre tudo de errado o que tinha ocorrido em minha vida. E tudo o que estava acontecendo.
Celina, mais uma vez, estava certa.
Voltei a casa dos Almeida Paiva e encontrei o Walmir no mesmo lugar. Porém com outra roupa.
– Você sabe o porquê de terem sido criados os finais de semana? – Perguntei sorrindo, enquanto ele sorria em retorno. – Eu juro que toda a vez que Eu puder, estarei aqui. Por nós. – Falei correndo em sua direção e o beijando. – Promete que vai me visitar também?! – Falei o suspendendo no ar, como no nosso segundo beijo.
– Eu prometo. – Ele falou beijando, com intensidade, a minha boca.
Após ter almoçado com ele e me despedido de todos os meus bons amigos, fui viver uma nova vida. A vida que Eu levo hoje. Separei-me de tudo, modifiquei meu mundo, mas no final, Eu sabia: Tudo valeria a penaE aí, pessoal, beleza? Bom, comigo está 'quase' tudo bem.
Vamos dizer que há uma semana, mais ou menos, o Walmir teve uma grave intoxicação alimentar e Eu tive de cuidar dele com a ajuda de uma grande pessoa que conheci a pouco tempo. Walmir veio se recuperando da intoxicação, mas ele está enfrentando, agora, a tal da dengue. Tive de levá-lo, ainda receoso, a casa dos pais dele. Eu juro que não queria, mas alguém tinha de cuidar dele, e a saúde de meu Baixinho vem sempre em primeiro lugar.
Obrigado à todos os leitores que se preocuparam com ele no dia em que Eu estava uma pilha de nervos por não saber o que ele tinha.
Um abraço e um beijo pro meu lindo Maurício, meu terceiro amor. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Ele vai entender :P
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Respondendo aos comentários:
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passaro de fogo - Fotos minhas Eu até passo pelo MSN (joseotavio.cdc@hotmail.com). Passo até fotos minhas e de meus amigos, mas o Walmir não libera as minhas fotos com ele e só liberou uma foto de minha princesa recém-nascida.
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Antônio Porto - Ainda estamos juntos sim ;)
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frannnh - Infelizmente teremos que terminar, mas não fiquem tristes, existem autores ótimos por aqui :)
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Niinuuh - SORRY, man, mas não tenho criatividade para dar inicio à um conto fictício. Sou burro pra caralho. KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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por do sol - Obrigado por suas palavras.
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Guuh18 - Além de Bem-Te-Vi, chamavam ele de colírio... Todas as vezes que Walmir passava comigo pelos corredores da escola, os meninos assobiavam como o pássaro citado. Para alguns ele era um rouxinol (Por causa da voz) e para os que adoravam me aborrecer ele era o Bem-Te-Vi.
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¤$€MI¤@L@DO¤ - Ri demais com o seu comentário, man. Num relacionamento, ambos mudam. Acontece.
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little monster - Espero que goste desse e a sua resposta é a mesma do Niinuuh "Não tenho criatividade para tal coisa".
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As aparências enganam, Chris O., principalmente quando falamos do Walmir. ;) Já te adicionei no MSN, mas agora estou entrando com pouca frequência. Faculdade, amigo. Faculdade.
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Andre&Feh - Obrigado pelo comentário ;)
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Silver Sunlight - Um abraço apertado para você também :P kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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L.P. - Obrigado por tudo, amigo. Precisando, com certeza a gente te chama ;) KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Ah, e obrigado por ler a história inteira. Lembro do tempo em que postava às 05:00.
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Jhoen Jhol - Talvez Eu até conte desse feito do Walmir, mas não sei nem como começar.
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Obrigado, mais uma vez, aos que leem e comentam a história. Meu muito obrigado.
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Ah! E dessa vez Eu indico dois contos dos deuses para vocês.
1 - O Segredo da Lua Cheia - Silver Sunlight.
Ele sabe o quanto Eu amo esse conto. Nossa! Salve Héstia (Não para mim)! KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
2 - O Segredo dos Deuses - Antônio Porto / Demitri.
Autor novo na CDC, mas que possuí uma escrita perfeita. Eu sempre fico honrado em ler contos como o seu.
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Espero que curtam!