Era umas 20 h e mamãe já havia chego em casa, estava esquentando a refeição para jantarmos que a Dilre tinha deixado pronto.
Fui ao seu encontro, pedi a benção, fiz de conta como se nada tivesse acontecido, nem me abalei ao responder por que Camila estava no quarto e não queria sair, disse que era apenas a implicância rotineira.
Reparei que sua bolsa estava na bancada desde de manhã, se fosse em um dia comum nem me importaria, mas depois de tudo que aconteceu, resolvi abrir e vasculhar. Fiquei um pouco decepcionado, não encontrei nada demais a primeira vista, apenas livros, um caderno, uma agenda, blusa, um sutiã que foi o que mais me interessou, fiquei tentado em pegar, mas a imagem da Camila nua ainda era perturbadora em minha mente, por não saber por que estava tão mexido com isso, pois era minha irmã, minha família.
Abri um caderno que era da escola e guardei, depois abri a agenda e tomei logo noção de que não era uma em si, mas sim um diário pelas coisas que estava escrita. Nas primeiras folhas apenas números de garotos e rapidamente virava nas outras paginas um verdadeiro desabafo, todo seu rancor e aventuras, levei para meu quarto e continuei vendo.
Descrevia com detalhes as noites que passara fora de casa escondida e ia para o Garage com amigos, o seu uso de drogas que pelo menos dizia que havia experimentado três vezes e uma relação sexual de uma noite com um homem desconhecido.
Minha idéia de que minha irmã era uma safada era cada vez mais comprovada, só que também percebia a insegurança, a fragilidade que tentava esconder, até mesmo uma certa inocência e tudo era confessado em um diário.
Em muitas paginas sempre citava a nossa família, em relação ao nosso pai, o ódio pelas brigas e o alivio por ele sair de casa.
Um trecho não acreditei que estava lendo aquilo ‘‘ O Célio tentou me agarrar hoje de novo, passou a mão na minha coxa, deveria ter matado ele e dizer tudo para minha mãe, mas tenho medo do que pode acontecer ’’
Nosso pai tentava agarra-la, não sabia se acreditava ou iria querer saber se era verdade, mas parecia que se encaixava, a raiva que Camila tinha por ele, o nojo de está perto demais, as indiretas ameaçadoras que ela jogava para ele na mesa de jantar quando estávamos reunidos. Era como se o ódio dela estivesse sendo transferido para mim.
Ele nunca fora um bom pai, apenas cumpria a obrigação de colocar dinheiro em casa, mas mesmo assim era meu pai e naquele momento estava querendo mata-lo.
Em outro trecho dizia que havia perdido a virgindade a um pouco mais de um ano com seu ex namorado da escola na cama de nossos pais, destacou que tinha sido muito ruim pela inexperiência dos dois, mas as seguintes melhoraram.
Parei de ler, pois não agüentava saber que ela já fazia essas coisas e não conseguia mais tirar da cabeça a imagem dela nua, seus seios, a forma das suas pernas bem firmes e tentava imaginar as partes de baixo que por pouco consegui ver, mas pela confusão não olhei.
Algumas semanas passaram e tentei esquecer tudo e parei de ler o diário para não ficar me torturando e triste depois por me masturbar em homenagem da Camila.
Cheguei da escola e encontrei-a sentada em minha cama com o disco que a Paulinha pediu para entregar.
- A se veio pegar isso, esqueci de entregar naquele dia – Tentei mostrar indiferença, quase em vão – Se achou o que queria, pode ir embora, por favor.
- Não foi isso que vim pegar, cadê meu caderno ? Não adianta mentir, sei que foi você.
- Não irei mentir, não se preocupe – Fui ao meu armário e peguei o diário em baixo dos meus sapatos – Pegue é seu.
Ela estava linda como sempre, o cabelo estava com um rabo de cavalo, vestia uma camiseta branca com um pequeno decote, uma camisa xadrez marrom por cima e uma calca de pano azul.
- Tu é muito descarado seu moleque – Fez expressão de raiva, mas não conseguia me intimidar, percebi que ela era a indefesa e não era eu que estava com medo – Você não tem o direito de mexer nas minhas coisas.
- Não deveria ter pego, mas não foi um grande erro e com certeza não me arrependo disso – Tentei fingir confiança e continuei – Por que não me contou sobre o nosso pai ?
- Seu pai, meu NÃO !
- Estou com raiva dele tanto quanto você.
- Não, não está, pois não sabe o que era agüentar o que eu agüentava dele, ele me humilhava e queria se aproveitar de mim.
Ela começou a chorar, de uma hora para outra a mascara de forte caiu e sobrou apenas a sua fraqueza estampada nos seus olhos e as lágrimas que escorriam era a prova disso.
- Ele tentou me estuprar no banheiro quando você era criança, só não conseguiu por que a mamãe chegou em casa e fugir, não quero te jogar contra seu querido pai, mas essa é a verdade.
Não consegui dizer nada, apenas fiz o que achei que era certo, a abracei e ela chorou mais ainda. Alguns minutos abraçados em um ato, levantamos as nossas cabeças e ficamos nos olhando por segundos como se estivéssemos hipnotizados, quando aconteceu o beijo, até hoje não sei quem deu ou se foi ao mesmo tempo. Pareceu durar uma eternidade, sentir o gosto dos lábios da cacau era viciante e estava drogado por ela. Foi mais marcante para mim, pois foi meu primeiro beijo, não sei quem começou, mas sei que eu era o que não queria parar, mas ela cessou afastando-se correndo para seu quarto.
Tive vontade de correr atrás dela, mas seria perda de tempo ou em vão mesmo, pois não sabia o que queria ou o que não queria. Fiquei jogado na minha cama até pegar no sono de vez, apenas fiz um lanche e depois voltei a dormi, pois fiquei sem reação para nada.
Fiquei martelando a cena na cabeça por dias, querendo conversar com a Camila, saber o que aconteceu, se ela estava com raiva de mim, se achava que eu era como nosso pai e iria tentar fazer algo com ela. As inúmeras besteiras acumulavam em minha mente como facas fatiando um pão.
Não conseguíamos trocar olhares e nem palavras, mesmo as de xingamentos pararam.
Eu sentia vontade de estar perto dela, mas era estranho imaginar isso, era como se quisesse ficar apenas escutando sua voz por horas.
Em um final de semana, minha mãe quis fazer um almoço de família e chamou minhas duas tias e meus primos. Foi bastante agradável, tirando pelo jeito que nos olhávamos com medo um do outro sem nos falar. Minha tia Malú até fez uma piada dizendo que eu e cacau ainda iríamos para um ringue algum dia.
Depois que todos estavam satisfeitos, meus primos foram para piscina, minhas tias e minha mãe foram para os quartos descansarem. Subi para usar o banheiro de cima, quando encontro Camila escovando os dentes, fiz menção de esperar ela acabar, mas por impulso entrei, não agüentei e disse :
- Vamos ficar fugindo um do outro ? Até quando ?
- Não sei o que está falando, deve ter batido a cabeça.
- Pare de se fingir de tonta, por favor me escuta.
- Tudo bem, fala logo Leo.
- Bem, é que, é que – Respirei um pouco, estava nervoso – Eu queria que soubesse que não sou como o Célio e que não iria magoa-la em nada.
- Eu sei Leo – Cacau sorriu com o que disse, pareci um pouco infantil da forma que me expressei, mas acredito que a tocou – Confio em ti.
- E queria dizer que não consigo esquecer do seu beijo.
- Não, isso não Leo, foi um grande erro – Ela começou a andar de um lado para o outro – Esquece e finge que nunca aconteceu.
- Como irei esquecer, foi a primeira vez que beijei alguém.
- Droga, por isso mesmo, não sabe o que significa.
- Eu sei que não consigo para de olhar para você.
- Não Leo – Ela gritou, fechou a porta e continuou falando em sussurro – Leo, sou sua irmã, sabe o que isso quer dizer ?
- Sei sim.
- Então pronto garoto.
Fiquei com cara de triste e envergonhado como se tivesse levado o maior choque da minha vida. Camila chegou perto de mim e me abraçou, fiquei sentindo seu cheiro, o perfume do pescoço, a maciez de sua pele, o calor do corpo e dessa vez a beijei. Ela quis se soltar, começou a se debater, mas do nada relaxou e ficamos agarrados, fomos para a parede e depois para o chuveiro sem nos largar por um minuto, até que ela abriu a torneira, não sei se foi para pararmos ou apenas para sentir mais excitação. Sei que não funcionou, pois ficamos por minutos lá, até que ela tirou a camisa molhada, insinuando que eu também tirasse, ao mesmo tempo que levou a sua mão ao meu membro que estava em baixo do meu short. Quando ela falou como se tivesse acordado de um pesadelo.
- O que estou fazendo meu Deus ? – Dessa vez me olhou, segurou meu rosto com uma das mãos e me deu um tapa muito forte com a outra.
- Isso é para esquecer o que aconteceu aqui para sempre e para não se repetir de novo.
Tranquei-me no quarto para pensar, mas só conseguia chorar e perguntar para eu mesmo por que estava acontecendo aquilo. Esqueci ou não me importei mais que tinha visita na casa, meu primo bateu na porta do meu quarto, mas disse que estava com dor de cabeça, sair mais tarde apenas me despedir deles e Camila nem sair do quarto saiu.
Continua.....