Quase dois meses depois do ocorrido no relato anterior, recebo uma ligação de Aldair: “ E aí, tudo bom... tô querendo te comer, cara.... quando dá gente marcar?” A frase fez tóimmmm no meu ouvido. Aquilo era excesso de objetividade ou, simplesmente, espírito de porco? Tentei desconversar, dizer que assim na lata, o que era aquilo, sem um romancezinho pra disfarçar. Mas ele seguiu: “que viadagem é essa, cara? ... você sabe que isso não tem futuro e com puto eu bato de frente.” Eu concordava com ele, é claro, apenas estava tentando me fazer de difícil e jogar um pouco de charme na situação, razão pela qual enrolei mais uns dez minutos de papo. Não ia dar nos próximos dias, terminei dizendo que ligava para acertar uma nova data.
Alguns dias depois armei uma situação em casa com minha mulher e arranjei a bela desculpa de um jogo de futebol como motivo para minha ausência num sábado. Acertei com Aldair os detalhes e ficamos de ir logo cedo para um motel de beira de estrada, por ser mais tranquilo e garantir a privacidade e também, segundo ele, não criarem problemas para a entrada de homens. No dia acertado, peguei-o num posto de gasolina e seguimos apenas no meu carro rumo ao abatedouro. Ele estava com uma capanga dessas que se usam na cintura nas mãos: “é o cinto de utilidades.... Batman prevenido vale mais que o Super Homem”.
O motel era horroroso, com motivos egípcios, mas conseguimos uma suíte melhorzinha com piscina. Como era muito cedo, tava meio difícil engrenar, razão pela qual ele sugeriu uma talagada; ele pediu um uísque e eu uma pinga, que sorvi num só gole. Despidos, caímos na piscina, onde a água começou a encharcar nossas resistências. As mãos já se movimentavam de lá prá cá, os primeiros beijos nasceram. “Eu fiquei com um tesão da porra pra te pegar de novo, João...., sonhei com seu cu várias vezes”, ele me declarou num momento, “faz tempo que não me sentia assim”. A frase parecia desmentir o espírito suíno entranhado em sua alma, mas foi uma breve ilusão: “você quer ser tratado como princesa ou como égua?”, acrescentou em seguida. Dei uma gargalhada com a pergunta, ao que ele emendou: “então vamos começar como princesa e terminar como égua”.
Mordiscando minha orelha, suas mãos me alisavam todo. Sugando e mordiscando meus mamilos, sua boca carnuda era uma ventosa que fazia minha pele arrepiar. Todo meu tronco foi lambido, o que retribuí nele, imersos até a cintura dentro d’água. Em seguida me colocou sentado na borda e dedicou-se ao meu pau duro, sorvendo-o com delicadeza, para em seguida chegar às minhas bolas e, após levantar minhas pernas, atingir o centro de minhas nádegas. A língua quente operosa, o calor do dia e o álcool, as carícias e afagos produziram seus efeitos: meu cuzinho piscava e eu perdi os escrúpulos. Agarrado em seus cabelos, forçando sua cabeça, comecei a gemer, denunciando os primeiros tremores percorrendo meu corpo. O safado ia e vinha, ora na cabeça de meu pau, ora no centro de meu ânus, com sua língua úmida e quente – era o começo de nossa viagem erótica.
Entramos, nos enxugamos um pouco, ele terminou seu uísque e retirou, do cinto de utilidades, os acessórios, camisinhas e gel, colocando-os no criado ao lado. Deitados, me virou de barriga para baixo para começar a explorar, mais uma vez, meu corpo. Começando na nuca, foi descendo pelas costas, abriu mais uma vez minhas polpas e expos meu ânus ávido às suas carícias. Fui surpreendido com uma pedra de gelo conduzida pela sua mão desde a nuca até o final da espinha, além de senti-la também começando a se introduzir em meu cu, guiada pelos seus dedos. O contraste de temperatura deu certo, uma nova onda de volúpia me arrastou para longe. A penetração começou logo depois, com ele estendido sobre minhas costas. “Vai fazendo entrar... vou ficar parado... mexe devagar... engole meu pau”. Segui, apesar do desconforto, todos os passos. “Esse cu vale ouro”, disse Aldair em meus ouvidos, apenas movendo lentamente seu corpo da esquerda para a direita para, em seguida, rolar e me fazer ficar por cima dele, o que veio a acontecer várias vezes. Cravado em mim, me apertando com seus braços cabeludos, deslizávamos pela cama ao som da flauta de uma figura núbia pintada na parede – a imaginação efetivamente não tem limites.
Ainda grudados, conseguimos ficar de quatro, apoiando nas mãos e pés, o que me facilitava mover o quadril, ordenhar dentro do reto seu cacetão latejante. Sussurrando, afirmou: “agora acabou como princesa... vai começar como égua”, seguido de um tapa estalado em meu traseiro para, logo após, posicionar-se a cavaleiro e iniciar fortes investidas dentro de mim. Foi uma longa sucessão de arremetidas, que me levaram a gozar sobre o lençol.
Mal me virei, Aldair já estava a cavalo sobre meu peito, me dando para chupar seu pau desencapado. Pérfido, começou a surrar meu rosto com sua jeba dura, a deslizar fundo entre meus lábios, espessando cada vez mais a baba formada, saliva misturada com seu pré-gozo. Meu rosto foi ficando melecado, sua pica gosmenta, seus ovos raspados eram abocanhados. “Hoje vou gozar na tua boca, te marcar como minha puta... “, ouvi. E foram longas suas enterradas em minha boca, me fazendo engasgar, afogado pela carne e pelos líquidos. Ao ejacular, soltou algumas golfadas sobre minha língua e outras sobre minha cara, devidamente devolvidas a meus lábios pelos seus dedos, sugados um a um. Ao se dar por satisfeito deitou-se e nossas bocas se encontraram para, num último movimento, deixar nosso prazer escorrer garganta abaixo.
Pedimos cerveja, caímos na água. Uma pausa era necessária e o sol convidava a ali ficar. Conversamos bastante sobre várias coisas. “Preciso chegar em casa vermelho, pra justificar o futebol, senão ela vai chiar”, disse eu, enquanto analisávamos nossa situação de casados e bissexuais, um jogo duro no dia a dia. Ele não queria aprofundar o tema, certamente áspero para com os seus e os meus sentimentos; e a conversa voltou às amenidades. “Dessa vez quem vai foder é você”, falou, saindo da água e ficando de quatro sobre a cama.
Comecei mordendo seus calcanhares, antes de subir pelas pernas e atingir as nádegas com carícias e beijos. Sua bunda é peluda, não é saliente, mas me atrai muito. Lambi seu ânus, brinquei com a ponta do dedo. Deslizando, alcancei suas bolas e o cacete, já em ereção máxima. Com uma mão ele foi me guiando e passei entre suas pernas. Ele deitou-se e me pediu para sentar sobre ele: “agora come meu pau com o cu... vou ficar paradinho feito princesa, ok?” De cócoras, fiz a jeba aos poucos desaparecer em meu interior, absorvendo seus intermináveis centímetros. Aldair não gosta de ser penetrado.
Cheguei a cansar de tanto fazer malabarismos com o quadril, arrancando nossos suspiros que pulavam pelo ar. Ele me virou no frango assado, me beijando e estocando forte: “como teu cu é gostoso, cara... você sente tanto tesão em levar pau que me deixa louco”, me prendeu as mãos acima da cabeça e acrescentou “vou te fazer gozar sem por a mão”. Com minhas pernas enlaçando seu corpo, nossos movimentos eram sincronizados e ele, percebendo que eu chegava ao ápice, começou a mordiscar meus mamilos, coisa que me fez estertorar e soltar jatos de porra. Colando sua boca à minha, Aldair me fazia gozar sentindo seu hálito, absorvendo o doce licor de seus lábios. Olhando fundo em meus olhos, cuspiu uma palavra seca – “cadela” -, ao mesmo tempo em que me cravava fundo. Aquilo funcionou como um raio me partindo em pedaços e meu corpo começou a tremer longamente, acho que cheguei a perder a respiração. Ao dar por mim, senti Aldair sorvendo meus lábios com carinho, sua língua circundando a minha. Aos poucos ele retomou os movimentos da penetração e me lembro de ter sido virado em várias posições, mas sem controle sobre elas. Eu tivera uma descarga de energia tão profunda que não mais acompanhava meu parceiro. Ele gozou, me estreitou entre os braços e assim ficamos durante muito tempo.
Quando dei por mim, alcancei o relógio, estava na minha hora. Aldair parecia um bebezão sonhando com o paraíso, sua respiração compassada tornava seu semblante feliz. Deslizei para o banheiro e tranquei a porta para não acordá-lo com o barulho do banho. Enquanto me vestia, o olhava na cama e senti, em meu íntimo, que naquela manhã aquele macho chegara ao cerne de meu ser, ao desferir aquela palavra fatal e aquela arremetida fulminante. Eu estava marcado! Estanquei meu devaneio, afinal o planeta continua seu curso. Acordei-o com um beijo e disse que tinha de ir. Ele queria ficar, mas eu não podia. Contrariado, jogou-se na piscina para despertar, banhou-se e também se vestiu. Levei-o de volta ao posto da estrada onde, cada qual, seguiu um rumo diferente[para ler e votar em outros contos do autor clique no pseudônimo de autoria, logo abaixo do nome do conto]