Politicamente Incorreto - Capítulo 9

Um conto erótico de Mr. Characters
Categoria: Homossexual
Contém 1221 palavras
Data: 23/02/2013 00:49:22
Última revisão: 23/02/2013 00:58:33

No horário em que o tal coquetel já deveria terminado, o motorista de expressão dúbia veio me buscar. Chegamos a casa dele, quem olhava de fora poderia apostar que ninguém havia passado por ali naquele dia. As luzes apagadas como se todos já estivessem dormindo. Entramos, pela porta da frente, hoje eu não precisaria me esconder. Na sala não havia nenhum movimento, as luzes baixas, entretanto pude perceber um vulto que se fazia em um cômodo. O que seria?

Capítulo 9

Curiosidade. Para quem não sabe, é o pior defeito e a melhor qualidade de um gestor de imagem.

Entrei no cômodo. Quem vê em filmes pode achar lindo, ridículo ou somente clichê, mas queria eternizar aquele momento. Havia uma mesa, velas, jantar. Jantar a luz de velas. Ele me esperava em pé, lindo como sempre. Vestindo uma roupa que em nada lembrava o senhor prefeito, mas que era digna de um supermodelo. Parecia ter sido feita especialmente para ele.

_Já estava morrendo de vontade de te ver de novo!_ Ele disse se aproximando, segurando forte minhas mãos e me dando um leve beijo na boca.

Pude perceber que naquela noite as coisas seriam calmas, porém inesquecíveis.

_Eu também estava ansioso._ Consegui balbuciar em concordância.

Ele me puxou pela mão, me levou até a cadeira, e puxou para que eu me sentasse. Sentei e nos poucos instantes até que ele sentasse na minha frente, pude perceber o quão perfeito seria tudo que ele havia planejado.

_Vamos começar por um belo jantar, apesar de eu querer logo a sobremesa. Mas isso é só um detalhe._ Ele disse sorrindo tão naturalmente que me senti nas nuvens olhando-o.

Pisquei para ele.

_A sobremesa é a melhor parte. E a melhor parte vem no final._

Ele continuou sorrindo. Lindo. Segurou minha mão.

_Sempre gostei dessa sensação de proibido. Namorar as escondidas! Imagine como ficaria em um filme._ Ele fingiu estar pensativo. _ Uma coisa seria certa, os mocinhos não poderiam ser mais gostosos._

Namorar? Pensei.

_Namorar? Você falou namorar?_ Disse sem me recuperar do que tinha ouvido.

_Acho que nos encaixamos nessa categoria. Ou estou sendo rápido demais?_

_Nunca namorei!_ Cuspi aquela informação, assim sem mais nem menos.

_Sempre tem uma primeira vez. Além do mais vou te mostrar o quanto é bom._ Ele mantinha um sorriso inabalável.

Nesse momento duas senhoras, provavelmente cozinheira e empregada da casa, serviram nosso jantar. Delicioso. Ambos. Comemos e conversamos não mais sobre assuntos superficiais como de costume. Pude conhecer melhor daquele homem que já havia me conquistado. Combinamos de falar sobre nossas vidas, para que não houvesse nenhum segredo. Percebendo que eu estava um pouco incomodado, ele se dispôs a iniciar.

Bernardo havia nascido naquela cidade, filho de uma dona de casa e de um famoso juiz, contou-me ter observado sua tendência homossexual e política ainda jovem, na escola.

_Quer dizer que além de gato e gay, descobriu que era safado ainda cedo?_ Perguntei soltando um risinho.

_Pois então, sempre fui líder de turma e participava do grêmio na escola, isso me rendeu alguns amassos nas reuniões com os colegas. Claro que também tinham os do time de futebol, da escola de boxe..._

_Chega! Já entendi mais que gostaria._ Fiz cara de deboche. _Mas me diz uma coisa, como você fazia para manter a pose se era tão pegador?_

_Simples! Naquela época se alguém descobrisse iria tudo por água abaixo para todos._ Respondeu com uma cara de normalidade.

Ele me contou também que na escola ele tinha seus pequenos namoros, mas que nunca houve nada sério. E que quando criou coragem para contar a verdade, reuniu seu pai, mãe e irmão e mesmo sem imaginar qual seria a reação, contou.

_As coisas foram mais simples do que imaginei. Tinha medo da reação do meu pai, porém anos antes ele havia perdido um irmão que era homossexual e morreu por causa de HIV. Me lembro como se fosse hoje..._ E por um momento seu rosto viajou no espaço. _... ele levantou do sofá que estava, beijou minha testa, disse que sempre me apoiaria, e que somente me pediria cuidado._

_E sua mãe e seu irmão?_

_Minha mãe e meu irmão sempre foram sensacionais. Meu irmão, que é mais novo, disse que já sabia, mas nunca disse nada porque tudo deveria acontecer no momento que eu estivesse preparado. Ele é meu melhor amigo, muitas vezes mais ajuizado que eu._ Ele fez cara de criança levada.

Sorri.

_E sua família onde está?_

_O sítio que levei você no outro dia. Eles moram lá. Meu pai está aposentado, ele e minha mãe cuidam de tudo lá, é a vida que eles amam. E meu irmão está estudando em Barcelona, ele é médico._

_Uma história e tanto!_

_Mas nem tudo foi fácil._ Ele desfez a expressão leve.

Me explicou que quando se assumiu para a família, no fim do ensino médio, seu gosto pela política já era gigantesco. E foi nessa época que recebeu o convite para se filiar a um partido político e começar a ser preparado para concorrer à primeira eleição desta vez como vereador.

_A única pessoa que ficou sabendo quem eu era de verdade foi o Mathias, meu secretário e grande amigo. Foi quem me informou também que se quisesse alguma chance naquela cidade isso nunca poderia se tornar público. Foi difícil para eu decidir entre minha liberdade e minha paixão profissional, mas eu achava que poderia levar a vida de gay anônimo e escolher minha profissão._ Ele disse um pouco enigmático.

_Mas não foi tão fácil?_

_No início, quando a política era novidade, foi ótimo. Porém depois, principalmente quando comecei a faculdade de direito e já era vereador, as coisas ficaram horríveis. Não tinha liberdade para nada, meus casos eram todos escondidos, eu me sentia preso. Enjaulado. Tinha algumas crises, às vezes, queria jogar tudo para o alto e poder ser quem eu queria, como aconteceu agora, mas Mathias sempre foi minha base e nunca deixou que isso fosse adiante._

_Eu percebi que ele preza bastante por você_ Comentei.

_Ele pode parecer sério e exagerado em alguns momentos, mas eu entendo. Somos amigos, confiamos um no outro, queremos nosso bem. Além do mais foram anos de trabalho dele dedicados a mim._

_Por este ângulo._

_Mas ainda com todos estes altos e baixos, eu sou feliz! Em alguns dias um pouco menos, mas sou. Por exemplo, agora sou um dos caras mais felizes do mundo. Só ficaria perfeito se a gente falasse um pouco de você! Até porque sabe, não é? Se eu ficar aqui só te contando sobre a minha vida, você vai se apaixonar mais, já vai querer casamento e tudo mais..._ Ele soltou um largo sorriso.

_Menos, bem menos bonitão!_ Fiz sinal com as mãos. _Bom, eu não sou o melhor em falar sobre a minha vida._

_Eu não quero o melhor mesmo. Pode começar me contando como era antes de eu aparecer e roubar seu coração?_ Fez o gesto de como se estivesse segurando seu coração no peito. _Poxa, mas isso ficou brega mesmo!_ Riu.

_Ok, me convenceu._

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Thanks, pelos comentários :) Me inspiram para continuar.

Semana que vem tem mais!

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Comentários

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Gostei muito, super romântico e envolvente! Só fiquei um pouco chateado porque esperei a semana toda e seu conto ficou muito curto. Eu queria te conhecer pra te dar mais inspiração' hehe. xoxo

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Aaaaaahhh começei a ler teu contos hj , e ta muito foda !!!!!! Afff man , estaria tudo perfeito pro Lipe se o Bernardo nao fosse prefeito !!!!!!! Mais ja q ele é eu acho vcs vao passar por varios apuros pra cnseguir ficar juntos !!!!! E eu acho q o Mathias gosta do Bernardo !!!!!!!!!!!! Seu com ta muito bom nota 10!!!!!!!

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Altas revelações. Eles tem tudo pra dar certo e tudo pra dar errado. Continue logo

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*-* Lindo o seu conto, mas sinto falta das partes de brigas e suspenses, o que não torna seu conto menos interessante. Longe disso. Parabéns!

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