Timmy & Sam: Don't ask, Don't tell 3

Um conto erótico de Syaoran
Categoria: Homossexual
Contém 3471 palavras
Data: 25/02/2013 23:58:43

Agradecer ao por do sol, Stah e afonsotico pelo apoio e pela leitura e a história. No mais críticas e sugestões serão bem vindas.

Estávamos no último ano de Universidade, dentro de pouco tempo iríamos voltar pra Dakota do Sul. Em um dormitório uma cena inusitada, dois homens abraçados e encolhidos em uma cama de solteiro. Quase ele caindo pra um lado e eu do outro, mas era uma sensação tão boa. Eu estava com minha cabeça em seu peito e ele afagava meus cabelos.

- E aé, o que vai ser agora? – Ele me perguntava.

- Como assim Timmy, como vai ser o que? – eu não entendia a pergunta.

- Isso – ele apontava pra ele próprio e pra mim – nós.

- Bem, eu não sei. – dizia o beijando.

- Pois eu sei muito bem. Você vai morar comigo. – ele dizia como se dissesse, eu vou comprar leite na esquina.

- Calma, não sei, não acha meio precipitado. Assim, estamos juntos a quanto tempo? Três anos. Acho muito...

- Sam – ele fazia beiçinho – nós já moramos juntos – ele apontava para o nosso dormitório.

- mas é diferente. – eu tentava questionar.

- Diferente o que? Eu não quero abrir mão disso... de dormir e acordar agarradinho com você todo dia. – ele me olhava de um jeito safado. – nós temos que ter um lugar nosso.

- Mas Timmy, nós podemos ficar em um namoro normal, tipo você ir pra minha casa e dormir lá. Minha mãe não veria problema nenhum. – Certo, confesso, eu estava com medo, morar junto era um passo muito grande a ser dado.

- Só se for na sua mesmo, na minha, o oficial Milles não te deixaria nem entrar. – Ele começa a rir.

- Imagina a cara dele se ele descobre que o seu filho mais velho tá indo morar com outro homem.

- Bem, mais cedo ou mais tarde isso já ia acontecer mesmo... vai, diz que sim. – ele insistia, com seu melhor olhar pidão.

- Meu deus, eu posso me arrepender disso, mas eu topo... eu topo morar com você Timothy.

Decidido isto começamos a conversar sobre formas de se conseguir alugar uma casa, e a primeira delas seria arrumando um emprego, qualquer locador pediria referências e formas de saber que o seu dinheiro estaria garantido. Também teríamos que procurar um fiador. Essa parte eu falei com a minha família, ele até que disse que tentaria ver com sua mãe, mas não. Meu sogro jamais permitiria que a Luna nos ajudasse a morar juntos.

Na verdade, quando saímos da faculdade foi um tanto engraçado: voltamos à fase de ligações, aquela, tipo início de namoro. Como dividíamos o dormitório ele era a primeira pessoa que eu via ao acordar, a última antes de ir dormir, tínhamos diversas aulas juntos, almoçávamos e jantávamos juntos. Enfim, tudo o que um casal faz. Agora era diferente, ele tinha voltado, temporariamente, pra casa dos pais dele e eu pra dos meus, e devo confessar, foi muito difícil. Não era mais a nossa rotina, mas a rotina da nossa família.

- Timmy, vamos almoçar juntos? – eu ligava pedindo.

- Oh amor, hoje não dá, meu pai chamou uns parentes pro almoço.

- tá certo. Depois nos falamos.

- Te amo viu.

Eu não queria achar que aquilo era perseguição do pai dele, mas às vezes achava que meu sogro montava situações para deixar o meu lindo amarrado, mas eu também tinha estes compromissos. E família sabe como é.

- Amor, vamos pegar um cineminha, só você e eu? – ele propôs.

- Quando?

- Agora, já passo ai pra te pegar.

- Não dá, minha avó tá vindo passar uns dias aqui em casa e... você sabe, né?

- Sei sim, tranquilo. Depois nos falamos.

Dadas estas situações, se antes eu tinha alguma duvida se queria morar com ele, todas elas foram sanadas, não era uma questão de querer, mas sim uma necessidade. Uma coisa é você ter a agenda da casa dos seus pais, outra bem diferente é você ter a agenda da sua própria casa. É assim: se alguém da família chamar podemos ver com o outro, avisar, ou dizer não desculpa, é que eu já marquei com o Timmy. Morando com os pais fica naquela coisa, enquanto você estiver no meu teto... e já sabe.

Mesmo depois de conseguirmos empregos, eu tinha uns amigos e comecei a trabalhar no escritório, na verdade, virei sócio no escritório de advocacia deles, o meu amorzinho fez o mesmo com alguns amigos dele, queríamos a nossa individualidade. Conseguir uma casa não foi fácil. Ele se esforçava muito, mas...

- Sam, você não adivinha, eu encontrei uma casa perfeita pra gente. – ele falava todo empolgado.

- É sério?! Já faz o quê dois meses que estamos procurando.

- Eu marquei com o locatário no Maddison’s. Tomara que dê certo.

Nós fomos ao café e encontramos com o senhor Richard Kent, que, com sorte seria o nosso senhorio, ele era um senhor de cabelos grisalhos, por volta dos seus 55 anos, baixo e com um pouco de barriga. O Timmy já tinha acertado praticamente tudo com ele por telefone, o negócio era certo.

- Sr. Kent? – Timmy perguntava.

- Sim. – ele olhava pro Timmy. – Oh, o senhor deve ser o senhor Miller.

- Sim, eu gostaria de ver algumas fotos da casa. – Richard entrega algumas fotos pro Timmy que começa a me mostrar. – Olha este espaço aqui, é bem amplo, dá pra ser um escritório, tem uma pequena entrada... eu sei que é pequena.

- É, mas é temporário. – eu dizia.

- E aqui a sala de estar que dá pra uma cozinha americana. – ele continuava, empolgado.

- rummm, rummm. – o senhor Richard chamava atenção – desculpem, mas nesta casa só tem um quarto. – ele começava a rir, meio sem jeito.

- Ora, é tudo o que vamos precisar. – dizia Timothy com um sorriso no rosto, passando a mão no meu ombro, enquanto Richard parava de rir e nos olhava sério.

- Desculpem, acabei de me lembrar, é que eu vou... eu vou... – o locatário procurava as palavras – reformar aquela casa.

Depois que ele falou isto saiu do café o mais rápido possível, sendo que, aos poucos foi caindo a minha ficha com a do Timmy, ele tinha uma casa pra alugar, já iria fechar negócio e não fechou por ter apenas um quarto. Não, ele não fechou por ter apenas um quarto, ele não fechou, pois quem iria dividir o quarto seriamos nós dois. Não acertamos o contrato porque aquele filho de uma vaca não quis alugar a casa dele para gays.

- Sam, desculpa. – dizia Timmy já quase chorando – eu estraguei tudo.

- Oh, não foi sua culpa amor – eu lhe dava muitos beijos – você não tem culpa daquele... daquele...

- Tenho sim, eu... eu.. eu devia ter fechado logo, seria a nossa primeira casa – as lágrimas maculavam a sua face. Estávamos em um café e pouco tempo depois um rapaz, que devia ter mais ou menos a nossa idade veio falar conosco.

- Desculpem, mas eu ouvi a conversa de vocês. – nos viramos para ele que continuou a falar – mas, aquele ali é conhecido, dois amigos meus tentaram alugar uma casa com ele e foi a mesma coisa. Se quiserem eu tenho o contato da Natalie Breuer, pelo que soube ela não vê problema algum.

Eu agradeço pego o cartão e tento consolar o meu garoto. Ele queria fazer confusão, por esta forma de afronta, fomos discriminados, o que será que aquele homem pensa? Será que ele achava que não iríamos pagar o aluguel? Ou que teríamos uma doença que infestaria a casa dele? Ou traríamos uma praga até a décima geração? Eu também estava abalado, não imaginava que, em pleno século XXI alguém ainda pudesse se portar daquela maneira. Mas, se ele não queria alugar a casa, aquela casa não era mesmo pra gente. Depois disso entramos em contato com a Senhora Breuer, estávamos com receio, mesmo o rapaz tendo dito que ela era simpática com gays.

Timmy não queria marcar nada com ela, ele estava reticente com o contato, quem será que ela seria. Ele se achava o homem, ele é que deveria procurar a casa, era uma responsabilidade dele. Eu conhecia muito bem o quão orgulhoso ele era, mas eu não podia perder tempo. Então, mesmo sem ele saber eu fui me encontrar com a senhora Breuer, que era uma senhora, na faixa dos 50 anos, negra de cabelos grisalhos. Ela me tratou muito bem e mostrou a casa, que também era pequena.

- Então, vamos fechar negócio? – ela perguntava.

- Bem, mas e o problema de encanação no banheiro? – eu inquiria.

- Um bombeiro vai vir aqui amanhã mesmo consertar, e qualquer coisa o senhor pode me ligar. – ela falava de uma forma simples. – sabe, eu gostei do senhor. O senhor é solteiro? Eu gostaria de lhe apresentar a minha filha...

- Ah, assim... – meu deus, o que eu faço, pensava. – é...

- O senhor já tem namorada, logo se vê. Um rapaz bonito feito o senhor, ou então deve ser daqueles um amor em cada esquina. – ela começava a rir e eu também meio sem jeito.

- Não é que eu já tenho um namorado. – eu falei rindo sem jeito.

- Oh senhor tem namorado? – ela perguntou parando de rir – a quanto tempo?

- três anos – eu respondi.

- e vocês estão pensando em morar aqui? – ela perguntava incrédula.

- A senhora fechou negócio, não. – perguntava incerto da forma como ela reagiria.

- Não senhor, aqui não... – ela me olhava pensando consigo mesma – da onde eu vou alugar essa casa pra vocês, três anos é? – ela ficava pensando alto – daqui a pouco vocês decidem adotar uma criança, crescer a família e precisam de mais espaço. Faça-me o favor, três anos... e uma casa assim.

Eu olhava pra face daquela senhora sem entender nada e morrendo de rir por dentro. Ela não parava de falar consigo mesma.

- A senhora não se incomoda pelo fato de eu ter um namorado? – eu perguntava.

- Pagando em dia. – ela disse séria, mas depois continuou – sabe, eu tenho um sobrinho que é assim como você. Ele decidiu mudar de cidade com o namorado, foi procurar um lugar pra morar, mas não achava, senhor Owen, meu sobrinho é um homem honesto, trabalhador, mas muita gente fechou negócio com ele e depois desfez quando souberam do namorado dele. Ele sempre me ligava e eu dizia, volta, que eu te ajudo, mas ele não. Desde então o que eu puder fazer pra ajudar na vida de vocês, eu ajudo, pois eu sei o que ele passou.

- Obrigado, muito obrigado.

- Mas não pense que é assim também não, eu quero conhecer o seu namorado.

- Tá certo.

Eu fiz conforme o combinado, quando fechamos verdadeiramente o contrato fui com o Timmy e eles se conheceram e ficaram muito amigos. Ela se sentia quase como se fosse a tia dele, principalmente quando ele disse o que tinha passado quando me levou pela primeira vez como namorado pra casa de seus pais. Ela falava do sobrinho que a situação foi muito parecida. Em suma, consegui pro Timmy uma nova tia, uma que me aceitava. Ela até quis nos ajudar na mudança e no primeiro ano sempre ia nos visitar, mas aquele lar calmo iria presenciar uma briga, a maior que tivemos até então.

- Timmy, que cara é esta? – falava preocupado.

- Sam, eu tenho uma coisa muito séria pra te contar.

- O que foi? Você esta me assustando.

- eu não sei como dizer, então eu vou direto ao assunto.

- você arrumou outra pessoa, foi isso? Eu sabia... eu sabia. Quem é? me diz, quem é?

- Sam, eu decidi, eu sei que você não vai gostar, mas eu devo fazer isso, eu vou me alistar.

- Como é? Que história é essa de se alistar? – perguntava, assim, sem entender eu começava a andar de um lado para o outro.

- É isso que você ouviu... ou melhor, eu já me alistei. – ele falava como se fosse um garoto que confessava uma travessura.

- Você se alistou aonde homem de Deus? – eu estava aéreo ainda não entendia o que ele tinha feito.

- Calma, tenha calma eu posso explicar. – ele falava segurando o meu braço e fazendo-me parar em frente a ele e olhar em seus olhos.

- Calmo, calmo? QUEM AQUI PRECISA FICAR CALMO? – gritava.

Ele ficava em silêncio apenas me observando, eu parei, passei a mão no rosto, peguei meus cabelos, continuei andando de um lado para o outro e o sem vergonha não respondia onde ele tinha se alistado. O que será que passava na cabeça dele, por que ele estava fazendo isso comigo?

- Timothy, me diz, por favor. Diz que isto é uma das suas piadas de mal gosto... Luna... Craig... Vivian, podem sair de onde quer que vocês estejam... oh brincadeirinha chata essa viu. – Eu tentava me enganar, achar que o cafajeste do meu futuro ex-namorado não faria isso.

- Sam... Sam... – ele me olhava nos olhos, nossa como eu detestava aquilo.

- Não me chama de Sam! – eu falava baixo, olhando-o com toda a raiva que estava contida dentro de mim.

- Certo – ele parou um pouco e depois continuou – bem, eu não sou muito de enrolar, então vou direto ao ponto. Você achava que eu estava meio estranho, e sim, eu estava. Eu fiquei pensando em muitas coisas, pensando no meu pai e então eu decidi me alistar pro exército. Eu treinei, fiz os exames e passei. Amanhã eu estarei indo para o meu treinamento.

- Timothy, me explica só uma coisa... eu só preciso entender uma única coisa. – falava tirando a calma de onde ela já não existia. – onde eu entro nessa história toda... o que eu sou afinal pra você?

- Eu te a... – ele tentava dizer alguma coisa, mas eu não permitiria.

- Não complete, por favor, não com.ple.te. esta palavra... seeee nãaao eu não respondo por mim. – eu falava já me tremendo de raiva.

Ele ficava calado, ele me deixava em um inferno pessoal de ver que o meu marido, meu deus ele seria o meu marido, ele seria o meu marido. Santa hora que o pai dele morreu, se não eu hoje estaria casado com uma pessoa que mente, engana, que se preocupa tão pouco comigo a ponto de não me por a par de algo que não envolve apenas ele, mas a mim também. Senhor John, se antes eu lhe era agradecido por ter colocado o Timothy em minha vida, agora agradeço mais ainda por ter me mostrado aquilo que ele realmente é: um covarde.

- Timothy há quanto tempo estamos juntos. – eu peguei o rosto dele com as mãos, apertei, e o fiz me encarar – olha pra minha cara e diz, a quanto tempo estamos juntos?

- Ciinco anos – ele fala baixinho.

- Cinco anos, e eu sou considerado tão pouco a ponto de você não me falar nada. – Eu não queria, eu juro que não queria, mas as lágrimas começaram a verter o meu rosto. – Me diz Timothy, eu sou o que? Um amigo de foda? Um colega de quarto? Nós decidimos apenas brincar de casinha? RESPONDE!

- Não. – ele não conseguia me olhar nos olhos.

- Eu estava disposto a tudo com você. Eu me mudei com você... eu ia me casar com você... que você esteja sofrendo tudo bem. Seria NA ALEGRIA E NA TRISTEZA. Mas, não. O que você faz? Você mente, você age pelas minhas costas...

- não é bem assim...

- é bem assim, sim! O que custava você me dizer “Sam, eu tô triste”, “eu tô me sentindo um merda pela morte do meu pai”, ou então eu simplesmente “eu vou fazer uma besteira, eu vou me alistar pra poder deixar o meu pai feliz.” Custava dizer isso?

- mas você não gostaria você se assumiu aos 14 anos e disse...

- eu disse que não nasci pra viver escondido. E realmente eu não nasci. Mas, infelizmente, infelizmente mesmo, eu te amo – eu chorava ainda mais – e se você tivesse sido um pouco sincero comigo eu... eu provavelmente aceitaria toda essa situação.

O olhar de Timmy ficou iluminado e depois ele começou a apresentar o semblante triste. Ele agora tinha a noção do que tinha feito do quanto tinha me machucado e do que eu estaria disposto a abrir mão por ele, caso ele tivesse simplesmente me pedido.

- Sam, me perdoa. – ele pedia com os olhos cheios de lágrimas.

- Você pensa que é assim? Fazer as coisas e pedir perdão e pronto? Isso não significa nada pra você? – falei apontando pra minha aliança e procurando a dele. – já vi que não.

- eu posso explicar. – ele corria atrás de mim.

- Se isso não significa nada pra você, pra mim também não. – eu tirei minha aliança e joguei na cara dele.

- ME DEIXA EXPLICAR!

- Explique.

- Eu vou pro exército e... e eu vou estar com a corda no pescoço por ser gay. Eu não posso dar bandeira. Eu não posso facilitar, e ter uma aliança com o nome de outro homem...

- Timothy, tá bom, tá bom... para de falar que isso esta me deixando enjoado. – falei anestesiado por tantas coisas. – se você fosse metade do homem que achei que fosse, hoje quem sabe teríamos uma despedida daquelas, mas em sua última noite antes desta sua nova vida você dorme no sofá.

- Então...

- Depois conversamos, eu tô morrendo de dor de cabeça.

Eu estava triste demais, nunca havia passado pela minha cabeça que ele fosse agir pelas minhas costas, eu me sentia sujo, como se eu fosse um objeto de tão pouca valia... Como ele pôde me descartar desta maneira? Eu não sou um objeto, eu sou uma pessoa, eu tenho sentimentos e estes não foram respeitados. Dá pra imaginar? Os meus sentimentos não foram respeitados pela pessoa que eu acreditava passar o resto da minha vida.

Naquela noite eu não dormi, eu apenas chorei, vi aquele espaço na cama, e acabei tomando minha decisão. No dia seguinte acordei bem cedo, na verdade saí do quarto às quatro da manhã. Timmy acordava cedo e eu não queria cruzar com ele, falar com ele. Se ele me deixou fora de uma decisão tão importante, ele também não teria nada a fazer na minha vida. Com todo o meu orgulho eu escrevi um pequeno bilhete a ele. Deixei ao lado do sofá junto com minha aliança.

“Timothy, já que eu significo tão pouco pra você, acho que isso será melhor. Esta aliança que você me deu e agora se envergonha, pode ficar com ela. Estou facilitando a sua vida de soldado, como você mesmo já deixou claro eu estou fora dela.”

Eu andei de carro até amanhecer, tentei ir o mais longe possível. Eu simplesmente não queria pensar. Liguei pra Viviane (a irmã dele era uma boa amiga e estava prestando serviços a mim de secretária, ela queria pra colocar no currículo pra faculdade) e pedi pra desmarcar todas as reuniões que eu tivesse, que inventasse uma desculpa, que eu estava doente.

- Você está bem Sam? – ela perguntava.

- Não... não tô. – eu falava quase chorando pelo telefone.

- O que foi?

- Pergunta pro idiota do seu irmão, tá certo. – eu respirava, as lágrimas ainda escoriam pelos meus olhos. – vou desligar, linda.

Mal eu termino de falar com a Vivi o meu celular toca mais uma vez: Timmy. Eu não vou atender, não quero falar com ele. Eu atendo e fico calado esperando ele tomar a iniciativa.

- Oi...

- Fala logo o que tu tem a dizer. – eu era duro.

- O que significa aquela carta que você me deixou? – ele perguntava.

- O que você pensa que é? Não esta claro? – eu falava com ironia.

- Não, não está.

- Tá bom, eu vou facilitar as coisas pra você. A.C.A.B.O.U. acabou. Pronto. – Eu não queria conversa.

- Não é bem assim, nós moramos...

- Nós morávamos juntos, assim que você sair daquela casa eu empacoto suas coisas e mando pra casa da sua mãe...

- A casa também é minha. – ele questionava.

- Não se preocupe, eu acerto a recisão do contrato com a senhora Breuer, e qualquer coisa mando a sua parte do que ela nos estornar.

- Esta é sua decisão final? – ele perguntava com a voz embargada.

- Não, esta decisão não foi minha, foi sua. – rebati.

Passei o dia inteiro fora e quando cheguei, ele não estava mais em casa, tudo estava o mais como havia deixado. Subi para o quarto e lá vi as nossas alianças e um bilhete.

“Eu estou fazendo isto por nós. Estas alianças são nossas. Guarde-as até eu voltar. Eu te amo. Timmy.”

Rasguei o bilhete e joguei no lixo, ele merecia ficar no lixo. Pensei em também jogar as alianças, mas por alguma razão eu não consegui. Eu estava com raiva, mas não posso negar, não posso mentir pra mim mesmo, eu o amava, eu o amo. Mas as decisões dele me deixaram em frangalhos, se ele conseguiu abrir mão de mim tão fácil eu deveria conseguir fazer o mesmo.

Será que realmente esta tudo acabado entre eles? Será que este amor chegou ao fim? O que será que a vida de solteiro reserva ao Sam?

Como existem muitas questões a série continua...

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Comentários

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Fiquei com muita raiva do timothy pela atitude dele para com o sam.

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Amei este seu conto, muito bom, conseguiu mostrar os dois lados da moeda, a confusão de Timmy e a magoa de Sam, muito bom, amei a parte do bilhete de Timmy, mas ele é cara de pau, e do Sam de não jogar as alinças fora.

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comecei a ler o seu conto hj e adorei. Fiquei com muita raiva do timothy pela atitude dele para com o sam.

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adoreiiiii. amei a atitude do sam!

o safado so pensou no finado e eskeceu d quem so deu alegrias p ele.... tomara q qndo ele voltar vc ja esteja c outro p ele se tocar da burrada q fez...

agente faz por pai qndo ta vivo...depois de morto nao ainda nada!!!!

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