Na semana seguinte, passei um SMS para Ricardo chamar o Kiko na quinta feira. Eu queria estar com ele e tentar entender melhor seus pontos de vista. Ao chegar na quitinete, na quinta, encontrei os dois, Kiko havia chegado bem antes. Ricardo estava vestido e disse que ia dar uma volta, que ficasse a vontade.
Kiko começou me dizendo que tinha sentido coisas por mim que fazia tempo não sentia e que achava uma furada eu querer entrar naquele grupo. Diante de minha dúvida, explicou que me considerava muito diferente dos demais. Aos poucos fui percebendo que ele estava, de fato, com ciúmes, ou qualquer coisa assim, que não queria me dividir com ninguém. Eu finalmente fui tomar um banho e ele me seguiu, me ajudando a me enxugar, me dando linguadas e lambidas. Lentamente nos dirigimos para o tatame, onde rolamos num beijo ardente que foi, pouco a pouco, se transformando em ternura erótica. Comecei a lamber todo seu corpo, passei pelo pau e fui para suas coxas. Virei-o e mordisquei as nádegas, sorvi seu cuzinho quente com minha língua dura.
Apoiando minhas pernas em seu corpo, Kiko foi me penetrando de modo lento, adoçando com beijos intensos e muitas carícias sua penetração amorosa. Nossa foda foi especialmente delicada, até onde é possível fazer sexo com delicadeza. Há muito tempo eu não experimentava, com outro homem, uma relação tão serena. Enquanto fumávamos um cigarro, após o clímax, Kiko voltou a me pedir para sair daquele grupo, e que, se acaso eu quisesse, ele também sairia e poderíamos continuar nos encontrando. Eu, todavia, estava arrebatado por Ricardo, pelo seu universo perverso e desconhecido, envolvido demais com aquilo tudo para decidir, de supetão, uma brusca alteração de rumo.
“Mas eu te quero, cara, não entende? “, foi sua frase mais sincera da noite. O estreitei num beijo, fazendo-o deitar sobre mim, um meninão doce vivendo uma paixão. Eu pouco sabia sobre ele para decidir com mais vagar sobre a situação e, naquele momento, já começava a ser novamente colhido nas malhas do erotismo: minha boca deslizou pelo seu corpo e procurou seu pau duro para ser sugado. Kiko entregou-se, uma vez que também ele estava excitado. Colocou-se sobre mim e, com, com a mesma ternura anterior, fez seu tarugo conhecer mais uma vez minhas entranhas. Foi nesse momento que Ricardo entrou, trancou a porta e começou a se despir.
Excitado pela cena, aproximou-se de nós e uma sucessão de beijos foram trocados entre os três. Kiko finalmente me virou de barriga para cima e eu, apoiado nas mãos e pés, balançava meu quadril para o alto e para baixo, permitindo ao professor de karatê me penetrar deitado. Ricardo posicionou-se de um modo que me permitia suga-lo com avidez. Quando cansei daquela posição, deitei no tatame e foi Ricardo quem me penetrou, restando a Kiko se masturbar aceleradamente e gozar sobre mim. Sentou-se de lado, assistindo Ricardo socar com firmeza seu cacete em meu reto e eu me masturbar tentando alcançar meu gozo.
Eu estava embriagado de tesão e Ricardo sabia como extrair de mim sucessivas ondas de excitação e entrega, exercendo seu papel de mestre sobre o submisso dócil. Soltei meus jatos sobre a barriga. Ricardo, levantando minhas pernas, continuava seu trabalho. Olhei para Kiko e percebi seu olhar triste, como se estivesse me perdendo para sempre em meio à devassidão. Desviei o olhar, fechei os olhos, me era dolorosa aquela imagem. Finalmente, extenuado, o tenente caiu sobre mim, como fazia sempre que soltava seus jatos.
Ricardo caiu para o lado, arfante. Eu me recobrei do langor. Kiko não estava mais ali, ouvi a água do chuveiro caindo. Ele rapidamente se enxugou, vestiu a roupa e deu boa noite, saindo pela porta. Algo trincou em minha alma; e decidi também ir embora. Ricardo ficou sem entender muito bem o que havia ocorrido e eu lhe disse que em outro momento explicaria.
Cheguei em casa e me larguei no sofá da sala em meio à escuridão. Eu precisava repousar e aquietar minha alma, descobrir como recompor minhas boas relações com Kiko. Mas eu estava cansado, o sono me impedia a concentração, minha mulher não havia chegado ainda em casa e me atirei na cama, vencido e exausto.
Durante o final de semana as palavras de Kiko entravam e saíam de minha cabeça. Eu pensava também em mim, se realmente deveria entrar para aquele grupo, onde não havia espaço para qualquer sentimento mais profundo que a pele. Será que Kiko estava correto?
Aproveitando a desculpa de descer para ir à padaria comprar o lanche da tarde, liguei para Ricardo. Não tive tempo de nada falar, e ele já me anunciou a grande novidade: no sábado seguinte haveria reunião do grupo e ele queria que eu, finalmente, fosse conhecer a turma toda. Eu teria de armar uma situação em casa para ficar com o sábado livre. Diante dessas informações todas, nem tive como lhe dizer o real motivo de minha ligação: Kiko. Comprei pão, diversos frios e refrigerantes, e retornei para preparar o lanche. O pão e a carne. Eu estava enredado na carne, a voz de Ricardo, longínqua, continua como eco vibrando em minha alma.
Na segunda feira bolei um plano maquiavélico: liguei para minha sogra e a convenci a levar os netos a um parque de diversões no sábado. Em seguida convenci minha mulher de que eu precisava trabalhar em casa no final de semana e iria precisar de sossego. Juntei uma coisa com outra e abri um espaço de tempo livre para mim. Na sexta feira, cheguei em casa com um calhamaço de papeis e planilhas, o material com o qual iria preparar uma importante reunião para a segunda feira de manhã. Minha sogra colaborou, fazendo com que minha mulher dormisse lá no sábado com as crianças, para ajudar na preparação do almoço de domingo. Tudo se encaixou.
Na quinta feira não fui encontrar Ricardo, apenas nos falamos para combinar todos os detalhes do sábado, mas fui à sex-shop e assisti um filme na cabine, furiosamente me masturbando. Eu já conhecia Ricardo, Antônio, Wagner, Kiko e Silva, sendo que seria apresentado a Souza, Adalberto e à cascata ambulante chamada Daniel. Se tudo desse certo, seria minha primeira grande suruba com todo o grupo.
(continua)