Revira voltas

Um conto erótico de Cássia
Categoria: Homossexual
Contém 11484 palavras
Data: 26/02/2013 23:38:53

Acordei sedo. Ainda estava chovendo e trovejando, o clima estava estranhamente frio para um dia de verão. Luana e eu estávamos abraçadas, enroscadas e peladas.

- Acordou? - perguntou ela com suavidade.

Me desenbolei dela, me espreguicei e respondi.

- Acordei. - Com a mão, procurei o rosto dela e afaguei seus cabelos. - Dormiu bem?

- Sim. Muito bem - ela se espreguiçou também e me abraçou, colando o corpo no meu.

- Animada? - perguntei, ainda meio mole pelo sono.

- Um pouco... Nada melhor que um dia depois do outro. E a noite de ontem valeu a pena - ela sorriu de leve.

Eu ri também. Beijei Luana no rosto.

- Eu vou arrumar tudo. Se quiser, volta a dormir. Nosso dia vai ser parado hoje.

Luana sorriu e concordou.

- Ok. Obrigada.

Acariciei os cabelos dela de novo.

- De nada - eu disse carinhosamente, beijando o rosto dela novamente.

Me levantei, tomando cuidado pra evitar a porta do quarto, e fui até o banheiro, onde tomei banho e escovei os dentes. Fiz o café da manhã - na verdade eu

juntei tudo que encontrei na cozinha e coloquei na mesa - e acordei as meninas. Nós comemos, cada uma delas tomou banho e como o dia era chuvoso, baixei outros

vários filmes e fizemos uma seção de cinema que foi muito divertida, incluía comentários sobre como os atores eram gostosos, como o cabelo das atrises era mais

bonito ou como as vezes uma de nós lembrava uma personagem do filme. Acompanhando a seção cinema tinha uma caixa de bombons que acabou rapidinho na nossa mão. A

única que não parecia tão alegre assim era Amanda, que de vez enquando saía do ar e ficava um tempo distraída. Eu não me sentia próxima o bastante pra perguntar

o

que tinha de errado com ela, mas na hora não me preocupei. Estava muito distraída e acho que acabei deixando algumas coisas passarem despercebidas. Só aproveitei

o

sábado da forma mais relaxada possível. Joguei muita conversa fora com as meninas, até com Amanda, que entrou no papo e curtiu conosco depois de um tempo.

Pra alguém que tinha chorado até desidratar na noite anterior Luana parecia já recuperada da crise de medo e tristeza que havia tomado conta dela. E eu... Com

tanta agitação, das meninas, da casa cheia, do filme e da grande quantidade de besteiras para entupir nossas formigas interiores, posso ter sido um pouco

desatenta.

Tudo que sei é que Amanda parou repentinamente de conversar com a gente e foi pro quarto. Quando dei por mim Taís tinha ido atrás dela.

- É impressão minha ou a Amanda não está muito bem? - perguntei.

- Nada, é o jeito dela - a voz de Luana era pensativa, e eu não me convensi.

- Eu vou pegar algo pra gente tomar - disse, sabendo que Luana estava distraída demais pra duvidar.

Cheguei até o quarto que tinha emprestado para Amanda e Taís, me encostei na porta fechada e ouvi algumas palavras.

- Eiii, num fica triste assim não, Mandinha, num foi por mal - dizia Taís com a voz baixa, quase sussurrando.

- Eu sei - disse Amanda, a voz igualmente baixa e até um pouco seca - mas continua sendo desrespeito. Você ouviu o escândalo daquelas duas. Tenho certeza que

até o prédio da frente ouviu.

Taís não conseguiu segurar uma risada alta e aguda. E eu não consegui segurar a vergonha que esquentou meu rosto. Elas ouviram tudo... mas não devia ser por

isso que Amanda parecia tão triste. Tinha algo rolando...

- Você sabe por que chutei ele? - perguntou Amanda com voz triste.

- Claro - respondeu a baixinha, dessa vez surpreendendo até a mim com a rispidês da voz normalmente risonha.

- Você sabe que escutar atrás da porta é falta de educação, Cássia? Entra logo - exclamou Amanda.

Não resisti. Era vergonha demais, e eu já queria saber de tudo mesmo... a curiosidade, a estranhesa da situação e todo aquele segredinho tinham passado dos

limites.

- Como sabia que eu... - comecei.

- Você é extremamente previsível - respondeu a garota antes que eu terminasse a pergunta. Taís riu de novo.

- Não dá pra esconder nada da Amanda - zombou ela.

- Ela não está brincando - disse Luana, entrando no quarto - a Mandinha pode puxar até a sua ficha criminal se quiser.

Me joguei na cama, Luana sentou ao meu lado, Taís se esparramou do outro e Amanda continuou em pé.

- Por que não me contou o que estava errado? - perguntei, sinceramente sentida.

- Por que ficou agarrando a Luana com visita em casa? - devolveu Amanda, como se eu tivesse escondido algo verdadeiramente importante dela... mas no fim das

contas, a metida lá era eu.

- Eu achei que você ia deixar de falar comigo se descobrisse que eu sou lésbica - confecei.

- Na verdade eu vou deixar de falar com você, mas não porque é lésbica. Escondeu coisas de mim, e tentou espiar minha conversa sem ser chamada. Nunca passou

pela sua cabeça que o motivo de não ter te contado nada era por não me sentir à vontade com você?

Eu fiquei totalmente estática. Ela era direta.

- Você não percebeu que a baixinha e a Lu já sabiam, e você não? Não notou que a única para quem eu não contei nada era você?

- Por que não? - foi minha única reação.

- Primeiro porque você não me deu motivos. Segundo porque eu fiquei puta com sua falta de consideração.

- Nunca dei motivos?

- Você é mais cega do que pensei - sem trocadilhos. Eu vi você e a Luana quase se agarrando ontem, e fiquei acordada com vocês gritando como duas gatas

brigando. Você nem me dirige a palavra quando estamos todas juntas.

Era verdade?

- É verdade - respondeu Taís como se tivesse ouvido meus pensamentos.

- Eu não tenho nada contra a Lu. Ela me contou sobre o casinho de vocês. A baixinha aí foi quem mais ficou por perto. Mas fazer o que, eu confiei em você sem

conhecer melhor antes, foi merecido.

Foi tenso. Ela tinha razão. Demorou até eu convencer Amanda que foi a impolgação do momento, explicar tudo que levou a esse caso meio impensado mas ao fim a

baixinha deu um jeito de amolecer a minha... amiga? Para mim ela era uma amiga. Para ela eu provavelmente era outra garota conhecida e nada mais.

- Eu estou triste porque o cara com quem eu venho namorando a 4 anos, com quem fiz planos e achei que tinha encontrado a pessoa certa agarrou a Taís. Eles

estavam em um caso fazia tempos.

- Sim, eu estava namorando com ele sem saber que ele namorava a Amanda. Ele pegou nós duas ao mesmo tempo. No fim, a Mandinha num gostou e mandou ele pro

quinto dos infernos. E eu fiquei com ele. Eu gosto dele. Foi baixo, mas eu gosto dele.

- Ela não tem culpa se o garoto em questão é um imbecil. Avisei a ela para ter cuidado - disse Amanda em tom ressentido - mas se ela gosta dele e não fez por

mal, espero que não seja magoada como eu.

- E por que ficou tão triste ouvindo a Cássia e eu? - perguntou Luana.

- Eu estou na seca. Me sentindo abandonada pelo menino que foi meu namorado por tanto tempo. E a baixinha gemendo em baixo das cobertas também não ajudava.

- Amanda! - exclamou Taís, pela primeira vez parecendo envergonhada.

- Você estava fazendo o que em baixo das cobertas, baixinha? - perguntei, quase não conseguindo segurar o riso.

- Você e a Lu pareciam estar muito satisfeitas uma com a outra. Eu estava sem sono também - foi a única resposta dela.

Eu dei risada. Como dei risada.

- Você disse pra eu não te cantar e tudo ficaria bem. Olha só que safada que você é... e eu que pensava que você era santinha. - Eu sou santinha! - disse ela

recuperando o jeitinho escandaloso de falar, mas com uma nota de ironia na voz.

- Menina, você me surpreende a cada dia que eu te conheço - disse Luana.

Taís apenas riu. Aquela risada aguda e alta que tanto era característica dela.

- Você num sabe de nada - falou com uma nota provocante na voz, que sinceramente não combinava com ela.

A porta se fechou abruptamente. Taís, que começava a dizer algo a respeito de fazer garotos diversos desistirem de suas namoradas por ela, parou no meio da

frase.

- Eu disse alguma coisa de errado? - miou.

- Gente? Que aconteceu?

- A Amanda simplesmente saiu do quarto - respondeu Luana.

Suspirei. Ela estava mais triste do que parecia.

Para animar nossa amiga, pedimos uma pizza para o almoço e desligamos tudo, ficando apenas nas conversas. Fiz questão de papagaiar bastante. Não queria deixar

que a distração atrapalhasse mais.

No fim, ela começou a falar. E falar. E falar... Sobre como o antigo namorado dela foi cruel. Sobre como ela tinha planejado uma viagem para eles nas férias

de

Julho (fala serio, estávamos em Fevereiro ainda) e como tinha gostado dele. Desabafou bonito, falou até gastar as palavras. E pareceu melhorar depois disso.

Voltou a ser a Amanda quieta, mas agora quando falava, parecia estar sempre sorrindo. Pediu desculpas por não ter dado um desconto pra mim, me disse que

entendia o que eu tinha passado com os homens (segundo ela, os trastes, cruéis, traidores, insensíveis, e uma lista de outros elogios) e que devia ter imaginado

a

minha alegria.

Para mim foi como uma espécie de recomeço.

A pizza chegou. O entregador era um amigo da Taís, e trocou algumas palavras conosco na frente do AP. Entrou e se secou, dizendo que lá fora estava chovendo

pra caramba.

- Tá caindo um pé d'água lá fora! Tá sendo um saco trabalhar hoje. Ah, ei gatas, vocês num se importam em dar uma grana a mais não né? Eu passei por essa chuva

toda pra vocês comerem besteira.

Comemos, conversamos e passamos o resto da tarde rindo, mais leves. A Lu estava perceptivelmente tensa com a visita da mãe que seria no próximo sábado, mas não

deixou isso atrapalhar nosso dia.

Lá pelas 3 da tarde, minha mãe ligou dizendo que ia ficar na casa da Dulce, uma amiga dela. Disse pra termos juíso, tomarmos cuidado e onde tinha dinheiro

extra pro caso de alguma emergência. A chuva estava tão pesada que ela não teria como voltar, e como a Dulce tinha chamado ela pra testar uns cremes e tratamentos

(a amiga de minha mãe era cabeleireira) ela ia aproveitar a pocibilidade de tratamento de graça. Eu ri, conversei com ela um pouco mais, e quando desliguei o

telefone, Luana pediu para que todas fossemos pra casa dela. Como era bem pertinho do edifício onde eu morava foi mole. O pai dela nos recebeu com uma educação

desnecessária, mas foi atencioso com a gente e mostrou onde cada uma de nós dormiria. O único inconveniente é que ele parecia achar que eu ia quebrar a qualquer

momento. A se ele soubesse que a filhinha dele tinha descoberto que eu não era tão quebrável assim...

Quase soltei uma gargalhada com esse pensamento educadinho.

O irmão da Lu chegaria as 9 da noite. O pai da Lu ia buscar ele e depois eles sairiam com uns amigos pra ver um jogo num barzinho. E novamente tudo parecia

conspirar pra me deixar sozinha com minhas novas amigas.

Tirando os cuidados exagerados - e quase incômodos - que o cara tinha comigo, ele era gente boa. Contou piadas pra gente, vimos um filme e ele foi tirar um

cochilo até a hora de buscar o filho na rodoviaria.

- Façam o que quiserem. Só não quebrem nada nem ponham fogo na casa. Cássia, se precisar de qualquer coisa pede pra Luana.

Falando na casa, a da Luana era bem confortável. Tinha duas portas de entrada, lado a lado, uma entrava na sala e a outra na cozinha. A sala tinha uma mesa de

jantar a direita da porta. Era uma sala quadrada e espaçosa. Na parede a esquerda da porta, existia uma porta de correr que dava na cozinha. Na sala, de frente

para a porta da cozinha, tinha um sofá e colocado perpendicular a ele, duas poltronas bem confortáveis. Um pouco a diante da porta da cozinha (a de correr) tinha

uma mesa com a televisão e no espaço que ficava entre o sofá e as poltronas tinha uma mesinha com vários objetos. Indo em frente a porta de entrada da casa, no

lado oposto da sala, desembocava um corredor com um banheiro, a frente do banheiro tinha o quarto do pai da Lu e no fim do corredor, o quarto da Luana e onde nós

ficaríamos.

Sorri educadamente pra ele. Concordei com a cabeça, mas não falei nada.

Quando a porta se fechou, a baixinha riu.

- Ele acha que você vai quebrar a qualquer momento? A se ele soubesse que a filhinha dele descobriu que você num é tão quebrável assim...

Eu ri alto, agora que o Paulo já tinha ido pro quarto. Eu tinha pensado exatamente isso poucos momentos atrás.

Joguei de brincadeira uma almofada nela.

- Errooou! - cantarolou ela, me acertando com uma almofada e rindo.

- Eu vou te pegar! - exclamei, me joguei pra frente e "sem querer" derrubei ela no chão, caí por cima dela e prendi a baixinha no tapete.

- Me larga! Socorro! Estupradora! - gritou de brincadeira.

- Vocês vão quebrar alguma coisa - disse Amanda em tom preguiçoso.

Apesar do meu AP ser maior que o da Lu, tinha muito mais móveis e coisinhas quebráveis - porta-retratos, estatuetas de vidro, vasinhos de flor e mais um monte

de coisinhas - que onde estavamos. O espaço era mais aberto e deu pra se sacudir um pouco mais.

Jogamos almofadas, fizemos uma grande bagunça e eu quase derrubei a TV quando sem querer joguei a baixinha por cima da mesa.

Arrumamos tudo antes do Paulo acordar. Ele se arrumou e foi buscar o Rafael que voltava de viagem.

Eu estava cansada e fui me esticar no couchão que seria meu durante aquela noite. O dia tinha sido animado, eu tinha comido bastante e precisava de uma pausa.

Mas Não ficaria deitada por muito tempo, só o suficiente pra tirar um pouco da preguiça de cima.

Acordei com o toque de alguém. Sem abrir os olhos, me orientei bem onde estava, que horas eram e quem me tocava. Era um toque leve no meu cabelo, a pessoa

acariciava meus cachos com algum carinho. Me mexi e abri os olhos.

- Desculpa te acordar - disse Amanda.

- Amanda? - perguntei surpresa.

- É. Sou eu - a voz dela era seca e trêmula, como se estivesse nervosa.

- Você está bem? - perguntei - Que horas são?

- 2 da manhã. O pai da Luana ainda não chegou, ligou pra ela dizendo que ia demorar. Ela e a baixinha foram dormir, e eu não consegui pegar no sono. Peço

desculpas se te acordei. Vou tentar dormir de novo.

Eu me sentei no couchão e tateei em busca dela. Achei o joelho da Amanda e senti ela enrigecer o corpo todo.

- Você não está bem. Que rola?

- Eu já contei pra você. Mas quero pedir desculpas. Eu sei que achar uma pessoa é mágico, eu sei que o romantismo e a sensação de parceria e cumplicidade torna

cada toque mais doce e terno. Eu me lembro de como era com meu namorado, eu lembro de como era no início de tudo, antes de saber que ele era aquele canalha que é.

Mas ouvir vocês duas me lembrou dele, e me lembrou de como ele me tratava. Sempre fez eu me sentir como uma princeza, sabe? Eu sempre me senti amada perto dele,

desejada e...

- Ei - chamei, ela estava começando a divagar - por que está me contando tudo isso?

- Eu quero recomeçar. Já que é pra recomeçar, recomeçamos com o pé direito. Por que os homens precisam ser tão baixos? Por que nos tratam como se fôssemos

importantes só pra depois acabar com tudo, fazer a gente se sentir como a pior das mulheres?

- Foi isso que me levou a gostar de meninas. Ninguém entende que não escolhi isso, que aconteceu. Ninguém entende que é o sentimento e não os amassos que fazem

uma relação valer a pena. "Homossexual", a minha mãe fala "Sexual! Como vai gostar de outra menina?".

- Eu quero saber como é. O toque e o beijo de uma menina. No fim das contas, depois de tanta decepção eu não posso me machucar mais - a voz da Amanda tinha

ficado muito áspera.

- Ei, você não está falando pra eu pegar você, está?

- Por que não? - ela quase gritou - Amanhã não vou lembrar de nada. A experiência eu quero ter.

- Então me espera aqui que já volto - falei hesitante. Mas em que eu tinha me metido? Gostava da Amanda, mas não queria nada com ela. No fim, ela achava que

lésbica e galinha era a mesma coisa? Eu tomei a decisão de tentar, ao menos. Dar uns beijos e fazer a garota se sentir em boa companhia. Estava prevendo que tudo

seria muito mecânico. De qualquer forma, tomei um banho e escovei bem os dentes. Penteei o cabelo, vesti o pijama e retornei ao quarto. O que mais me preocupava

naquela hora era o pai da Lu voltar.

- Amanda?

- O que.

- Você ainda quer isso? - perguntei.

- Fala logo que não está afim. Dá pra ver na sua cara.

Que situação... eu estava com vergonha e me sentia como uma garota de programa.

Mas como resposta só me joguei ao lado dela. Passei o braço em volta dela e me aproximei. Já que ela queria uma experiência com outra garota, ela teria. Mas

eu

tentaria ser mais uma amiga que uma amante. O corpo de Amanda endureceu, mas eu alisei o rosto dela. Ela tinha as feições quadradas, os ossos grandes e os traços

grossos. O nariz era fino e longo, a testa um pouco mais alta do que estou acostumada e os lábios grossos. Pensei em como seria beijá-los, mas escorreguei a mão

pelo pescoço dela. Cheguei ao ombro e puxei de volta até o cabelo, que alisei com os dedos. Os cabelos ondulados e macios dela tinham uma testura de cabelo bem

cuidado, e a pele dela era lisinha. Ela relaxou um pouquinho, até eu me levantar, apoiada em um cotovelo, juntar nossos lábios e beijar com delicadesa. Ela não me

afastava, mas não correspondia. Estava nervosa eu acho, e bem rígida. Eu envolvi o corpo dela com um braço e puxei ela pra mim, envolvendo o outro braço mais por

cima e a mão na nuca dela. Com cuidado, explorei os lábios dela com a ponta da língua em um convite. Ela aceitou e nossas línguas se enrolaram. Com alguma pressão,

chupei os lábios dela e pressionei a lingua dela com os meus, deslizando até envolver novamente os dela. Era como uma dança, e ela lentamente ia se soltando. Minha

mão envolveu a cintura dela e eu apertei de leve. Senti ela se arrepiar e aumentei a força da pegada, até que ela pareceu relaxar em meus braços. Mas quem não

estava relaxada era eu. Não me sentia nem um pouco confortável com aquilo. Serio, não sentia atração pela Amanda. Meus movimentos eram muito duros. Eu não estava

conseguindo relaxar. E ela notou.

Separou nossos rostos e suspirou.

- Deixa pra lá. Não posso te forçar também - ela disse. Não havia ressentimento na voz dela, só tristeza.

- Sabe? Cuidado pra não tomar uma decisão muito precipitada. Eu me encantei sempre pelas meninas. Não foi uma decisão assim, tomada na hora. Sei que está

decepcionada com aquele namorado, mas vai encontrar alguém le...

- "Sei que vai encontrar alguém legal". Mudem o discurso, vocês. Se querem me consolar, não tentem me convencer dessa besteira. Estou cheia de homens. Estou

cheia de mentiras - Amanda me interrompeu, a voz definitivamente tremida.

Eu estava pensativa. Caramba... como eu ia ajudar?

- Amanda... volta pra cama. Tenta dormir. Amanhã a gente conversa melhor. Vamos te animar, prometo. E eu também prometo que não vou deixar você de lado pra

agarrar a Lu. Volta pra cama e esquece disso tudo.

Amanda se separou de mim lentamente. Se apoiou em um cotovelo e inesperadamente tocou meu rosto. A mão dela era quente e suave, e eu não consegui não sorrir

de

leve quando ela percorreu minhas feições com os dedos.

- Obrigada por tentar. E desculpa por jogar tudo em cima de você. Vamos recomeçar? - ela perguntou, todo traço de secura fora de sua voz. Isso me espantou...

quando falava manso ela tinha uma voz linda.

- Eu tinha pensado nisso de tarde - comentei distraidamente.

Amanda se levantou e foi pro couchão sem dizer mais nada. Eu me enrolei nas cobertas e descansei a cabeça no traveceiro. Eu estava pensativa. Pensando em tudo.

Na Lu e na mãe dela, na Amanda e o traste que pegou ela e a Taís ao mesmo tempo e até mesmo na baixinha. Taís era mesmo uma caixinha de surpresas. E enquanto

pensava, ouvia a chuva lá fora. Chovia forte. A água caía com força nas janelas e o vento fazia um assobio gostoso quando circulava pelas venesianas. Era um ótimo

fundo sonoro pra um descanso, e o frio que fazia me atraía para o calor das cobertas. Mas eu não conseguiria descansar. Minha cabeça estava cheia - com pensamentos

misturados, é verdade, mas cheia igual e eu não queria dormir. Eu estava mesmo é preocupada com a Lu. Ia ser tralmático ela encontrar a mãe depois daquele tempo,

mas pelo menos o irmão dela era um cara legal, até onde eu sabia. E pra falar a verdade eu estava curiosa pra conhecer ele. Mas e a Amanda? Não era possível que

por causa de um único namorado ela culpasse os homens. Eu achava que tinha mais alguma coisa envolvida aí. Mas enquanto eu pensava, ouvia a chuva e estava relaxada

pelo banho recente, inevitavelmente acabei pegando no sono.

Quando acordei, deviam ser umas 10 da manhã. O pai e o irmão da Luana já tinham chegado em casa, e deviam ser eles a falar da sala. Cuidadosamente, me

levantei, fui tomar um banho, me arrumei e cheguei até onde estava o pessoal. A única acordada era a Taís, que conversava animada com um cara que provavelmente era

o Rafael, irmão da Lu. Assim que cheguei na sala, ela gritou pra mim.

- Bom dia, dorminhoca!

Sorri.

- Baixinha! Dormiu bem? - cumprimentei.

- Bom dia - o pai da Luana se levantou e me conduziu até um lugar na mesa - Dormiu bem?

Acenei com a cabeça e sorri pra ele.

- E aí! - o outro cara exclamou. Ele tinha uma voz linda. - Sou o Rafael, irmão da Lu.

Ele me puxou do lugar onde eu sentava e me abraçou, assim, direto. Tinha braços fortes e um corpo musculoso.

- Meu nome é Cássia - eu disse timidamente. Não estava acostumada a ser abraçada por homens fortes e desconhecidos. - Beleza?

- Beleza. Ontem a noite teríamos voltado, mas meu pai queria assistir ao jogo e admito que isso foi bom. Bebi algumas também - ele riu baixo.

- Já conheceram a Taís, imagino - eu disse, rindo também.

- Como não conhecer? - perguntou Rafael - Ela é muito simpática - ele sorria quando falou.

- Todo mundo gosta de mim - disse a baixinha, um inconfundível tom de falsa presunção.

Eu, como não podia perder a chance, me aproximei dela, apertei as bochechas dela e disse com um tom de quem fala com uma criança.

- Como não gostar? Você é tão fofinha... - e ela, como eu imaginava, começou a gritar em voz esganiçada, como fazia quando alguém aprontava assim com ela.

Até que chegasse as 11 da manhã, ninguém mais acordou, mas eu descobri que a própria Luana recebeu o Rafael e o Paulo, e por isso estava dormindo agora. Tinham

ficado um tempão conversando e ela não tinha visto o tempo passar. Quando as meninas levantaram - a Amanda primeiro - eu já tinha falado com a baixinha enquanto

os

rapazes faziam o almoço. Mas enquanto a Amanda conversava com eles e conhecia o Rafael, eu acabei ficando em silêncio. Maldita curiosidade... Eu espichei a cabeça

na direção da conversa e tentei ouvir o que diziam. E, não era o que diziam, mas o tom como diziam, percebi que a Amanda ficou bem alegrinha com o Rafael, e ele

não parecia ser tão diferente. Taís, percebendo o que eu fazia, ficou calada, ouvindo comigo.

- Você sabe que ficar ouvindo a conversa dos outros num é educado, num sabe? - ela brincou, falando em voz baixa.

- Sei, mas quem liga? - respondi, rindo.

- Eu que não - ela devolveu.

- Taís? - eu chamei. Acho que o tom da minha voz disse a ela que eu queria perguntar alguma coisa importante.

- Que? - ela respondeu.

- A quanto tempo a Amanda se separou do cara que vocês dividiam?

Ela pensou antes de responder.

- 2 meses e meio, eu acho.

- E a Amanda ainda não superou o traste? - perguntei, com raiva.

- Cássia, ela te contou sobre a viagem que planejou com ele. Ela ia dar pra ele naquela viagem. A primeira vez dela, quero dizer. E você deve ter percebido

como é a Mandinha. Ela num é de beijar qualquer um, quanto mais se entregar assim. E ela realmente gostava do cara. Eu fiquei com ele de abusada que sou, porque

também num gostei do que ele fez com ela. Foi baixo, até pra ele.

- Como assim, "até pra ele"? - perguntei, curiosa.

- Ele é o tipo de homem que adora pegar várias ao mesmo tempo.

- E você gosta dele mesmo assim? Está com ele mesmo assim? - perguntei, até certo ponto horrorizada.

- Gata, ele é uma delícia. Não que isso defina uma pessoa com quem eu saio, mas ele tem muitas qualidades que me mantém com ele. E ele num tem ficado com mais

ninguém enquanto tá comigo. E ele pode ter 1000 defeitos, mas num mente.

- Não mente? - debochei - E pegou você e a Amanda ao mesmo tempo.

- Mas ele nunca disse que num me traía. E ele nunca disse que eu era a única. E quando eu perguntava a ele sobre interesse em outras garotas, ele nunca

escondeu isso de mim. E ele sempre cumpria o que prometia, e nunca prometeu que seria só meu. Mas agora, isso mudou. Não sei o que houve com ele, mas ele tá só

comigo.

Eu deixei uma de minhas mãos cair no ombro dela. Subi pelo rosto dela e pelo cabelo, longo e tão lisinho. Ela sorriu.

- Você vai tomar cuidado, não vai? - perguntei com voz carinhosa. Ela sorriu mais amplamente.

- Claro que vou. Eu tô atenta a ele. Ele num vai fazer comigo o que fez com a Mandinha.

Ela parecia confiante. Fiquei mesmo mais tranquila, mesmo sabendo que ele tinha feito com ela tanto quanto com a Amanda. E falando em Amanda, ela chegou na

sala e sentou ao meu lado.

- Bom dia! - cumprimentou, um sorriso em sua voz.

- Bom dia! - gritou a baixinha, animada.

- Bom dia - respondeu a voz da Luana, aparecendo pela porta do corredor.

- Dormiram bem? - perguntou a Amanda para nós.

- Eu dormi - disse a baixinha.

- Eu também - disse a Luana.

- Eu também - disse eu, sorrindo para Amanda. Quando ela falou, parecia levemente constrangida.

- O seu irmão é bonito, Luana - disse ela.

- Ele é gostoso, você quer dizer! - exclamou a Taís.

Todas nós rimos. Esse jeito de falsa tarada da baixinha era sempre divertido. Mas, ainda melhor que as palhaçadas da Taís, eu ouvi algo que nunca tinha ouvido,

e que adorei. A risada verdadeira e sincera da Amanda. Mais que pela brincadeira - que em si nem era tão engraçada - ela parecia rir do momento, com todas nós

juntas, como se tirasse um grande peso de cima dela. E o som da risada, era lindo. Uma risada comportada, mas grave e natural. Eu sorri junto com elas. E o dia

depois dessa manhã animadora foi prosseguindo como prosseguiria um dia em que um parente distante e muito querido chega de viagem.

Em dado momento, perguntei ao Rafael se eu podia tocá-lo para conhecê-lo. Ele, aparentemente acostumado com isso, se posicionou em minha frente. Eu esperava

um

cara alto, todo musculoso e bonitão. E tive o que esperava. Ele tinha um rosto forte, nariz longo, rosto liso com uma fina barba a cobrir as bochechas. Lábios

grossos, olhos grandes e testa alta. Os ombros dele eram fortes e musculosos, os braços também cheios de músculos dividindo toda a extensão. Ele tinha mãos fortes,

dedos longos e grossos, e as roupas que usava eram a típica roupa de conquistador de colégio que a gente sempre vê em livros de adolescente, aquela roupa sem

mangas de esportista. Dava pra ver porque a Amanda e a Taís gamaram nele. O cara era mesmo uma coisa.

Quando voltei pra casa, já de noite, ainda chovia forte. O curto percurso entre a casa da Luana e a minha me deixou toda molhada. Mas na porta de meu prédio,

quando o Paulo foi levar Amanda e Taís a suas respectivas casas, Luana me encostou no portão.

- Adorei esse fim de semana - ela disse, sorrindo.

- Eu também - falei com malícia. - Boa sorte lá com sua mãe. Se quiser, eu fico com você enquanto a visita. E vai ser legal conhecer sua mãe também.

- Não sei. Talvez eu te chame, talvez não. A final, primeiro que não quero que você tenha que ver tudo o que acontece com aquela mulher, e acho que é algo só

meu, que tenho que passar sozinha.

- Você que sabe. Qualquer coisa, me liga. Ah, amanhã, vamos juntas à escola?

- Sim. Vamos sim - ela disse.

Eu estava entrando pelo portão do prédio quando ela me chamou.

- Cássia? - a voz dela era tímida.

- Sim? - respondi.

Ela me virou pra ela, me encostou no portão e me beijou. Fui pega de surpresa, de forma que não tive como opôr resistência à língua dela. Os lábios dela eram

tão suaves quanto eu me lembrava de duas noites atrás, e a língua, acostumada aos meus movimentos, se adequava com perfeição a mim. Nossas línguas se enrolaram,

percorreram uma à outra e nossos lábios, unidos e pressionados uns contra os outros, faziam uma gostosa pressão. Enquanto nos beijávamos, a chuva ficou mais forte,

como um reflexo de nossas emoções. E não senti frio, apesar de minhas roupas finas. A água caía sobre nós, como se para nos unir em algo só nosso. E o beijo

intensificou, até que os braços dela me envolveram e nossos corpos se uniram, fortemente apertados em nosso abraço. Minhas mãos procuraram os cabelos dela, meus

dedos entrelaçaram naqueles fios longos e encharcados pela chuva, até que separamos nossos lábios e ficamos com os rostos colados. Aproveitamos o momento, sentindo

uma o calor da outra, e a chuva insistindo em cair, aquele barulho que tornava tudo tão especial. Ela se afastou um pouco, segurou meu rosto com as mãos e me

beijou de novo. Mas daquela vez, o beijo era carinhoso e terno, apenas um beijo suave e longo nos lábios, a mão dela no meu rosto. Sem dizer nada, nos separamos.

Acariciei o rosto dela, e senti ela sorrir. Beijei-a no rosto e me virei. Quando cheguei ao elevador, estava encharcada - mas daquela vez, não era apenas por causa

da chuva.

Minha mãe havia voltado, pois o dia seguinte seria longo. Conversei com ela, mas ela percebeu que eu estava distante e me deixou pensar. Eu estava feliz.

Amanda havia descoberto algum motivo para rir, e aquela nova forma de agir parecia deixá-la mais feliz. Taís sempre era divertida, sempre fazendo alguma com aquele

jeitinho de menina atrevida e a Luana demonstrou ser uma boa pessoa com quem contar, e alguém para quem eu queria estar disposta a ajudar. Aquele beijo na chuva

parecia coisa de livro romântico, e eu tenho certeza que foi por isso que ela me beijou. Eu estava nas nuvens, flutuando sobre meus pés, a cabeça distante e

sentindo o toque molhado do rosto dela no meu, meus próprios cabelos contribuindo para a lembrança ser mais vívida. Tomei um banho bem quente, sabendo que me

arrependeria depois. Naquele tempo, apenas secador secaria meu cabelo. Mas não me importei. Não na hora. Quente e relaxada, voltei à sala, beijei minha mãe no

rosto e fui ao meu quarto. No meu aparelho de som, liguei uma música calma e me joguei na cama, toda nua e aérea. Como era tão comum naqueles dias, eu sentia uma

louca vontade de me tocar. Mas naquele momento, deixei a luxúria de lado. Recordei do carinho por trás do beijo de Luana. E, por uma vez em meses longos, resisti

a

uma chance de me saciar sozinha. Apenas fiquei pensando, não sei por quanto tempo, até que o sono me envolvesse. E, no dia seguinte, descobri que estava

terrivelmente atrasada para a aula. Pegaria a segunda aula, se conseguisse chegar a tempo na escola. Me arrumei às preças, joguei tudo que precisava na mochila,

joguei-a sobre os ombros e me mandei. Minha mãe já não estava em casa, então não precisei me despedir dela. Caminhei até o ponto de ônibus, peguei o que levaria

ao

meu colégio e, no meio do caminho, aquele trânsito pesado de dia chuvoso só contribuiu para meu mal humor. Cheguei ao ponto ao lado da escola, passei pelo

segurança do mesmo jeito que nos outros dias, e, conhecendo o caminho, contando que ele estaria livre, deixei a segurança e a bengala de lado e me mandei correndo

mesmo. Mas isso não foi uma boa idéia, já que bati com toda a força em alguém que vinha na direção contrária. E, para completar, era outro cego. O cara se agarrou

em mim por instinto e só se manteve em pé por um milagre.

- Desculpa! Você está bem? - perguntei.

- Sim. E você? - ele perguntou com desinteresse. Mas eu reconheci aquela voz. Grave, baixa, sem muita emoção.

- César? - perguntei.

- Cássia! - ele brincou.

Sem me dar conta da aula, agarrei ele em um abraço apertado, me esquecendo que não estava acostumada a isso. Ele me abraçou de volta, apertado ao ponto de

quase me sufocar.

- O que faz aqui? - perguntei.

- Mudei de turno. Estou um ano atrás de ti, mas agora podemos nos ver mais. Lembra? Eu sempre quis te conhecer, mas nunca dava certo.

César era um garoto com quem eu conversava pela internet. Já conhecia ele a uns 2 anos e pouco, nos falamos muito por telefone e skype, mas nunca tínhamos como

nos falar pessoalmente, já que minhas constantes mudanças impediam que tivéssemos alguma oportunidade. Ele sabia que eu era lésbica, e foi a primeira pessoa para

quem contei depois de minha mãe. Ele não era muito de piadas, mas na época brincou dizendo que ia apresentar a irmã pra mim.

- Que surpresa! Por que mudou de turno? Eu nem sabia que você estudava aqui!

- A princípio eu estudaria de tarde. Mas enchi tanto a paciência do meu pai que ele veio falar com a coordenadoria. Conseguiu mudar o turno para mim, mas eu

não sabia que te encontraria aqui também. Eu não gostava da tarde, isso sim. Mais que a encomenda - ele riu baixinho.

- Posso conhecer você? - perguntei, mal ouvindo o que ele dizia. Ele riu, muito sem graça, mas concordou. O rosto de César não era exatamente bonito. Queixo

redondo. Rosto ovalado. Nariz grande e largo, olhos muito fundos. Seu cabelo era ondulado e rebelde, e como o dia era chuvoso, parecia ter se descontrolado em

todas as direções. A única parte do rosto que eu achei bonita foram seus lábios, que eram grossos e bem desenhados. Os ombros dele eram magros e os braços, apesar

de grossos, eram assim por sua construção física, dava pra sentir até os ossos e as veias por baixo da pele dele. O corpo dele era muito magro, mas largo,

novamente por seu biotipo. Realmente, eu não o chamaria de "gostoso". Mas ele tinha a pele macia, as mãos dele eram compridas, os dedos finos, longos e fortes.

Em resposta a minha pergunta, ele mesmo levou as mãos ao meu rosto. Me tocava como se quisesse ser o mais cuidadoso possível, quase fazendo cócegas. E ele

pareceu adorar o meu cabelo.

- Nossa, que gata - ele brincou. E ficamos jogando conversa fora, até que ele lembrou porque estava ali.

- Pegar meu computador para a aula de inglês. Tive educação física antes, um desastre. No intervalo te conto. Me encontra no banco.

- Vou pegar o meu também - eu respondi, pois eu tinha me esquecido desse pequeno grande detalhe. Ele passou por mim e nós fomos juntos até a sala da

coordenadora, pegamos nossos respectivos aparelhos e fomos em silêncio pelo corredor até a sala dele. Na despedida, beijei ele no rosto e me dirigi a minha própria

turma. Ali, esperei o sinal bater para a próxima aula e entrei. Aquela costumeira barulheira me encontrou, os alunos gritando, fazendo bagunça e o professor

provavelmente escrevendo.

Amanda me encontrou na porta e me ajudou a chegar até a mesa que eu usava, ela atrás de mim, Luana ao lado dela e Taís ao meu.

- Eu ligo na tomada pra você - ela disse, como uma desculpa para se agachar perto de mim e me perguntar em voz baixa o que havia acontecido.

Eu expliquei sobre o atraso com o ônibus e sobre o César. Ela me perguntou sobre ele e eu percebi que estava cercada pelas meninas, que puxavam minha mochila

de meus ombros, pegavam meus fones de dentro, e faziam tudo para ter desculpas de me bombardear com perguntas.

- Outro cego? - perguntou Amanda, levemente divertida.

- Amigo de internet? Sério? - perguntou Luana, espantada.

- Ele é bonito? - disparou Taís, brincando (embora eu não soubesse até onde, rs).

Logo que eu estava instalada, sentamos todas juntas e começamos a organizar o trabalho que tínhamos feito pra essa aula.

- O trabalho que eu fiz pra essa aula! - exclamou a baixinha, indignada.

Rimos dela, e começamos a organizar tudo para a apresentação. E, por "organizar tudo para a apresentação", quero dizer que estávamos conversando sobre meu

atraso e o César. A Luana estava curiosa para saber como nos falávamos, enquanto a Taís insistia em saber se ele era bonito e a Amanda ficava em silêncio enquanto

ouvia.

E enquanto a aula transcorria, eu falava sobre ele, animada. Sério, o César era meu melhor amigo até eu conhecer as 3 que agora andavam em grupinho comigo. E

eu estava super feliz de ter encontrado ele na mesma escola que eu. Mas minha felicidade esvaziou quando fomos chamadas para apresentar o trabalho primeiro e

notamos que estávamos falando em voz alegre enquanto todo mundo tinha calado a boca. Momento constrangedor, mas fingi que nada tinha acontecido, me levantei e

caminhei como uma rainha até a frente. Como a baixinha tinha dito, ela tinha feito o trabalho, mas Luana e eu tinhamos lido todo ele, e apresentamos para todos com

qualidade. A Amanda, que tinha feito diversas partes que a Taís não tinha conseguido, acompanhou a gente com comentários oportunos a cada falha nossa, e a Taís

mudava as fotos que tinham que ser apresentadas.

O resultado foi uma nota 9, nada mal pra nós. E ainda faltava a nota do trabalho escrito, que eu não tinha dúvidas, receberia a nota máxima. A Taís e a Amanda

eram muito inteligentes. Nem prestamos atenção nas apresentações seguintes, embora precisássemos fazer uma terceira etapa do trabalho que consistia em uma prova

de

perguntas e respostas envolvendo as apresentações de nossos outros colegas. Amanda ficou fallando o o tempo todo de como o Rafa ("Só eu chamo ele assim!", disse

a

Lu) era bonito e simpático e bonito e inteligente e bonito. E eu descobri, a própria Amanda me dizendo, que ela não era da forma como eu conheci ela. Que aquela

era apenas uma maneira dela esconder a dor que sentia. E que eu podia chamar ela de Mandinha se quisesse. Fiquei tão feliz que devo ter mostrado com um sorriso,

porque ela me perguntou porque eu estava tão alegre. - Nada não - respondi - Apenas feliz pelo César ter vindo estudar aqui.

Mas tenho certeza que ela entendeu, porque antes de responder "Fico feliz por você. Quero conhecer ele", ela ficou em silêncio. Aquele silêncio comprido que

as

pessoas perceptivas usam quando querem deixar claro que sabem o que acontece. E eu fiquei satisfeita de ter uma amiga tão perspicaz.

No fim da aula, nosso terceiro tempo foi de inglês. O único professor que realmente puxou pela gente foi de geografia, e estávamos recém na segunda semana de

aula. A professora de inglês não pediu nada para nós, além de iniciar a leitura do livro didático. Ela deixou que os grupos permanecessem formados, pois a aula

seria apenas para nos adaptarmos com a matéria e a professora tinha dinâmicas muito legais preparadas para aquele ano. Aparentemente era uma professora nova e

pretendia fazer do inglês mais que uma matéria, mas uma forma de todos nos conhecermos e praticarmos o inglês nosso dia-a-dia. E eu adorei a idéia, já que adoro

inglês. Taís e Amanda também gostaram da idéia, só a Lu não ficou tão satisfeita. E, passado o tempo da aula, todas nós fomos para fora, já que eu tinha combinado

com o César de encontrá-lo no intervalo. Saindo do nosso corredor de salas, viramos a esquerda e a Lu viu ele sentado lá.

- Acho que encontrei ele. O único deficiente visual que...

- Cego! - exclamou Taís, brincando, e me puxou desvairada pela mão até o banco.

- Olá - cumprimentou César.

- Oi! - exclamei, procurando a mão dele. Ele, entendendo, pegou minha mão e entrelaçou os dedos nos meus. Sempre ele, rs.

- César, essas são minhas amigas. Luana - ela o cumprimentou com um tímido "Oi" - Taís - escandalosinha como sempre, ela praticamente se jogou no banco ao lado

dele

- e Amanda - Mandinha se sentou a meu lado, a única a ficar em pé era a Lu.Abrimos espaço no banco, a Luana e a Taís ficaram a esquerda dele, Amanda e eu a

direita.

Eu estava feliz. Eu estava radiante, na verdade. Era demais, simplesmente demais, encontrar com o César naquela escola. Enquanto as meninas falavam com ele,

ele foi ficando cada vez mais solto, mas ainda assim, continuava tímido. Frequentemente ele parecia sentir vergonha. Era o César,

sempre envergonhado e silencioso. Sua voz era bonita, grave e forte, mas com o tom baixo em que ele falava dava a ele uma impressão de cara sério. Bem, ele era sério,

mas só quando não estava comigo, rs. Desenvoltamente, César conseguiu incluir todas nós na conversa, e só não roubou a atenção de mim porque eu estava no foco dele.

Foi o intervalo todo de conversas, e como a maioria dos alunos estava no pátio ou na parte de baixo do colégio, ficamos quase sozinhos no segundo andar. O intervalo

chegou, cedo demais, e estávamos indo para a educação física quando o César disse que iria conosco.

- Mas você não tem aula agora? - perguntou Taís.

- Ter aula eu tenho, mas como é educação artística, vou fingir que não tenho - respondeu ele. E, isso para o César era um milagre. Ele muito raramente descumpria

uma regra.

E fomos nós em grande bando para o corredor de salas. Achamos uma sala vazia e nos enfiamos lá dentro, fechamos a porta e nos sentamos todas para conversar. A descarada

da Taís achou uma barra de chocolate pela metade na mochila de uma aluna e, como se fosse nossa, ela terminou de abrir e dividiu tudo. A reprovação era muito óbvia

no César, mas ele não disse nada.

- Cássia, quer minha parte? - ofereceu. Aceitei, rs.

Quando estava próximo de bater o sinal, todos nos dirigimos a nossas respectivas salas de aula. No caminho, a Taís perguntou.

- Ele é sempre tão quieto? Ele é muito legal, mas num fala muito, né não?

- Bem - eu respondi, sorrindo - comigo ele fala.

As aulas transcorreram muito rapidamente, pois nós realmente não estávamos prestando atenção. No último momento, consegui pegar o ônibus que eu quase tinha perdido

e não deu tempo de me despedir das meninas, mas na viagem eu fui pensando. Pensando. Pensando. Pensando. E perdendo meu ponto.

Perdendo meu ponto?

Me levantei e perguntei ao motorista.

- Ei, chegamos ao ponto XX?

- I, passamos faz tempo. Agora vamos ter que dar toda a volta pra chegar lá de novo.

"Droga!", pensei.

- Obrigada - falei.

A viagem foi suficientemente longa pra eu telefonar para a Lu e perguntar se ela queria ir em minha casa de tarde. Ela disse que gostaria, e que levaria a baixinha.

Satisfeita, esperei o ponto chegar. E, quando chegou, agradeci, desci do ônibus e fui até em casa. Ali, tomei banho, troquei de roupas, abri e-mails e vi um de minha

mãe dizendo que ia ficar mais tempo no trabalho. Ainda estávamos em fevereiro e a volta do carnaval deu muitos acidentes no ano de 2011. Respondi um e-mail bem meloso

pra ela e refleti. Nos últimos dias eu nem cheguei a falar direito com ela...

Por volta das 2 e meia da tarde, as meninas chegaram em minha casa. Fofocamos muito. Os assuntos principais foram César, Amanda e Rafael. Rimos bastante, e a Taís

nos chamou pra ajudá-la com algumas roupas que ela tinha comprado e que só estava esperando um tempo pra mostrar pra nós. Ajudamos, eu tendo uma boa noção do que

ela vestia, já que ela me mostrava cada peça antes de vestir, e a Luana ajudando com as cores. Fizemos uma bela dupla e a Taís disse que agora éramos consultoras

visuais dela. O que, é claro, liberou uma piadinha da Lu a respeito de "visuais", rsrs.

À medida em que íamos falando, a conversa ia escorregando de tópico em tópico, e no filme que assistíamos existiam uns bonitões (era um filme de dança cujo nome

não

me vem à memória agora) e naturalmente as duas começaram a tagarelar. No meio das trocas de brincadeiras, a Taís disse:

- Que você quer com esses caras se já tem a Cássia?

Senti o rosto pegar fogo na hora.

- A Cássia é gostosinha, mas falta algo nela - Luana respondeu dando ênfase à palavra "algo". Nem eu consegui não rir.

- Agora é sério, gente - começou Taís, e eu me preparei para uma bomba - como é esse lance de pegar meninas?

- É uma delícia - disse a Lu.

- Verdade - concordei, deixando a vergonha de lado. Vergonha da Taís? Não.

- Eu queria saber como é - disse a baixinha em tom reflexivo.

- Mas você não disse que seu namorado é bom de cama? - joguei.

- Ele é ótimo de cama - ela falou naquele tom falsamente irritado que eu achava tão engraçado na voz dela - Mas eu sou curiosa, sabe né?

- Curiosidade demais pode ser perigoso - alertou Luana, o tom de brincadeira totalmente fora da voz dela. A final, a curiosidade foi o que enfiou a mãe dela nas

drogas.

Taís, notando o fato mas fingindo não perceber, continuou.

- Ei, vocês podem me mostrar, né? - perguntou.

- Você tem namorado - falei, a reprovação caindo de cada palavra minha.

- Fala serio, ele já fez tanta sacanagem que num ia se importar. E vocês são minhas amigas. Tenho certeza que nada ia atrapalhar nossa amizade. A Lu e eu, e agora

você também, já vimos tanta coisa e passamos por tanta coisa juntas... A Mandinha, o casinho de vocês, a mãe da Lu, que isso seria apenas algo pra aproximar a gente.

E eu sei que você morre de vontade de dar uns amaços em mim - disse ela, voltando o rosto na minha direção. Dessa vez, eu não consegui reprimir a minha cara de surpresa.

- Que história é essa? - perguntei.

- Num mente pra mim. Eu sei que sente isso - ela devolveu. E, bem, ela estava certa. Embora nunca tenha dado atenção a isso, eu sentia mesmo um desejo pela baixinha.

- Gente, vocês 3 acham que eu sou o que? - eu gritei, falando mais alto do que eu queria - Primeiro foi a Lu. Tá, eu aceitei mostrar pra ela. Já estava a muito tempo

sem um trato e ela foi a primeira pessoa a chegar tão direto. Depois a Amanda, que pra esquecer o namorado pede pra eu dar uns pega nela - a própria Amanda tinha

contado isso a elas - e agora você, baixinha? Qual é, gente! Assim me sinto uma biscate.

- Desculpa... eu num achei que você ia levar tão a mal. Eu só tinha curiosidade, e como você é a única aqui que realmente já se aceitou, e é minha amiga, achei que

num ia ligar tanto - a voz da Taís estava envergonhada, coisa que eu não achei que veria tão cedo - Esquece isso. Nunca pedi isso...

Eu peguei a mão da menina.

- Desculpa... Eu não tinha me dado conta - eu disse - Devia ter pensado por esse lado. Mas é como eu disse, Taís, eu me sinto mal assim. Eu já estou envolvida com

a Lu, e por mais que a gente não seja namoradas eu meio que me sinto ligada a ela, sabe?

- Sei sim - disse Taís, encostando a cabeça no meu ombro - Serio, desculpa...

- Eu não tenho esse problema - brincou Luana - Se quiser eu mostro - a voz dela estava risonha, mas a baixinha não deixaria passar.

- Bem, eu acho que então estamos numa boa - eu disse. Se a Lu não ligava, eu que não ia perder a chance de dar um amaço na garota que por tantas vezes povoou meus

pensamentos em meus momentos de diversão solitária.

- Certeza? - perguntou Taís, o traço de constrangimento ainda na voz dela - Serio?

Eu acariciei o rosto dela com delicadesa.

- Por mim... - comentou Luana.

Virei o rosto de Taís para mim. Acariciei o suave cabelo dela, aproximei nossos rostos e a beijei. Comecei beijando com suavidade, lábios colados e uma pressão leve.

Ela correspondeu, beijando de volta e abrindo de leve a boca em um óbvio convite. Eu introduzi a língua na boca dela e procurei pela língua dela, e quando encontrei,

comecei a mover a minha de forma a dançar com a dela. Deslisando nossas línguas, eu fiz com que ela experimentasse o toque de outra menina. Meus braços a envolveram

e puxei ela para mim. Uma de minhas mãos afagou o cabelo dela e a outra envolveu-lhe a cintura, apertando firmemente e sentindo ela gemer baixinho. Intensifiquei

o beijo, sugando a língua dela até que nos separamos, embora eu a continuasse envolvendo.

- Que achou? - perguntei baixinho.

Taís demorou para responder. Demorou vários segundos para responder.

- Foi... diferente - ela disse - Muito gostoso.

Ouvindo isso, comecei a beijá-la novamente. Juntando nossos lábios, comecei a mordiscar, muito de levinho, os lábios dela, sugando com delicadesa e abrindo a boca

para que ela pudesse experimentar a atividade. Ela introduziu a língua dela em minha boca e habilmente enroscou-a com a minha, como se beijasse o namorado.

Às

vezes esquecia que a baixinha não era tão angelical quanto aparentava. Colando o corpo no meu, ela me agarrou firme pela cintura e me empurrou contra as costas do

sofá. Continuando, fomos nos enrolando e quando percebi, ela estava no meu colo, os braços em volta de meu pescoço, o rosto pressionando o meu, a língua trabalhando

em conjunto com a minha. E, unindo todo o tesão que eu sentia por ela em minha imaginação, foi inevitável eu me excitar.

Ela enfiava avidamente a língua na minha boca e sugava meus lábios com vontade, chupando minha língua também. Quando nos separamos, estávamos as duas ofegantes.

- Eu gostei disso - ela disse baixinho.

- Eu também - ofegou Luana.

Foi então que lembrei da presença dela ali. Ela estava provavelmente se acariciando enquanto nos assistia. Me levantei, caminhei até ela e a puxei pelas mãos até

colocá-la em pé. Minhas mãos deslisaram pela cintura dela e eu notei sua nudez. Sentindo aquele corpo conhecido nas mãos, um raio cruzou meu corpo, me arrepiei toda,

estremeci de desejo.

- Nossa! - exclamou Taís - Serviço completo!

Quando ela se aproximou de nós, estiquei a mão e passei pelo ombro dela, deslisando até a cintura. Ela também estava nua.

- Gente... - comecei, antes que a Lu me agarrasse e me beijasse intensamente. Começou a procurar com as mãos os meus seios, apertando com força. Doeu um pouco,

mas o desejo era tanto que eu quase não senti a dor. Puxando Luana, fui até meu quarto. A Taís nos seguiu, se sentando na cama onde eu ia jogar Luana.

- Você está mostrando para mim, ela já conhece - brincou, separando Luana e eu e me puxando para a cama. Meio desequilibrada, caí meio deitada, e ela se jogou em

cima de mim e me beijou com vontade. As mãos dela escorregaram para dentro de minha blusa e foram até meus seios e começaram a massageá-los. Ela apertava de leve

os

meus seios, massageando toda a extensão deles, com os dedos apertando até os mamilos e quando chegava nesses, esfregava a palma da mão. Os dedos dela apertavam

cada centímetro dos meus peitos e iam subindo ao longo deles, chegando aos bicos e apertando com gentilesa. Eu não sei como ela descobriu, mas meus seios são meu

ponto mais vulnerável depois de meu clitoris.

E quando conseguiu me fazer gemer de prazer, parou de me beijar, levantou meus braços com uma força que eu não esperaria dela, tirou minha blusa, desceu a língua

pelo meu pescoço e começou a chupar meus seios.

Soltei um longo gemido de prazer, enquanto a língua dela lambia meu mamilo direito de baixo para cima, me arrepiando toda e fazendo minha vagina se contrair de desejo,

encharcando minha calcinha, pois eu era a única que ainda continuava vestida da cintura para baixo. Não ligando para isso, Taís continuou lambendo todo meu peito,

envolvendo-o o máximo que conseguia com a boca, chupando forte, lambendo para cima e em volta de meus bicos, arrancando gritinhos de mim. Aquilo estava gostoso demais,

cada chupada dela me fazia estremecer de prazer. Mas eu, relutante, a fiz parar. Conseguia ouvir baixos gemidos vindos da Luana enquanto ela se masturbava.

- Garota, você queria que eu te mostrasse como é, mas já sabe como fazer - eu ofeguei.

- Vídeos se acha em qualquer lugar - ela brincou, arrancando minha sainha e minha calcinha de um único movimento, comigo levantando os quadris da cama para ajudar,

rs.

- Gostando? - ela perguntou.

- Sim, mas... - comecei, mas Luana me calou me beijando do nada. E enquanto ela me beijava, Taís voltou a meus seios e começou a chupá-los de novo. A cada chupada

que ela dava, era um estremecimento que eu sentia. Ela envolvia meu seio com a boca, chupava e soltava, lambendo meu mamilo, subindo por todo ele, envolvendo

o outro com a boca e fazendo o mesmo movimento. Começou a circular um de meus bicos com a língua e apertar o outro, arrancando um gritinho abafado de mim enquanto

a

Lu me beijava intensamente, enfiando a língua em minha boca e sugando. Nunca tinha me sentido tão desejada. A sensação era ótima.

Então, para ficar ainda melhor, Taís enfiou 2 dedos em minha xana e começou um movimento de vai-e-vem, lento a princípio, mais rápido depois. Ela puxou os dedos

de minha

xaninha, encontrou meu grelo e o massageou de leve, com os dedos, com habilidade desmentida por suas alegações de inexperiência. E enquanto Luana me beijava e Taís

me chupava os seios e me masturbava, senti um violento espasmo tomar conta de mim e gozei. Como gozei! Minha xana se contraía tanto que fazia até barulho, enviando

ondas por meu corpo, me fazendo ter espasmos muito fortes e gritar, gritar, gritar.

Luana, pressentindo que vinha outro orgasmo, trocou de posição: deixou Taís me beijando e massageando meus seios e rapidamente enfiou a língua em minha buceta. Foi

tão inesperado e tão rápido da parte dela que logo eu sabia que ia gozar de novo. A língua dela percorria minha buceta em movimentos rápidos, os lábios dela envolvendo

meu grelo, chupando com vontade e delicadesa ao mesmo tempo, enfiando a língua profundamente em mim. Sua língua percorreu um círculo em volta de meu clitoris e ela

meteu um dedo em mim. E, como imaginei que aconteceria, outro orgasmo tomou conta de meu corpo, e mais gritos foram arrancados de minha garganta. Eu gemia, gritava,

me contorcia, era tudo tão gostoso e tão forte, que me fazia ver que os meses sem um trato ainda cobravam um preço, que eu ficava mais que satisfeita em pagar. Logo

que gozei pela segunda ou terceira vez, Taís se desvencilhou de mim e me deixou ali, deitada, a cabeça rodando e o corpo estremecendo de prazer. Ouvi Luana subindo

ao meu lado e beijando Taís, que gemeu sob os lábios dela. Tudo que eu sabia é que as duas estavam se agarrando ali, eu ouvia os beijos e as mãos no corpo uma da

outra, mas isso era o suficiente para me fazer sentir prazer, o prazer remanescente de uma gozada das fortes. Enquanto as duas se beijavam, se agarravam e faziam

sabe-se lá o que, eu comecei a acariciar os corpos de minhas amigas. Agarrei o rosto de Luana e a beijei enquanto Taís chupava seus seios por baixo de minhas mãos.

A Lu estremecia sob nosso toque, eu sentia o tesão dela crescendo, e me lembrei que fora o próprio toque, ela ainda não tinha gozado. Então, separei as duas, beijei

os lábios de Taís e a recostei na cama. Ela tentou tomar o controle de novo, mas eu era mais forte e a mantive presa. Desci a língua pelo pescoço dela e, como eu

fiz

com Luana, arranhei-lhe a pele com meus dentes, bem de leve. Ela gemeu baixinho quando fiz isso, e descendo a língua, cheguei aos pequenos mas firmes seios da minha

amiga. Mesmo proporcionalmente ao corpo de Taís, seus seios eram pequenos, e cabiam inteiros na boca. Eu chupava da mesma forma que ela me chupou, minha língua

alternando velozmente entre um e outro, o seio e o bico. Quando senti que todo o acontecido já a tinha excitado, deslisei a língua pelo corpinho dela até chegar

na

virilha. Senti ela ofegar ao antecipar o que ia acontecer mas não dei mole: comecei a lamber de levinho a virilha de Taís, percorrendo com a língua, e abri suas

pernas.

Comecei a lamber de levinho o interior de suas coxas, mordiscando suavemente, mas sempre com a língua ali, para excitá-la. Podia sentir o gostoso cheiro de seu tesão,

estando eu tão próxima de sua buceta, mas isso apenas me estimulava a torturá-la mais e mais. Eu ouvia ela arquejando e gemendo baixinho, murmurando palavras e pedidos

sem sentido, mas continuava dando tratamento a suas coxas, lambendo, mordiscando e arranhando com delicadesa. Subi pelo interior de uma das coxas, sentindo ela se

preparar para o tesão, e pulei para a outra, fazendo ela quase me xingar. Ela forçava minha cabeça para sua bucetinha, mas não conseguia me fazer mudar a direção,

e

quando puxou meus cabelos, senti um tesão violento contrair minha vagina e me fazer gemer. Comecei a lamber para cima em sua coxa, chegando finalmente à xaninha

dela.

A bucetinha dela era lisinha, completamente livre de qualquer sinal de pelos. Sedosa e cheirosa, sua xana não era tão fechada em virtude de suas prováveis dez transas

por semana (do jeito que ela falava...) e o grelo, intumescido pelo tesão que ela experimentava, estava facilmente localizável. Comecei a passear com a língua pela

buceta dela, enfiando a língua bem de levinho em sua entradinha, passando por volta de seu clitoris, mas sem tocar nele. Com os dentes (eu percebia que Taís amava

isso)

eu arranhava e mordiscava, muito de levinho, seus grandes lábios, acompanhando cada toque dos dentes com uma rápida linguada, tão breve quanto veloz. Minha língua

dançava pelo exterior de sua xana, até que rapidamente lambi seu grelinho, fazendo ela soltar um gritinho longo e agudo, que durou vários segundos. E enquanto ela

gemia, enfiei a língua nela, passando para cima e puxando para fora, estremecendo a língua sobre o clitoris. E isso estendia a duração de seus gritos, que eram uma

delícia. E enquanto ouvia os gemidos de Taís, ouvia os gritinhos de Luana, que se masturbava vendo a sena. Eu com certeza daria um trato nela depois de cuidar de

Taís. Continuando a massagem "lingual" na buceta da baixinha, estremeci novamente a língua sobre o grelinho, nunca envolvendo-o ou lambendo-o diretamente. Apenas

provocava, e cada vez mais ela se excitava, encharcando sua xana e liberando um cheiro que lembro até hoje, e que me excita até agora. Quando envolvi o grelo dela

com os lábios e deslisei a língua pela xana ao mesmo tempo (até onde conseguia), Taís gritou tanto que eu tive certeza que o prédio todo pôde escutar. E isso apenas

me motivou, chupando o grelo, enfiando a língua o mais fundo possível e percorrendo o interior dela com a língua. Contraí os lábios em seu grelo, passei a língua

em

sua racha beeem de vagar, uma e outra e outra e outra vez, cobri seu grelo com os lábios e voltei a lamber-lhe a racha. Quando percebi que ela ia gozar, meti a língua

fundo em sua vagina, girei a língua, puxei para fora e lambi seu grelo. Minha boca foi inundada por seu orgasmo, que foi longo e intenso, muito intenso. Os gritos

de Taís me motivavam a chupá-la, e isso só fazia com que ela gozasse mais. Eu chupava sua buceta como se fosse uma fruta, me deliciando naquelas ondas de seu delicioso

mel e no prazer que ela tão ostensivamente demonstrava ao gemer e gritar. Minha língua continuava passeando entre os lábios de sua vagina, penetrando fundo, percorrendo

o grelo, meus lábios a fazerem pressão e a chupar cada centímetro dela, aumentando seu orgasmo até não deixar mais nada para gozar.

Quando seus orgasmos finalmente acabaram, ela desfaleceu, ofegante, ainda gemendo, ainda sentindo.

Dei uma última lambida, bem lenta e forte em todo o percurso de sua racha, fazendo ela soltar um gemidinho agudo de menininha.

Eu mesma estava ofegante de tesão, pois adoro chupar uma buceta tão cheirosa e com um gosto tão bom. Me posicionei ao lado da minha amiga ofegante e acariciei seus

cabelos, me debrucei sobre ela e a beijei no rosto com ternura.

- Gostou? - perguntei, sabendo que por enquanto não teria respostas. Apenas ri, tendo consciência de que ela não estava em condições de responder.

Senti então um toque em minha xana e abri as pernas para receber a mão de Luana, que habilmente introduziu 2 dedos em minha xana e começou a me masturbar. Soltei

um longo gemido e senti ela massageando meu grelo enquanto enfiava os dedos em minha buceta. Ofegante como eu estava, ela sentiu meu tesão. Sem serimônias, abriu

minhas pernas e passou a língua com deliberada lentidão em minha vagina. Sua língua percorreu minha racha do início ao fim, acabando com uma lambida em meu grelo.

Envolveu meu grelo com os lábios e sugou-o, enviando um choque pelo meu corpo todo. Começou a chupar meu clitoris insistentemente, fazendo eu sentir dor, uma doce

dor que eu não queria que acabasse. Sua língua percorreu minha vagina, entrando em minha entrada, saindo, lambendo toda a volta de meu grelo sem chegar nele. E isso

era o suficiente para me fazer gritar de prazer. Sua língua passeava por minha vagina, por toda minha racha, enquanto seus dedos estimulavam minha entradinha. Ela

lambeu meu clitoris, escorregou para dentro de minha vagina e então senti: o corpo todo relaxando e um espasmo muito forte vindo. Enquanto eu sentia o orgasmo, a

língua dela ainda me percorria, como fiz com ela quando transamos. Eu sentia um orgasmo vindo atrás do outro, e ela parecia gostar de meu mel, já que bebia tudo,

e os movimentos que fazia com os lábios e a língua para recolher cada gota contribuíam apenas para meu prazer crescer. Quanto mais me chupava, mais minha xana se

contraía, mais eu gozava e mais eu gritava.

Uma boca, suave e gostosa, envolveu meu mamilo e eu soltei um gritinho de prazer. Taís cuidava de meus seios, lambendo um e massageando o outro, enquanto Luana

chupava minha xana. E, definitivamente, atingi orgasmos múltiplos. Uma sequência de orgasmos que me fez gritar até ficar momentaneamente sem voz. Quando os espasmos

finalmente acabaram, eu por um momento ou 2 fiquei completamente incapaz de reagir, e os sons que eu escutava estavam distantes. Quando voltei a mim, percebi que

ainda gemia, sentindo o fim das descargas elétricas que me percorriam. Taís fazia um gostoso carinho em meus cabelos cacheados.

- E você, gostou? - perguntou, sorrindo, também consciente de que eu era totalmente incapaz de responder.

Mas eu conseguia sorrir, e o sorriso satisfeito que estava em meu rosto deve ter respondido sua pergunta, já que ela riu baixinho e me beijou delicadamente nos lábios.

Ela se afastou de mim e Luana sentou-se a meu lado, ainda se masturbando, pelos gemidos baixos e movimentos que eu escutava. Mas percebi que Taís agora ia provar

o

outro lado, a inigualável sensação de chupar uma buceta. E parecia estar fazendo um excelente trabalho, já que Luana passou de gemidos a gritinhos e de gritinhos

a

berros. Senti quando Luana gozou. Senti ela se contorcendo, ouvi os gritos escandalosamente altos e o barulho de sua vagina ao se contrair pelas chupadas de Taís.

A menina aprendia rápido. E aprendia bem. Depois de fazer Luana gozar, ela percorreu o meu corpo com a língua e chegou até minha buceta. E, apesar de não chupar

minha

buceta como Luana, foi capaz de me fazer rapidamente chegar ao orgasmo. Sua língua era menor que a de Luana, mas era mais macia e rápida. Contornava meu grelinho,

passava de cima a baixo, de baixo a cima e de um lado a outro. Ela se concentrava em meu clitoris enquanto seus dedos me invadiam, 3 dedos muito rápidos e deliciosamente

ávidos. Gozei muito em sua boca, novamente gemendo alto ao fazê-lo. Estava em sérias dúvidas se pedia para pararem de fazer aquilo comigo ou me fazerem gozar até

desidratar. Estava adorando a sensação de ser passiva uma vez.

Luana, aparentemente ainda não totalmente satisfeita, agarrou Taís e a puxou para si, beijando a baixinha com vontade. E eu, ainda com vontade de chupar uma buceta,

me posicionei entre elas e as duas, que estavam ajoelhadas, eram facilmente acessíveis a mim. Hora uma, hora outra, eu chupava, alternando entre elas com chupadas

fortes e delicadas, rápidas e lentas. Em dado momento, Luana ficou tão louca de prazer que esfregou a xana na minha cara. Mergulhando a língua nela, percorri sua

racha lentamente e passei a chupar Taís, que soltava aqueles gemidinhos agudos que tanto me excitavam. Quando finalmente deixei as duas se grudarem novamente, ouvi

o familiar som de duas xanas se esfregando, e ouvi o escândalo das duas ao gozar intensamente. Nada se iguala à sensação de duas bucetas em atrito.

As duas caíram desfalecidas ao meu lado.

- Nossa - ofegou a baixinha - é gostoso mesmo, meninas. Só fico triste por num ter feito isso antes - ela riu sem forças.

Luana, também ofegante, respondeu.

- Foi uma das melhores experiências que já tive.

- Eu também acho isso - respondeu Taís.

- Gente? - chamei timidamente.

- Que? - respondeu Taís.

- Nossa amizade vai ficar intacta, não vai? - perguntei, pois agora que o tesão tinha parcialmente sido acalmado, o pensamento surgiu em minha cabeça.

- Mas é claro que não! - exclamou Taís, se aconchegando contra mim e me abraçando com um braço enquanto passava o outro por baixo de meu pescoço e colava o rosto

no meu - Vamos ficar muito mais unidas depois dessa - ela me beijou com delicadesa nos lábios.

- Depois de compartilharmos uma imtimidade e um prazer tão completos, duvido que a gente não fique mais ligadas - disse Luana.

Suspirei, mais que satisfeita. Ficamos as 3 em silêncio. Apenas curtindo umas às outras. E quando finalmente nos recuperamos, tomamos as 3 um banho juntas. No banho

não rolou nada além de elogios, umas aos corpos das outras, e um beijo entre Taís e Luana. Nos vestimos e arrumamos meu quarto, depois assistimos a um filme, mais

interessadas na molesa gostosa que nos tomou depois daquela seção de prazer que no filme. Taís passou o tempo todo abraçada com Luana, e eu estava deitada no sofá.

Quando Luana voltou à casa dela e Taís foi levada por Rafael até onde morava, ficamos as 3 conversando pelo MSN. À noite, liguei para o César. Contei que havia

passado uma tarde incrível com as meninas e, como não escondia nada dele, contei tudo o que rolou entre a gente. Ele só riu.

- Mas você não perde tempo mesmo, sua pervertida - ele disse com uma falsa bronca na voz. Bem, para mim era falsa, pois às vezes parecia que ele dava bronca mesmo,

rs.

Minha mãe chegou e conversamos bastante. Ela viu pelo meu rosto que eu tinha aprontado algo. Ela sabia o que era, e apesar do desagrado em sua forma de agir, não

me disse nada. Dormi, um sono profundo, ouvindo a chuva caindo lá fora, toda quente, relaxada e muito satisfeita. No dia seguinte, para minha surpresa, o sol tinha

nascido.

Teríamos inglês aquele dia, e eu estava animada para a aula. Prometia muita diversão, entre a professora tentando controlar a turma e as inevitáveis zombarias que

viriam em resposta.

E, o melhor de tudo, eu encontraria minhas amigas e agora o César. É, dava para dizer que foi um excelente início de semana.

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Comentários

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Concordo plenamente,se pra criticar faz melhor.....eu adorei o conto.

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Greg_Safoe tao bom que nem postou nenhum conto grande Zé aff kkk tem gente besta que so faz criticas destrutivas,como se fosse perfeito!

O conto esta otimo,erros ortograficos? Quem nunca cometeu?

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Eu desconsideraria o comentário de Greg-safo

vc é demais menina

seus textos atenderam restritamente meus desejos(adoro os detalhes)

me fez ficar ensopada

nota mill

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Olá... Adoramos o seu conto, nos deu muito tesão. Meu nome é rubia e meu marido é o Beto. Publicamos um conto também, o nome é: "A procura de um amante" É verídico. Criamos um blog só para falar de sexo e relatar nossas experiencias, caso queira visita-lo ou mesmo mandar algum material, o endereço é: www.rubiaebeto.comunidades.net

Beijinhos molhadinho

Rubia

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