Eu sempre fui o tipo de pessoa que se eu gostasse de uma pessoa, eu não hesitava em demonstrar o meu afeto por ela. Com o Felipe e com a Gabriela, não foi diferente, dificilmente eu não ia com a cara de alguém, só se ela fizesse algo imperdoável pra mim.
A minha relação com Felipe não podia estar melhor, nossas mães já sabiam sobre nós e compreendiam a nossa escolha.
No dia seguinte, eu e o Felipe, já estávamos arrumando a mala pra ir embora, quando a minha mãe chega no quarto e pergunta se nós não poderíamos levar a Júlia conosco.
A Júlia era a minha vizinha antigamente, nós só tínhamos 1 ano de diferença de idade, a fama dela na rua nunca foi a melhor. Mas, a minha mãe disse que mãe da Júlia ficou morrendo de vergonha de pedir, pois a Júlia ia começar a faculdade, só que o apartamento ainda estava em reforma e não queria que ela ficasse sozinha até o apartamento ficar pronto, então pediu pra que ela ficasse com a gente por pelo menos uma semana.
Como eu gostava muito da mãe da Júlia, não achei problema em ela ficar conosco apenas uma semana. Expliquei para o Felipe quem era a Júlia e se ele não se importava de ela ficar com a gente, ele assim como eu não achou nenhum problema.
Coloquei as malas no carro e a Júlia apareceu, aí sim eu entendi porque a fama dela não era tão boa, não sei se era por inveja das outras garotas, ou porque ela era merecedora da reputação que tinha.
A viagem inteira ela ficou tentando puxar assunto, falando sobre a ansiedade de começar a faculdade e outras coisas banais.
Chegando no apartamento, eu disse que ela poderia ficar com o meu quarto e que eu e o Felipe dormiríamos no sofá – cama que tinha na sala. Ela no começo excitou um pouco, disse que não era certo, pois ela era visita, etc. Pelo menos eu tinha que concorda que ela tinha bom senso, mas por educação, eu disse que não havia problema e assim ela se instalou no meu quarto.
Já era umas 22:00 horas Juliana deu a idéia de irmos para uma balada , eu e o Felipe estávamos mortos de canseira, mas ela veio com um papo furado de que não conhecia ninguém e nem o lugar. Fazendo essa chantagem toda, acabei cedendo as vontades dela e partimos para a balada. Chegando lá, ela saiu em disparada para a pista de dança mas como não queria dançar sozinha chamou eu e o Felipe.
Eu já não gosto de dançar, então dei sinal de negativo e o único que sobrou foi o Felipe. Ela logo se agarrou nele e puxou ele até a pista de dança. Depois de uns 20 minutos, começou a tocar uma música romântica e quando eu olhei ao redor, vi os dois abraçados e dançando lentamente.
Aquilo realmente feriu uma parte do meu coração, eu sabia que ele era “meu”,mas ver ele com outra pessoa me fez lembrar quando eu tinha que ver ele com a Manuela.
Eu não tinha como culpar a Júlia, pois ela não sabia da relação que eu tinha com o Felipe, ela apenas viu ele como um homem heterossexual, bonito e solteiro.Quando chegamos em casa a Júlia foi dormir e eu fui conversar em particular com o Felipe.
- Felipe, é só um aviso: não fique tão perto da Júlia.
- Por quê? Você está com ciúmes?
- Não é ciúmes. É porque como ela não sabe sobre nós, ela pode achar que você está disponível pra ela.
- Eu sei disso, é que ela apenas começou a desabar sobre a vida dela e eu apenas confortei ela.
- Não dê falsas esperanças para ela
- Não estou dando.
- Espero que não dê mesmo!- falei concluindo a nossa conversa.
Fomos nos deitar, pois dali algumas horas teríamos aula.
Na manhã seguinte, ouvi um barulho e quando abri os olhos, vi a Júlia em pé olhando para a minha direção, olhei para o lado e vi que o Felipe ainda estava dormindo e com os braços ao redor do meu corpo.
Depois de alguns segundos de transe por causa do sono, percebi a situação... DROGA.