Não vou falar que não fiquei curioso pra saber quem era a misteriosa paixão do meu primo, pois eu estarei mentindo. Mesmo ele estando com aquele corpo, esqueci que suas atitudes e o jeito de ser dele não haviam mudado junto com a sua aparência.
No dia seguinte, meus pais chegaram e se assustaram com um “estranho” dentro de casa, dormindo no quarto do sobrinho deles. Eu para não ser estraga prazeres, deixei o próprio “ estranho” explicar adequadamente a surpresa.
Depois que meus pais descobriram que o “estranho” era na verdade o Hugo, aí que começaram a fazer perguntas do tipo: Mas...como? Isso é possível? Ah, você deve ter sofrido muito! Você parece outra pessoa!
Apenas a minha mãe, como já estava acostumada a ver ele gordo , que disse que ele parecia um esqueleto de tão magro que estava.
- Mãe, você pode chamar isso de barriga tanquinho- disse levantando a blusa dele- trincado, musculoso, mas menos esqueleto, ele apenas está em boa forma- disse abaixando a blusa dele.
- Tanto faz – disse ele revirando os olhos.
Já o meu pai foi mais além.
- Que pena que na minha época não tinha todo esse tratamento de beleza , imagina se tivesse, eu não poderia nem colocar os pés na rua.
- Quem nasce feio não morre bonito- disse a minha mãe com uma cara triunfal.
Enfim, gozações com a forma física do meu primo é o que não faltou.
Já à noite meus pais foram dormir, enquanto eu e o Hugo ficamos na sala assistindo televisão. Eu lembro que estava passando na televisão um documentário sobre as maiores construções do mundo, aquilo não me interessava nem um pouco, mas o Hugo estava vidrado no documentário.
Para descontrair o ambiente, peguei o controle e mudei de canal, o que fez com que ele ficasse puto comigo.
- Coloca lá de volta.- disse ele meio alterado.
- Eu não! Que coisa mais chata aquilo- disse eu com cara de entediado.
- Se você não está interessado, então vai dormir e me dá o controle.
- Quem disse que eu estou com sono?
- Então devolve a droga do controle.
-Se você conseguir tirar de mim- disse com tom brincalhão.
- Eu sabia que você era Mané, mas nem tanto assim
- Ta com medo de não conseguir?
- Medo? Essa palavra vai combinar mais ainda com você quando eu me levantar daqui.- disse ele com um olhar desafiador.
- Então levanta! – disse desafiando ele.
Levantei do sofá e coloque o controle atrás de mim com uma das mãos, ele se levantou e veio na minha direção, todo motivado a pegar o controle das minhas mãos.
Vendo aquela brincadeira, percebi que seria mais divertido se eu segurasse o controle no alto das minhas mãos, pois ele era um pouco menor que eu.
E assim ele começou a pular feito um louco para conseguir pegar o controle de mim. Cada vez que ele pulava, eu passava o controle para a outra mão. Eu estava me divertindo com a situação,mas durou pouco, quando senti a dor do impacto das minhas costas com o chão...