Douglas, eu disse que quero ficar sozinho e dormir.
- Que seja seu idiota. Tomara que morra dormindo.
Eu não entendia aquela reação dele, mas falou com raiva e saiu do quarto. Finalmente fiquei sozinho, estava quente na cama, e o cansaço veio com tudo, e eu dormi.
Só que meus sonhos também não me deixaram em paz, eu estava de novo no rio Prata, o mesmo que me afoguei pela primeira vez. Comigo estava meu amigo André, vi minha mãe de longe conversando com o Sr. Augusto que era pai de André.
Todos os domingos, íamos para esse rio, era gostoso e almoçávamos lá. Era um programa legal, e podíamos ficar brincando no rio, que não era muito perigoso. Mas tinhamos que ficar no raso.
-Luizinho, vamos atravessar para o outro lado?
O André falou, ele sempre foi meu melhor amigo, era uma boa pessoa. Mas às vezes era muito impulsivo.
-Ta louco André? É fundo, vou não.
-Deixa de ser medroso, nós sabemos nadar.
Era verdade, já tinha 12 anos, e nadávamos muito bem.
-Não.
-Vamos, por favor.
Ele existiu tanto que concordei. Uma vez formos até o meio, mas nunca atravessamos.
Olhei para minha mãe, ela estava rindo e conversando com o pai de André. Sabia que era iria ficar brava, mas fui.
Dei algumas braçadas, e o André estava no meu lado. Até que não sinto mais o chão, já estávamos no meio do rio, eu estava um pouco ofegante. Devia ter uns 3 metros de fundura.
Mas não apavorei, dei mais uma braçada e sinto minha perna fumigar, uma dor que ia ao meu nervo e fazia minha perna ficar pesada, e pareciam pequenas agulhas sendo enfiado no meu músculo na perna, depois de um período não a sentia mais. Estava tendo uma câimbra.
Não consegui prosseguir, a dor era muita.
-André, socorro.
Eu grito ele, mas não tinha ouvindo, eu entro em desespero. Tinha começado a engoli água.
-Socorro.
Vou mais uma vez para baixo, e engulo mais água, comecei a bater os braços. Queria oxigênio, mas ele não vinha. Estava asfixiado. Mas conseguir grita de novo.
-Socorro.
Nessa hora sinto uma mão no meu ombro.
-Luiz.
Era uma voz grave, calma, e sonora. Já tinha ouvido ela, era do Douglas. Abro meus olhos e vejo aquele homem sentando na minha cama, com um olhar preocupado. Ele estava lindo como sempre. Mas eu o olho assustado, o que ele estava fazendo ali?
-Luiz, você esta bem?
-O que... O que você faz aqui?
Eu falei rápido demais, e gaguejei. Sempre ficava nervoso com a presença dele, mas ele ali, na minha cama e logo depois daquele pesadelo.
-Fui muito grosso com você, queria me desculpar.
Ele falou olhando para suas mãos. E no final olhou para mim e ficou esperando uma resposta. Eu não acreditava que ele tinha me acordado para me pedir desculpa.
-Você me acordar de madrugada, para pedir desculpa?
-Sim, desculpe por isso também. Não estava conseguindo dormi. Mas você estava tendo um pesadelo?
-Por quê?
-Esta suando, e perdido socorro.
-Hum.
Eu olhei para minhas mãos com vergonha, droga, sonhei de novo com aquilo, e agora falei dormindo.
-Você me perdoa?
Ele falou, me fazendo olhar para seu rosto, eu estava confuso.
-Por que é tão importante que eu te perdoe? É a segunda vez que você é assim comigo, e logo depois vem pedir desculpa.
Eu não entendo.
-Não gosto de brigar com você.
-Não gosta? Mas sempre começa as brigas.
-Cara, fala logo se me desculpa.
-Se é só isso que você deseja, sim eu desculpo. Vou volta a dormi.
Já estava estressado com isso, o cara é grosseiro comigo, me trata mal, e depois sempre vem pedir perdão.
Mas ele não saiu do meu quarto, a luz estava acessa. Ele levantou e ficou andando pelo quarto, mexendo nas minhas coisas.
Eu olhei incrédulo para ele.
-Você pode mexer nas minhas coisas, já eu não?
Ele se virou e por um minuto e fintou nos olhos.
-Você nunca disse que não gosta que mexo nas suas coisas.
-Eu não gosto. Falei agora.
Ele realmente estava me tirando do serio. Mas ele não parou, pegou um carrinho da minha coleção, depois mexeu em alguns papéis de faculdade. Até que ele parou numa estante que tinha alguns livros que fiz questão de trazer. Passou a mão por alguns e pegou um livro fino e branco, era do “Pequeno Príncipe”.
-Não sabia que gostava de ler.
Ele falou folheando o livro.
-Gosto muito, mas você poderia...
Antes que eu o mandasse ir embora, ele fechou o livro e declarou uma trecho. Logo eu reconheci.
-“Não soube compreender coisa alguma julgado por seus atos, não pelas palavras. Ela exalava perfume e me alegrava...
Não podia jamais tê-la abandonado. Deveria ter percebido sua ternura por trás daquelas tolas mentiras. As flores são tão contraditórias! Mas eu era jovem demais para saber amá-la.”
Ele declamou essas palavras muito bem, parecia ser um bom leitor. Mas o que me surpreendeu era que ele tinha falando sem ler.
-Como?
- O que?
-Eu to impressionado com você.
Falei com uma enorme admiração, o Pequeno Príncipe era meu livro infantil preferido, e parecia ser dele também.
Ele deu um sorriso de meio canto, e sentou na minha cama.
-Por que você escolheu essa parte do livro?
Eu perguntei curioso.
-Por que é quando ele descobriu que a flor que ele tanto admirava, que o enganava com mentiras e beleza, era realmente uma flor boa. Mas ele foi muito imaturo para ver isso antes.
Eu fiquei muito confuso com aquelas palavras, ele me surpreendia a cada dia.
-E depois de ele ter conhecido vários mundos, ele percebe que sentia saudade da sua terra, que era preciso voltar para lá e viver sua vida, queria pedir desculpa para a flor. E agora ele era maduro, e sabia varias coisas.
Eu fiquei de boca aberta.
-É a parte que mais gosto do livro – Ele disse olhando para mim.
-Pensei que gostasse da parte que ele fala com a raposa, “Tu é eternamente responsável por aquilo que cativa”. – Falei tentando imitar ele.
-Não, não sei se isso seja verdade.
-Por quê?
-Sei lá, eternamente é muito tempo, e também ninguém obrigada o outro a se apaixonar por você.
-Sim, mas se você tiver boas qualidades, é o começo.
-Mas as qualidades nesse sempre resultam em paixão, eu não sou obrigado a gosta de você, só por que você gosta de
mim.
Aquelas palavras mexeram comigo, nunca me imaginei discuti isso com ele, não com o Douglas, ele era realmente inteligente.
Nessa hora não sei o que deu em mim, tirei a coberta e fiquei de joelho, eu estava muito perto dele, perto demais. Eu devia está dormindo ainda, mas com a aproximação dava para sentir seu cheiro. E falei com um tom de provocação.
-E mesmo se eu me apaixonar por você, você não tem obrigação de gosta de mim? É isso que está dizendo?
-Sim, não posso te amar só por que sente algo por mim.
Eu estava muito perto, senti meus músculos ficarem rígidos, e sentir a mesma reação nele. Eu estava ofegante, sentia
que ia o beijar a qualquer momento. Ele olhava confuso para mim, mas não desviava o olhar a nenhum minuto.
-Mas se ele for muito jovem e não entender o que seja o amor? Não entender que a beleza é mais do que o exterior?
-Ai sinto muito dizer, ele é um imprudente por se apaixonar pelas características físicas.
-Mesmo que essas sejam divina? Mesmo que isso custe caro para ele?
-Sim.
-Mas depois ele reconheceu que amava a flor, mas ela teve que conta mentiras.
-Tem gente que cria um modo de defesa.
Aquela conversa não era mais sobre o livro, aquilo tinha indo para algo mais profundo, parecia que estávamos falando de nós, eu ainda estava perto. Desejava a sua boca. Ele começou a notar isso, ficou vermelho. Agora ele estava respirando fundo, e se afastou um pouco para trás. E perdendo o contanto visual comigo.
-Bom, tenho que ir dormi.
Ele falou, mas não se mexeu, eu o queria beijar, sentir o seu corpo quente, meu coração estava disparado. Mas ele simplesmente se levantou e saiu pela porta.
Senti-me de novo um idiota. O que eu estava fazendo? Por que eu o queria? Ele era problema, e ainda do mais era homem. Não podia está acontecendo isso. Definitivamente teria que matar esse sentimento.
Aquele homem era pior que a flor do livro. Ele tinha muitos espinhos, demais para eu conseguir me livrar. Mas sabia que chegasse mais perto iria me machucar. Mas a alguns minuto atrás eu queria correr esse risco, queria me entregar a esse desejo. Mas depois de se rejeitado, me sentir um imbecil por ter feito aquilo.
Não conseguir dormir mais, só queria que chegasse logo de dia, para poder me livra dessa amargura, mas não ia fazer efeito, aquilo estava me consumido a cada dia.
Continua...
BOM MOÇADA, VOCES TÃO GOSTANDO? EU TO ADORANDO ESCREVER ESSE CONTO, SOBRE ESSES DESEJOS QUE O LUIZINHO SENTIR POR SEU PRIMO, ADORO KKKK MAS ESPERE POR MAIS EMOÇÃO. QUERO QUE VOCES COMENTEM E VOTEM MUITO, BJSSS ATE A PROXIMA.