Gente, eu sou o Syaoran e este não é meu primeiro conto na casa, gosto muito de Glee e desenvolvi alguns contos falando o Kurt (Chris Colfer) e Davi (Max Adler), mas agora decidi fazer um outro conto, não sei. Espero a opinião de vocês, dicas e sugestões. Tentarei fazer um conto que aborde experiências homossexuais, e neste tema lembrarei de experiências que tive, e que meus amigos tiveram, e me comentaram, mesmo os que hoje são héteros e com filhos espalhados pelo mundo. Espero também sugestões com a experiência de cada um. Então, vamos ao piloto do conto:
Gente, sou Arthur, tenho 25 anos e hoje vou contar pra vocês um pouco de mim, das minhas experiências. A pessoa nasce gay, ou se torna gay? Será que todo mundo que tem experiências homossexuais é gay? Eu creio que não, ser gay não é apenas uma questão de sexo, corpo é uma questão de amor, de interesse. Eu sou gay não apenas porque eu quero transar com um homem, mas porquê eu me apaixono por homens e quero estar com ele... eu sinto por eles o que muitos dizem que um homem deveria sentir apenas por uma mulher. Mas, quando isso começou, não me lembro ao certo.
Consigo lembrar que sempre fui uma pessoa que me deixei levar pelos outros, nunca fui muito genioso, lembro que, com uns cinco, seis anos já comecei a ter as minhas primeiras experiências homoeróticas... calma, não fui estuprado, ou alguém roubou minha pureza. Sinto informar, mas crianças não são tão puras, temos as nossas curiosidades e os nossos jogos, tentamos descobrir acerca da sexualidade e do outro, mas isso não dá o direito a nenhum filho da puta de tentar se aproveitar das crianças, a descoberta sexual da infância é diferente da sexualidade de um adulto que passa a envolver uma criança, deixo isso bem claro. Muitos filhos da puta se aproveitam desta característica da criança e a culpam pelo mal que fazem, “foi você que procurou” a criança não procurou nada, entendeu!
Da mesma maneira que eu beijava as menininhas, porque os adultos achavam bonito, fiz um pacto de segredo com outros dois amigos meus, Matheus e Tiago, que tinham por volta da minha idade e tínhamos uma brincadeira, que na época eu achava nojenta: um beijava o pênis do outro. Não percebia maldade naquilo, e nada de muito sensual, era apenar uma brincadeira, mas, naquele período, alguma coisa me dizia que aquilo era errado, então, algum tempo depois abandonamos o jogo.
Nós não sabíamos acerca da vida, e muito menos que aquilo era uma forma de se fazer sexo, tanto que, um tempo depois digo para minha mãe, Sônia, de nossa antiga brincadeira, ao que ela se mostra um tanto escandalizada, pergunta se ainda a fazíamos e informo que não. Ela só me pede para não mais brincar disso com os outros meninos, que isto era errado, pecado. Pecado é uma coisa feia, não acham? Se isso é pecado, prometo, que não faço mais, e se os meninos quiserem brincar comigo assim, eu simplesmente não vou brincar.
Mas, percebo que existe alguma coisa diferente comigo, e eu não sei o que é? Minha família nunca teve problemas em tomar banho junto, já tomei banho com minha mãe, cunhada, irmãos, mas teve um dia, um fatídico dia que algo aconteceu. Eu fui tomar banho, acho que, aos sete, oito anos com um primo mais velho, Leonardo, que deveria ter por volta dos 15 anos naquele período. Droga, o que pensei foi tão errado, tão sujo. Não, nunca, jamais. Eu tentei negar pra mim mesmo, mas a imagem da água caindo e perfazendo os contornos de seu corpo que era visivelmente maior que o meu... mais desenvolvido, demonstrando as conquistas do desabrochar da adolescência me agradava. Creio que tomamos banho juntos apenas uma, duas vezes, mas aquilo já bastou para a imagem ficar gravada em minha mente. Como? Aquilo não poderia me agradar, é errado, é pecado.
Naquela época eu tinha muito medo do pecado, ser um pecador, quem comete pecado vai parar, vai queimar no fogo do inferno... eu não quero ir pro inferno, eu não quero sofrer, não quero a danação eterna. Lembro que, certa vez, vi uma imagem em um livro de um amigo evangélico que tinha ilustrações das danações que seriam impostas aqueles que cometessem pecados. Eu não poderia ser um pecador. Eu não seria um pecador. Eu não sou um pecador. Toda vez que eu lembrava da cena do banho com meu primo, me vinha a mente as danações que a mim seriam impostas no inferno e eu esqueci aquela cena.
Não sei se nos outros estados havia esta música, mas no meu, quando eu era menor sempre cantava “homem com homem, vira lobisomem; mulher com mulher, vira jacaré”. Mas, por quê homem com homem vira lobisomem? Eu não sabia o que aquilo significava só que eu morria de medo de ser um lobisomem, imagina se transformar em lobo durante a noite, nunca.
Fui crescendo e percebendo uma coisa horrível, por que no mundo tem que existir tantos homens bonitos... eles eram pra ser feios, se assim o fossem, quem sabe meus problemas com o pecado estariam todos resolvidos. Uma coisa que eu gostaria, e muito de saber, por que os filmes do final dos anos 70 e inicio dos 80 só aparecem homens e mulheres seminus e os homens, quando musculosos aparecem com um litro de óleo espalhados pelo corpo. Assim não pode... assim não dá... eu assistia a todos estes filmes, me agradava vê-los, e por vezes a forma como sofriam por suas mulheres, ou estas o faziam sofrer. Nestes momentos eu pensava “Arthur, isto é errado, pare com isso, pare agora. Você lembra do inferno, não lembra? Se continuar assim, você vai parar direto no inferno”.
Inferno, inferno, inferno, porque tens que existir, oh inferno.
Concomitante a isso, ou outro problema apareceu na minha vida, Gerson, outro primo mais velho do interior, deveria ter uns 12 anos, quando foi passar as férias lá em casa. “Eu sou um pecador”, o que fiz não tem perdão.
Calma, não fiz nada de mais, mas por conta dos meus questionamentos anteriores isso era errado. Desenvolvi um jogo com Gerson. Durante a tarde, quando meus pais saiam para trabalhar, assistíamos ao cinema em casa, onde tinha todos os filmes com aqueles homens horríveis, com seus corpos definidos... um dia... ah... um dia... no meio do filme começamos a brincar com gelo... ficávamos rebolando gelo um no outro, depois pensei um tanto melhor e decidi mudar a brincadeira. Agora não jogávamos mais gelo no outro e sim dentro da cueca, sendo que um deveria pegar o gelo dentro da mesma. Quando Gerson colocava o gelo na minha cueca ele pegava em questão de instantes, entretanto, na minha vez eu me aproveitava o máximo desta situação. Pegava e sentia a textura de seu pênis e a forma como ele ficava um tanto mais rígido... brincamos assim por uma hora e depois decidimos parar. “Cara, decididamente existe algo de errado comigo.”
Este é um recorte da infância de Arthur, na adolescência mais coisas acontecerão, se quiserem saber é só votar e comentar.