Meus queridos, muito em breve, ficarão sabendo o grande “segredo” que envolve o pai do Guilherme, e a perseguição do Bernardo. Continuem lendo. Estou amando todos os comentários. Um xero bem grande para cada um de vocês.
“ERVA VENENOSA, É PIOR DO QUE COBRA CASCÁVEL, SEU VENENO É CRUEL”!
Boa Leitura...
Esse cara sua piranha, é o namorado dele. – Guilherme falou tão alto, que a mãe do Andrey não pôde deixar de ouvir, e partiu feito um vulcão para sala. A confusão estava armada de vez. Como o Andrey vai sair dessa? E o que será que a Alice vai aprontar ao descobrir o envolvimento dos dois?
- O que este rapaz está dizendo meu filho? – dizia a mãe do Andrey assustada e ao mesmo tempo perplexa, assim como a Alice que encarou os dois.
- É... Mãe eu preciso ter uma conversa séria com a senhora.
Andrey percebeu que o clima não estava bem. Agora, além de explicar ao Guilherme quem era Alice e o porquê que ela estava agarrada ao seu pescoço, tinha também que explicar sobre o seu namorado a sua mãe. Tudo bem que mais cedo ou mais tarde ele teria de contar, mas não esperava que fosse daquela forma.
- Enquanto você conversa com a tua mãe e essa... – Guilherme fez cara de nojo para Alice.
- Eu sou a namorada dele meu querido! E este filho aqui – ela tocou em sua barriga. – É dele!
O Guilherme quase caiu pra trás. Aquilo era mais que uma revelação, era uma bomba! Antes mesmo de ouvir qualquer explicação, seguiu em direção a porta para sair dali o mais rápido possível. Nunca havia se sentindo tão traído por alguém.
- Ela está mentindo Guilherme – ele gritou. – Eu amo você meu amor. È você que eu amo meu branquinho. – as duas viraram-se pra ele com expressões de perplexidade.
- Me explica esta história Andrey. Agora! – sua mãe já estava nervosa, e o Guilherme resolveu ficar, para ouvir uma explicação dele também.
O Andrey baixou a cabeça e começou a chorar. Por um momento, encarou a mãe e foi aos poucos contando tudo para ela.
- Mãe... Este cara aqui... – ele apontou para o Gui, que estava perto da porta, totalmente imóvel. – Ele é o meu namorado!
- O quê? Não, não pode ser! Isso só pode ser uma loucura Andrey. O meu filhoNem eu estou acreditando. Isso deve ser uma piada e de muito mau gosto. Você gosta de mulher Andrey, e eu sou a sua mulher! – disse Alice esbravejando.
- Eu não vou ficar aqui, ouvindo esta vagabunda dizer isso. – disse Guilherme também alterado.
- Chega! – Andrey gritou, querendo atenção de todos.
- Mãe... Eu não esperava sentir isso que estou sentindo. Eu juro pra senhora que no inicio eu não quis aceitar. Me condenei por várias vezes. Mas teve uma hora que não deu mais para segurar... Eu estava cansado de chorar todas as noites, reprimindo este sentimento. O que eu sinto pelo Guilherme é amor mãe. Um imenso amor.
- Amor? Este rapaz confundiu a sua cabeça meu filho! – Não existe relação entre dois homens. Isso vai de encontro às leis de Deus. Você não é isso! Nunca mais diga estas coisas. – ela toda trêmula e nervosa, começou acariciar o rosto do filho.
- Mãe, não adianta! Eu não estou falando nenhuma mentira. Só quero ser feliz. – ele começou a chorar.
- Mas você vai ser feliz meu filho. Olha... A Alice está grávida, e eu vou ter um netinho. – ela ainda não acreditava.
- Esta vagabunda aqui mãe, está grávida de outro cara, e me enganou todo esse tempo. E a senhora sabe que eu já três meses que terminamos o nosso namoro.- ele se virou para o Guilherme. – Confie em mim meu amor. Eu nunca ia te trair com essa garota.
- Eu não acredito nisso! Você me trocou por outro homem? Que nojo Andrey... Eu sinto nojo de você. Nunca pensei... – nesse momento ela saiu da casa, completamente revoltada e humilhada. Estaca inconformada com tudo que ouvia.
Guilherme não se conteve quando a Alice passou por ele, antes de chegar à porta.
- Já vai tarde sua cadela de quinta categoria. Perdeu meu bem. O bofe agora é meu piranha! – ele soltou um beijinho pra ela ironizando-a, que partiu jurando vingança. Assustado e sem poder fazer muita coisa, apenas assistiu toda a conversa do Andrey com sua mãe.
- Se você é realmente isso que está dizendo... Não é mais meu filho. – disse ela séria.
- Mas mãe. Não faz isso comigo. Se a senhora soubesse o quanto é difícil pra mim... Eu só queria que a uma das pessoas que mais amo no mundo, não me virasse às costas. Eu te amo mãe, e sei que é complicado pra senhora, mas não tenho culpa dos meus sentimentos.
- Eu nunca vou aceitar isso Andrey. É contra os meus princípios. Eu amo você meu filho, mas aceitar vê-lo com outro homem... É inadmissível.
Guilherme estava com vontade de abraçá-lo e confortá-lo por tudo aquilo. Via no olhar do Andrey que ele estava em desalento. Sabia o que ele estava sentindo, pois passou pela mesma rejeição quando revelou ainda na adolescência que era gay. Percebeu que a sua presença incomodava a mãe dele, e com muito cuidado, abriu a porta e esperou por ele do lado de fora da casa.
- Me perdoa se eu não sou o que a senhora sempre quis... –as lágrimas dele insistiam em cair. – Desde o dia me que eu perdi o meu pai, jurei pra mim mesmo, que cuidaria da senhora e do meu irmãozinho... E foi o que eu fiz durante esses anos. Consegui me formar na faculdade, logo depois arranjei um emprego, e de lá pra cá, a única coisa que eu fiz foi cuidar da minha família. Vivi por vocês, me entreguei por vocês, e é isso que eu recebo em troca mãe... Pode ficar tranqüila, eu vou continuar pagando os seus remédios e as despesas dessa casa. Mas se não for pra eu ficar com o Guilherme em paz, eu prefiro deixá-la aqui, sem ser observado como um monstro ou algo abominável. EU VOU EMBORA DESTA CASA HOJE MESMO!
Quando ele disse aquilo, foi como um impacto no peito dela. Refletiu cada palavra dita por ele. Não podia virar as costas para o seu filho querido. Por mais que achasse um absurdo a sua escolha, jamais ficaria longe dele. Ela o amava muito e não ia deixá-lo sofrer. Se fosse preciso passar por cima da sua religião, da sociedade, de qualquer coisa por ele, ela ia passar. Atirou-se nos braços dele e sem mais nenhuma palavra, chorou nos ombros do seu filho amado.
- Meu filho, meu Andrey... Eu te amo muito. Não vai embora não. Eu aceito! Eu aceito tudo que você quiser filho, mas promete que não vai abandonar a sua mãe e o seu irmão? – ela o abraçava desesperada com o medo da perda.
- Mãe, eu também te amo muito. Eu continuo sendo o mesmo homem que a senhora criou. Honesto, de caráter, humilde... Apenas amo outro homem mãe. A senhora vai gostar tanto dele. – ele ria e a beijava ao mesmo tempo.
- Só não faça nada de indecência na minha frente Adnrey. E eu preciso me acostumar com esta idéia, então me dê um tempo meu filho.
A alegria dele era tanta, que mal cabia em seu peito. Ao menos um problema foi resolvido em sua vida. Quanto mais pessoas a favor do amor deles dois, era mais fácil enfrentar as diversidades que poderiam surgir.
- Mãe? Posso chamá-lo lá fora, para que a senhora o conheça direito.
Ela ficou encarando ele em silêncio. No fundo sabia que ia ser difícil se acostumar com tudo aquilo, mas por amor ao filho, prometeu esforçar-se.
- Claro meu filho. Pode chamá-lo para entrar.
Andrey na maior alegria seguiu para fora de casa e encontrou Guilherme encostado em seu carro, fumando um cigarro.
- Oi amor. Vamos entrar. – ele não conseguia esconder o sorriso.
- Primeiro você vai me explicar o que aquela vagabunda queria dizer com “filho dele” e “meu namorado”?
- Amor, a Alice é a minha ex-namorada. Assim que terminamos, ela conheceu outro cara, engravidou dele, e depois veio pra cima de mim querendo que eu assumisse a criança. Como eu a rejeitei, não se conformou e insistiu nesse papo de que o filho é meu. Você precisa acreditar em mim meu amor. Eu jamais trairia você.
- Eu acredito seu bobo. Sei que você não faria isso. Aquela putinha de esquina não me engana não.
Eles deram um beijo para selar a paz e a união de ambos.
- Vem amor, vamos entrar. Quero que conheça a minha mãe direito. – Andrey o puxou pelo braço, e meio sem jeito, Guilherme entrou novamente na casa dele.
- Oi dona... – ele nem sabia o nome dela. Como o Andrey deu essa mancada de não revelar o nome da sogra para ele. Se bem que o meso nunca perguntou.
- Francisca. Como vai meu jovem? – perguntou aquela mulher de meia idade, por volta dos cinqüenta e quatro anos, negra, de cabelo crespo, mas de uma beleza encantadora. O Andrey era a cara dela.
- É um prazer conhecê-la dona Francisca. – disse ele meio tímido. Ficar diante da sogra era algo que o deixava desconcertado.
- O que você faz da vida Guilherme? – ela parecia interrogá-lo para certificar-se de que ele era uma boa companhia para o seu filho.
- Bem, eu... faço faculdade de Administração e moro na zona Sul do Rio.
- Zona Sul? – perguntou ela espantada e surpresa pela cor branca dele.
Antes que o Guilherme respondesse, o Andrey se antecipou.
- Os pais do Guilherme são ricos mãe. A mãe dele herdou a herança de seu avó e o seu pai é empresário.
- E porque se interessou pelo meu filho? Você deve saber que nós não temos tanto dinheiro, e que somos de família bem simples.
- Na verdade dona Francisca... – ele ponderou a voz. – Eu sei sim. Mas não me importo com isso. É claro que o dinheiro é fundamental para nossas necessidades, mas não é tudo na vida. O amor, carinho, afeto, amizade, humildade... Tudo isso vem em primeiro lugar pra mim.
Aos poucos, ele ia conquistando o seu espaço com ela. Conversaram muito e sobre diversos assuntos. A mãe do Andrey ia longe nos papos. Lancharam um delicioso bolo de cenoura que ela mesma fez e voltaram a conversar. Até que ele é um bom rapaz. – dizia ela pra si mesmo.
E assim, os dias foram se passando. O Guilherme cada vez mais próximo da sogra e distante da sua própria mãe.
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- Sabe Maria, eu sinto tanta falta do meu filho... – dizia dona Sandra na cozinha, numa conversa com a empregada.
- Dona Sandra, a senhora poderia chamá-lo de volta. Está triste desde o dia em que ele partiu. A senhora o ama muito, e sinceramente... Não vale a pena ficar longe do filho por homem algum.
- Eu sei Maria! Mas o Guilherme me decepcionou muito. Você é a prova de que eu fiz tudo por ele. O apoiei em tudo, fazendo sempre as suas vontades.
- Eu sei Dona Sandra, mas a família da senhora crucificou muito o pobre coitado. Qualquer um lugar dele, ficaria transtornado. – dizia a empregada.
- Sinto falta do sorriso dele nesta casa. Já faz um mês que ele saiu daqui.
- E como será que ele está se virando? – perguntou Maria curiosa.
- Eu liguei pra Lívia, uma amiga dele. Ela me disse que ele está hospedado em sua casa. Pelo menos fico mais aliviada.
- Oi tia, como vai? – as duas foram surpreendidas pelo Bernardo que adentrou na cozinha.
- Oi meu querido. Como estão os seus pais?
- Estão bem. – respondeu ele.
- Tia, sobre aquele namorado do Guilherme...
- Não quero falar sobre isso Bernardo.
- Eu descobri que ele mora num subúrbio, e está envolvido com bandidos. Além de usar drogas. Ele é muito perigoso tia. E só está com o Guilherme, para roubar o dinheiro da família.
Aquilo foi uma dinamite pra ela. Não podia acreditar no que ouvia.
- Meu Deus! Meu Filho! Não posso deixar o Guilherme na mão deste marginal. Eu sabia que aquele negro não prestava. Preciso impedir que uma desgraça aconteça com o Guilherme.
O Bernardo ria pra si mesmo. Parecia ter ganhado uma competição criando toda aquela mentira para ela. Queria de qualquer forma estragar o relacionamento do primo, e foi ao baixo escalão para conseguir isso.