Continuando o conto, tem mais uma parte neste capítulo. Espero que continuem lendo. Obrigado por todos os comentários. Quando terminarmos este capítulo vou falar mais sobre o Lucas e sobre mim, sobre nossas vidas e continuar contando sobre nosso relacionamento de forma mais estável, a parte de onde começamos a nos conhecer.
Capítulo 3 - Família II
Eu ainda tinha que explicar para a minha mãe a situação de Lucas, o jantar terminou bem e eu chamei minha mãe num canto e expliquei tudo, ela entendeu muito bem e até o comparou com meu pai e então disse que enquanto fosse preciso ele poderia ficar aqui em casa.
Quando disse a ele o percebi menos ocupado, disse a minha mãe que ele dormiria comigo, então fomos por quarto, tirei minha roupa em quanto ele me olhava sentado, fiquei só de cueca branca, quando percebi ele me comendo com os olhos fiquei morrendo de vergonha (acreditem tenho vergonha dele até hoje), sentei na cama ao lado dele coloquei o celular pra despertar e disse que ia me deitar, ele então começou a tirar sua roupa também e se deitou do meu lado me abraçando por trás beijando minha nuca. Acordei no outro dia ás 6 da manhã, tinha muito tempo pra me arrumar pro trabalho, em quanto tentei sair sem acordá-lo eu o despertei.
- Desculpa, não queria ter te acordado. – Eu disse sorrindo! Ele estava meio sonolento e era lindo daquela forma, parecia um bebezinho quando acaba de acordar. Como resposta ele sorri, se levanta e me beija, ficamos beijando um bom tempo, quando o clima começou a esquentar eu me soltei e corri pro banheiro, me higienizei coloquei minhas roupas e descemos pra tomar café da manhã.
No café minha mãe perguntou sobre seus mais e se ele queria que ela o levasse pra pegar suas coisas e conversar com eles e ele disse que não era necessário mas eu insisti em acompanha-lo já que ele iria em um horário em que só sua mãe estaria. Nesse dia não fui trabalhar pois era minha folga e não iriamos a escola também, então subimos pro quarto e nos arrumamos pra tal visita em sua casa.
Saímos mais ás 9 da manhã, seu pai estaria no trabalho, no caminho todo ele estava de mãos dadas comigo e percebi que ele estava meio apreensivo, quando chegamos perto do bairro onde ele morava um carro estacionou ao nosso lado, Lucas ficou nervoso e apertou a minha mão mais forte, o vidro do carro se abriu e pude ver um homem com uns quarenta anos com feição que lembrava a do meu namorado, com certeza era o pai dele.
- Então esse é o veado com quem você anda? Eu não te criei pra ser assim. Anda de volta pra casa e fala pra essa bichinha não te procurar mais! – Ele disse em um tom rude, parecendo que tinha nojo de mim. Aquilo era humilhante.
Os olhos de Lucas se encharcaram de lágrima, ele no entanto não soltou minha mão e pra mostrar confiança apertei a dela mais forte.
- Não! Eu não vou pai, me aceite como eu sou, eu sou assim! – Ele disse ainda chorando, olhando fixamente pros olhos do seu pai.
- Então quer dizer que prefere ficar andando ai dando pinta? Com esse veadinho? – Ele disse me olhando com nojo. – Dessa vez meus olhos se encheram de lágrimas. Lucas me olhou e percebeu minha reação, então olhou novamente para seu pai e continuou.
- Não chame meu namorado assim, e aceite você ou não é com ele que eu vou ficar. Eu sou seu filho mas não sou obrigado a ter as mesmas escolhas que você! Sinto muito de contrariar mas não serei hetero apenas por ser sua vontade e muito menos um advogado como você quer. – Lucas estava com tom severo.
- Então você não serve pra ser meu filho! Não vou te deixar na rua Lucas, pois não sou tão ruim o quanto pensa, mas não vou aceitar ter um filho gay! Então não se considere meu filho, não te darei mais nada além do que for básico, o que quiser terá que trabalhar. – O pai dele estava alterado e gritava, vá pra casa e espero te encontrar lá!
- Saiba que eu prefiro me matar de trabalhar do que ficar sob esse seu controle pai, eu amo esse garoto aqui e por ele eu faço de tudo.
O pai dele arrancou com o carro, Lucas estava arrasado eu então o abraço e o consolo.
- Vai ficar tudo bem meu amor, vamos enfrentar junto, e além disso você pode ficar lá em casa ainda se quiser.
- Vamos lá pegar minhas coisas... se ele pensa que eu vou me render por causa de luxos, está enganado.
Seguimos pra casa dela, eu não sou rico, levo uma vida normal, todos em casa trabalhamos. Meu pai trabalha fora numa empresa e fica maior parte do ano trabalhando, minha mãe é enfermeira e trabalha num hospital da cidade, tínhamos nossa casa e dois carros pois meu pai precisava de um para trabalhar. Ao chegar na casa de Lucas eu fiquei impressionado, era enorme, tinha dois andares e um jardim enorme na entrada. Ficava em um bairro de ricos, ele estudava na mesma escola que eu por que na cidade a escola particular não havia salas para o ensino médio. Entramos, seu pai estava lá.
- O que decidiu Lucas? – Ele disse severo.
Ele seguiu até a sua mãe e a abraçou.
- Eu não vou me render a chantagens pai, se quer que eu trabalhe então eu trabalharei! Mas não ficarei nessa casa, vou me sentir um estranho aqui. Vou pegar meus itens pessoais e me retirar daqui, procurar um emprego e levar minha vida. – Ele disse, eu estava até assustado com essa atitude.
- Meu filho! Não faz isso, seu pai só deseja o seu bem, você sabe disso não sabe? – Sua mãe disse pela primeira vez desde que entramos pela porta da frente.
- Ele não quer o meu bem, ele quer que eu seja como ele, quer me tornar o que o Luan não conseguiu ser. – Ele disse desviando para o início da escada me puxando pela mão. Antes que estranhem, Luan é o irmão mais velho de Lucas, mais pra frente falamos dele.
- Então se essa é sua escolha, espero que a vida te ensine alguma coisa. Não deixarei você passar forme, fique tranquilo, mas não te darei nada a mais que isso. Já tem onde ficar? – Seu pai continuou ignorando o olhar suplicante de sua esposa.
- Na casa do João!
Ele me puxou subindo as escadas, seu quarto era lindo, não tive muito tempo para perceber as coisas, ele colocou tudo que era seu em uma mala grande e logo saímos, sabia o quanto ele queria sair depressa daquela casa, eu também queria. Quando chegamos na sala novamente seu pai estava comum cartão na mão.
- Vou deixar isso com você, tenho certeza que vai precisar, ninguém vive sem dinheiro. Você sabia disso? – Ele disse em tom de deboche.
- Não precisa, vou trabalhar e te mostrar que eu consigo viver sem você e seu controle sobre minha vida. – Lucas disse continuando até a porta, eu o segui.
- Lucas pegue isso, seu pai só que você bem. – Disse a mãe dele correndo atrás da gente. Tarde demais, Lucas se apressou, me puxando e fechou a porta na cara de sua mãe. Seguimos pra minha casa, pelo que parece agora é nossa casa.
No caminho ele falou sobre encontrar um emprego e ver o que fazia da vida, me falou sobre sua vida e como seu pai fazia questão de obriga-lo a fazer as coisas de sua forma, se fosse o seguir ele deveria ser Advogado, Lucas queria ser engenheiro. Chegamos lá em casa e subimos pro quarto.