Amizade verdadeira virou amor. Capítulo 2
Continuando, vou descrever meu amado para vocês. Marc é menor que eu, cerca de 1, 67 m, malhado, mas não muito, já que trabalha na área da construção civil, cabelos iguais de índios, moreno claro, quase branco, inteligente e de bem com a vida, ou seja, ele é perfeito! Nossa amizade começou a ficar mais intensa a partir da separação das pessoas na sala, principalmente na execução das aulas práticas no laboratório, onde eu fazia minhas atividades com ele e mais 2 amigos. Nosso vínculo aumentou bastante quando ele começou a apresentar problemas ao longo do curso, inclusive, indo fazer uma recuperação, e eu claro, chamei-o para conversar, e sendo assim, ele me disse que havia problemas em sua família, principalmente, por seu pai ser alcoólatra, e sua mãe ser apenas uma mulher submissa e revoltada com a triste vida que levava. Marc tem duas irmãs, uma é Dani, excelente pessoa, estudiosa, sincera, boa amiga, o apoia em suas decisões e leva a vida numa boa. Já Diana, sua outra irmã é descontrolada, se juntou com um homem que bebe e não a respeita.
Já contei a vocês que nós ouvíamos muitas músicas juntos, principalmente Adele e Celine, mesmo ele sendo hétero ele curte música mais do nosso público, não sendo preconceituoso, mas é claro que temos um gosto mais "refinado". Ou seja, nós gays.
No mês de janeiro, fomos fazer o estágio obrigatório na FIRJAN, ou melhor, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, na área de automação e instrumentação, mas eu só fazia esse curso para ficar perto dele, uma vez que ao longo do curso eu sabia que essa não era minha área, já que adoro ciências humanas, principalmente História. Marc foi um estímulo para que eu cursasse até o término do curso.
Meu amado e eu curtimos estilos musicais parecidos, adoramos as cantoras citadas acima, mas também gostamos de Björk, que é uma cantora islandesa.
Outro vício que partilhamos é o jogo de dominó, jogados principalmente com as pessoas mais velhas da rua, onde mora, no bairro do Botafogo, no Rio, time que amo de paixão, assim como o cruzeiro.
No ano de 2011, conclui o ensino médio, e me comecei a me preparar para entrar na universidade. Que iria iniciar em janeiro de 2012. Minha vida sempre foi solitária, pois eu sempre achei que ninguém me entendia, comecei a ficar cada vez mais fechado a amizades e também a família; e fiquei cada vez mais focado nos estudos e amando secretamente Marc, e sofrendo claro por não ter a reciprocidade que eu esperava.
Inicia-se o ano de 2012, que pra mim, foi só outro que passou e eu não tinha ninguém para dizer que era meu namorado e, além disso, eu pretendia contar a minha família da minha orientação sexual, mas depois de ver minha prima ser espancada por meu tio, por ela ser lésbica, eu passei a ser cada vez mais discreto medroso e assustado. Eles levaram minha prima Eliana, para um psicólogo evangélico que iria reorientá-la, ou seja, me lembro duma entrevista recente no qual Silas Malafaia nos criminaliza e nos chama de aberrações, e claro que ele não fala com essas palavras. O mais triste disso é saber como as famílias reagem ao saber da verdadeira imagem e modo de vida de seus filhos, e escolhem não amá-los, mas sim, discriminá-los, segregá-los, excluí-los, e pior muitas vezes os agridem física e psicologicamente. Por isso, é que as autoridades e órgãos responsáveis por crianças e adolescentes devem ficar atentos para o bullying e para a crescente onda de suicídios de homossexuais. O Rio, onde moro, parece ser tolerante, mas na verdade não é! Passei minhas férias na Bahia de verão na Bahia, e presenciei atos e atitudes covardes contra homossexuais, ou melhor, homens que amam outros homens...