Mais que perfeito - Terceira Parte

Um conto erótico de Aaron
Categoria: Homossexual
Contém 1476 palavras
Data: 12/02/2013 23:25:18

E realmente eu tava, viajando naquela olhar cafajeste e sedutor. Viajando naquelas bracinhos desenhados por Deus, no azul daquele olhar, na força que aqueles lábios tanto exerciam sobre os meus. AFF, eu tava viajando, e muito! Até que ele me beija, ali mesmo. E eu tento expulsá-lo de mim, sem êxito.

- Para, por favor. – eu realmente peço.

E ele realmente não obedece. E eu estava divido.

Depois desse episódio, hehe, julgo ter sido um episodio já que quase todos que estavam chegando, retardados claro, àquela hora na facul ficaram olhando nosso desempenho de entrelaçamento com a boca. kkk. E não havia vergonha, assim podíamos ser notados, não era como Igor que não gostava que fizéssemos tal coisa na rua, lugares públicos e etc. Fico achando isso um máximo até que um de nossos professores cruza o campi em direção a sala, e nós somos completamente parados por uma chuva de aplausos advindos dos nossos amigos de classe, e até um fiu fiu emitido pelo professor. MEU DEUS! QUE ERRO, penso após ter entrado pra sala. E simplesmente, não menciono uma palavra mais com Matheus até o fim das aulas, mais ou menos às 13hrs. Meu estado de choque piora ainda mais quando vou almoçar com a Gil, e ela me conta os babados que estavam comentando no decorrer da aula. Sinto meu rosto corar, não sabia se por vergonha, ou pelo simples fato de que Matheus estava deliberadamente fazendo carinho nele. Jogo a mao dele pra longe, e começo meu discurso sem fundamento…

- Olha, eu não quero você. Eu to namorando, e simplesmente prefiro meu namorado. – não era bem isso que eu deveria falar, ain meu Deus. Decida-se Caio.

Era impossível não notar. Já que ele era lindo, e agora que já tínhamos feito a sala toda acreditar que éramos namorados, a merda estava feita de qualquer jeito.

- Olha, não quero nem saber o que você pensa desse seu namoradinho. EU QUERO VOCE. E é isso que importa, ouviu?

Era impossível não ouvir.

- Me dá um descanso, vlw.

E saio da cantina deixando todos pra trás. Quando chego no portão do campi, o guarda me pergunta…

- Oh Caio, te vejo uns bons 4anos. E vejo também que nos últimos 2 dias você tem saído antes das aulas terminarem…

Não deixo que ele termine de falar, faço sinal pra ele abrir logo a merda da cancela, e saio disparado tarde a fora. Quando chego a casa, encontro Igor mais uma vez no telefone, e com a mesma roupa que o deixei quando sai. Só que dessa vez, quando me vê, não desliga o telefone. E percebo que está acertando algumas coisas sobre um bico que iria fazer pra uma senhora num bairro próximo. Já tinha o visto falando com ela outras vezes. Sento-me à mesa na esperança de ter algo pra comer. E nada. E nada dele largar do telefone logo, e vir falar comigo. O que aconteceu em dez, quinze, trinta minutos. E eu saio da cozinha pra ver se ele ainda estava ali. Foi quando percebi que ele estava um pouco alcoolizado. Já quero quebrar o barraco.

- PORRA, porque você tá bêbado desse jeito?

- EU NÃO ESTOU BÊBADO. E DE MAIS A MAIS E SE EU ESTIVESSE?

Eu paro, penso por alguns segundos. Realmente não haveria problema nenhum se ele estivesse bêbado, já que o que mais fazíamos era tomar umas e outras. Mas não num dia comum como aquele. E sozinhos.

- O que está acontecendo com a gente? – eu pergunto, com medo do que iria escutar, mas precisando saber da verdade.

- Eu sinto o cheiro dele em você. Não aguento mais ficar com você, desse jeito. Em março eu estou indo embora pra casa da minha mãe. Não suporto mais isso.

Mas como assim? Desde quando eu tinha outro? E desde quando eu estava fazendo algo com outro pra que ele possa sentir o cheiro de outro alguém em mim?

Foram essas perguntas que eu fiz a ele.

E ele me conta que o Matheus tinha procurado ele há uns dois meses, e dito que eu estava namorando ele, e que eu estava traindo o coitado. E fez a cabeça dele com todo aquele blá blá blá, que eu sei que é bem característico do Matheus mesmo. Meu coração se IMPUTECE de uma forma que eu acho que seria capaz de efetuar uma eutanásia no Matheus caso fosse possível. Todos sabem o que é uma eutanásia gente? Pra quem não sabe é quando uma pessoa se mantém viva por aparelhos, e alguém propositalmente desliga esses aparelhos. NÃO FAÇAM ISSO EM CASA, ISSO CONSTITUI CRIME GRAVÍSSIMO PREVISTO PELA CONSTITUIÇAO. KKK! Brincadeirinha.

Mas que eu era capaz de matá-lo isso era 100% verdade, e também constituiria um crime gravíssimo. Mas eu era capaz. Que diabo, tentar acabar com meu namoro, sem ao menos me lembrar que estava por perto. E como ele teria conseguido me sondar tão bem, disso eu não fazia a menor ideia. Não guardo vínculos com a minha família, a não ser uma irmã mais velha, mas não acredito que ela teria tido esse contato com ele, e não sou amigo de quase ninguém. Assim, acho, que dificulta um pouquinho alguém de me encontrar com tanta facilidade. Mas enfim, tentei explicar toda a historia pro Igor, e acho que mesmo um pouco desconfiado ele acreditou em mim. Passamos o resto do dia sem muito aconchego, e sem um pingo de carinho, acho que ele ainda precisa de algumas provas pra acreditar em mim, o pior é que eu não tinha como fazer isso.

Já de madrugada eu escuto ele se levantar, e mesmo sem querer saber o que vai fazer na porra de lugar que ele vai, me levanto e vou atrás. Merda, ele sempre faz isso. E sabe que eu acordo.

- Amor, porque você levanta assim do nada, no meio da noite?

Ele estava na cozinha, com um copo de leite na mão, e tomando algo que notei ser um remédio. Tomo o frasco da mão dele, parecia algo que deveria ser injectado, mas ele estava tomando, era um vidrinho tipo esses de insulina, mas não era. E o princípio ativo do remédio me assustou de chofre (Iymphocyte immune globulin). Isso era algo sobre anemia aguda, talvez leucemia.

- O que significa isso, Igor? – eu digo balançando o frasco, como se fosse uma cueca com marca de batom.

- Um remédio, oras.

- É, eu acho que devo saber pelo menos o que é um remédio. E principalmente, pra que serve. Desde quando temos anemia aqui em casa?

Ele fica sem saber o que responder.

- Nunca tivemos.

- Então pra que esse remédio?

- Eu não tenho anemia.

Eita merda.

- Então pra que?

E ele vai até o quarto e me dá um envelope que continha um prognóstico de LEUCEMIA. Naquele susto… eu não sabia o que falar.

- Amor, desde quando?

Percebi que aquela pergunta era facilmente respondida se eu olhasse no verso do envelope. Lá teria a data. Assim eu fiz, era de uns dois meses. Exatamente quando eu estava num seminário na Europa. Mais do que perplexo, eu o abraço. E deixo que ele chore, já que foi a primeira vez que ele fez isso nos meus ombros. Era lindo. Sinceramente lindo. Apesar de ser no momento errado.

- Amor, porque não me contou?

- Ah, eu simplesmente não quis te incomodar.

- E você se esqueceu que eu sou um quase médico? – nos brincávamos com isso há um tempo, e falei em tom de comédia pra segurar minhas lágrimas, mas não deu. Estávamos chorando, era óbvio.

- Eu já podia estar te ajudando, amor.

- Mas eu não quero ajuda.

- Como assim? Você acha o que? Que é melhor morrer ai fraco com essa merda? Do que procurarmos os melhores tratamentos?

- Amor. Não quero te desgastar. Afinal, nem quero mais estar com você por conta disso.

E eu vou fazendo uma reflexão, era verdade. Fazia tempos que não nos tocávamos como sempre, tempos que ele não queria mais como antes, e tempos também que eu sentia ele um pouco distante.

- Amor, está tudo errado. Você fez tudo errado. Amanha mesmo vou conversar com um professor meu, que é expert nesses assuntos. Isso não pode ficar assim. Afinal, isso é só um prognóstico.

Não podia estar certo.

- Ei, eu não quero que se preocupe. Eu não quero tirar seu sossego.

- E você acha que você desse jeito está me deixando em paz?

Porra, eram 4 da manhã, e eu estava ali discutindo sobre o que me fazia bem ou não, com um cara que estava com prognóstico em Leucemia. Pelo amor de Deus.

- Deixe a minha vida que eu cuido, Igor. Enquanto isso cuidarei da sua. Porra, não pode ser assim. Você deveria ter me contado.

- Eu não te contei, por dois motivos. Primeiro não quis atrapalhar sua vida. Segundo, eu estou apaixonado por outra pessoa.

No meu choque…

Continua.

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Comentários

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Gente, os comentários são meu combustível, pra que eu continue escrevendo. To esperando, comentem !

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nota 10 /nao acho que ele esteja apaixonado por outra pessoa e sim que nao esta querendo te envolver

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