Nós também podemos (2)

Um conto erótico de dani do fe (danidando)
Categoria: Homossexual
Contém 730 palavras
Data: 14/02/2013 22:06:53

Tudo entre nós começou a ficar mais apimentado, a começar pelos nossos abraços. Eles não eram mais simples abraços de amigos em que se unem apenas a parte de cima dos corpos. Ele viraram pura agarração, com os quadris inclinados apontando para frente, fazendo roçarem nossos pacotes. Eles ganharam também uma nova dimensão, quando começamos a nos abraçar por trás. Da mesma maneira, com nossos quadris engajados e encaixados, com nossos contornos se amoldando perfeitamente entre si, peito contra costas. O membro ereto de um que queria se aconchegar entre os montes que eram as nádegas do outro, mas que eram impedidos pela fina barreira de algodão que eram nossas roupas de baixo. Passou a ser habitual ficarmos na janela conversando, neste abraço por trás.

Foi naquela posição que descobrimos novos horizontes também para nossos beijos. Adicionamos os beijos na nuca e no pescoço aos nossos costumes. Pouco depois foram as lambidas nos lóbulos das nossas orelhas. O encontro dos nossos lábios em selinhos, que antes eram raros acidentes, passaram a ser acidentes frequentes, e depois começaram a ser claramente intencionais. Nós já fazíamos biquinho para pedir o toque da boca um do outro.

As massagens que eu recebia de Fê nas minhas costas começaram a ter pequenas interrupções de tempos em tempos, quando ele beijava minha nuca e meus ombros. Ao fim delas, ele se deitava sobre mim, seu corpo repousando em cima do meu, me cobrindo por trás com seu calor e seu peso. Às vezes ficávamos assim só em silêncio. Às vezes, conversávamos ao pé do ouvido.

Sentar no colo um do outro foi mais uma novidade para nós. Não importa quantas cadeiras, poltronas ou sofás houvesse nas nossas casas, ou quanto espaço nas nossas camas, somente precisávamos de um assento, só para um de nós. O outro podia sempre sentar-se sobre o primeiro. Não havia regra de quem sentava em quem. Se um já estivesse sentado enquanto o outro permanecia de pé, este vinha e indicava sua intenção reclinando com a bunda alinhada com o colo daquele, ou ainda, aquele convidava este a tomar assento sobre suas pernas dando palmadinhas nas próprias coxas.

Ainda assim, não achávamos nada de homossexual naquilo tudo. Era para nós um erotismo inocente, sem consequências, que representavam só uma intimidade de amigos. Continuávamos ainda a ter nossas experiências com as garotas. Na verdade, eu é quem mais experimentava coisas novas com elas, enquanto Fê permanecia preso a uma namorada recatada e envergonhada.

Eu relatei para ele cada uma das minhas transas, geralmente no mesmo dia em que elas tinham acontecido, poucas horas depois. Muitas vezes eu narrava aqueles fatos enquanto estava sentado no colo de Fê, sentindo seu órgão duríssimo que pressionava contra meu bumbum, como se ele quisesse reproduzir ali o que eu descrevia. Mas eu sabia que não poderia ser aquilo, porque não éramos gays, era só um reflexo natural.

Ele também me contava dos progressos que fazia com sua namorada, que eram poucos. A maior parte do tempo eram situações em que ela tinha deixado que ele passasse a mão nela. A liberdade entre nós dois de tocar nossos corpos já tinha aumentado de tal forma, que a maioria das vezes ele demonstrava em mim o que ele tinha feito. As passadas de mão nas coxas, na bunda e no peito. Os beijos que desciam pelo pescoço até entre os seios, mas que nunca chegavam aos mamilos, porque ela não os despia. Tudo aquilo ele podia imitar em mim. Isso me fazia ponderar que tínhamos um nível de intimidade quase tão elevado quanto o dele com a própria namorada. Quase. Quando ele me contou que colocou o pau para fora enquanto a beijava e fez com que ela o segurasse, não foi possível que ele fizesse o mesmo comigo. Isso porque nós nunca tirávamos nossas cuecas em presença um do outro, nem mostrávamos aquilo que elas protegiam. Nem muito menos púnhamos nossas mãos ali. Muito embora o contato pênis com pênis, e pênis com bunda fosse comum entre nós, ainda que sob o pano, sentíamos que usar as mãos para pegar seria algo errado, algo gay. Assim também como exibir.

Isso não era algo que tínhamos combinado, nem algo sobre o que falássemos. Era simplesmente nossa conduta natural, como uma regra não mencionada, mas perfeitamente entendida pelos dois. Um certo dia, entretanto, uma dessas regras caiu por terra.

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