Politicamente Incorreto - Capítulo 8

Um conto erótico de Mr. Characters
Categoria: Homossexual
Contém 891 palavras
Data: 15/02/2013 22:01:52

Bernardo – acho que já poderia chamar assim, afinal já era mais íntimo dele que muitos naquela prefeitura – assumiu o microfone. O bom e velho garotão carismático da cidade. Com outros olhos pude avaliar sua postura, palavras e mergulhar em seu olhar enquanto discursava. Aquele olhar passava verdade, interesse, paixão pelo que estava fazendo. Os gestos mostravam paixão por tudo aquilo, os meus deveriam estar mostrando paixão por todo ele.

Meu Deus, quando fiquei tão romântico? Me perguntei. E perguntei novamente: e agora, o que eu faço?

Capítulo 8

Ao final do discurso, depois de sonoros aplausos, quem assistia acabou por ir embora, enquanto quem organizava o evento começou seu trabalho de encerrá-lo. Os políticos, estrelas da ocasião, se recolhiam. Ele passou por mim, rápido e seguro, e quase imperceptivelmente:

_Dois minutos. Meu gabinete!_

Dois minutos depois, no gabinete dele.

Quando cruzei a porta, ela em seguida bateu. Seria o vento? Seria o vento me agarrando por trás, beijando meu pescoço, me pressionando com sua potência e me fazendo perder o resquício de juízo que eu ainda tinha?

_Chega. Para. A. Gente. Precis... Conver..._ Tentei dizer.

_Olha só como eu estou!_ Falou me virando para ficar frente a frente, e levando minha mão até seu membro duro, que quase rasgava a calça social.

Não resisti, apertei. Acariciei e gemi.

_Me chupa!_ Ele falou entre os dentes, antes de invadir minha boca com sua língua novamente.

Podia sentir o gosto daquele pau na minha boca. Eu queria. Alguém bateu na porta. Eu não queria mais. Levantei e tentei me recompor o mais rápido possível, enquanto ele foi rápido e dispensou quem interrompia, alegando estar em reunião. Voltou e veio para cima de mim já abrindo o zíper, mas o clima não estava mais lá.

_Espera. A gente precisa conversar._

_Quer melhor ‘DR’ que a de depois do sexo?_

_É sério!_ Tentei ao máximo ter controle.

_Ok!_ O sorriso não estava mais ali, agora. _Se você vai perguntar o que vamos fazer, eu já adianto que não tenho ideia, mas não quero te perder._

_Nunca me envolvi com um cliente antes._

_Essa é a sua preocupação?_ Ele fez uma falsa cara de espanto. _Não seja por isso, eu te demito!_ Ele espalmou as mãos, como quem encontra uma solução para um grande problema.

_Claro que não. Mas isso não é prejudicial só para mim, você é quem mais tem a perder._

Ele caminhou até mais perto de onde eu estava. Hesitei em deixá-lo se aproximar. Já tinha desistido de resistir. Ele me abraçou pela cintura, quase colou seu rosto no meu.

_Não sei o que a gente está vivendo agora. Mas eu estou gostando demais de ficar contigo._ Sussurrou.

_Eu também!_ Aninhei minha cabeça no peito dele. Daquela forma eu estava me sentindo inatingível, a melhor proteção que eu poderia ter, era ele.

_Então, desde que eu não perca você, com o resto a gente pode lidar. Eu sou político e você gestor de imagem, quer pessoas melhores para administrar nossa situação?_ Ele finalizou, apertando mais o abraço.

_Bernardo?_

_Nunca mais vou mentir para você. Juro, não colocaria a nossa relação em risco._ Ele adivinhou meus pensamentos.

Foram poucos minutos naquele abraço, porém poderia ter sido uma eternidade.

_Acho que tenho que ir._ Sugeri.

_Uma rapidinha?_ Ele arriscou.

_Bela tentativa!_

_Dorme comigo essa noite? Não precisa perguntar nada, eu cuido de tudo. Mas dorme na minha cama comigo?_ Ele pediu com uma cara que não precisaria ter dito nada, e mesmo assim eu aceitaria tudo. Concordei. _Hoje à noite depois do coquetel de confraternização da Prefeitura, vá preparado para uma noite de puro prazer._

Não resisti em soltar um:

_Uí!_ E saí em direção à porta. Ele me puxou e me beijou, beijo de despedida.

Ah, que boca!

.

No meio tempo em que a tarde passou recebi uma mensagem dele, dizendo: “Preparado para uma noite inesquecível?”. Meu estomago gelou. Nunca tinha experimentado aquelas situações antes. Minhas relações nunca tinham passado de sexo, e quando iriam ser mais do isso, eu fazia questão de estragar tudo. Minha mãe foi à única que sempre soube quem eu era de verdade, mesmo antes de eu contar a ela. E foi a única a me oferecer suporte incondicional depois que saí do armário. Já meu pai nunca me abandonou ou renegou, mas nunca escondeu sua insatisfação e discordância para com as minhas atitudes. Talvez diante disso, eu nunca consegui levar uma relação que não fosse profissional ou de amizade adiante. Pensamentos. O fato era que não tive forças mais para resistir a ele, não queria perder isso, esse proibido, era tudo perfeito em sua imperfeição.

No horário em que o tal coquetel já deveria terminado, o motorista de expressão dúbia veio me buscar. Chegamos a casa dele, quem olhava de fora poderia apostar que ninguém havia passado por ali naquele dia. As luzes apagadas como se todos já estivessem dormindo. Entramos, pela porta da frente, hoje eu não precisaria me esconder. Na sala não havia nenhum movimento, as luzes baixas, entretanto pude perceber um vulto que se fazia em um cômodo. O que seria?

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Pessoal, obrigado pelos comentários! Continuem lendo e comentando, porquê muita história está por vir!

Próximo capítulo:

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Comentários

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Espero que sim! Ainda quero ler muitos capítulos dessa trama. Amando muito seu conto. Abração!

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Está ficando cada vez mais difícil esse caso, será que alguém vai descobri?

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Ahhh, sério que temos que esperar mais uma semana? D: OK, tudo bem.

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Iuhuuu. Muito bom! Amei essa parte. Estou ancioso pela continuação!

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